Governanca Corporativa e Ambiental No Gerenciamento de Recursos Hidricos Modelo de Gestao Da Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa
Governanca Corporativa e Ambiental No Gerenciamento de Recursos Hidricos Modelo de Gestao Da Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa
Governanca Corporativa e Ambiental No Gerenciamento de Recursos Hidricos Modelo de Gestao Da Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa
Edmilson Martins de Vasconcelos Junior¹, Renata Maria Caminha Mendes de Oliveira Carvalho², Jéssica
Vanessa Meira de Vasconcelos3
1
Químico Industrial pela Universidade Católica de Pernambuco, Especialista em Engenharia de Saneamento Básico e
Ambiental pela Universidade Cidade de São Paulo e Mestrando em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos pelo
ProfÁgua – UFPE – Recife/PE, Brasil, email: [email protected]; 2 Doutora em Engenharia Civil na área de
Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, com ênfase em Gestão Ambiental, pela Universidade Federal de
Pernambuco, Pós-Doutoranda na Universidade Federal de Pernambuco – Recife/PE, Brasil, email:
[email protected]; 3 Graduada em Engenharia Civil pela UFPE, MBA em andamento – Tecnologia e Gestão
de Construção de Edifícios e Mestranda em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos pelo ProfÁgua – UFPE –
Recife/PE, Brasil, email: [email protected].
Resumo
No Estado de Pernambuco as ações de saneamento básico visam promover inclusão social dos grupos minoritários,
mediante a universalização da água para toda população. Em Pernambuco, 80% dos recursos hídricos estão
concentrados na região litorânea, enquanto 90% de seu território está na região semiárida, frequentemente submetida a
longos períodos de seca. Para superar este desequilíbrio a Companhia Pernambucana de Saneamento adotou o modelo
de governança corporativa e governança ambiental, e investiu em políticas públicas com as melhores soluções para
levar o abastecimento de água e o esgotamento sanitário de qualidade para todas as regiões do Estado. A COMPESA
presta serviços de saneamento básico, contemplando a captação, o tratamento e a distribuição de água, bem como a
coleta e o tratamento de esgoto sanitário. Para isso, realiza também estudos, projetos e execução de obras relativas a
novas instalações, ampliações de redes de distribuição de água e redes de coleta e tratamento de esgoto sanitário. A
busca de uma boa governança permanece um desafio constante para todos os governos e cidadãos. No que se refere à
temática ambiental, em particular, há desafios específicos a serem enfrentados no campo que passou a ser chamado de
governança ambiental, o qual, em termos simples, diz respeito aos processos e instituições por meio dos quais as
sociedades se organizam e tomam decisões que afetam o meio ambiente (Loë et al., 2009; WRI, 2003). Em função do
sucesso do modelo de gestão que trouxe consequência dos bons resultados, a empresa foi escolhida por duas revistas de
referência nacional como “Melhor Empresa de Saneamento do Brasil” e vivencia uma fase de transição entre uma visão
e prática de Responsabilidade Social tradicional orientada para cumprimento legal e desempenho econômico para uma
visão de Responsabilidade Social ampla, humanista e participativa.
Palavras-chave: governança, gestão, saneamento.
Abstract
In the State of Pernambuco, basic sanitation actions aim to promote social inclusion of minority groups through the
universalization of water for the entire population. In Pernambuco, 80% of water resources are concentrated in the
coastal region, while 90% of its territory is in the semiarid region, often subjected to long periods of drought. To
overcome this imbalance, the Pernambuco Sanitation Company adopted the corporate governance and environmental
governance model, and invested in public policies with the best solutions to bring water supply and quality sanitation to
all regions of the state. COMPESA provides basic sanitation services, including the collection, treatment and
distribution of water, as well as the collection and treatment of sewage. To this end, it also carries out studies, projects
and execution of works related to new facilities, expansion of water distribution networks and sewage collection and
treatment networks. The pursuit of good governance remains a constant challenge for all governments and citizens.
With regard to environmental issues, in particular, there are specific challenges to be faced in the field that has come to
be called environmental governance, which, in simple terms, concerns the processes and institutions through which
societies are organized and make decisions that affect the environment (Loë et al., 2009; WRI, 2003). Due to the
success of the management model that resulted from the good results, the company was chosen by two national
1
reference magazines as “Best Sanitation Company in Brazil” and experiences a transition phase between a vision and
practice of traditional Social Responsibility oriented for legal compliance and economic performance for a broad,
humanistic and participatory vision of social responsibility.
