Histórica Da Educação Especial
Histórica Da Educação Especial
Histórica Da Educação Especial
1. ANTECEDENTES
A Educação Especial inicia o seu percurso nos finais do século XVIII, época
maioritariamente marcada pela ignorância, rejeição e mesmo abandono do indivíduo
portador de diferença ou deficiência. Nas sociedades antigas era normal o infanticídio
quando se observavam anormalidades nas crianças, sendo Esparta o exemplo mais
conhecido, povo que praticava o abandono dos nados “imperfeitos” como método de
seleção.
Na Idade Média, a igreja condenou o infanticídio, mas, por outro lado, alimentou a ideia de
atribuir a causas sobrenaturais as anormalidades ou enfermidades de que padeciam as
pessoas. Considerou estas pessoas como estando possuídas pelo demónio e por outros
espíritos maléficos e submetia-as a práticas de exorcismo e mesmo à morte.
Surgem em meados do século XVI, as primeiras experiências positivas com o Frade Pedro
Ponce de León (1509-1584) dentro de um grupo de 12 crianças surdas e que alcançou
um êxito apreciável. Este Frade é reconhecido como o percursor dos ensaios para surdos e
criador do método oral.
Valentín Hauy, criou em Paris um instituto para crianças cegas. Entre os seus alunos
encontrava-se Louis Braille, (1806-1852), que viria a criar mais tarde o famoso sistema de
leitura e escrita que ficou conhecido com o seu nome. Este sistema Braille é utilizado
actualmente pelas crianças cegas permitindo-lhes superar as dificuldades na leitura e na
escrita, proporcionando-lhes desta forma uma oportunidade de educação igual às outras
crianças.
A Era das Instituições surge nos finais do século XVIII, princípios do século XIX,
iniciando-se o período da institucionalização especializada de pessoas deficientes, podendo-
se considerar como o aparecimento da Educação Especial.
É a partir desta data que a sociedade em geral toma consciência da necessidade de auxiliar
este tipo de pessoas, embora seja este auxílio de carácter mais assistencial do que
propriamente educativo.
Para a sociedade, o indivíduo “não normal” era considerado um perigo e, portanto, era
necessário proteger a pessoa “normal”. Por outro lado, consideravam prioritário
“proteger” o deficiente da sociedade, uma vez que esta lhe poderia trazer prejuízos. O
resultado final deste tipo de atitude traduz-se numa discriminação comportamental: separa-
se o deficiente, discriminando-o, segregando-o.
Para tranquilizar a sociedade, são abertas escolas fora das povoações, argumentando-se que
o campo proporcionaria uma vida mais saudável e feliz, fomentando a ideia de que se
Ao longo do século XIX foram criadas escolas especiais para cegos e surdos, e no final do
século, surge o atendimento a deficientes mentais em instituições criadas especificamente.
Para este efeito, nomeadamente, os hospitais psiquiátricos e os sanatórios. Durante a era das
instituições surgem algumas figuras principais da história da Educação Especial, tais como:
3. ÉPOCA ACTUAL
Neste período, surgem as classes especiais e as crianças são rotuladas segundo diferentes
categorias. Multiplicam-se as escolas especiais e diferenciam-se em função das diferentes
etiologias: cegos, surdos, deficientes mentais, paralisias cerebrais, espinhas bífidas,
dificuldades de aprendizagem, entre outras. Os centros especiais e especializados são
separados dos regulares, possuem programas próprios, pessoal técnico e especializado e
constituem um subsistema de Educação Especial diferenciado, dentro do sistema educativo
regular.
A rejeição por parte das associações de país deste tipo de escolas segregadas, recebe o
apoio administrativo na Dinamarca, que inclui na sua legislação o conceito de
“normalização”, entendido como “a possibilidade de o deficiente mental desenvolver um
tipo de vida tão normal quanto possível”.
O modelo de escolas especiais apresenta alguns aspetos positivos que, ao mesmo tempo se
traduzem em muitos inconvenientes. Para a maior parte dos autores que refletem sobre esta
problemática são enunciados mais aspetos negativos do que positivos neste modelo, sendo
estes a favor do ensino integrado.
4- INCLUSÃO
É precisamente dentro desta perspetiva que se deu, nos anos setenta o início da integração
escolar em Portugal. Reconheceu-se que os alunos com Necessidades Educativas Especiais,
o ensono passa a estar orientado para aluno, que é visto como um todo, tendo em conta três
níveis de desenvolvimento: académico, socio emocional e pessoal. É importante ainda
referir que a escola inclusiva não se resume exclusivamente ao contexto escolar, mas
também aos ambientes naturais da comunidade onde a criança e a família vivem e dos quias
provêm as suas rotinas.
Uma escola dita inclusiva deve ser capaz de olhar para a diferença de cada um como uma
mais-valia e utilizar essa diferença para enriquecimento do grupo e de cada um em
particular. Todos são diferentes e deve-se contar com essa diferença para criar ambientes
organizados e estimulantes dos processos de aprendizagem. Cada um deve partilhar,
cooperar e ser responsável na medida das suas possibilidades, capacidades e competências
próprias.
A diversidade é um desafio, uma mais-valia para os educadores, uma vez que lhes permite
tirar partido do enorme recurso que têm à sua mão, neste caso, os seus alunos. Assumindo a
diferença, esta pode ser um factor de equilíbrio pessoal e social.
Os alunos com Necessidades Educativas Especiais passam assim a ter direito a frequentar
as classes ditas regulares, possibilitando-lhes o acesso ao currículo geral através de um
conjunto de apoios apropriados às suas características e necessidades educativas especiais,
sociais e emocionais. Surgem assim, as primeiras escolas inclusivas.
Além de que proporcionam uma educação adequada à maioria das crianças e promovem a
eficiência, numa óptima relação custo – qualidade, de todo o sistema educativo.
Correia (2005:11) defende que a inclusão é “a inserção total do aluno com Necessidades
Educativas Especiais, em termos físicos sociais e académicos nas escolas regulares, onde,
por direito, deve receber todos os serviços adequados às suas necessidades”.
É importante ainda referir que a escola inclusiva não se resume exclusivamente ao contexto
escolar, mas também aos ambientes naturais da comunidade onde a criança e a família
vivem e dos quais provêm as suas rotinas.
A escola inclusiva é uma escola de qualidade para todos, que sabe criar respostas
adequadas às necessidades dos seus alunos, gerando e gerindo os meios e recursos
disponíveis. Ainda que não seja talvez a escola do futuro, é a escola que cada um é capaz de
criar hoje, dando-lhe a sua disponibilidade temporal e o seu conhecimento. A escola
inclusiva está em todos nós e cada um poderá cooperar para uma escola mais justa, mais
humana em que cada indivíduo tem um espaço próprio, embora comum, e um tempo que é
o seu, para dela usufruir e partilhar.
Assim, a escola e todos os elementos que dela fazem parte têm de romper com os
pressupostos tradicionais, ou seja, têm de encontrar estratégias que visem modificar a
situação em que se encontram com o intuito de se tornar uma escola aberta a todas as
diferenças. Não podemos esquecer que “a cultura da diversidade é um processo de
aprendizagem permanente”
5. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA