1º Bimestre - Direito Proc. Civil Ii
1º Bimestre - Direito Proc. Civil Ii
1º Bimestre - Direito Proc. Civil Ii
❖ PRIMEIROS APONTAMENTOS
- Os processos dividem-se entre processo de conhecimento (comum e especial) e processo
de execução.
- Para o processo ser de execução, é necessário que a pessoa possua um título válido, e
este atenda aos requisitos para ser executado.
- O processo de conhecimento de rito comum, possui a mesma sequência procedimental,
enquanto o processo de conhecimento de rito especial, possui uma sequência
procedimental própria para cada ação ajuizada.
- O processo de conhecimento termina na sentença.
- As ações de rito especial encontram-se nos artigos 539 a 770 do CPC, sendo que, por
exclusão, as que não estiverem nesses artigos são de rito comum. Exceção: algumas
ações de ritos especiais podem ter uma lei própria, como por exemplo a ação de alimentos.
❖ NECESSIDADE DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA (NÃO CAI NA
PROVA)
* A sentença deve ser líquida, ou seja, deve ter um valor estabelecido, entretanto pode
haver situações com pedido de natureza genérica, em que, num primeiro momento, não é
possível fixar o valor exato a ser pago.
* Aplicada toda vez que a decisão condenatória não revelar o “quantum” da prestação
pecuniária, ou a espécie da obrigação que a parte deve cumprir, ou seja, quanto o réu
deve. Ex: atropelamento com vítima sequelada, que move uma ação para ser reparada
pelo valor despendido, mas é impossível fixar um valor, pois ainda está em período de
tratamento.
- Compreende-se por liquidação de sentença, a fixação ou a determinação em quantidade
certa, do valor da condenação determinada em decisão judicial, que não se mostra líquida.
- Liquidar a sentença é completar o que nela falta.
- Art. 509 do CPC. “Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida,
proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor.”
OBS: Só existe liquidação de sentença de título judicial, e a sentença deve ser
condenatória.
OBS: Quando o pedido é genérico, a sentença é ilíquida.
- Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
promover, desde logo, o cumprimento de sentença. Portanto, ela não será considerada
ilíquida nesses casos. EX: Apresentação de memória discriminada do débito – Art. 524
do CPC.
OBS: Quando se fala de cálculo aritmético, trata-se de uma liquidação ato, não tendo
necessidade de liquidação de sentença.
- A liquidação da sentença trata-se de uma fase intermediária, antes do cumprimento da
sentença, que ocorre quando a mesma é ilíquida.
❖ MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA NO CPC (NÃO CAI
NA PROVA)
- O CPC estabelece duas modalidades de liquidação de sentença, uma mais simples e
outra mais complexa.
I) Liquidação por arbitramento – inciso I, art. 509 do CPC → é a modalidade mais
comum. É aquela que se presta a apuração do valor de um bem ou serviço, ou ainda é
aquela que realiza a apuração do elemento faltante para completa definição da norma
jurídica, dependendo apenas da produção de uma prova pericial.
- A prova pericial pode ser realizada em diversas modalidades. Ex: perícia para avaliar o
valor de um bem ou serviço; perícia contábil.
- As hipóteses de cabimento são:
* Determinação pelo próprio Juízo na sentença do mérito;
* Convenção entre as partes;
* Em razão da natureza do objeto da liquidação.
OBS: Em certos casos o pedido é líquido, certo e determinado e mesmo assim o juiz
determina a liquidação da sentença.
- Aspectos procedimentais da liquidação por arbitramento:
* Legitimidade: credor ou devedor;
- Tanto o credor, quanto o devedor possuem legitimidade para pedir que seja realizada a
liquidação da sentença.
* Petição intermediária dando início à liquidação da sentença;
- A liquidação de sentença não consiste em um processo autônomo.
- A petição intermediária é uma petição simples que não segue o modelo da petição inicial
e que vai dentro dos autos do processo.
* Intimação das partes para a apresentação de pareceres ou documento elucidativos;
- Às vezes, apenas com a apresentação desses documentos o juiz pode fixar o valor da
sentença, dispensando a produção de prova pericial;
- Art. 510 do CPC. “Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a
apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não
possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da
prova pericial.”
* Prazo fixado pelo juiz;
* Não há contestação;
* Caso não possa decidir de plano, nomeará perito.
