TCC Nayara Renata Duarte Perez - Finalizado PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 26

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional


Programa de Especialização em Fisioterapia

NAYARA RENATA DUARTE PEREZ

EFEITOS DOS EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS EM IDOSOS COM ARTRITE


REUMATOIDE: revisão da literatura

Belo Horizonte
2022
NAYARA RENATA DUARTE PEREZ

EFEITOS DOS EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS EM IDOSOS COM ARTRITE


REUMATOIDE: revisão da literatura

Trabalho de Conclusão do Curso


apresentada ao Programa de Especialização
em Fisioterapia da Universidade Federal de
Minas Gerais, como requisito parcial para
obtenção do título de Especialista em
Fisioterapia em Geriatria e Gerontologia.

Orientadora: Profa. Dra. Leani Souza Máximo


Pereira

Belo Horizonte
2022
P438e Perez, Nayara Renata Duarte
Efeitos dos exercícios terapêuticos em idosos com artrite reumatoide: revisão da
2022 literatura. [manuscrito] / Nayara Renata Duarte Perez – 2022.

23 f.: il.

Orientadora: Leani Souza Máximo Pereira

Monografia (especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de


Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Bibliografia: f. 22-23

1. Idosos – Saúde e higiene. 2. Exercícios terapêuticos. 3. Artrite reumatoide. 4.


Fisioterapia para idosos. I. Pereira, Leani Souza Máximo. II. Universidade Federal de
Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. III.
Título.

CDU: 615.8-053.9

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Sheila Margareth Teixeira Adão, CRB 6: n° 2106, da
Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG.
RESUMO

Com o envelhecimento demográfico e epidemiológico e aumento da expectativa de


vida, a população idosa com artrite reumatoide está cada vez maior. A Artrite
Reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória crônica, que atinge as
membranas sinoviais das articulações periféricas, sendo a poliartrite inflamatória mais
comum. A AR é uma doença crônica destrutiva, que causa limitações funcionais e
físicas, que envolvem a amplitude de movimento, a força muscular, equilíbrio, dor
global, rigidez matinal e a sensibilidade articular, causando não só transtornos físicos,
como as deformidades irreversíveis das articulações geradas pela doença, mas
também as sociais, como a perda de capacidade laboral, psicológica, perda da
qualidade de vida, e até mesmo financeira. Dentre as técnicas não invasivas usadas
na abordagem da AR estão os exercícios físicos. O exercício como forma de
tratamento, pode proporcionar melhorias no funcionamento físico e psicológico de
pacientes com diferentes doenças reumáticas, reduzindo suas manifestações
sistêmicas, melhorando a capacidade funcional, aptidão física, a força e a saúde
cardiovascular, além da melhora da fadiga e da diminuição da dor. O objetivo deste
estudo foi verificar, por meio de uma revisão de literatura, quais os efeitos dos
exercícios terapêuticos em idosos com artrite reumatoide. Foi realizada uma busca
nas bases de dados Scielo, PubMed, Cochrane e PEDro, utilizando os descritores
rheumatoid arthritis, pain, functionality, exercise, elderly, elders, olders, physical
therapy, rehabilitation e seus similares em português. Para embasamento desta
revisão, foram incluídos 7 estudos. Os artigos analisados, mostraram vários benefícios
dos exercícios para os idosos que apresentam artrite reumatoide, tais como melhora
da funcionalidade, da capacidade aeróbica, da aptidão física, da depressão, fadiga,
função endotelial e rigidez arterial, diminuição das células T reguladoras, aumento de
força muscular e melhora da autoeficácia e da impressão global de saúde. Portanto,
conclui-se que os estudos mostraram que a prática de exercícios físicos são benéficos
para a saúde, além destes dados contribuírem como evidências científicas para
orientar os fisioterapeutas na prática clínica da prescrição dos exercícios para a
melhora dos pacientes idosos com artrite reumatoide.

Palavras-chave: Artrite Reumatoide. Exercícios. Idosos.


