Módulo Educação Especial

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PROJECTO EDUCAÇÃO ESPECIAL

APRENDIZAGEM PARA
TODOS
BREVE PERSPECTIVA HISTORICA DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E AS NEE

PÔLO ZAIRE, JANEIRO DE 2019


APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

EDUCAÇÃO ESPECIAL I E II- APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS

Estrutura do Módulo.
O presente módulo está organizado e estruturado em 4 Capítulos .
 CAP. 1- falaremos da breve perspectiva histórica da educação especial;
 CAP. 2- abordaremos Educação inclusiva (conceitos de Integração, inclusão,
educação integradora e educação inclusiva);
 CAP. 3- é o maior capitulo e é dedicado à temática das necessidades
educativas especiais (NEE), bem como o conjunto de propostas de intervenção
educativa, na escola e sala de aula, procurando responder ao perfil desejado do
professor do ensino primário, de acordo o novo estatuto da carreira docente
aprovado pelo executivo angolano;
 CAP. 4- A relação Escola-Familia-Comunidade.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
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INTRODUÇÃO AO MÓDULO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL


De acordo a perspectiva expressa no Estatuto da Carreira dos Agentes de Educação,
recentemente aprovado pelo Decreto nº 160/18 de 3 de Julho, no seu Artigo nº 16,
referente ao Perfil do Professor do Ensino Primário, que se exige a este ter capacidade
para identificar crianças com necessidades educativas especiais e proporcionar-lhes o
encaminhamento adequado aos cuidados específicos de que carece. E pelo seu
conteúdo, o presente módulo destina-se aos:
 professores do ensino primário que têm nas suas salas de aula, alunos que
apresentam diferenças ou dificuldades que precisam ser identificadas para que possam
ser apoiadas devidamente.
Professores generalistas que pretendam identificar e avaliar os sinais dessas
dificuldades e conhecer algumas estratégias de trabalho para lidar com elas ou
encaminhar os mesmos para as estruturas e técnicos especializados.
NB: Não se destina a Especialistas do Ensino Especial
Para que a escola seja inclusiva, a condição essencial é a capacitação e formação dos
professores para responder a diversidade dos alunos na escola e na sal de aula.

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1. BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL


1.1. ANÁLISE DO PERCURSO HISTÓRICO
Fazendo uma analise do percurso histórico, antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), percebemos que
durante vários séculos as pessoas com limitações físicas, sensoriais ou cognitivas eram, por um lado, rejeitados, excluídos ou
eliminados, e por outro lado, recebiam protecção e assistência piedosa.
A analise do percurso histórico das pessoas com deficiência ao longo dos temos, permite-nos perceber qual era a percepção
social e as mudanças com que as pessoas com deficiência tiveram que passar. Os movimentos de integração das pessoas com
deficiência não eram homogéneas, pois cada país via-as de forma diferente, isto é, os sentimentos e a maneira de ver as
pessoas com deficiência variava de um país para outro num mesmo período. Quando na Alemanha as pessoas com
deficiência eram submetidas à experiencias cientificas ou mortos, nos EUA os mutilados de guerra eram condecorados como
heróis.
A Idade Média é considerada por alguns autores como período Pré-histórico e por outros como 1ª fase da historia de
educação especial, pois, neste período a deficiência era associada ao espiritismo (exorcismo) ou feitiçaria onde os bebés e
pessoas com deficientes eram considerados possuídos por espíritos malignos, uns abandonados e outros até mesmo mortos.
Nos séculos XVII e XVIII os deficientes eram internados em asilos, hospícios ou prisões e tratados como criminosos, associava-
se a deficiência com a falha moral do individuo ou dos pais.
É já no século XVIII, com iniciativas religiosas e de beneficência que são criados os primeiros Institutos e asilos para surdos e
cegos. Um destacado aluno de um destes institutos Louis Braille (1806-1852), criou o famoso sistema de leitura e escrita
Braille que revolucionou a educação especial.
Embora exista a Declaração dos Direitos Humanos, hoje, em todo mundo, as pessoas com deficiência sofrem descriminação e
preconceitos quer na família, na escola como na comunidade em geral.
Pg. 3 a 5.