* As partes poderão apresentar quesitos e indicar assistente técnico;
* Apresentado o laudo em juízo;
* Manifestação das partes sobre o laudo;
* Juiz proferirá decisão de natureza interlocutória que definirá o valo da obrigação;
* Facultado ao magistrado determinar ou dispensar a produção de provas que entenda
imprescindíveis ou inúteis ao deslinde da controvérsia;
* Recurso cabível – Agravo de instrumento;
II) Liquidação de sentença pelo procedimento comum – inciso II, art. 509, CPC →
É a modalidade mais complexa. Esta será adotada sempre que existir a necessidade de se
provar e alegar fatos novos, ligados ao quantum devido.
OBS: Enquanto na liquidação por arbitramento a única prova que se precisa produzir é a
pericial, aqui são necessárias outras modalidades de prova, além da pericial.
- Aspectos procedimentais da liquidação de sentença pelo procedimento comum:
* Legitimidade: credor ou devedor;
* Petição inicial – indicação dos fatos novos a serem provados + provas que pretende
produzir + apuração do valor do quantum devido.
* Intimação da parte para apresentar contestação, sob pena de presumir verdadeiros os
fatos novos apresentados pelo autor.
- Art. 511 do CPC. “Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a
intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que
estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias,
observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste
Código .”
- Deve haver contraditório.
* Prazo para contestação – 15 dias;
* Todos os meios de provas são admitidos – técnica e AIJ;
* Decisão interlocutória – natureza, julgamento da liquidação que poderá ser total ou
parcial e apontará o quantum devido;
* Recurso cabível – Agravo de instrumento (15 dias)
* Admite-se mais de uma liquidação pelo procedimento comum;
OBS: Há um tipo de liquidação especial, sendo esta, a liquidação de sentença genérica
em ação civil pública
- Liquidação de sentença genérica em ação civil pública – é um tipo especial de
liquidação de sentença destinada a apuração do quantum devido às vítimas, quando
proferida sentença condenatória genérica nas ações civis públicas para defesa de interesse
individual homogêneo.
- Aspectos procedimentais da liquidação de sentença genérica em ação civil pública:
* Legitimidade processual: Ministério Público;
* Em caso de procedência, o magistrado proferirá sentença genérica, que condenará o
réu ao pagamento de indenização a todas as vítimas. Pode ser individual;
* Pedido de liquidação: prova da condição de vítima – extensão dos danos;
* Aplicação, por analogia, das regras do CPC;
* Sentença de natureza constitutiva (na liquidação pelo procedimento comum, é decisão
interlocutória).
* Recurso cabível: apelação.
❖ LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – PARTE LÍQUIDA E ILÍQUIDA (NÃO
CAI NA PROVA)
- É possível ter numa mesma sentença uma parte líquida, a qual já se pode definir o valor
estabelecido, e uma parte ilíquida.
*Parte líquida – realiza-se o cumprimento de sentença.
*Parte ilíquida – aplica-se a liquidação de sentença.
- EX: pedido de danos morais, materiais e lucros cessantes. Danos morais e materiais
podem ser apurados desde logo na sentença, enquanto os lucros cessantes podem passar
à liquidação.
❖ LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA (NÃO CAI NA PROVA)
- Aspectos procedimentais da liquidação provisória:
* Admite-se liquidação provisória quando há recurso pendente desprovido de efeito
suspensivo para se apurar o quantum devido - antecipação do procedimento;
OBS: Recurso com efeito suspensivo – suspende o cumprimento da decisão originária,
até o julgamento do recurso, ou seja, o processo fica suspenso fica suspenso em 1ª
instância até que o recurso seja julgado.
* Processadas no juízo a quo (primeira instância);
* Formação de autos suplementares – apenas quando o processo for físico;
- Os autos suplementares são basicamente, os principais documentos do processo
originário.
* Caso o recurso seja provido, a liquidação provisória perde seus efeitos;
* Liquidação provisória com efeito suspensivo – o cumprimento da sentença em primeiro
grau é suspenso, enquanto o recurso é analisado.
- Art. 512 do CPC. “A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso,
processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir
o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.”
❖ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – ASPECTOS GERAIS
- Arts. 513 a 519 do CPC.
- O cumprimento de sentença é uma fase que ocorre logo após o proferimento da sentença
pelo juiz e o trânsito em julgado.
- Essa fase é muito importante, porque é nela que todos os atos debatidos ao longo do
processo tomarão uma forma no mundo real, podendo-se afirmar, portanto, que é nela
que se dará a eficácia do processo, ou seja, o autor verá o seu direito material ser realizado.
