1 História Futsal

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Curso Treinadores Futsal

UEFA C - Grau I

Técnico - Tática

Prof. Luís Conceição


Apresentação
- Representa algum clube?

- Experiência como jogador ou treinador?

Funcionamento das aulas teóricas/práticas


- Participação Ativa (Questões durante as aulas)
- Uso de telemóvel
- Regularmente propostas de trabalho
- Avaliação
Preparados!!!

Exigência e Dedicação
Objetivos Gerais de Cursos de Treinadores

Receber conhecimento e experiência que não se possuem

Produzir conhecimento e antecipar novas experiências


Formandos ativos aprendem melhor
Técnico - Tática
1. História do jogo de Futsal – 1 Hora
1. História do Jogo de Futsal

SUMÁRIO

Evolução e desenvolvimento do jogo de Futsal


- Analise dos momentos históricos mais importantes;
- Aspetos dominantes da evolução organizacional e regulamentar

Origens do jogo de Futsal


- Formas jogáveis que deram origem ao jogo na atualidade
- Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque;
- Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual;
- Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva.
ONDE E COMO COMEÇOU O FUTSAL?

FUTSAL é o termo utilizado internacionalmente para definir a modalidade. Deriva


da palavra Espanhola e Portuguesa utilizada para definir “Futebol", FUTbol or
FUTebol, da palavra “indoor", SALa ou SALão.
1. História do Jogo de Futsal
ORIGEM?

Juan Carlos Ceriani


1. História do Jogo de Futsal

Duas Versões
Brasil
URUGUAY
Grupo de pessoas
introduz o Futsal em São 1930, ACM –
Paulo (1930), nas Associação Cristã
competições de Mocidade introduz o
crianças. Futsal em Montevideu.
• Sampedro, Xavier, 1998. Las acciones del
* Fernandes, Luiz Gonzaga, 1967. Leis e Juego. Editorial Gymnos.
regulamentos de Futsal.
1. História do Jogo de Futsal
Juan Carlos Ceriani
• Mencionado na revista oficial do 1º Campeonato Europeu da UEFA (paginas 10, 11)

• Criou os principios e regras básicas do Futsal.

• Professor de Educação Física na Escola da Associação Cristã Mocidade,


adaptou o futebol numa versão reduzida praticada por 5 elementos,
utilizando essa adaptação nas competições escolares.
* Web Site da Federação Americana de Futsal, www.futsal.com

• “O jogo era disputado em recintos de Basquetebol, e as regras foram


inspiradas no: Basquetebol, Andebol, Pólo Aquático e Futebol.”
* Sampedro, Xavier, 1998. Las acciones del Juego. Editorial Gymnos.
1. História do Jogo de Futsal

A evolução histórica

1971 FIFUSA – Fundada em 25 de Julho (Brasil)

1989 FIFA – Holanda (1º mundial)

1990 FIFA
Comissão Futsal

1997, 20 Países

2015 + de 150 Países jogam Futsal

*Adaptado de Dias, P., 2001 – Introduction to Futsal - Historic Overview, Federação Grega de Futebol -Seminário de Futsal
1. História do Jogo de Futsal
1. História do Jogo de Futsal
RADIOGRAFIA DO FUTSAL EM PORTUGAL
1. História do Jogo de Futsal
Evolução em Portugal

1985 F. P. F. F. P. Fut. Salão

1991 F. P. Futsal

1997 F. P. F. F. P. Fut. Salão

25/11/2002
2002
1. História do Jogo de Futsal

O “PESO DA HISTÓRIA”
Origem em Federação Jogos Campeonato Campeonato Campeonato
Modalidade Origem
Portugal Internacional Olímpicos Mundial Europeu Nacional

Basquetebol 1891 1913 1932 1904 1950 1935 1932

Voleibol 1896 1938 1947 1964 1949 1948 1946

1936
Andebol 1919 1939 1927 1938 1992 1951
1972

1971 1990
Futsal 1930 1979 ? 1989 1996
1989 1992
A origem em Portugal

A introdução em Portugal acontece décadas depois, nos anos 70 do


século passado, com a organização, por diferentes coletividades, de
numerosos torneios que se realizavam um pouco por todo o país
mas com maior incidência nos grandes centros populacionais.

