Artigo Tocilizumab

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O uso do medicamento Tocilizumab e Redemsevir no tratamento da

infecção por SARS-COV2

Camilo de Lelis Lobo Ribeiro¹


Marielle Lamar Martins Barros Batista²

1
Pós-graduado em Medicina Intensiva pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.
² Graduado em Medicina pela Universidade de Rio Verde – Campus Aparecida de Goiânia.

1. Introdução

No início do ano de 2020, foi relatado em Wuhan, província de Hubei na


China um surto de pneumonia ocasionado por um vírus da família Coronavírus
(HUANG et al, 2020). Essa família de vírus são caracterizados por apresentarem
RNA de sentido positivo, de diâmetro entre 60 nm a 140 nm, apresentando
projeções sob sua superfície com aparência à microscopia como uma coroa, sendo
daí o nome dado de corona (RICHMAN, 2016).

A Organização Mundial de Saúde decreto emergência em saúde no mês de


janeiro de 2020, prolongando essa emergência para escopo de interesse
internacional em março do mesmo ano, vindo a ser assim classificada como uma
pandemia (CRUZ, 2020). A pandemia mundial avançou em todos os continentes,
levando a imposição de medidas de contenção e isolamento populacional, além de
múltiplos esforços tanto da esfera governamental quanto de diferentes profissionais
e empresas para contribuir na assistência presta a população afetada (CRUZ, 2020).

Tal situação levou a uma situação de crise e emergência, que trouxeram


reflexos sócias e econômicos, mas também reflexos na suade física e mental da
população como um todo (CRUZ, 2020).

Pesquisadores acreditam que inicialmente os casos de Coronavírus em


humanos foram transmitidos por animais em um mercado de frutos do mar, em
Wuhan, todavia a transmissão subsequente se deu por interações humanas
(CASCELLA, 2020). Os testes utilizados para se detectar esse agente no organismo
humano é a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). A transmissão de partículas
virais está diretamente ligada a carga viral no trato respiratório superior e ocorre por
gotículas de tosse, espirros e saliva em contato com mucosas, diretamente ou
através de fómites (VAN DOREMALEN, 2020).

O tempo de incubação da doença após o contágio varia entre 2 a 14 dias e os


primeiros sintomas são febre, tosse, fadiga e mialgias. Podem ser acompanhados
por aumentos das secreções respiratórias, cefaleia, hemoptise e diarreia (HUANG et
al, 2020). A grande maioria dos pacientes vão apresentar somente os sintomas
citados, todavia alguns podem apresentar complicações, a Síndrome Respiratória
Aguda Grave (SRAG), lesões cardíacas e renais, infecções secundárias e choque
(HUANG et al, 2020).

Uma das principais características dessa doença é a maior chance de


agravamento e consequentemente maior mortalidade em idosos, principalmente
acima de 80 anos, e pessoas com comorbidades como cardiopatias, hipertensão,
diabetes, doenças respiratórias e neoplasias (DOWD, 2020).

Mesmo com uma mortalidade considerada baixa em relação à outras


doenças, a alta transmissibilidade da COVID-19 ocasionou ao mundo um número
grande de mortos além de uma superlotação e sobrecarga de sistemas de saúde
(AQUINO, 2020). Estas demandas levaram tanto a comunidade científica a buscar
rapidamente medidas que evitassem o contágio, as vacinas, e também medicações
que impedissem a progressão da doença (AQUINO, 2020). Houveram uma
quantidade grande de medicamentos testados e, dentre estes, destacamos o
Redemsivir e o Tocilizumab.

O Redemsevir foi desenvolvido em 2017 para o tratamento durante o surto de


Ebola e posteriormente foi-se avaliado seu uso na infecção causada pelo SARS-
COV-2. Em maio de 2020, a Food and Drug Administration (FDA), agência
reguladora dos Estados Unidos, concedeu uma autorização emergencial para a
comercialização e uso do medicamento em pacientes hospitalizados com COVID-19
(FDA, 2020). O redemsivir ficou bastante conhecido no mundo todo após o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter feito uso do medicamento, após
contrair a infecção.
Tal medicamento tem atividade antiviral contra vírus de RNA, interferindo na
síntese da RNA polimerase viral, causando atraso na terminação da cadeia e
diminuição da produção de RNA viral (RIERA, 2020). Alguns estudos realizados
tanto in vitro quanto in vivo relaram que o remdesivir pode melhorar a função
pulmonar e reduzir a carga viral na infecção por SARS-COV-2 (RIERA, 2020).

O Tocilizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado que atualmente é


usado no tratamento da artrite reumatoide (DRUMOND, 2021). Ele atua como
antagonista dos receptores de interleucina 6 (IL-6), que é uma citocina pró-
inflamatória com importante ação na “tempestade de citocinas”, a resposta
inflamatória exacerbada de pacientes com coronavírus (DRUMOND, 2021).

Tais medicamentos se mostram promissores no combate a infecção pelo


SARS-COV-2 e podem auxiliar no tratamento e também levar ao fim da pandemia
do Coronavírus, sendo assim o motivo da realização desse projeto.

2. Objetivo
Identificar na literatura nacional e internacional os benefícios do uso do
medicamento Tocilizumab e Redemsevir no tratamento da insuficiência respiratória
aguda ocasionada pela infecção por SARS-COV2.

Avaliar as indicações e contraindicações do uso de tais drogas, assim como o


desfecho primário nos pacientes.

3. Método
3.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão narrativa de literatura de publicações em periódicos.

3.2 Operacionalização da coleta de dados

Será realizada uma busca bibliográfica por meio das fontes de busca
constituídas pelos recursos eletrônicos nas seguintes bases de dados: Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of Science, e
na biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library On-line (SciELO), publicados no
período de 2018 a 2022.
Os descritores utilizados serão: COVID-19, Anticorpos Monoclonais /
Antibodies, Monoclonal, Antivirais / Antiviral Agent, SARS-CoV-2. Salienta-se que os
descritores supracitados encontram-se nos Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS).

A coleta dos dados acontecerá no decorrer do mês de Setembro de 2022.

Depois de identificados os artigos, estes serão analisados e os que


atenderem aos objetivos do estudo, estiverem no idioma português ou inglês e
tiverem sido publicados nos últimos 5 anos, serão incluídos no roteiro para registro.

3.3 Tratamento dos dados e apresentação dos resultado

Após a identificação dos artigos, nas fontes de busca mencionadas, serão


avaliados os títulos e resumos, de modo a selecioná-los. Serão elencados os artigos
que farão parte da amostra, que serão registrados em ficha própria contendo dados
do periódico, base de dados, idioma, ano de publicação, objetivos, resultados e
conclusões.

Os resultados serão apresentados por meio de tabelas e quadros que


contemplem as principais características dos artigos utilizados na pesquisa. Caso
seja necessário, serão identificadas categorias temáticas.

4. Referências

AQUINO, Estela ML et al. Medidas de distanciamento social no controle da


pandemia de COVID-19: potenciais impactos e desafios no Brasil. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 25, n. suppl 1, p. 2423-2446, 2020.

CASCELLA M, RAJNIK M, CUOMO A, et al. Features, evaluation and treatment


coronavirus (COVID-19). In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls
Publishing; 2020 Jan.
CRUZ, Roberto Moraes et al. COVID-19: emergência e impactos na saúde e no
trabalho. Rev. Psicol., Organ. Trab., Brasília, v. 20, n. 2, p. I-III, jun. 2020.

DOWD JB, Rotondi V, Andriano L, et al. Demographic science aids in understanding


the spread and fatality rates of COVID-19. MedRXiv. 2020; p. 1-17.

DRUMOND, Lucas Marques et al. O uso dos corticosteroides e do tocilizumabe no


tratamento da covid-19: revisão da literatura. Revista Conexão Ciência I, v. 16, 2021.

FDA. U.S Food and Drug Administration. FDA News release: Coronavirus (COVID-
19) Update: Daily Roundup May 1, 2020. Disponível em: https://www.fda.gov/news-
events/pressannouncements/coronavirus-covid-19-update-daily-roundup-may-1-
2020.

HUANG, C. et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in
Wuhan, China. Lancet, v.395, n.10223, p.497-506, 2020.

RICHMAN, D.D; WHITLEY, R.J; HAYDEN, F.G. Clinical Virology, 4. ed. Washington:
ASM Press; 2016.

RIERA R, Pacheco RL, Latorraca COC, Fontes LE, Martimbianco ALC. Remdesivir
para infecção por SARS-CoV-2 (COVID-19). Revisão sistemática. Disponível em:
https://oxfordbrazilebm.com/index.php/2020/05/02/remdesivir-para-infeccao-por-
sars-cov-2-covid-19-revisao-sistematica2.

VAN DOREMALEN N, Bushmaker T, Morris DH. Aerosol and surfasse stability of


ARS-CoV-2 as compared with SARS-CoV-1. N Engl J Med. 2020.

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