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TODOS

1. BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL


1.2. EXCLUSÃO E DESIGUALDADE SOCIAL NOS TEMPOS ACTUAIS.

Há setenta anos, muitos países do mundo declararam o direito a educação para todos, e
garantiram proteger os direitos da criança, dando à crianças com deficiências acesso a
educação, saúde, habitação… (Declaração dos Direitos Humanos e Convenção dos
Direitos da Criança 1948 e 1989 ) que reconhece os direitos da criança com deficiência
para que este tenham acesso a educação, treino, cuidados de saúde…
Apesar disso, em todo mundo, há crianças e jovens que não recebem educação
adequada. Crianças com deficiências são excluídas ou não têm acesso à escola, saúde e
habitação condigna. (ver a pag. 5 sobre as conclusões da conferencia da Tailândia 1990)
Para a questão de educação, a escolarização ou educação escolar é utilizada em toda
sociedade como uma das modalidades para educar.
Este cenário (de falta de acesso escolar) é mais uma demonstração da exclusão e de
desigualdade social, embora a escolarização ou a educação para todos seja vista e tida
como um direito que a todos cabe.
Pag. 5

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1. BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL


1.3. EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

A partir do século XX a escola pública tornou-se obrigatória e gratuita, mas a população


deficiente era excluída desta obrigatoriedade. É já no final década de 60 deste século que
deu-se o inicio a Educação Especial, pois, neste período, a tónica era posta no apoio a
crianças com deficiências específicas.
Partindo duma avaliação, categorizava-se a criança de acordo o tipo de deficiência
detectada. Assim, um “aluno especial” é um anormal, aquele cujo rendimento escolar
não acompanhava o dos colegas da mesma idade. Os alunos especiais eram separadas e
frequentavam escolas especiais (escola para deficientes).
A Educação Especial tornou-se num mundo a parte, dirigida para crianças consideradas
deficientes, criou-se escolas separadas e especiais com instalações e materiais próprias
apenas para os deficientes. A criação dessas instituições tinham como finalidade integrar
as pessoas com deficiência. Mas na verdade esta tendência era uma clarividência da
segregação e exclusão não apenas escolar como também social, pois as instituições de
educação especial eram chamadas de “ escolas para anormais”

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1.4- EDUCAÇÃO ESPECIAL NAS ULTIMAS DÉCADAS.


1.4.1. DA EXCLUSÃO À INTEGRAÇÃO
No final e inicio das décadas 70 e 80 registou-se mudanças consideráveis na perspectiva da educação especial. Foi
neste período que se procurou dar e oferecer as possibilidades educativas a todos, favorecendo a futura
integração. A mudança mais básica é aquela que assenta na “justiça e igualdade”
De acordo a sondagem da UNESCO (1988) em vários países do mundo defendeu-se a integração escolar com a
organização da educação especial pela criação de escolas especiais, separadas que serviam um numero reduzido
de crianças.
Além de crianças com NEE, constatou-se que nas escolas regulares existiam crianças sem progresso satisfatório,
resultando em taxas de insucesso e de desistência escolar muito elevado, o que foi e ainda é preocupação dos
governos.
Para responder a este problema a solução foi a criação de praticas educativas de remediação e compensação.
Remediação : é a criação de classes ou turmas com currículos alternativos, ou seja, turmas dentro da escola
regular, juntando alunos com mais dificuldades escolares que coincidem com as dificuldades sociais.
Recompensação: é apoiar os alunos de acordo as diferenças de aprendizagem, através de aulas e exercícios
suplementares, e apoio educativo. Mesmo assim, a remediação e a compensação mantinham sempre a
perspectiva da escola tradicional, com o mesmo curriculum para todos, onde o professor ensina a todos de igual
modo, a favor de igualdade de oportunidade…. Apesar dessas praticas pedagógicas que visavam melhorar as
desigualdades, os resultados não eram positivos.
Pag. 7.

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ACTIVIDADE 1: REALIZAR A ACTIVIDADE NA PAG. 8

Esta imagem mostra que:


 A escola integrativa ao negar as diferenças, continua reproduzi-las;
 Dar oportunidades iguais a todos e proporcionar medidas de compensação e
remediação promove as desigualdades escolares.

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DA LINGUAGEM DE DEFICIÊNCIA A NEE


O conceito de NEE, tem origem no relatório Wornok, publicado no Reino Unido em 1978
com objectivo de conhecer a situação escolar de crianças com deficiência. De recordar ,
antes deste período, os portadores eram chamados deficientes ou anormais.
O QUE SIGNIFICA TER UMA CRIANÇA COM NEE?
Criança com NEE: Aquela, independentemente da sua deficiência, apresenta um
problema de aprendizagem ao longo da escolarização e que necessita de atenção
especifica e maiores recursos educativos do que seus colegas da mesma idade.
Este conceito nos remete ao conhecimento e identificação dos problemas de
aprendizagem e a resposta da escola relacionada a estes problemas.
Identificar problema não é rotular os alunos, ou seja, é evitar a linguagem de deficiência e
linguagem médica (cego, surdo, amblíope, autista…), é sobretudo, conhecer e dar
resposta educativa , em outras palavras, é mudar a escola.
Vamos reflectir comenta o excerto sobre “ mudar a escola” retirado no relatório na
UNESCO.
Pag. 9

