Cartilha Educacao Permanente
Cartilha Educacao Permanente
Cartilha Educacao Permanente
Braslia DF 2005
2005 Ministrio da Sade. Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou para qualquer m comercial. Srie C. Projetos, Programas e Relatrios Educao na Sade Tiragem: 1. edio 2005 10.000 exemplares
Elaborao, distribuio e informaes :
MINISTRIO DA SADE Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade Departamento de Gesto da Educao na Sade Esplanada dos Ministrios, Edifcio Sede, Bloco G, 7. andar, sala 717 CEP: 70058-900, Braslia DF Tels.: (61) 315 3394 / 315 3474 Fax: (61) 315 2862 E-mail : [email protected] Home page : www.saude.gov.br/sgtes
Texto original : Laura Feuerwerker e Ricardo Burg Ceccim Coordenao editorial e ilustraes : Caco Xavier Adaptao e redao : Ana Beatriz de Noronha Reviso tcnica : Rosaura Hexsel Reviso: Maria Luiza Jaeger
Impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalogrca Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade. Departamento de Gesto da Educao na Sade. A educao permanente entra na roda: plos de educao permanente em sade: conceitos e caminhos a percorrer / Ministrio da Sade, Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade, Departamento de Gesto da Educao na Sade. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2005. 36 p.: il. color. (Srie C. Projetos, Programas e Relatrios) (Educao na Sade) ISBN 85-334- 0799-8 1. Educao permanente. 2. Polticas pblicas em sade. 3. Capacitao. I. Ttulo. II. Srie. NLM WA 590
Catalogao na fonte Editora MS OS 0002/2005 Ttulos para indexao: Em ingls: The Permanent Education Comes into Play Circles for Permanent Education in Health: Concepts and Paths Em espanhol: La Educacin Permanente Entra en la Rueda Polos de Educacin Permanente en Salud: Conceptos y Caminos a Recurrir EDITORA MS Documentao e Informao SIA, Trecho 4, Lotes 540/610 CEP: 71200-040, Braslia DF Tels.: (61) 233 1774 / 233 2020 Fax: (61) 233 9558 E-mail: [email protected] Home page: www.saude.gov.br/editora Equipe editorial: Normalizao: Luciana Cerqueira Reviso: Marjorie Tunis Leito Paulo Henrique de Castro. Projeto grco: Joo Mrio P. dA. Dias Diagramao: Srgio Ferreira
Sumrio
A importncia da poltica de formao e desenvolvimento para o SUS 5 O que j foi feito 6 O que preciso fazer 6 A Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade 9 A Educao Permanente em Sade 11 A Educao Permanente em Sade e o SUS que queremos 12 O que devemos esperar como resultado da Educao Permanente em Sade? 13 Os Plos de Educao Permanente em Sade 15 Quem participa da roda? 17 Por que todos devem participar? 17 Para que organizar a roda? 18 A cadeia de cuidado progressivo sade 21 O papel da educao permanente na construo da cadeia de cuidado progressivo sade 23
A populao no centro de tudo 25 Um passo importante: avaliar o que est sendo realizado 27 Diagrama A interinstitucionalidade na formao, na ateno, na gesto e no controle social em sade nos territrios 28 Da teoria prtica: como funcionaro os Plos de Educao Permanente em Sade 29 Os objetivos dos Plos 29 Como funcionam os Plos 30 Aos projetos anados Poltica de Educao Permanente em Sade, o Ministrio garante apoio 32 Como e com quais recursos esto sendo criados os Plos 35
O setor da Sade responsvel pela maior poltica brasileira de incluso social. O Sistema nico de Sade (SUS), criado para atender a todos os cidados, a mais importante reforma de Estado em curso no Pas. O fortalecimento do SUS, que de interesse de todos ns, depende diretamente de pessoas dos diversos segmentos sociais, pessoas que tm a tarefa tica e poltica de dar continuidade ao processo iniciado pelo Movimento Sanitrio. Desde que foi criado, o SUS j provocou profundas mudanas nas prticas de sade, mas ainda no o bastante. Para que novas mudanas ocorram, preciso haver tambm profundas transformaes na formao e no desenvolvimento dos prossionais da rea. Isso signica que s conseguiremos mudar realmente a forma de cuidar, tratar e acompanhar a sade dos brasileiros se conseguirmos mudar tambm os modos de ensinar e aprender.