Keywords: governance, management, sanitation.
1 INTRODUÇÃO
Reflexos da fragilidade de integração entre políticas públicas ocorrem de diversas maneiras,
resultando em dificuldades de conter a degradação de ecossistemas, áreas de proteção, encostas e
nascentes, com consequentes impactos negativos sobre a quantidade e qualidade dos recursos
hídricos.
A água é um patrimônio natural estratégico. Mais do que um recurso imprescindível à
produção de bens indispensáveis ao desenvolvimento econômico e social, é um elemento vital para
a conservação dos ecossistemas e da vida de todos os seres em nosso planeta. Sem água a Vida não
existe.
A conservação, a preservação e o uso dos recursos hídricos são um dos principais desafios da
promoção da sustentabilidade. Tais fatores são preponderantes para o desenvolvimento
socioeconômico de uma nação.
No Brasil, a governança como aparato conceitual que abarca uma nova concepção da água é
implementada com a Política Nacional de Recursos Hídricos a partir de 1997. Segundo Jacobi
(2012, p. 2), “[...] a governança transcende uma visão de gestão porque é uma construção
conceitual, teórica e operacional associada a uma visão hidropolítica”.
A governança corporativa pública destina-se ao bem-estar da sociedade e reúne as principais
informações relativas às práticas de políticas públicas adotadas pela empresa, onde o interesse
público está implícito nos interesses empresarias com Transparência e Ética, boa comunicação
interna e externa gerando um clima de confiança de valor; Equidade, tratando de forma justa e
igualitária os colaboradores, clientes, fornecedores, investidores e Responsabilidade corporativa
evitando decisões que possam causar impactos negativos na sociedade ou no meio ambiente.
O pensamento sobre um desenvolvimento sustentável tem origem nos debates gerados a
partir da preocupação com a qualidade ambiental, que passou a existir após a década de 1950
(BARBIERI, 2005; SEIFFERT, 2010; VEIRA, 2007). Como produtos dessas discussões, surgiram
mudanças nas normas jurídicas, nas estratégias de crescimento econômico, no planejamento e
gestão governamental e nas lógicas de organização da sociedade. Além disso, é criado um “novo
campo de pesquisa científica inter e transdisciplinar” (VIEIRA, 2007, p. 9).
Atualmente, a crise ambiental é o resultado da deterioração progressiva do meio ambiente,
sendo atribuída como um dos principais fatores às mudanças socioeconômicas produzidas pelo
processo do capitalismo e ao fracionamento do conhecimento por meio do pensamento cartesiano,
os quais reivindicam alterações no modelo de desenvolvimento e comportamento das sociedades
humanas. Isto implica em agregar novos valores e adoção de uma nova ética para constituição de
uma sociedade sustentável. Neste contexto, o Estado, a sociedade civil e o setor econômico
enfrentam uma reorganização de funções.
A preocupação com o meio ambiente e com as comunidades passa a integrar as atividades
principais da organização. Nesse sentido, a Gestão Ambiental além de ter uma posição dentro da
estrutura da organização, faz parte do seu planejamento estratégico, e, sobretudo, da cultura
organizacional (ELKINGTON, 2001; SEIFFERT, 2010; HARRINGTON; KNIGHT, 2001).
2
A gestão ambiental é um processo sistemático que se apresenta como uma solução para se
atingir o desenvolvimento sustentável. Para a sustentabilidade é condicionante o equilíbrio entre os
chamados três eixos fundamentais. São eles: o crescimento econômico, a preservação do meio
ambiente e a equidade social. A consonância entre essas três esferas configura um desafio para as
organizações, que pode ser atingido no longo prazo, através da adoção de uma política de Gestão
Ambiental. (BARBIERI, 2005; ELKINGTON, 2001; SEIFFERT, 2010; VIEIRA, 2007;
HARRINGTON; KNIGHT, 2001).