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1.5. A INCLUSÃO E A ESCOLA INCLUSIVA

A conferencia de Salamanca (1994) que teve a participação de 92 países


incluindo Angola e 25 organizações internacionais, constitui um marco histórico
da escola inclusiva. Os seguintes excertos são parte das propostas da escola
inclusiva, pag 9:
Cada criança tem direito a educação e um nível aceitável de aprendizagem;
Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagens que lhe
são próprias;
Os sistemas educativos devem ser planeados e os programas educativos implementados em função
da diversidade de características e necessidades (Diferenciação Pedagógica);
As crianças e jovens com NEE devem ter acesso à escolas regulares, e essas escolas devem se
adequar através de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro dessas necessidades.
As escolas regulares, ao seguirem esta orientação inclusiva, vão combater a
descriminação e proporcionar uma educação que se adequa as diferentes
necessidades.
Pag. 9 e 10

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1.5. A INCLUSÃO E A ESCOLA INCLUSIVA

Actividade 2:
Declaração de Salamanca.
Objectivo: conhecer a Declaração de Salamanca e reflectir sobre desafios que se
colocam à Educação Especial.
1- Leia os excertos da declaração apresentados no 1.5, pag. 9 e 10;
2- Tome algumas notas e sublinhe as passagens mais importantes
3- Em grupos sintetizem e partilhem as vossas conclusões com a turma.

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1.5. A INCLUSÃO E A ESCOLA INCLUSIVA

Actividade 3:
Analise as diferenças entre os conceitos de integração, inclusão, segregação e exclusão
1- Analise e comente as imagens com colega
2- Encontre situações na nossa sociedade que possam ser ilustradas pelas
imagens;
3- Partilhe essas situações com a turma.

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INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO DOIS CONCEITOS DISTINTOS

O que é integração e inclusão?


Integração: é separar e dar oportunidade de aprendizagem aos alunos com NEE,
com a criação de escola especiais e paralelas à escolas regulares, para que alunos
com deficiência tenham condições especiais de frequência sem tocar os valores
inclusivos da escola.
É segregar os alunos em grupos de anormais e grupos de normais.
Inclusão: é diferente de integração. Não separa os alunos em grupos. Não cria
escolas especiais. Olha todos de igual modo, identifica os problemas (NEE) e as
diferenças, aceita e valoriza e toca os valores inclusivos.
A integração é aqui comparada a segregação, separação e descriminação (indiferenciação).
Inclusão é aceitar as diferenças e a diversidade; é diferenciar e beneficiar todos e não apenas
os marginalizados; é admitir os excluídos e promover acesso igual à educação.
Pag. 10 e 12

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DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO

Inclusão, continuação….
Em vez de proporcionar experiencias de aprendizagens em escolas especiais, os
professores do ensino primário ou escolas regulares devem proporcionar um
currículo comum para todos (flexível), que tenha em contas as diferenças
individuais dos alunos e dar resposta adequada às necessidades do alunos.
O caminho mais viável é o de romper a criação de escolas especiais e incluir
alunos deficientes nas classes e turmas do ensino regular.
Para aprofundar as aprendizagens:
Leia em casa os excertos da lei de Base do Sistema Educativo de Angola, artigo 9º sobre
universalidade. E artigo 84º sobre objectivos específicos da Modalidade de Educação Especial e
analise histórica da Educação Especial em Angola bem como da investigação feita em 2009 pelos
professores do Magistério Primário de Benguela, no âmbito do PRJECTO PREPA.
Pag. 12 e 13

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2. EDUCAÇÃO INCLUSIVA- CONCEITO E DEFINIÇÃO


Escola integradora: aquela que separa os alunos em dois grupos: normais e anormais. É semelhante a escola
tradicional (mesmo currículo e mesmo conteúdo para todos), e os alunos com deficiência recebem um tratamento
especial e apoio em separado.
Escola inclusiva:
Não separa os alunos, trabalha com todos flexibilizando o currículo, tendo em conta as diferenças, os interesses e
as necessidades individuais dos alunos, identificando, conhecendo e aceitando os problemas e dando resposta aos
alunos com NEE através do ensino centrado na criança.
Aquela que inclui todas crianças e jovens com NEE nas estruturas educativas destinadas à todas as crianças. Que
tem como desafio desenvolver a pedagogia centrada na criança susceptível a educar todos com sucesso, incluindo
aquelas que apresentam graves capacidades. Nesta escola assume-se que as diferenças são normais e que
aprendizagem deve se adaptar às necessidades da criança e não a criança se adaptar ao currículo. A pedagogia usada
nestas escolas permite reduzir as desistências e as reprovações e garantir um êxito escolar aceitável.
Na integração: o professor não faz nada concernente a “mudar a escola”, ensina todos de igual modo. É o aluno
que deve se adaptar a realidade da escola.
Na inclusão: o professor trabalha com todos, muda a escola, procura flexibilizar o currículo com as necessidades do
aluno. Aqui a escola é que se adapta às necessidades do aluno, com vista a dar resposta às NEE. A educação inclusiva
não deve ser vista apenas como forma de servir crianças com deficiência no âmbito da educação geral.
Actividade 4
Ler a comparação do princípios de integração e inclusão e reflectir sobre ela (Pag. 14 e 15)