1. construo descentralizada do sistema; 2. universalidade; 3. integralidade; 4. participao popular. A idia usar a educao permanente para melhorar a formao e, conseqentemente, fortalecer o SUS. A educao permanente possibilita, ao mesmo tempo, o desenvolvimento pessoal daqueles que trabalham na Sade e o desenvolvimento das instituies. Alm disso, ela refora a relao das aes de formao com a gesto do sistema e dos servios, com o trabalho da ateno sade e com o controle social. O primeiro passo para provocar mudanas nos Problematizar processos de formao entender que as propostas significa refletir no podem mais ser construdas isoladamente e sobre determinadas situaes, questionando nem de cima para baixo, ou seja, serem decifatos, fenmenos e idias, compreendendo os didas pelos nveis centrais, sem levar em conta processos e propondo solues. as realidades locais. Eles devem fazer parte de uma grande estratgia, estar articulados entre si e ser criados a partir da problematizao das realidades locais, envolvendo os diversos segmentos.
Eles devem levar os diferentes atores que atuam no setor da atoress Sade a questionarem sua maneira de agir, o trabalho em equipe, a qualidade da ateno individual Em Sade, os atores so indivduos, e coletiva e a organizao do grupos ou instituies capazes de interferir sistema como rede nica. de forma tica e/ou Num trabalho articulado poltica numa determinada situao, de acordo com entre o Sistema de Sade e um projeto prprio. as instituies de ensino, a educao permanente ser capaz de reorganizar, simultaneamente, os servios e os processos formativos, transformando as prticas educativas e as de sade.
No campo da Educao na Sade, a grande maioria dos cursos tcnicos, universitrios, de ps-graduao e as residncias formam prossionais distantes das necessidades de sade da populao e de organizao do sistema. Alm disso, enquanto em algumas regies do Pas h uma grande oferta de cursos de formao na rea da Sade, em outras eles quase no existem. Para completar, temos muitos educadores e orientadores de servios que esto desatualizados e precisam aprender novos modos de ensinar. Cabe Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade, do Ministrio da Sade, junto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Sade, mostrar caminhos para a formao de novos prossionais de sade, aperfeioar o pessoal que j est no SUS e cuidar para que haja prossionais de sade comprometidos e em quantidade suciente em todos os pontos do Pas. O Departamento de Gesto da Educao na Sade, ligado Secretaria, foi organizado em trs Coordenaes-Gerais: a de Aes Estratgicas em
Educao na Sade, responsvel pelo trabalho com os prossionais de nvel tcnico; a de Aes Tcnicas em Educao na Sade, responsvel pela educao tcnica; e a de Aes Populares de Educao na Sade, que cuida da educao popular em sade. O mais importante, no entanto, foi a escolha da Educao Permanente em Sade como importante instrumento para a consolidao do SUS.
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O Ministrio da Sade est propondo a educao permanente como estratgia de transformao das prticas de formao, de ateno, de gesto, de formulao de polticas, de participao popular e de controle social no setor da Sade. A educao permanente se baseia na aprendizagem ssignicativa . Possibilidade de transformar as aprendizagems signi prticas prossionais existe porque perguntas e A respostas so construdas a partir da reexo aprendizagem significativa de trabalhadores e estudantes sobre o acontece quando trabalho que realizam ou para o qual aprender uma novidade faz sentido para ns. Geralmente se preparam. A educao permanente isso ocorre quando a novidade responde a uma pergunta nossa pode ser entendida como aprendizae/ou quando o conhecimento novo construdo a partir de um gem-trabalho, ou seja, ela acontece dilogo com o que j sabamos no cotidiano das pessoas e das antes. Isso bem diferente da aprendizagem mecnica, na organizaes. Ela feita a partir dos qual retemos contedos. Na aprendizagem significativa problemas enfrentados na realidade e acumulamos e renovamos experincias. leva em considerao os conhecimentos e as experincias que as pessoas j tm.
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de conhecimentos para exercer a clnica da sua prosso. Em equipe, os prossionais se unem pelo cuidado com a pessoa e no por conta dos cargos que ocupam ou pelas doenas. Prossionais que se apiam compem equipes matriciais e podem se responsabilizar por grupos populacionais, grupos de pessoas portadoras de um agravo (ex.: diabticos) ou grupos de usurios. Isso evita que as pessoas precisem, a cada problema de vida e sade, ser levadas, como um eletrodomstico, a uma assistncia tcnica autorizada. Como no possvel que na porta de entrada de todos os servios de sade haja prossionais de todas as especialidades, a composio multiprossional das equipes de sade deve ser denida pelo objetivo de cada unidade de ateno, pelas caractersticas do local onde o servio se insere e pela oferta e garantia em rede de todos os cuidados necessrios sade individual e coletiva. Cada prossional contribui para que a equipe, como um todo, possa atender as pessoas, aos adoecimentos e s necessidades sociais por sade.