*Rocha, J., 2018 – Curso de Grau III Futsal


Os primeiros torneios

• Eram organizados mais ou menos de forma avulsa mas contavam com


a participação de inúmeras equipas e com assistências numerosas e
entusiásticas.

• Era a época das sapatilhas “Sanjo”, do “Café Central” contra o “Café


Avenida”, das tabelas nos recintos de jogo, da limitação de altura para
jogar a bola, dos árbitros improvisados.

*Rocha, J., 2018 – Curso de Grau III Futsal


A primeira prova oficial

• Atenta a esta realidade, a Associação de Futebol de Lisboa organiza, nas


épocas de 1979/80 e 1980/81, torneios de futebol de salão, nos quais
participaram 225 equipas do escalão sénior, 10 de juniores, 14 de juvenis,
16 de infantis e 8 femininas.

• No final e devido ao valor das despesas, às dificuldades organizativas e à


insipiência das equipas participantes, este torneio não teve continuidade
nas épocas seguintes.

*Rocha, J., 2018 – Curso de Grau III Futsal


• Em 1987 é formada a primeira seleção nacional masculina de futebol de
cinco que participa no 2º Torneio da FIFA

*Rocha, J., 2018 – Curso de Grau III Futsal


Primeira prova da FPF

• Em 1990 a Federação Portuguesa de Futebol inicia uma competição de


âmbito nacional, com equipas apuradas a partir de uma primeira fase de
âmbito distrital, a que foi atribuída a designação de “Taça Nacional de
futebol de cinco” tendo como primeiro vencedor o Sporting Clube de
Portugal.

• Esta prova foi substituída a partir de 1992 pelo “Campeonato Nacional


da 1ª Divisão de futebol de cinco” cujo primeiro vencedor foi, uma vez
mais, o Sporting Clube de Portugal.

*Rocha, J., 2018 – Curso de Grau III Futsal


COMPROMISSO

• Até 2016, o Futsal será a modalidade coletiva de


pavilhão mais praticada em Portugal.
PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL - FUTSAL

Apresentação Pública: 25/10/2012


Lisboa, Sede da FPF
OUTROS SINAIS
 Criadas 7 novas seleções nacionais de futsal.

 Criadas novas competições nacionais.

 Implemetados mais de 50 programas do plano estratégico nacional do Futsal

 Apoio na deslocação terreste de 268 clubes de Futsal que participam nas provas nacionais.

 Comparticipação nas deslocações de e para as regiões autónoma, nas provas de Futsal não subsidiadas pelo estado.

 Criado pacote de apoios aos clubes que participam em todas as provas nacionais femininas de Futsal (arbitragem, seguro
desportivo, organização de jogo, deslocações).

 Criado um pacote de incentivos, destinado aos clubes que participam nas provas nacionais: Liga Placard Masculina, Liga
Placard Feminina, Taça de Portugal de Futsal, Supertaça de Futsal, Taça da Liga. Este pacote de apoios decorre da celebração
de um contrato de patrocínio/naming para o Futsal, de médio termo.

 Reforço da equipa técnica nacional de Futsal com 7 elementos.


OUTROS SINAIS
 Alterado o formato da Taça de Portugal (masculino e feminino) - elevação do perfil da prova.

 Competições internacionais das selecções escolares e universitárias integradas no calendário nacional da FPF.

 Transmissão TV de jogos da Taça, Taça da Liga masculina e feminina e Supertaça de Futsal feminina.

 Criada a Academia de Arbitragem.

 Criados centros de treino da FPF para árbitros de Futsal.

 Introdução do Sistema de Comunicação Áudio (SCA) na categoria C1.

 Realizadas sessões de esclarecimento com responsáveis de clubes (organizadas a norte e sul), promovidas pelo Conselho
de arbitragem da FPF.

 Realizadas reuniões com clubes e ADR’s – Planeamento, Calendarização, partilha de boas práticas e oportunidades de
melhoria.
VISÃO

FUTURO – ONDE PRETENDEMOS CHEGAR?