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2.1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA- CONCEITO E DEFINIÇÃO

ACTIVIDADE 5:
EU NO LUGAR DO OUTRO. Pag. 15-16

Reflicta e partilhe ideias e experiencias de vida pessoal e colectiva em diferentes contextos


onde vive ou viveu (comunidade, escola, espaços de lazer e de apoio social, etc)
1- Recorda-se de algum momento particular em que se sentiu excluído e outro em que foi
excluído? Registe no quadro1 esses momentos.
2- Identifique as razões que estiveram na origem de exclusão e de inclusão. Registe-os no
quadro2.
Ex: do quadro.
INCLUSÃO EXCLUSÃO
MOMENTOS RAZÕES MOMENTOS RAZÕES

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2. 4. EDUCAÇÃO INCLUSIVA- BARREIRAS

Existem varias barreiras dentro e fora da escola que podem contribuir para uma
pratica exclusiva, reflectirmos nelas ajuda compreender quais as variáveis e
factores internos e externos que podem comprometer a inclusão:
Obstáculos à aprendizagem e à educação inclusiva
Dentro da escola Fora da escola
-Barreiras arquitectónicas (falta de rampas e -Atitudes negativas das famílias, dos
marcações para os deficientes) professores, da direcção da escola e da
-Organização escolar (regular e especial) educação
-Culturas e politicas educativas -Isolamento das famílias no seio da
-Novas abordagens para o ensino e comunidade ou o isolamento cultural das
aprendizagem…. famílias
-A ignorância das politicas nacionais e
internacionais…
(……..) (………)

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

NEE: é um termo associado a pessoas com problemas sensoriais, físicos,


intelectuais, emocionais e com dificuldades de aprendizagem derivados de
factores orgânicos e ou ambientais (permanentes ou temporais).
Ao professor do ensino primário se espera que este identifique alunos com essas
necessidades. Mas isto não quer dizer que deve rotular ou etiquetar esses
deficiências e fechar o seu olhar para um grupo que apresenta as NEE.
Identificar e diagnosticar clinicamente as NEE não representa uma alteração na
forma como se olha esse aluno, ou ainda, altera o modo com trabalhamos com
este.
É nesta visão que se criaram as escolas de ensino especial (rotular e etiquetar),
adequado-as às necessidades, com recursos que só são usados nestas para alunos
dessas escolas.
Mas na escola inclusiva, as pessoas com NEE, não aprendem em separados, dá-se
resposta às necessidades educativas com a flexibilidade do currículo, procurando
sempre um apoio e uma terapia dos especialistas, para responder aos problemas…

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2.11. A SALA DE AULA INCLUSIVA- SUA ORGANIZAÇÃO.

O que é uma sala de aula inclusiva?


É aquela que canaliza todos recursos disponíveis para que a pratica de inclusão seja real e efectiva,
ao ponto de integrar o quotidiano dos alunos e dos professores em todas as aprendizagens sejam
partilhadas e em todas actividades realizadas.
Aquela onde cada aluno terá a possibilidade de desenvolver plenamente as suas competências de
acordo as suas necessidades e capacidades. Onde cada aluno é capaz de chegar mais longe e tornar-
se um cidadão consciente dos seus direitos e deveres para com todos e a comunidade.
Aquela onde os conteúdos e aprendizagens escolares a realizar são considerados como objectos de
aprendizagem que cabe a cada aluno atribuir significado ao que aprendeu, sendo o professor um
facilitador e mediador.
aquela que é segura, com espaço acolhedor, flexível quanto ao nível do tempo ao nível da
organização do espaço e dos materiais;
Aquela que promove momentos de interacção entre professores e alunos, gerando momentos de
confiança mutua.

Ver a pag. 35.

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CRIAR UMA SALA DE AULA INCLUSIVA NÃO É JUNTAR TODOS ALUNOS NO MESMO ESPAÇO, REALIZAR A MESMA
ACTIVIDADE, DESEMPENHAR MESMA TAREFA, FAZENDO DA MESMA FORMA….