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De acordo com a poltica proposta pelo Ministrio da Sade, a Educao Permanente em Sade ser construda em cada llocorregio locorregio do Pas e realizada por meio dos Plos de A Educao Permanente em Sade. Esses Constituio Federal estabeleceu a Plos so instncias colegiadas que expresso regionalizao e hierarquizao como parte da servem para a articulao, o diluta poltica pela universalizao do direito sade. A regionalizao busca logo, a negociao e a pactuao aproximar as aes e os servios de interinstitucional. So espaos sade da populao e, assim, assegurar o acesso. A hierarquizao, por sua vez, onde atores de diversas origens permite melhorar a qualidade dos diferentes nveis de ateno e organizar os servios podero se encontrar e pensar de forma que eles se complementem. juntos as questes da Educao Por essa razo, a proposta do Ministrio da Sade utiliza o termo locorregio, Permanente em Sade, como em uma palavra que representa a unio na prtica da compreenso uma mesa de negociao. da expresso regionalizao A idia que os Plos de Educae hierarquizao. o Permanente em Sade sejam rodas para a gesto da Educao Permanente em
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Sade. No haver um comando vertical e obrigatrio, j que na roda todos podem inuir e provocar movimento. Nessas rodas, pessoas que realizam as aes e os servios do SUS e pessoas que pensam a formao em sade podero dialogar livremente. Todos juntos, interagindo, podero identicar as necessidades e construir as estratgias e as polticas no campo da formao e do desenvolvimento, sempre buscando melhorar a qualidade da gesto, aperfeioar a ateno integral sade, popularizar o conceito ampliado de sade e fortalecer o controle social. Os Plos funcionaro como a parte do Sistema nico de Sade responsvel Durante muito pela mudana tanto das prticas tempo, sade foi entendida como ausncia de doenas de sade quanto das aes de fsicas e mentais. Depois, a Organizao Mundial da Sade educao na sade. Sero (OMS) passou a definir sade como completo bem-estar fsico, mental rodas de debate e de conse social e no a simples ausncia de truo coletiva. doena. Hoje, a sade vista de uma
forma mais ampla, como qualidade de vida. Qualidade que depende no apenas de questes biolgicas, mas tambm do estilo de vida que levamos e das condies sociais, histricas, econmicas e ambientais em que vivemos, trabalhamos, nos relacionamos e pensamos em nosso futuro. Para ter sade, preciso ter acesso s aes e aos servios de cuidado, tratamento e recuperao.
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o acolhimento de todos os usurios; a produo de vnculo entre eles e a equipe de sade local; a responsabilizao das equipes com a sade individual e coletiva; o desenvolvimento da autonomia dos usurios, que devem ser protagonistas no proNa Sade, a palavra cesso de cuidado e no meros objetos responsabilizao tem vrios sentidos. nas mos dos prossionais; e Pelo lado do cidado, ela significa o abandono de a resolutividade da ateno sauma atitude passiva com de, que representa a capacidade relao sua prpria sade e a busca da melhor qualidade de resolver com qualidade os de vida possvel. Pelo lado dos profissionais e do sistema, problemas de sade detecela pode ser entendida como a capacidade de assumir tados em cada caso. Outra a responsabilidade pelos importante funo dos Plos problemas de sade de uma populao ou de um indivduo. descobrir formas de aproximar Cada equipe de sade e cada profissional devem se as escolas dos servios de sade, sentir responsveis pelos cuidados necessrios ao possibilitando que professores e melhor atendimento de estudantes vivenciem o cotidiano cada usurio. dos processos de organizao dos servios de cuidado e ateno sade da populao.