PRIORIDADES
SELEÇÕES MASCULINAS
SELEÇÕES FEMININAS
Equipa Técnica Nacional
SELECIONADOR NACIONAL
Jorge Braz
Coordenação Metodológica e Administrativa
Equipa Técnica: José Luís Mendes; Bébe, Jorge
Silvério (Psicólogo); Bruno Travassos
(Fisiologista) Selecionador Nacional Feminino
Luís Conceição
Coordenador Seleções Femininas Equipa Técnica: Ricardo Azevedo; André
Teixeira; Jorge Silvério (Psicólogo);
Selecionador Nacional Sub-21/U
José Luís Mendes Seleção Nacional Sub-21/U Fem.
Coordenador Seleções Formação Ricardo Azevedo
Equipa Técnica: Pedro Palas; Emídio Rodrigues Equipa Técnica: Luís Conceição; André
Teixeira
Seleção Nacional Sub-19 Treinador. Nacional Sub-17 Seleção Nacional Sub-19 Fem.
José Luís Mendes Pedro Palas Ricardo Azevedo
Equipa Técnica: Luís Conceição; André
Equipa Técnica: Pedro Palas; Emídio
Teixeira, Rute Carvalho
Rodrigues

Seleção Nacional Sub-17


Seleção Nacional Sub-15 André Teixeira
Emídio Rodrigues Deteção e Seleção - Fundamentos!

Seleção Nacional Sub-13 Seleção Nacional Sub-15


Emídio Rodrigues Ricardo Azevedo
SELEÇÃO NACIONAL AA

Seleção Nacional Sub-21 Seleção Nacional Sub 21 Fem


Seleções Nacionais Universitárias
Sub-19 Sub-17 Sub-19 Feminina PROJETOS
Sub-15 Sub-17 Feminina

Sub-13 Sub-15 Feminina Comunicação


Selecionadores/Treinadores
Percurso de Alto Rendimento (Base de dados) (Momentos de formação e partilha)

CENTROS DE TREINO E CENTROS DE TREINO E


FORMAÇÃO Formação Professores Educação Física (25 horas)
FORMAÇÃO

Projeto 1 GR (Deteção e formação)


INTERASSOCIAÇÕES (Sub-13 e Sub-15 Masculino e Sub-17 feminino)
Perfil do Praticante de Futsal (Fundamentos)

SELEÇÕES DISTRITAIS
Futsal no 1º Ciclo (iniciação)
PROGRAMA ALTO RENDIMENTO E COMUNICAÇÃO

Programa: Percurso de alto rendimento conjugado com o programa de comunicação

Atletas Jovens

Percurso de Alto Rendimento


Detecção de Talento

Perfil

Processo de Treino Processo de Competição


Treinadores
Aumentar Volume
Qualidade Perfil

Centros de Treino Taças Nacionais


Centros de Treino
Seleções Distritais
Seleções Nacionais
PROJETO 1
• Formação creditada de 25h.

• Bolsa de Formadores: proposta pela FPF.


Livros Editados FPF
JOVENS – Seleções
Que tipo de treino?
Seleção Nacional
”A”

CAMPEÃ EUROPA
FACTOS
1. História do Jogo de Futsal
Evolução do jogo de Futsal
- No quadro das Leis e dos regulamentos
1. História do Jogo de Futsal

EVOLUÇÃO DAS REGRAS

As regras de Futsal tiveram 2 grandes influências:

1 – FIFUSA – Regras com influência dos países Sul-


Americanos, Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina.

2 – UEFA e FIFA – Influência Europeia, iniciou-se com o


Futebol de 5.
1. História do Jogo de Futsal
REGRAS
* Adaptado de Sampedro, Xavier, 1998. Las acciones del Juego. Editorial Gymnos

FIFUSA FIFA

20 cada parte (10 intervalo). 20 cada parte (15 intervalo).


12 jogadores em cada equipa, 5 no campo. 12 jogadores em cada equipa, 5 no campo.