Segura:
Proporciona r o acesso, a acessibilidade
e orientação espacial a todos alunos,
professores…

Gerir o tempo a favor da


Acolhedora: procura
diversidade dos alunos:
(organizar com os alunos Sala de Aula que todos, alunos,
rotinas de trabalho,
horários, calendários,
mapas de actividades…)
Inclusiva professores…se sintam
confortáveis.

Gestão do espaço e dos materiais de


acordo as actividades a realizar:
(diferentes espaços de aprendizagem,
mesas e cadeiras que permitam uma
organização adequada ao
desenvolvimento da actividade.)

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2.12. ORGANIZAR UMA SALA DE AULA INCLUSIVA

A organização duma sala de aula é fundamental. É importante que se construa


um espaço inclusivo de aprendizagem, diferente daqueles imutáveis, que criam
desigualdades de acesso à aprendizagem (sala de carteiras em fila e o professor
estatístico junto ao quadro…), e os alunos (com problemas sensoriais de visão,
de audição ou de gestão de comportamento) longe da fonte de informação, o
que contribui na criação e aumento de dificuldades intrínsecas…
Se termos consciência das dificuldades que os alunos tenham e percebermos
como nossas, vai permitir-nos alterar as circunstancias que constituem barreiras
à aprendizagem inclusiva. Para isso, devemos usar flexibilidade na organização
dos espaços e do currículo são importantes princípios que geram aprendizagem
interactivos e de inclusão.
Ver as figuras das salas alternativas, pag. 37 e 38.

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INCLUSÃO- VALORES EM ACÇÃO


Na prática, todos os valores que permitem evitar e erradicar a exclusão são valores de inclusão.
A prática desses valores e sua definição como base de trabalho irá influenciar, de forma positiva, a
vida de todos os outros e terão impacto nos diferentes contextos de vida.

DEBATE:
A Constituição da República de 2010 reconhece, como fundamentais, conjunto de valores que devem
orientar a prática da cidadania e acção do estado. Tolerância, igualdade, justiça, solidariedade, paz,
progresso, respeito pela vida, pela diversidade e pela desigualdade das pessoas.
Ainda nesta Carta Magna, são identificados claramente os princípios fundamentais que determinam a
vontade colectiva: «… a edificar todos, juntos, uma sociedade justa e de progresso que respeite a
vida, a diversidade e a dignidade das pessoas…»
« …todos juntos...»

Actividade 6
Baseando-se nos valores expressos na Constituição da Republica de Angola, descobre e comente
sobre quais os valores que orientam o projecto educativo e pratica pedagógica da tua escola e
da tua sala de aula? Pag 17-18

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2.17. A DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA E A PEDAGOGIA INCLUSIVA


Se nosso objectivo é de trabalhar para o sucesso de todos, temos de praticar a
diversificação pedagógica ( de métodos e as metodologias) e flexibilizar o currículo (como
principio de adequação individual às necessidades de cada aluno).
A atitude para construir uma pedagogia inclusiva está presente na atitude do professor
perante a aprendizagem e partilha cooperativa de conhecimento.
Recorrendo a diferenciação pedagógica já abordada nos módulos passados, vimos que
para o professor diferenciar o ensino em função da diversidade dos alunos, deverá:
Usar planos que abordem mesmos assuntos de formas diferentes e utilizem recursos diversificados;
Disponibilizar resumos e indicações claras e acessíveis para todos;
Diferenciar actividades de acordo os diferentes estilos de aprendizagem dos alunos enquanto estiver a ensinar
mesmo conteúdo;
Recorrer a interpretação de Língua Gestual Angolana quando são apresentados documentos áudios….
A participação activa de todos alunos em todas actividades, é a condição fundamental na
inclusão escolar. Lembre-se: “estar” é diferente de “participar”.
Pag. 43

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2.18. MUDAR O OLHAR

Mudar o olhar não é apenas identificar as limitações dos alunos, mas sim,
compreender melhor suas competências e suas necessidades individuais.
Mudar o olhar é, para nós os professores, mudar a forma de ver e o foco da
nossa atenção perante a sala de aula, de formas a mudar e adequar nossa
atitude sobre o que é necessário alterar.
Mudar o foco da nossa atenção significa não apenas olhar para as limitações dos
alunos, mas é ressaltar as competências destes, apesar das sua limitações. É
conhecer e compreender as limitações e ainda procurar perceber que, apesar
das limitações que possa ter, o aluno com NEE, pode progredir e chegar muito
longe assim como qualquer um…
Ver figuras na pag. 46.