- Só há cumprimento de sentença daquelas que tem uma obrigação a ser cumprida
(sentença que possui conteúdo condenatório de uma obrigação).
- OBS: uma sentença pode não ter natureza condenatória, mas pode ter conteúdo
condenatório. EX: pagamento de honorários.
- Art. 513. “O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título,
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II
da Parte Especial deste Código.”
“§1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou
definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.”
* O requerimento deverá ser feito pelo exequente, portanto, não será iniciado o
cumprimento de sentença de ofício.
* Ocorrerá a intimação do devedor, adotando como regra aquela que a intimação é feita
na pessoa do advogado constituído nos autos.
- OBS: Exequente é o credor e o executado é o devedor.
“§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I. pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II. por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou
quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III. por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246, não tiver procurador
constituído nos autos;
IV. por edital, quando citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de
conhecimento.”
- OBS: Se não concordar com a sentença, a parte poderá oferecer apelação (recurso
cabível), sendo que, no caso de recurso pendente, o cumprimento de sentença será
provisório. Caso não haja recurso, o cumprimento será definitivo.
“§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o
devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o
disposto no parágrafo único do art. 274.”
* É dever da parte informar o juízo sobre mudança de endereço.
“§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em
julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com
aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto
no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo.”
“§ 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do
coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.”
- Art. 514. “Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o
cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou
de que ocorreu o termo.”
* O credor somente poderá iniciar a cumprimento da obrigação, quando já cumpriu a sua
parte da condição ou termo determinada na sentença.
- Dos títulos executivos judiciais para o cumprimento da sentença:
- O art. 515 é um artigo de extrema importância, pois trata dos títulos executivos judiciais,
que são documentos que, se ausentes, acarretam a anulação da execução, já que são
justamente esses títulos que reconhecem a existência de obrigação líquida e exigível.
- Se não haver um documento que estabeleça ou que prove a existência de uma sentença
que condena a uma obrigação, não haverá cumprimento de sentença;
- A exigibilidade do cumprimento da obrigação estabelecida na sentença se dá após os 15
dias do prazo para o recurso.
- Art. 515. “São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com
os artigos previstos neste Título:
I – “As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;” → Sentença.
II – “A decisão homologatória de autocomposição judicial;” → Acordo judicial.
III – “A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;”
→ Acordo extrajudicial.
IV – “O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos
herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;”
- Formal de partilha → é o documento final do inventário. OBS: A obrigação
estabelecida no formal de partilha possui eficácia apenas entre os herdeiros.
- Certidão de partilha → é o documento que estabelece todos os bens do inventário,
quando estes são inferiores a 5 salários-mínimos.
V – “O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários
tiverem sido aprovados por decisão judicial;” → EX: o juiz condena o réu a pagar os
honorários do perito. Sendo que, para o perito receber os honorários, é preciso começar
um processo autônomo solicitando o cumprimento da sentença.
VI – “A sentença penal condenatória transitada em julgado;” → EX: Após a sentença
penal condenatória, a parte que sofreu os danos ingressa com um processo autônomo na
área cível para receber a parte material pelos danos sofridos.
VII – “A sentença arbitral;” → exceção.
- Proferida em um procedimento que não vem do judiciário, tendo sido equiparada pelo
legislador aos demais títulos executivos judiciais.
VIII – “A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;”
- É possível executar uma sentença estrangeira dentro do território nacional, desde que o
STJ homologue a sentença. OBS: deve ser possível o cumprimento da obrigação no
território nacional, para que a sentença seja homologada.
- Neste caso, deve-se ajuizar o cumprimento de sentença na Justiça Federal de 1ª
instância.
XI – “A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;”
* O art. 516 se refere à competência. Não importa se a execução é definitiva ou provisória,
o cumprimento de sentença será feito nos seguintes locais:
- Nos tribunais – nas causas que forem de sua competência originária ao juízo em que
decidiu a causa no primeiro grau da jurisdição,
- No juízo cível – quando se tratar de sentença penal condenatória, da sentença arbitral e
da sentença estrangeira ou quando for de acordão proferido tenha sido pelo Tribunal
Marítimo.
- Regra geral → juízo nas causas de competência originária no 1º grau de jurisdição,
ainda que haja recurso pendente.
- Exceção → sentença penal (juízo do local do fato), sentença arbitral (juízo cível que
seria competente para analisar aquele caso concreto, se o caso não tivesse sido submetido
a arbitragem).
* O artigo 517 do CPC, autoriza o protesto da decisão transitada em julgado mesmo que
já tenha decorrido os 15 dias para o cumprimento voluntário da obrigação, estabelecido
no art. 523, sendo necessário, para tanto, a apresentação da certidão da decisão que deverá
ser expedida no prazo de 3 dias, após requerimento do exequente. Em caso de
cumprimento da obrigação, o protesto será cancelado mediante requerimento do
executado, através de ofício expedido pelo magistrado no prazo de 3 dias.
- Autoriza um processo administrativo, junto ao processo judicial;
- O Credor protesta em cartório, no nome do devedor, uma vez que este não tenha
cumprido a obrigação.
* O art. 518 dispõe sobre os fatos supervenientes que possam surgir após o prazo para
apresentação de impugnação, podendo ser arguidos por uma simples petição, desde que
feitos no prazo de 15 dias da ciência ou intimação.
- Inicia-se o cumprimento de sentença e o devedor é intimado no prazo de 15 dias, caso
não cumpra, deve pagar 10% de multa e mais 10% de honorários.
- O devedor tem direito a uma defesa no cumprimento de sentença, denominada
impugnação, num prazo de 15 dias.
- Na impugnação, só podem ser alegados fatos posteriores a sentença. EX: cálculo
equivocado no valor do cumprimento de sentença; que foi realizada uma penhora errada;
que houve uma novação.
- Caso um fato ocorra após o momento da impugnação, o devedor pode, por meio de uma
petição simples, alegar tal fato ao juízo, mesmo que já tenha se defendido.
* Por fim, o art. 519 discorre que todas as disposições da sentença provisória (art. 520 e
posteriores), definitiva (art. 523) e que as liquidações (art. 509) serão aplicadas, no que
couber, às decisões de concederem tutela provisória.
❖ CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA
- Art. 520 a 522 do CPC.
- Art. 520. “O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido
de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo,
sujeitando-se ao seguinte regime:
- OBS: Se for atribuído efeito suspensivo ao recurso, não há cumprimento provisório;
I. “Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for
reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;”
- Se o credor resolver iniciar o cumprimento provisório, este o fará por sua conta e risco,
visto que, se a sentença for reformada no recurso e o devedor sofrer algum prejuízo, será
de responsabilidade do credor a reparação dos danos.
- No caso de o credor querer seguir com o cumprimento provisório, o juiz pode solicitar
caução idônea ao credor, para que caso o recurso modifique a sentença de forma favorável
ao devedor, o juiz terá uma garantia para executar e cobrir o prejuízo que o devedor teve
durante o cumprimento provisório.
II. “Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da
execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos
nos mesmos autos;”
- Caso haja prejuízo no cumprimento provisório, é o credor quem deve reparar os danos,
sendo que, todos os atos executados durante o cumprimento provisório serão anulados.
- A reparação dos danos será apurada nos próprios autos.
III. “Se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas
em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;”
IV. “O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais
possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.”
§ 1º “No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar
impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.”
§ 2º “A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no
cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.”
§ 3º “Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade
de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele
interposto.”
- Caso a parte deposite o valor a ser pago dentro do prazo de 15 dias para recorrer, este
não poderá oferecer recurso, visto que terá ocorrido preclusão lógica (atos incompatíveis).
§ 4º “A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento
da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real
eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos
causados ao executado.”
§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não
fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
- Art. 521. “A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos
em que:
I. O crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II. O credor demonstrar situação de necessidade;
III. Pender o agravo do art. 1.042
IV. a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar
manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.”
OBS: Então, mesmo nas hipóteses dos incisos do art. 521, o juiz pode exigir caução.
- Art. 522. “O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao
juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias
das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio
advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - Decisão exequenda;
II - Certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - Procurações outorgadas pelas partes;
IV - Decisão de habilitação, se for o caso;
- Quando uma das partes falece no curso do processo, os seus sucessores devem portar a
habilitação para dar prosseguimento ao processo
V - Facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar
a existência do crédito.”
* O advogado não precisa autenticar estas peças em cartório. A mera declaração do
advogado de que as cópias são verídicas, já basta.