Recinto com 35m / 18m (max:40m / 20m) Recinto com 40m / 20m (max:42m / 22m)

Bola pequena ( 53cm-55cm e 450g-500g) Bola nº 4 ( 62cm-64cm e 400g-440g)

4 metros para área de baliza 6 metros para área de baliza


Guarda redes não pode jogar fora da área de Guarda redes pode jogar fora da área de
baliza baliza
2 árbitros e um cronometrista 1 árbitro, 1 segundo árbitro e um
cronometristaTimekeeper
Máximo de 7 substituições Não existe limite de substituições
1 desconto de tempo para cada equipa em 1 desconto de tempo para cada equipa em
cada parte cada parte
1. História do Jogo de Futsal
REGRAS
* Adaptado de Sampedro, Xavier, 1998. Las acciones del Juego. Editorial Gymnos
FIFUSA FIFA
Não pode marcar golo dentro da área Pode marcar golo dentro da área
Faltas Acumuladas – Equipa e Atleta Faltas Acumuladas - Equipa
5 Faltas como limite para equipa e atleta – 5 Faltas como limite para equipa – Livres sem
Livres sem barreira . Atleta deverá ser barreira
sustituído.
No lançamento de baliza o guarda redes não No lançamento de baliza o guarda redes
pode enviar a bola para lá do meio campo. pode enviar a bola para lá do meio campo.
Cartões: Amarelo, Azul e vermelho Cartões: Amarelo, Azul e vermelho
– Vermelho, 2’ exclusão.
Lançamentos e cantos executados com a Lançamentos e cantos executados com o pé
mão
Regra dos 5’’ aplica-se ao guarda redes Regra dos 4’’ e 5 metros de distância é
aplicada.
Não são permitidas cargas de ombro e Não são permitidas cargas de ombro e
carrinhos carrinhos
Jogo disputado ao vronómetro(tempo útil). Jogo disputado ao vronómetro(tempo útil).
1. História do Jogo de Futsal
REGRAS

As regras são hoje muito diferentes do que eram


inicialmente. As principais diferenças são:

 Possibilidade de marcar golos dentro da área;


 Número ilimitado de substituições;
 Não existência de faltas acumulativas individuais (ao jogador);
 Permitir a substituição de um jogador expulso ao fim de 2 minutos (ou antes
nos casos previstos);
 Área de maiores dimensões (6 metros);
 Marca de livres sem barreira nos 10 metros

*Adaptado de Rocha, J. , 2000 – Curso de treinadores da AFB – Nível I


REGRAS
Tendências futuras na sua evolução?
 Pontapés de linha lateral com a mão;

 Guarda-redes avançado só poderá ser utilizado quando a equipa estiver a


perder;

 Nos lançamentos de baliza, a bola terá obrigatoriamente de tocar no meio-


campo defensivo antes de chegar ao ofensivo.
1. História do Jogo de Futsal

Origens do jogo de Futsal

- Formas jogáveis que deram origem ao jogo na atualidade;

- Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque;

- Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual;

- Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva;


1. História do Jogo de Futsal
a) Formas jogáveis que deram origem ao jogo na atualidade:

Ao longo dos últimos anos a dinâmica de jogo sofreu profundas alterações apresentando-se claramente distinta em
relação aos primórdios da modalidade. No início, as posições dos jogadores em campo, exceptuando o guarda-
redes, não estavam visivelmente definidas, havendo a convicção, quase generalizada, de que as equipas tinham
que ganhar por mais de um golo de diferença.

O ataque predominava sobre a defesa, não resultando daqui um


jogo equilibrado. A falta de domínio da bola era a maior
inconveniência para se fazer um jogo com fundamento e
intencionado. Não podemos esquecer que os primeiros jogadores
eram oriundos do Futebol e que jogar em espaços mais reduzidos
era algo que lhes acarretava grandes dificuldades acrescendo o
facto do diâmetro da bola ser menor.
1. História do Jogo de Futsal
Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque

Com o passar do tempo as equipas foram-se organizando num quadrado (2.2), estático e muito recuado. Para
Lozano Cid (1995), este sistema foi o primeiro a utilizar-se na história do Futsal, talvez por ser a colocação mais
lógica em função da preparação (física-técnica-táctica) da época. Nesta altura, os sistemas e as estratégias não
eram significativamente diferentes das do Futebol (Aranda, 2001).

As substituições eram limitadas tendo, como consequência, um baixo ritmo de jogo.