A governança ambiental a níveis nacional, regional e global é fundamental para o alcance da
sustentabilidade ambiental e do desenvolvimento sustentável, em última instância. O aumento de
novas formas de governança interativa representa uma adaptação ao sistema político-administrativo,
diversidade, complexidade e dinâmica da sociedade contemporânea. Ela está relacionada com a
implementação socialmente aceitável de políticas públicas, um termo mais inclusivo que governo,
por abranger a relação Sociedade, Estado, mercados, direito, instituições, políticas e ações
governamentais, associadas à qualidade de vida, ao bem-estar, notadamente os aspectos
relacionados com a saúde ambiental. No que se refere à temática ambiental, em particular, há
desafios específicos a serem enfrentados no campo que passou a ser chamado de governança
ambiental, o qual, em termos simples, diz respeito aos processos e instituições por meio dos quais
as sociedades se organizam e tomam decisões que afetam o meio ambiente (Loë et al., 2009; WRI,
2003).
Segundo o Banco Mundial, em seu documento Governance and Development, de 1992, a
definição geral de governança é “o exercício da autoridade, controle, administração, poder de
governo”. Precisando melhor, “é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos
recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento”, implicando ainda “a
capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir funções”. Duas
questões merecem destaque:
a) A ideia de que uma “boa” governança é um requisito fundamental para um desenvolvimento
sustentado, que incorpora ao crescimento econômico equidade social e também direitos
humanos (Santos, 1997, p. 340-341);
b) A questão dos procedimentos e práticas governamentais na consecução de suas metas
adquire relevância, incluindo aspectos como o formato institucional do processo decisório, a
articulação público-privado na formulação de políticas ou ainda a abertura maior ou menor
para a participação dos setores interessados ou de distintas esferas de poder (Banco Mundial,
1992, apud Diniz, 1995, p. 400).
2 MATERIAL E MÉTODOS
Tendo em vista a complexidade do contexto, adotou-se metodologia exploratória quanto ao
objeto. Quanto a procedimentos técnicos a pesquisa é bibliográfica, documental e de levantamento.
2.1. Área estudada
Pernambuco é o estado que tem o pior índice de disponibilidade hídrica do Brasil. Além da
escassez natural por falta de chuva, a grande mudança nos cenários social, político, econômico e,
principalmente, climático, são fatores que agravam a situação para o desenvolvimento e expansão
do abastecimento de água no estado.
Com a grande seca de 2012 a 2017, ocasionada pela falta de chuva em Pernambuco fez com
que a COMPESA em 2017 focasse em estratégias voltadas para aprimorar e expandir os serviços
prestados, porém de forma mais eficiente. Foram investidos mais de 720 milhões de reais em obras,
expandindo o abastecimento de água para cerca de 60 mil novos domicílios e o esgotamento
sanitário para mais de 20 mil novos domicílios.
A Companhia presta serviços de saneamento básico, contemplando a captação, o tratamento
e a distribuição de água, bem como a coleta e o tratamento de esgoto sanitário. Para isso, realizam
também estudos, projetos e execução de obras relativas a novas instalações, ampliações de redes de
distribuição de água e redes de coleta e tratamento de esgoto sanitário. Esses serviços são regulados
pela Agência Reguladora de Pernambuco-ARPE. A empresa é responsável pela execução da
política governamental de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como da prevenção
4
e aproveitamento dos recursos hídricos do Estado de Pernambuco e tem como objetivo é “Prestar,
de forma sustentável, serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário atendendo às
necessidades dos clientes”.
2.2. Estrutura de Governança da COMPESA
A estrutura de governança corporativa da empresa é composta por: Assembleia Geral,
Conselho Fiscal, Conselho de Administração, Auditoria, Presidência, Diretoria Executiva.
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Figura 2 – Mapa Estratégico – COMPESA
b) Dados estratégicos
São dados de todos os indicadores estratégicos comparando os resultados em relação às
metas e o mesmo período do ano anterior. A partir dos indicadores estratégicos são monitorados o
plano de metas onde são desdobrados os objetivos e metas definidas no planejamento estratégico
para torna-los gerenciáveis a partir de indicadores de desempenho, alinhando sistemicamente o
pensamento de todos os membros da organização.
O monitoramento do plano de metas é realizado mensalmente através do modelo PDCA.