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A ateno bsica sade desempenha um papel estratgico no SUS. Ela a principal ligao entre o sistema de sade e a populao de um determinado territrio. A ateno bsica sade poderia melhorar muito se houvesse um bom uxo de conhecimentos e prticas entre os prossionais de diferentes servios, um apoiando o outro, e o acesso dos usurios aos diferentes servios de sade, de acordo com suas necessidades de ateno. Da mesma forma, o conjunto da rede de aes e servios de sade tambm seria fortalecido se incorporasse algumas noes importantes de sade da famlia. Todos ns sabemos, por exemplo, que os hospitais precisam humanizar suas prticas de acolhimento aos usurios, acompanhantes e familiares. Somente assim possvel cumprir a promessa de um sistema nico e organizado, capaz de prestar atendimento integral e que funcione como uma cadeia de cuidado progressivo sade. Vamos imaginar um sistema verticalizado, representado por uma pirmide cuja base seja formada pela ateno bsica e o topo pelos servios de alta complexidade tecnolgica. De acordo com essa
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idia, a ateno bsica poderia ser considerada mais simples e os hospitais, principalmente os especializados, mais complexos e mais importantes. Essa idia produz distores, porque induz a pensar que importantes e resolutivas so as aes que envolvem equipamentos complicados. Na verdade, apesar de diferentes, todas as partes do sistema so igualmente importantes e complexas. Na ateno bsica, a complexidade ocorre porque as equipes de sade tm que encontrar maneiras de atuar, levando em conta e respeitando o modo de vida dos grupos sociais, suas idias, costumes e culturas. uma complexidade de pessoas, sentimentos, culturas e autonomias. Nos hospitais, a complexidade de equipamentos e de gravidade de doenas. Sabendo disso, podemos agora substituir a imagem tradicional da pirmide por outra que represente um conjunto solidrio e bem articulado formado pelos servios bsicos, os ambulatrios de especialidades e os hospitais. Um conjunto cujo objetivo seja garantir o melhor acolhimento possvel e a responsabilizao pelos problemas de sade das pessoas e das populaes, funcionando como uma malha de servios cuidadores (cadeia de cuidado), que oferece servios de maneira complementar e no isolada, de acordo com as necessidades de cuidado de cada pessoa (cuidados progressivos).
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muito importante lembrar que a Educao Permanente em Sade, por ser um recurso estratgico para o fortalecimento do trabalho e da educao na sade, deve ser usada com sabedoria. A proposta das rodas no pode ser apenas uma lista de cursos ou programas pontuais e isolados. As rodas precisam buscar sempre a melhor maneira de se formar e desenvolver permanentemente os trabalhadores da sade.
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Se olharmos o diagrama da pgina 28, veremos a multiplicidade de atores e, portanto, a complexidade das prticas educativas necessrias para melhorar de fato o prprio Sistema de Sade. O mais importante, no entanto, perceber que a populao ocupa o espao central da poltica de educao e desenvolvimento dos trabalhadores para o SUS. O objetivo nal da poltica de educao permanente garantir uma ateno sade de qualidade, desenvolvendo a autonomia da populao em relao a sua prpria sade, satisfazendo suas necessidades de sade e de educao em sade, fazendo com que ela seja capaz de exercer conscientemente a participao popular e o controle social das polticas pblicas para o setor. Para que isso acontea, preciso que as polticas de sade nas reas estratgicas e de prioridade na organizao da rede de ateno sade sejam formuladas em cada territrio de acordo com as necessidades reais de sade de cada populao.
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O governo elegeu a Sade da Famlia como prioridade para a organizao da rede de ateno sade. Essa a diretriz geral da poltica de sade para melhorar o Sistema como um todo. S que de nada adiantaria se a Sade da Famlia fosse uma estratgia igual em todo o Pas, pois todos ns sabemos que em cada lugar as pessoas tm necessidades de sade diferentes. Ento, a composio e o modo de operar e organizar a ateno tm que ser diferentes, de acordo com as necessidades locais. exatamente dessa forma que devemos pensar quando planejamos as aes de educao permanente produzindo estratgias de acordo com a diversidade local. Podemos, ento, dizer que os Plos sero espaos de planejamento, gerenciamento e apoio, cujo papel transformar as diretrizes gerais da poltica de educao na sade em iniciativas prticas que retratem a realidade local. Ns acabamos de ver os dois fatores que sempre devero ser levados em conta pela Educao Permanente em Sade: as necessidades da populao e a cadeia de cuidado progressivo sade. Os atores que esto na roda devem desenvolver novas propostas de ensino e aprendizagem que caminhem nessa direo, propostas que ajudem a reorganizar os servios, para que eles tambm funcionem como espaos de aprendizagem. Propostas que levem os prossionais a compreender que seu espao de trabalho no serve s para atender as pessoas que vo ali em busca de tratamento de doenas, mas que um local privilegiado de produo e disseminao do conhecimento.