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EDUACAÇÃO ESPECIAL-PARTE II

NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAIS E INTERVENÇÃO
EDUCATIVA

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NOTA INTRODUTORA

O Cap. III é dedicado às NEE, com um conjunto de propostas de intervenção


educativa, na escola e na sala de aula, que procuram responder ao Estatuto da
Carreira dos Agentes de Educação aprovado pelo Decreto Presidencial nº 160/18
de 3 de Julho, que estabelece no seu artigo nº 16, sobre o Perfil do Professor do
Ensino Primário.
O Cap. IV aborda a relação escola-familia-comunidade e um conjunto de
propostas facilitadoras dessas intervenções.

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TODOS

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E INTERVENÇÃO EDUCATIVA

Na primeira parte reflectimos sobre a tarefa complexa de identificar e incluir os alunos que
apresentam NEE. Concluímos que sem alteração da pratica docente, sem mudança de atitude, sem
adequar o currículo, sem flexibilização pedagógica, ou ainda, sem adequação dos espaços, de tempos
e de recursos, será pouco importante reconhecer o aluno que apresenta NEE.
Ao invés de colocar a dificuldade no aluno por apresentar NEE, deve-se perceber o que é necessário
alterar no contexto educativo para que o aluno possa participar activamente.
Na parte 2 deste modulo são apresentadas as principais NEE, como identifica-las, reconhece-las, para
intervir pedagogicamente.
É nos chamada a atenção de não «rotular» e não categorizar os alunos ou crianças com NEE, pois,
estabelecer rótulos para crianças com NEE tem efeitos negativos, que podem incluir estigma, rejeição,
expectativa baixa…
Uma das medidas para compreender e responder as NEE é a alteração e adequação profunda do
currículo e de recursos a mobilizar. Outra medida é a de constituir equipes multidisciplinares,
constituídas por profissionais de educação de saúde, de serviço social, com apoio das famílias e
comunidade, que dão resposta às NEE, e que ajudam os alunos com NEE desenvolver ao máximo suas
competências no contexto da sala de aula e da escola. A intervenção de terapeutas de fala, de
fisioterapeuta, de professores de Educação Especial, ajuda dar resposta de inclusão aos alunos com
NEE.

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TODOS

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E INTERVENÇÃO EDUCATIVA

Como já se pode perceber, os objectivos deste manual consistem em:


Identificar os domínios das NEE;
Caracterizar o que são;
Identificar alguns sinais mais evidentes e propor estratégias de apoio (o que
fazer?) para pedagogicamente, apoiar e reencaminhar para serviços de apoios
específicos (técnicos e centros de recursos de NEE) existentes.

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NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E INTERVENÇÃO EDUCATIVA

O QUE SE ENTENDE POR NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS?.


É um termo associado a pessoas com problemas sensoriais, físicos, intelectuais,
emocionais e com dificuldades de aprendizagem derivados de factores orgânicos e ou
ambientais. Não se restringem apenas a deficiências ou distúrbios, mas abrangem
também alunos cujo condições socio-culturais e económicas sejam desfavoráveis.
TIPOS DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS:
1- De carácter permanente: aquelas que exigem adaptações generalizadas do currículo
escolar, devendo o mesmo ser adaptado tendo em conta às características do aluno
durante grande parte ou todo percurso escolar deste aluno.
São problemáticas originárias por problemas orgânicos num órgão do corpo, problemas
funcionais que comprometem o desempenho das actividades diárias , por défices sociais,
culturais e económicos graves e de violência e abuso.
Abrangem alunos que apresentam alterações significativas do desenvolvimento provocada
por problemas orgânicos funcionais e défices socio-culturais e económicas graves. Ou
ainda por problemas sensoriais, intelectuais, físicos, emocionais e outros ligados a saúde.

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TODOS

TIPOS DE NECESSIDADES EDUCATIVAS


2- De carácter temporário: aquelas que exigem modificações parciais do currículo escolar,
adaptando-o às características do aluno num determinado momento do seu desenvolvimento.
São um conjunto dificuldades com impacto ao nível de actividade de participação e acesso ao
currículo. São problemas ao nível do desenvolvimento das funções mentais que se relacionam
com os processos de: aquisição e aplicação da leitura e da escrita e do calculo (problemas de
desenvolvimento linguístico, da percepção, sociocultural e emocional).
Neste grupo é importante identificar com clareza e reconhecer quais os problemas e as
dificuldades que são intrínsecas aos alunos e separando-os daqueles originados pelos factores
externos como:
Os métodos de ensino inadequados;
A atitude dos docentes e dos colegas;
A organização da sala de aula;
Falta de apoio aos estudos;
As condições de habitação, de alimentação, de higiene…
Pag. 53 -55.