A capacidade física (CF) dos jogadores não era específica, pelo que contribuía para a utilização de métodos o mais
económico possível em termos de desgaste físico.
1. História do Jogo de Futsal
Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque

As defesas eram à zona e no meio campo defensivo procurava-se recuperar a posse da bola e sair rápido para
situações de contra-ataque, apurando ao máximo a finalização, para depois retrocederem o mais rápido possível à
defesa e reiniciarem o ciclo. O conceito de cobertura defensiva não era, ainda, desenvolvido e favorecia o ataque.
Sendo as ações tácticas colectivas praticamente inexistentes, ofensivamente os jogadores procuravam situações de
1x1, apelando à sua criatividade individual.

Hoje em dia o sistema 2.2 foi aperfeiçoado devido ao progresso que se tem feito na modalidade, podendo oferecer
distintas formas e variações. Em algumas situações no jogo é, ainda, utilizado dependendo das características dos
jogadores e, também, da forma de jogar do adversário.
Nesta fase, o jogo ofensivo sobrepõe-se ao defensivo surgindo, naturalmente, as primeiras rotações, com trocas
simples de posições entre atacantes e defesas, como forma de imputar alguma organização ao jogo.
1. História do Jogo de Futsal
Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual

O tempo foi passando e a evolução foi dando lugar a uma maior utilização do espaço de
jogo, com as defesas a subirem no campo e o processo ofensivo sente necessidade de se
organizar.

Uma maior dedicação ao treino físico fez com que o jogo se tornasse mais dinâmico e,
como consequência, apareceram mais situações de golo.
1. História do Jogo de Futsal
Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual

Surge o sistema 3.1, sendo considerado por alguns autores (Filho, 1998; Voser, 2001) como o sistema ofensivo
mais utilizado atualmente no Futsal.
A especialização dos jogadores começou a ficar mais definida e as suas funções melhor estabelecidas. Surgem
denominações específicas para as funções dos diferentes jogadores que compõem uma equipa de Futsal, em
função da especificidade de tarefas inerentes a determinados espaços predominantemente ocupados.
Surge a denominação de fixo, jogador que se localiza na posição mais recuada. Predomina a função de defesa
sobre o atacante finalizador, maioria das vezes e, juntamente com o guarda-redes, assume um papel
importante na organização do processo defensivo.

É frequente realizar ações de ajuda permanentes (compensações e dobras).


Jogador geralmente dinâmico e com elevada capacidade de impor
mobilidade ao jogo é o ala. Denomina-se por direito ou esquerdo em
função do espaço de jogo que ocupa e não em função da lateralidade do
jogador. Ocupa mais as zonas laterais do espaço de jogo, sempre com a
função de criar superioridade numérica.
1. História do Jogo de Futsal
Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual

A última função específica é a do pivot. Inicialmente, o pivot jogava muito adiantado e estático, passando o jogo
maioritariamente por ele, decidindo este, no seu espaço, quais as ações a desenvolver, procurando o 1x1 ou tabelas simples
com os seus colegas. É necessário que possua uma excelente capacidade para conservar a posse de bola, protegendo esta.
Deverá ser capaz de realizar recepções de bola de todas as formas possíveis e sob grande pressão e ainda, ser capaz de manter a
posse de bola em zonas próximas da baliza, de forma a servir os colegas que realizam desmarcações de apoio para finalizar. Não
tinha grandes preocupações defensivas e jogava, preferencialmente, de costas para a baliza adversária. Perante tal situação, o
fixo viu-se na obrigação de antecipar a ação do seu adversário direto, passando a defendê-lo com estratégias diferenciadas,
tentando anulá-lo.

Para fazer com que o fixo saísse da sua zona defensiva, o pivot
começa a procurar posições mais recuadas e a fazer rotações
com os seus colegas de equipa, ficando a ser defendido por um
adversário menos especializado e aí tenta impor-se. O corte
ofensivo, com entradas de trás, na diagonal ou mais tarde na
paralela, criava grandes dificuldades aos acompanhamentos
defensivos surgindo, muitas vezes, os atacantes nas costas dos
defensores.
1. História do Jogo de Futsal
Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual

Estas rotações revolucionaram completamente o jogo ofensivo dando uma maior dinâmica ao mesmo, com entradas dos
jogadores sem bola. A defesa teve que responder avançando no espaço de jogo, defendendo a ¾ ou mesmo a campo inteiro,
ocupando racionalmente os espaços, impedindo que a bola chegasse ao pivot e anulando os cortes dos jogadores sem bola.