❖ DA PRESCRIÇÃO NO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
* Prescrição intercorrente → é aquela que ocorre no curso do processo. Declarada a
prescrição intercorrente, o juiz irá extinguir o processo. A coisa julgada aqui é material.
* Decretação de ofício:
- Contraditório
- Manifestação no prazo de 15 dias – Art. 921, §5º do CPC.
OBS: A decretação de prescrição intercorrente pode ocorrer ex officio, desde que ouvidas
as partes.
- Art. 921, § 5º “O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá,
de ofício, reconhecer a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as
partes.”
❖ CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA
- Previsto nos arts. 523 a 527 do CPC;
- Art. 523. “No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no
caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-
se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de
multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários
previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo,
mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.”
* No cumprimento definitivo, não há prestação de caução para atos de expropriação,
como na hipótese de cumprimento provisório.
* Requisitos do cumprimento definitivo:
I) Título – Art. 515 do CPC
II) Inadimplemento da obrigação – 15 dias após a sentença.
* Aspectos procedimentais:
- O procedimento da fase de cumprimento de sentença obedece à seguinte ordem de atos
processuais:
I) Trânsito em julgado da sentença que impõe obrigação pecuniária;
II) Remessa à vara de origem, caso tenha transitado em julgado em algum juízo
hierarquicamente superior.
*Apresentação de petição, instaurando a fase de cumprimento de sentença. devendo
cumprir os requisitos previstos no art. 524 de CPC:
I) Apresentação de demonstrativo discriminado e atualizado do débito;
II) O credor tem a faculdade de indicar bens à penhora em nome do devedor ou requerer
outras providências.
* Intimação do executado para cumprir a obrigação em 15 dias – Art. 523 do CPC:
- Decorrido o prazo de 15 dias para que o devedor cumpra espontaneamente a obrigação,
e tendo o devedor a cumprido, extingue-se o processo, na forma do art. 924, II do CPC.
- Ao contrário, caso não tenha havido cumprimento espontâneo, inicia-se,
independentemente de nova intimação, o prazo de 15 dias para o executado apresentar
sua defesa, chamada impugnação (art. 525 do CPC), começando a fluir ao final do prazo
de quinze dias para pagamento espontâneo (art. 525)
- O não cumprimento espontâneo da obrigação acarreta multa de 10% e mais 10% de
honorários devidos pela fase de cumprimento de sentença. Poderá ocorrer o protesto
devido.
* Inicia-se o efetivo cumprimento de sentença com a expedição de mandado de
penhora e avaliação:
- Efetivada penhora/avaliação – manifestação das partes.
- Em regra, quem faz a avaliação é o Oficial de Justiça, que, caso não consiga avaliar,
comunicará o juiz, que nomeará perito.
*Atos de expropriação:
- Adjudicação – Art. 876 do CPC
- Art. 876. “É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer
que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.”
- Alienação por iniciativa particular ou leilão judicial eletrônico ou presencial – Art. 879
do CPC.
- Art. 879. “A alienação far-se-á:
I - Por iniciativa particular;
II - Em leilão judicial eletrônico ou presencial.”
* A impugnação, em regra, não impede a penhora/avaliação.
* O leilão é marcado em duas datas. No primeiro leilão, os lances começam com o valor
do bem. No segundo, pode começar a ser ofertado por valor que não seja vil (não menor
que 50% do valor da avaliação). Porém, se o juiz aceitar, o bem pode ser leiloado por
valor inferior, dada a especificidade do bem.
* A adjudicação extingue o processo neste ponto.
* Todas as custas dessa fase são arcadas pelo credor, mas incorporadas na sentença de
extinção.
* Se o bem é alienado ou leiloado, o valor é depositado em conta judicial.
* A sentença aqui não é de mérito, e sim de extinção.
* Se o devedor tiver dívida alimentar, mesmo que o processo esteja na fase de
pagamento ao credor, quem é credor de dívida alimentar recebe o valor.
* Se não encontrar bens passíveis de penhora - suspensão do cumprimento - Arts. 921,
III do CPC.
* Se o bem for alienado, o valor será depositado em juízo e ocorrerá a satisfação do
credor com a extinção do cumprimento de sentença.
* De acordo com o art. 526 do CPC, o devedor poderá cumprir espontaneamente a
obrigação:
- Depósito em juízo;
- Apresentação de memória discriminado do débito;
- Manifestação do credor: prazo de 5 dias;
- Concordância: satisfação da obrigação;
- Discordância mediante impugnação;
- Decisão do magistrado;
- Art. 526. “É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença,
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando
memória discriminada do cálculo.”