Este modelo de gestão interativa consiste em quatro etapas de controle que significam: planejar-
fazer-verificar-agir, e que tem como objetivo melhorar os processos e os produtos de forma
continua.
As metas são construídas de modo participativo e alinhadas com os objetivos estratégicos.
Para construção das metas, a empresa realiza análise dos ambientes internos e externos, verificando
suas influências na estratégia através de ferramentas como a Análise PESTAL (focada no
levantamento de fatores) macro ambiental (políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais
e legais) e Análise SWOT (abreviação das palavras em inglês strengths, weaknesses, opportunities e
threats, que significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, respectivamente).
As Ações que serão priorizadas são definidas pela alta gestão e são monitoradas pela
metodologia da gestão 5w2h. Este modelo consiste em sete diretrizes de controle: o que será feito?
Por que será feito? Onde será feito? Quando? Por quem será feito? Como será feito? Quanto vai
custar? Esta metodologia contribui na execução e, sobretudo no controle das tarefas da empresa
melhorando os seus resultados.
c) Indicadores
A empresa utiliza os indicadores de desempenho para o gerenciamento do sistema
organizacional e tem como objetivo aferir de modo quantitativo e comparável a evolução e o
desempenho dos resultados alcançados em relação às metas estabelecidas, permitindo controlar e
atuar com foco na melhoria contínua dos resultados estratégicos e setoriais. Esta ferramenta além de
permitir uma avaliação contínua da eficiência, eficácia e efetividade de seus processos e pessoas,
também é essencial ao planejamento e controle dos processos das organizações, possibilitando o
estabelecimento de metas e o seu desdobramento, já que os resultados são fundamentais para a
análise crítica dos desempenhos, para a tomada de decisões e para o novo ciclo de planejamento.
6
Figura 3 – Indicadores Estratégicos – COMPESA
7
2.5.2. Ampliação do Acesso à Água e Esgotamento Sanitário.
O programa Ampliação do Acesso à Água e Esgotamento Sanitário tem por finalidade
ampliar o acesso hídrico e a universalização do saneamento, garantindo abastecimento de água e
esgotamento sanitário em todo território do Estado.
Saneamento para Todos - Ampliação da Cobertura dos Serviços e Eficiência da
Coleta e Tratamento do Esgotamento Sanitário – COMPESA Finalidade: Ampliar a
cobertura dos serviços de esgotamento sanitário em todo o Estado
Água para Todos - Ampliação da Oferta, Cobertura dos Serviços de Abastecimento e
Redução do Racionamento de Água – COMPESA Finalidade: Ampliar a cobertura
dos serviços de abastecimento de água em todo o Estado.
Diante de todo o planejamento e para o alcance dos resultados a empresa adota uma
governança corporativa de gerenciamento cada vez mais eficiente dos recursos, parcerias e
processos, mantendo uma política contínua de eficientização de gastos e otimização das receitas.
Adutora do Agreste – A Adutora do Agreste vai contemplar 68 municípios que se
encontram na região que tem o maior déficit hídrico de Pernambuco, 80 distritos irão
receber 4,0 m3/s, levados pelos 1.300 km de adutoras. Esta obra irá beneficiar mais
de 2 milhões de pessoas.
Transposição do São Francisco - O projeto de transposição do São Francisco surgiu
com o argumento sanar essa deficiência hídrica na região do Semi-Árido através da
transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região
nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem. O projeto prevê a retirada de
26,4 m³/s de água, que será destinada ao consumo da população urbana de 390
municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A transposição
beneficiará mais de 12 milhões de habitantes do semiárido nordestino,
proporcionando água para suprir as necessidades humanas e impulsionar o
desenvolvimento de atividades econômicas.
8
e cultural de crianças e adolescentes, o convívio com a população e melhorias nas questões sociais
da área.
ComViver Compesa nos Bairros
O projeto desenvolve ações de mobilização social e educação ambiental em diversos bairros e
comunidades do estado, para atender necessidades sociais referentes à política de saneamento,
melhoria dos serviços e fortalecimento das relações da Compesa nas áreas de atuação. Dessa forma,
a empresa mantem o compromisso de prestar serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário associados ao trabalho social, com participação, comunicação, cultura e educação.