Começa a praticar-se a marcação individual que, de acordo com Saad e Costa (2001), é o tipo de marcação mais utilizada no
Futsal atual. Também contribuiu para este avanço a especialização do ataque nos livres com barreira ao conseguirem grandes
percentagens de acerto, obrigando as defesas a cometerem as faltas em zonas mais avançadas no terreno.

A defesa pressionante ao jogador portador da bola, a estreita vigilância


aos jogadores que não a têm, juntando os conceitos de cobertura e ajudas
defensivas, cria grandes dificuldades ao ataque obrigando-o a melhorar a
qualidade técnica do jogo, com e sem bola, e o jogo colectivo por forma a
contrariar as defesas, ganhando espaço, de preferência nas costas dos
adversários.
1. História do Jogo de Futsal
Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva

Com o avançar das defesas e a tentativa consequente de explorar o espaço existente, o Futsal começa a
caracterizar-se pela mobilidade constante dos seus jogadores. Desta forma, na vanguarda do processo ofensivo
surge o sistema 4.0, propiciando uma grande quantidade de deslocamentos sucessivos e simultâneos em direcção à
baliza adversária, tentando ocupar espaços nas costas da defensiva contrária.

Requer um grande sentido de jogo colectivo e de coordenação de movimentos. Pelo posicionamento dos jogadores
em campo praticamente não existe cobertura ofensiva e uma perca de bola poderá tornar-se em grande perigo,
dadas as dificuldades em realizar a ajuda defensiva atempadamente.
1. História do Jogo de Futsal
Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva

Surge, então, uma grande universalidade de funções nos jogadores. Como referem Repullo Casas e Luque Reina (2004), as
equipas de Futsal são compostas por um conjunto de jogadores que só em pequenos casos são especializados em alguma
função específica dentro do campo. No estudo de Barbero (2002) verificou-se, através dos resultados obtidos, que o cumprir e
desempenhar funções específicas durante o jogo não implica um perfil de atuação diferenciado. Tal constatação parece apontar
para uma polivalência implícita dos jogadores de Futsal. Dada a mobilidade constante que o jogo de Futsal apresenta, a
capacidade de assumir todas as funções e consequentemente as tarefas inerentes será fundamental, pelo que é característico
do jogador evoluído.

Por conseguinte, as funções não são rotuladas a um jogador específico. Estes


devem sim, ser capaz de assumir determinadas funções, em relação ao
posicionamento da bola, e à sua localização no espaço de jogo.
Os únicos jogadores com funções específicas são os guarda-redes. No entanto,
estes também podem, em determinados momentos, realizar funções de jogador
de campo pelo que o grau de especialização tende a diminuir. No Brasil
desenvolveu-se uma nova tendência. Algumas equipas actuam durante uma boa
parte do jogo com o guarda-redes em linha, agindo como se de um jogador de
campo se tratasse (Osimani, 2004b).
1. História do Jogo de Futsal
Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva

Em termos defensivos, os jogadores que se encontram do lado contrário à bola, devem preocupar-se em fazer
ajuda e cobertura defensiva aos jogadores mais próximos desta. As defesas pressionantes desmantelam de certa
forma o sucesso deste sistema de ataque. Os jogadores de Futsal passam a ter necessidade de desempenhar
simultaneamente um papel defensivo e ofensivo. Desta forma, desenvolvem-se estratégias defensivas muito
específicas, que passam quer pela adopção de métodos defensivos individuais, quer zonais e ainda mistos.

A organização defensiva passa a ter princípios estratégicos específicos,


ajustando-se em função do adversário, e as equipas mais evoluídas
adoptam métodos defensivos onde procuram condicionar a iniciativa
do adversário pela agressividade que impõem.
No relatório técnico do mundial da Guatemala (2000), o grupo de
estudo do mesmo salienta que as nações que dominam hoje o Futsal
constroem as suas equipas à volta de uma defesa estável, fechando
todos os caminhos através de um bom jogo posicional.
Questões ?

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