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PROJECTO
TODOS

ESTRATÉGIAS DE APOIO ÀS ALUNOS COM NEE

Reconhecer as diferenças individuais dos alunos;


Afastar do sistema de educação a Pedagogia Bancária e adoptar abordagens
mais centradas no aluno, que reconheçam que cada um, independentemente da
sua diferença, tem capacidade e modo especifico de aprender (Diferenciação).
Estar consciente da atitude do professor perante aprendizagem e partilha
cooperativa de conhecimentos é determinante na construção da Pedagogia
Inclusiva.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

DOMÍNIOS DAS NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS


As NEE enquadram-se principalmente nos seguintes domínios:
Domínio Emocional e da Personalidade: Perturbação do Espectro de Autismo,
perturbação de Hiperactividade e défice de atenção;
Domínio da visão: baixa visão, cegueira e ambliopia;
Domínio da audição: défice auditivo e surdez;
Domínio da comunicação, da linguagem e da fala: afasia, dislexia…;
Domínio motor: paralisia cerebral, spina bífida, distrofia muscular, amputações,
problemas respiratórios graves, poliomielite,…;
Domínio da multidificiencia e da surdocegueira congénita;
Domínio cognitivo e intelectual: deficiência mental nos diferentes graus: Síndrome de
Down;
Dominio da saúde: epilepsia, VIH/SIDA, malária, hemofilia, asma, cancro, …
Pag. 67-71

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

DOMINIO DA AUDIÇÃO

Para muitos especialistas a perca de audição tem impacto grande na forma de


conhecer, recordar, comunicar, aprender, falar e relacionar-se ou conviver em
grupos.
Os surdos não constituem um grupo homogéneo (iguais), pois existem subgrupos
com diferenças nas variáveis que influenciam a surdez:
 Grau de perca de audição: se for muito intenso vai influenciar negativamente
a competência linguística, cognitiva e social;
 Idade de inicio da surdez: antes do nascimento (congenita), do nascimento
ate aos 3 anos e depois dos três anos;
 A causa da surdez (etiologia):
a) Heriditaria: ate agora não há causas exactas.
b) Adquiridas: causadas por no parto, por doença, por acidente, etc.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

DOMINIO DA AUDIÇÃO- A SURDO-CEGUEIRA.

 Factores comunicativos e auditivos: refletem-se na atitude dos pais em


aceitar ou não a surdez do seu filho e proporcionar um ambiente de
comunicação favorável à inclusão familiar.
Sinais de alerta:
Ler os possíveis sinais na pagina 68
O que fazer?
O passo a seguir é o de reconhecer e aceitar a deficiência e ter em conta não
apenas a sua limitação mas ressaltar as competências e suas potencialidades.
Outro modo de lidar com criança surda é ter cuidado com mitos e realidades.
Analisar os mitos e realidades na pag 69.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
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DOMINIO DA AUDIÇÃO- A SURDO-CEGUEIRA.

Actividade 7
A. Individualmente.
Leia individualmente as estratégias pedagógicas de como lidar com aluno surdo e
sublinhe as ideias mais importantes. Pag. 69-70
B. Em grupos
Leiam e reflitam sobre um caso da vida real do professor Rafael. Pag. 71
 Que conclusões chegaram?
 Qual é o peso dos fatores que levaram essa pessoa surda se tornar professor?
 O relacionamento com os colegas;
 O domínio da linguagem gestual

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PROJECTO
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DOMINIO DA AUDIÇÃO- A SURDO-CEGUEIRA.

Actividade 8
Reflectir sobre a importância do ambiente de comunicação, troca e inclusão (ler o
texto na Pag. 67).
Depois de ler o texto, reflectir sobre as questões seguintes:
1- Identificar os sintomas precoces das dificuldades auditivas evidenciados no texto.
2- O que teria justificado comportamentos contraditórios das duas crianças perante
novas situações?
3- Como os contextos familiares, escolares, em que vivem, e a forma como é
encarada a dificuldade auditiva, podem ser determinantes na socialização da
criança?
4- Partilhem em grupos as vossas conclusões.
O que fazer? Sinais, mitos e verdades, importância da linguagem gestual. Pag. 67-
71.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
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NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E INTERVENÇÃO EDUCATIVA

Actividade 9 a realizar na formação.