ABSTRACT

With demographic and epidemiological aging and increased life expectancy, the
elderly population with rheumatoid arthritis is enlarging. Rheumatoid Arthritis (RA) is a
chronic inflammatory autoimmune disease that affects the synovial membranes of
peripheral joints and is the most common inflammatory polyarthritis. RA is a chronic
destructive disease, causing functional and physical limitations, involving a range of
motion, muscle strength, balance, global pain, morning stiffness, and joint sensitivity,
causing not only physical disorders, such as irreversible joint deformities generated by
the disease, but also social ones, such as loss of work capacity, psychological ones,
loss of quality of life, and even financial ones. Among the non-invasive techniques used
in the approach to RA are physical exercises. Exercise as a form of treatment can
provide improvements in the physical and psychological functioning of patients with
different rheumatic diseases, reducing their systemic manifestations, improving
functional capacity, physical fitness, strength, and cardiovascular health, as well as
improving fatigue and reducing pain. The objective of this study was to verify, by means
of a literature review, which are the effects of therapeutic exercises in elderly people
with rheumatoid arthritis. A search in Scielo, PubMed, Cochrane, and PEDro
databases was carried out using the descriptors rheumatoid arthritis, pain,
functionality, exercise, elderly, elders, olders, physical therapy, rehabilitation, and their
similar ones in Portuguese. To support this review, 7 studies were included. The
analyzed articles showed several benefits of exercise for elderly people with
rheumatoid arthritis, such as improved functionality, aerobic capacity, physical fitness,
depression, fatigue, endothelial function, and arterial stiffness, decreased regulatory T
cells, increased muscle strength, and improved self-efficacy and global health
impression. Therefore, we conclude that the studies showed that the practice of
physical exercises is beneficial to health, and these data contribute as scientific
evidence to guide physical therapists in the clinical practice of prescribing exercises to
improve elderly patients with rheumatoid arthritis.

Keywords: Rheumatoid Arthritis. Exercises. Elderly.


LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AR – Artrite Reumatoide
ACR – American College of Rheumatology
DMARDs – Drogas Antirreumáticas Modificadoras da Doença
DCV – Doenças Cardiovasculares
DeCS – Descritores em Ciências da Saúde
GI – Grupo Intervenção
SARAH – Stretching and Strengthening for Rheumatoid Arthritis of the Hand
DP – Desvio Padrão
AVD´S – Atividades da Vida Diária
PCR – Proteína C Reativa
DAS28 – Disease Activity Score 28
IL-10 – Interleucina 10
HAQ DI – Índice de incapacidade do Health Assessment Questionnaire
MFI-20 – Inventário de Fadiga Multidimensional
MHQ – Michigan Hand Outcome Questionnaire
Células T – Células Tregs
Células B – Células Bregs
STS – Sit to Stand
Fadiga VAS – Fadiga na Escala Visual Analógica
MFI-20 – Inventário de Fadiga Multidimensional
HADS – Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
LTPAI – Leisure Time Physical Activity Inventory
RAPID 3 – Avaliação de rotina dos dados do índice do paciente 3
FMD – Dilatação mediada por fluxo
baPWV – Velocidade da onda de pulso do tornozelo braquial
SF-12 – Short Form Health Survey
PGIC – Escala de impressão global de mudança do paciente
EuroQol (EQ5D) – Questionário de Qualidade de Vida (EQ5D)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 8

2 MÉTODOS ....................................................................................................................... 11

3 RESULTADOS ................................................................................................................. 12

4 DISCUSSÃO..................................................................................................................... 18

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 24
8

1 INTRODUÇÃO

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória crônica, que atinge
as membranas sinoviais das articulações periféricas. Tem como característica o
acometimento simétrico das pequenas e grandes articulações, em sua maioria
afetando mãos e pés (MOTA et al., 2012), sendo a poliartrite inflamatória mais comum
(WILLIAMSON et al., 2017). Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, afeta
duas vezes mais mulheres que homens, tendo seu início entre 30 e 40 anos, sendo
que sua incidência vai aumentando com o avanço da idade (Sociedade Brasileira de
Reumatologia, 2021). No Brasil, a prevalência de AR variou entre 0,2% a 1% em
adultos, com estimativa de 1,3 milhões de pessoas acometidas no país. Já nos países
em desenvolvimento, a doença é mais frequente, e acomete, de 1% a 3% da
população mundial (COSTA et al., 2014).