10
2.5.14. Programa Florestar
Promove ações de gestão e educação ambiental a fim de sensibilizar a sociedade sobre a
necessidade da preservação florestal para a proteção dos recursos hídricos e a qualidade de vida das
populações. Possui cinco eixos de atuação:
2. Vai à Escola
O Vai à Escola visa disseminar a educação ambiental, promovendo atividades de produção de
mudas e projetos de arborização para espaços escolares, sensibilizando os alunos sobre as questões
ambientais e formando viveiristas florestais para realizarem o plantio e a manutenção de mudas em
suas escolas. Quando realizado em parceria com prefeituras, o projeto atende alunos de diversas
escolas do município e, em parceria com a administração pública local, elabora um Plano de
Arborização para a cidade, bem como a doação de mudas para que o município dê seguimento ao
Plano, melhorando a qualidade de seus espaços públicos e/ou áreas degradadas. Dessa forma, os
estudantes são envolvidos num processo muito maior, tornando-se protagonistas na transformação
ambiental do seu município.
3. Oficinas e Eventos
Com o objetivo de atender às demandas de atividades de educação ambiental e de participação em
eventos socioambientais, escolares, técnicos e científicos, esse projeto promove atividades
educativas com metodologia definida para as necessidades de cada público, acompanhando também
do calendário do Meio Ambiente do estado de Pernambuco.
4. Semeando Cidadania
O projeto visa atender demandas de áreas vinculadas às políticas de assistência social. A primeira
parceria do Semeando Cidadania se deu com a Fundação de Atendimento Socioeducativo – Funase
– por meio da construção de viveiros florestais educadores em unidades socioeducativas e a
capacitação de adolescentes e jovens socioeducandos como viveiristas florestais, contribuindo para
a sua transformação cultural e pessoal.
5. Cultivando Conhecimento
Atualmente, a Compesa conta com mais de 7 mill colaboradores distribuídos por diversas gerências
no estado de Pernambuco. Com essa perspectiva, este eixo do Programa Florestar é voltado para
promover maior integração dos colaboradores da companhia com as atividades ambientais
desenvolvidas, visando aumentar o nível de conscientização e comprometimento destes com os
projetos ambientais.
11
Figura 4 – Programa Reflorestar – COMPESA
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O bom planejamento de uma governança corporativa trouxeram resultados expressivos para
a empresa. Comparando o ano de 2006 a 2018 houve um aumento na arrecadação da empresa na
ordem de 304%, na expansão dos serviços: população atendida com água houve um aumento na
ordem de 142%, população atendida com esgoto houve um aumento na ordem de 180%.
Em 2018, a COMPESA implementou as Políticas de Integridade, como a de anticorrupção,
antissuborno, conflito de interesses, contratação de terceiros, dentre outras. O Código de Ética e
Conduta é o principal direcionador nesse sentido.
O reconhecimento da Companhia Pernambucana de Saneamento no cenário nacional trouxe
um fortalecimento de sua imagem, bem como premiações junto a instituições de referência como
revistas, jornais, participação em premiações e reconhecimentos.
12
PREMIAÇÃO
2014 2015 2016 2017 2018
Fonte: Revista Negócio 360º Fonte: Revista As melhores da Fonte: The Bizz 2016 Fonte: Revista Isto É Dinheiro Fonte: Revista EXAME
Categoria: Entre as empresas de dinheiro Categoria: Certificado The Bizz Categoria: Entre as empresas do Categoria: Entre as empresas do
Água e Saneamento Categoria: Melhor empresa do 2016 setor Saneamento setor infraestrutura
(Responsabilidade social) Brasil 2015 Premiação: Reconhecida como Premiação: 1º Sustentabilidade Premiação: 1º lugar aumento de
Premiação: 4º lugar em Premiação: 1º lugar pelo Ranking empresa Líder Mundial de Financeira, 2º Responsabilidade Vendas Líquidas, 2º lugar Liquidez
Responsabilidade Socioambiental estabelecido pela Revista Isto É Negócios Social, 2º Governança, 3º corrente, 8º lugar em Retorno de
Categoria: Entre as empresas de Dinheiro Inovação, 5º Recursos Humanos Investimento, 9º lugar em
Água e Saneamento (Visão de Riqueza Criada por Empregado,
futuro) 10º lugar em Liderança de
Premiação: 5º lugar em Visão de Mercado
futuro Categoria: Entre as empresas
Estatais
Premiação: 37º lugar em Vendas
Fonte: Revista Dinheiro 1000 Fonte: Trofeu Top Brazil Quality Fonte: Revista Negócios 360º Fonte: Revista As melhoras da