Os formandos divididos em grupos estudam as principais necessidades educativas
especiais, seus principais sinais de alerta e as possíveis propostas de estratégias
de resposta educativa (Pgs. 5 à 47).
Em cada uma das NEE, reflectir sobre : o que é? E o que fazer?
 Apresentar no final suas produções e conclusões à turma.
Lembre-se:
Ao professor se espera que identifique as NEE e não etiquetar, rotular ou usar
linguagem médica.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

CAP. 4. RELAÇÃO ESCOLA-FAMILIA-COMUNIDADE


O objectivo principal deste capitulo centra-se na sensibilização dos professores do ensino
primário envolver a participação dos pais e da comunidade na vida escolar das crianças
com NEE, através de atitudes e praticas que fomenta o envolvimento próximo entre a
escola, família e comunidade.
A participação das famílias nas escola, contribui bastante para melhor conhecimento das
NEE de cada criança.
A relação activa e participativa da família permite adequar melhor os processos de
aprendizagem às necessidades especificas, que se traduzem numa melhor integração e
numa consequente socialização mais favorável.
O envolvimento das famílias na vida escolar da criança com NEE contribui para:
Aumentar e melhorar a qualidade das interacções parentais em casa;
Maior segurança e confiança no apoio dos pais às crianças;
Desenvolvimento das competências especificas como responsáveis pela tomada de decisões
em aspectos relativos à vida das crianças;
 para melhoria na assiduidade das crianças na escola.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

A FAMÍLIA NO CONTEXTO AFRICANO. CARACTERÍSTICAS DAS


FAMÍLIAS DE CRIANÇA COM NEE.
Família: é a primeira instituição permanente na vida onde se nasce, se processa o
crescimento e se constrói processo de vida autónoma da criança. É ainda a comunidade
humana, onde ao nascer, cada um é reconhecido o seu carácter individual, irrepetível e
insubstituível. É o primeiro grupo onde se inicia suas experiencias de interacções,
organizada em grau parentesco.
No contesto africano e angolano, a família classifica-se em:
Nuclear: composta por pai mãe e filhos;
Alargada: composta por um conjunto de famílias que vivem na mesma casa;
Extensiva/consanguínea: estrutura mais ampla que consiste na família nuclear, mais
parentes directos ou colaterais, um relação extensiva entre pais e filhos para avós e netos.
Incompletas: que resultam da porte ou separação dos pais.
Monoparentais: com um adulto, com ou sem crianças devido a fenómenos sociais
(divorcio, morte, abandono do lar…)

REPÚBLICA DE ANGOLA -2018 39


APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
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FAMÍLIA NO CONTEXTO AFRICANO

Actividade 16. Identificar as varias famílias no contexto africano/angolano.


1- Individualmente, leia o ponto 4.2.1 (família no contexto africano) e sublinhe a
informação mais relevante.
2- Leia o texto “Gilsia, a família e a escola”
3- Em grupos identifique e descreva os tipos de famílias existentes no seu
contexto escolar.
4- Identifique as situações particulares de alunos com NEE evidentes.
5- Discuta em grupo a situação da Gilsia, mãe solteira, sem recursos e tome
notas.
6- Apresentem vosso trabalho na plenária.
7- Discuta sobre o que fazer?

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PROJECTO
TODOS

RELAÇÕES ESCOLA, FAMÍLIA E COMUNIDADE NO APOIO A


CRIANÇA COM NEE.
Para uma educação de qualidade para todos, a articulação entre escola, família e
comunidade é condição imprescindível. Se não haver relação entre família escola
cria problemas à criança com que se vão evidenciar no meio escolar e que
afectarão o seu desenvolvimento.
Sendo assim, a parceria entre escola, família e comunidade deve desempenhar
papeis distintos:
A família será responsável em garantir à criança a frequência escolar com
regularidade, sem que esta esteja ocupada em trabalhos infantis em detrimento
da escola;
A escola terá a função de promover o desenvolvimento pessoal do aluno e
estimular a definição da identidade de cada um.
A parceria da comunidade é relevante na partilha de saberes e de
experiencias, com participação de vários intervenientes educativos na busca de
resposta educativa para crianças com NEE.

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APRENDIZAGEM PARA
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RELAÇÕES ESCOLA, FAMÍLIA E COMUNIDADE NO APOIO A


CRIANÇA COM NEE.
ACTIVIDADE 22 - Identificar boas praticas na relação escola, família e
comunidade nos seus contextos de trabalho.
1- leia individualmente o ponto 4.5 e sublinhe a informação mais relevante.
2- sintetize com seu grupo a informação essencial, identifique com seus colegas
as boas praticas de relação positiva escola, família e comunidade.
ACTIVIDADE 23- As relações escola, família e comunidade e criança com NEE.
1- identifique as relações entre escola, família e comunidade que facilitam a
inclusão da criança com NEE.
2- Faça uma lista de estratégias que permitem adoptar medidas para auxiliar as
famílias com NEE.

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APRENDIZAGEM PARA
PROJECTO
TODOS

MUITO OBRIGADO!

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