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No entanto, para que tudo d certo, preciso que as instituies formadoras tambm se reorganizem para as mudanas. Logo, indispensvel que haja uma boa sintonia entre o Ministrio da Sade, o Ministrio da Educao e os Conselhos Nacionais de ambos os setores. Somente assim ser possvel haver alianas entre os gestores e os servios do SUS, as instituies formadoras e as instncias de controle social em sade.
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DIAGRAMA A interinstitucionalidade na formao, na ateno, na gesto e no controle social em sade nos territrios
Ministrio da Sade
Ministrio da Educao
Entidades Estudantis
Entidades Sindicais
Conselhos Prossionais
Associaes Prossionais
Movimentos Populares
Estudantes de Graduao
UBS Agentes Comunitrios de Sade CEO Secretarias Municipais de Sade Escolas de Educao Bsica CAPS Servidores Tcnico-Administrativos
Ambulatrios de Referncia
Hospitais Universitrios
Servidores Tcnico-Cientcos
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At agora, ns vimos a teoria e os conceitos que foram utilizados na proposta da educao permanente como uma poltica pblica do SUS. A partir de agora, veremos que critrios, regras e diretrizes sero usados pelo gestor federal para aprovar, acompanhar e avaliar os projetos apresentados.
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4. Estabelecer relaes com outros Plos, formando redes estaduais e uma rede nacional de Plos de Educao Permanente em Sade.
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Quando houver vrios Plos de Educao Permanente em Sade num estado, a Secretaria Estadual de Sade (SES) deve fazer reunies peridicas com esses Plos, estimulando a cooperao entre eles e a coerncia das propostas com a poltica estadual e nacional de sade. Nenhum municpio do Pas deixar de estar ligado a um Plo de Educao Permanente em Sade. Entre muitas outras coisas, cada Plo deve: 1. agregar os interesses das diferentes instituies participantes, sendo responsvel por um determinado territrio bem especicado; 2. ser um lugar de debates sobre os problemas, as prioridades e as alternativas para a formao e o desenvolvimento dos trabalhadores de sade e demais atores sociais da sade e no de execuo de projetos; 3. valorizar a negociao e a pactuao, possibilitando o desenvolvimento de estratgias locais, regionais e estaduais; 4. produzir polticas e estabelecer negociaes, entre instituies e entre setores, orientadas pelas necessidades de formao e desenvolvimento e pelos princpios e diretrizes do SUS; 5. registrar as prticas implementadas e suas caractersticas, apresentando, de forma transparente, uma anlise crtica do trabalho realizado;
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6. levar cada parceiro institucional a reorientar suas atividades de formao e desenvolvimento em sade de acordo com os princpios da educao permanente; 7. ser referncia para apresentar as necessidades de seu territrio de abrangncia e ser dispositivo para mobilizar a formao e o desenvolvimento; 8. referenciar-se aos municpios de seu territrio e s diretorias regionais das Secretarias Estaduais de Sade (SES).
Aos Projetos afinados Poltica de Poltica Educao Educao Permanente em Sade, Sa de, o Ministrio garante apoio
O Ministrio da Sade validar os projetos dos Plos de Educao Permanente em Sade pactuados pela Plenria e pelo Colegiado de Gesto do Plo, atendendo s diretrizes de cada Comisso Intergestores Bipartite (CIB) e de cada Conselho Estadual de Sade (CES), garantindo que sejam seguidas as diretrizes da poltica de educao permanente para o SUS. Quando o projeto for aceito, ser estabelecido um dilogo com as instituies responsveis. Nesse dilogo, sero feitos os ajustes necessrios para que o projeto que anado com as diretrizes da poltica de educao permanente para o SUS.
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Para que sejam aceitos, os projetos devem, dentre outras coisas: 1. prever as mudanas que podem trazer para as aes e os servios de sade, para a gesto do SUS, para a formao em todos os nveis, para a educao popular e para a produo e a disseminao de conhecimentos, denindo os compromissos dos parceiros participantes do Plo; 2. mostrar o nmero e a diversidade de atores, servios e prticas includos na proposta; 3. mostrar claramente as necessidades de sade que a proposta quer atender e as metodologias que sero utilizadas; 4. mostrar de que forma a proposta se relaciona com os princpios e as diretrizes do SUS e com o princpio de Ateno Integral Sade e da cadeia de cuidados progressivos sade; 5. especicar os responsveis (instituio formadora, secretaria municipal, secretaria estadual, etc.) pela realizao de cada etapa do projeto, os custos e de que forma sero feitos os gastos; 6. ser encaminhados em forma de projetos documentados ao Departamento de Gesto da Educao na Sade, da Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade.
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