Categoria: Entre as empresas de 2015 Categoria: Melhor Empresa de dinheiro
Serviços Públicos Categoria: Destaque observando Saneamento do Brasil 2017 Categoria: Entre as empresas do
Premiação: 5º lugar em apenas o Estado de Pernambuco Premiação: 1º Governança setor Saneamento
Responsabilidade Socioambiental Premiação: 4º lugar em aumento Corporativa, Visão de Futuro e Premiação: 1º Governança
de receita, 5º lugar em liquidez Responsabilidade Social, 2º Corporativa, 1º Responsabilidade
corrente Prática de RH, 3º Capacidade de Social, 2º Sustentabilidade
Inovar, 3º Inovação, 4º Financeira, 2º Inovação
Desempenho Financeiro
Unidades contempladas:
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Fernando de Noronha
• Estação de Tratamento de Água Noronha
• Estação de Tratamento de Esgoto Cachorro
• Estação de Tratamento de Esgoto Boldró
Petrolina
• Estação de Tratamento de Água Vitória
• Estação de Tratamento de Esgoto Centro
Tacaimbó
• Estação de Tratamento de Esgoto Tacaimbó
Caruaru
• Estação de Tratamento de Esgoto Rendeiras
Garanhuns
• Estação de Tratamento de Esgoto Garanhuns
4 CONCLUSÕES
A governança no setor público compreende essencialmente os mecanismos de liderança,
estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com
vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade. Cada vez
mais a sociedade tem demandado dos governantes racionalizações dos gastos públicos, equilíbrio
fiscal, estabilidade monetária e investimentos em infraestrutura. A boa governança de organizações
públicas contribui para a superação desses desafios.
A governança, portanto, envolve questões político-institucionais de tomada de decisões e as
formas de interlocução do Estado com os grupos organizados da sociedade no que se refere ao
processo de definição, acompanhamento e implementação de políticas públicas.
Os desafios para implantação da lei são grandes, sobretudo, quanto as práticas de
sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social, em que observamos um cenário de
mudanças climáticas severas. No entanto, as empresas não podem esquecer esses dois pilares, pois
um se traduz na preservação do principal insumo da nossa prestação de serviço, que é a água, bem
finito do nosso planeta e, o outro, para quem prestamos esses serviços, uma sociedade cada vez
mais presente nas cobranças por melhorias no desempenho social do setor público.
A Companhia Pernambucana de Saneamento investe constantemente na preservação do
meio ambiente e na qualidade ambiental de suas obras, reafirmando seu compromisso
socioambiental de compatibilizar sua atuação dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável
e socialmente responsável. A educação ambiental também complementa esse compromisso, ao
contribuir para a sensibilização e a formação de uma sociedade mais sustentável e consciente do seu
papel quanto às questões ambientais e a relação do saneamento com a saúde pública e a qualidade
de vida da população.
A empresa vivencia uma fase de transição entre uma visão e prática de Responsabilidade
Social tradicional orientada para cumprimento legal e desempenho econômico para uma visão de
Responsabilidade Social ampla, humanista, participativa sob o enfoque do tripé da sustentabilidade,
incorporando-as às estratégias de crescimento e atuação da companhia, aliadas às novas diretrizes
da reformulação que perpassa a administração pública em todo país, desde 1995.
14
Diante disto, percebesse que a Companhia Pernambucana de Saneamento está no caminho
certo, pois o bom planejamento já trouxeram resultados positivos com o aumento na arrecadação,
aumento da população atendida com água e com tratamento de esgoto, premiações em várias
revistas reconhecidas no Brasil, bem como o compromisso com as questões ambientais e sociais.
6. AGRADECIMENTOS
“O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001, agradeço também ao Programa
de Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos -
ProfÁgua, Projeto CAPES/ANA AUXPE Nº. 2717/2015, pelo apoio técnico científico aportado até
o momento."
7. REFERÊNCIAS
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Federal. 2011. Tese (Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
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Brasília: BID, 2002.
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15
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16