OBS: no prazo de 15 dias após a sentença, o devedor pode pagar dentro deste prazo, para
apenas se eximir da multa de 10% sobre o valor da condenação e impugnar.
* Insuficiência do depósito do devedor – multa + honorários + atos de penhora e
expropriação (se o devedor não conseguir complementar).
* Prazo – 15 dias, a contar do transcurso in albis (em branco, sem nenhum ato do
devedor) do prazo de 15 dias para o cumprimento espontâneo da obrigação.
- Justificação:
* Se o juiz entender que foram apresentadas provas suficientes, ele concederá a liminar.
* Se o juiz entender que não foram apresentadas provas suficientes, ele marcará uma
audiência de justificação.
OBS: a audiência de justificação sempre ocorrerá se for impossível a prova documental;
* Nesta audiência, o réu será citado e serão ouvidas apenas as testemunhas do autor (prova
oral), e no final da mesma, o juiz decidirá se irá deferir ou indeferir a liminar.
- O prazo de contestação do réu é de 15 dias.
- Liminar:
* Se a petição estiver suficientemente instruída, será concedida a liminar; caso contrário,
a mesma será deferida ou indeferida após a justificação.
* É permitido que sejam utilizados todos os meios coercitivos para o cumprimento da
liminar.
* Se o juiz decidir de plano, ou seja, sem a necessidade de audiência de justificação, o réu
será citado no momento do cumprimento da liminar.
- Citação e atos correlatos:
* No caso de audiência de justificação, o réu já sai da audiência tendo conhecimento que
seu prazo de contestação já está correndo. OBS: se não houver audiência, o prazo de
contestação começará a correr a partir do momento da citação do réu a respeito da liminar.
* Incube ao autor, num prazo de 5 dias, providenciar os documentos ou dados que ele se
propôs a entregar para que a citação do réu seja feita.
OBS: A liminar contra Fazenda Pública não será deferida de plano, devendo ser ouvido
em audiência o representante da Fazenda.
* Ministério Público – atua e é intimado quando a possessória for em face de ente coletivo.
* Defensoria Pública – atua quando a possessória for em face de ente coletivo, exercendo
a função de defender os interesses daqueles que possuem recursos insuficientes.
* A ação, em caso de movimentos coletivos, será proposta em face de todos que ocupam
o local, sendo que, primeiramente, o oficial de justiça vai até o local, qualifica os
ocupantes e realiza a citação. OBS: os ocupantes conhecidos, mas não encontrados no
local, serão citados por edital.
OBS: movimentos sociais são entes despersonalizados (não possuem capacidade
postulatória), logo não podem ser propostas ações contra eles.
* Sentença:
- As peculiaridades do rito especial ocorrem até a fase postulatória, ou seja, após a
contestação, não haverá mais peculiaridades e ação seguirá como ocorre no rito comum.
- Na sentença, o juiz pode tornar a liminar definitiva, ou pode ter outro entendimento,
passar a liminar e conceder a posse para a outra parte.
- O recurso cabível é a apelação, sendo que, se não houver recurso, a sentença faz coisa
julgada material quanto à posse, e a parte que perder a ação deverá arcar com os custos e
honorários.
- Apelação de duplo efeito (devolutivo e suspensivo), exceto em caso de confirmação de
tutela provisória.
- Interdito proibitório:
* Aplicado quando há uma moléstia possessória iminente – força mandamental.
* Proteção possessória preventiva.
❖ LITIGIOS POSSESSÓRIOS COLETIVOS
* Possuem regramento próprio;
* Processo legislativo;
* Audiência de mediação – Art. 565, caput do CPC.
- Art. 565. “No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação
afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar
o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a
realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da
data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º
a 4º deste artigo.
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria
Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer
necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de
Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão
ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo
e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
* Em razão do caráter social dos movimentos, o juiz não defere uma liminar de plano,
convocando uma audiência de mediação com todos os representes dos órgãos públicos
que possam colaborar com a solução do conflito. – Art. 565, § 4º do CPC.
* Efetivação da tutela antecipada:
* Possibilidade de comparecimento pessoal do juiz no local para resolver conflito;
* Se deferida a liminar e esta demorou 1 ano para ser cumprida, deve ser realizada uma
nova audiência de conciliação. – Art. 565, § 1º do CPC.