Com o envelhecimento demográfico e epidemiológico e aumento da expectativa de


vida, a população idosa com artrite reumatoide está cada vez maior (SERHAL et al.,
2020). De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (2021), a etiologia da
AR ainda é desconhecida. Seus sintomas mais comuns, são dor, edema, calor e
hiperemia. Segundo o American College of Rheumatology (ACR) o diagnóstico clínico
da AR deve ter positividade em pelo menos 4 das 7 condições preconizadas por esse
consenso de especialistas: (1) rigidez matinal, (2) artrite de 3 ou mais articulações, (3)
artrite das articulações da mão, (4) artrite simétrica, (5) nódulos reumatoides, (6) fator
reumatoide sérico ou (7) alterações radiológicas (SILVA et al., 2010).

A AR é uma doença crônica destrutiva, que causa limitações funcionais e físicas, que
envolvem a amplitude de movimento, a força muscular, equilíbrio, dor global, rigidez
matinal e a sensibilidade articular (SILVA et al., 2010), causando não só transtornos
físicos, como as deformidades irreversíveis das articulações geradas pela doença,
mas também as sociais, como a perda de capacidade laboral, psicológica, como a
perda da qualidade de vida, e até mesmo financeira. Os custos para o tratamento da
AR podem ser altíssimos, isso se deve tanto por fatores diretos, devido aos diversos
gastos com medicamentos, com profissionais de saúde e hospitalares; tanto por
fatores indiretos, como a perda da produtividade pessoal, absenteísmo, e pagamento
9

de aposentadoria por invalidez, por conta da perda da atividade laboral (MOTA et al.,
2012).

Segundo alguns autores, a presença da Artrite Reumatoide acelera o processo de


envelhecimento (ANDERSSON et al., 2020), visto ser uma doença sistêmica e
associada a uma maior morbidade em pacientes com doenças cardiovasculares
(SHIN et al., 2015). A AR também pode acometer o baço e aumento dos gânglios
linfáticos e a leucopenia em pacientes que têm a sua forma crônica (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2021). Além disso, quem tem a doença em um
nível mais avançado, pode apresentar uma menor sobrevida (MOTA et al., 2012).

Com o passar dos anos, além das mudanças fisiológicas que acontecem no corpo,
como a imunossenescência (SERHAL et al., 2020), os impactos da Artrite Reumatoide
no processo de envelhecimento são profundos, visto que a doença é acometida por
uma desregulação no sistema imunológico, aumentando os riscos do idoso que possui
AR, ter outras doenças autoimunes, infecções e desenvolvimento de câncer (LANGE
et al., 2019).

A idade avançada é uma barreira significativa para uma abordagem farmacológica


bem sucedida no tratamento de idosos com AR (SERHAL et al., 2020). A terapia com
medicamentos é um dos principais tratamentos para controlar os sintomas da doença.
Os pacientes idosos são expostos a uso de esteroides e monoterapia que são
consideradas como Drogas Modificadoras da Doença (DMARDs). A utilização de
metotrexato e prednisolona são os medicamentos mais usados nos casos de AR,
embora o último tenha demonstrado que a sua utilização aumenta o risco de
problemas cardiovasculares em idosos (SERHAL et al., 2020).

Dentre as técnicas não invasivas usadas na abordagem da AR estão os exercícios


físicos. O exercício como forma de tratamento, pode proporcionar melhorias no
funcionamento físico e psicológico de pacientes com diferentes doenças reumáticas
(SIECZKOWSKA et al., 2020). O aumento da atividade física na AR, pode reduzir suas
manifestações sistêmicas, melhorando a capacidade funcional, aptidão física, a força
e a saúde cardiovascular, além da melhora da fadiga e da diminuição da dor. Também,
está associado a um número reduzido de internações hospitalares e dias de
10

hospitalização, assim, reduzindo os custos associados à doença (METSIOS; KITAS,


2018).

Os exercícios físicos trazem diversos benefícios para a saúde do idoso. Dentre eles,
auxilia na liberação de miocinas anti-inflamatórias no músculo esquelético, diminuindo
a gordura visceral, que por sua vez libera adipocinas pró-inflamatórias. Além disso,
revitaliza seu sistema imunológico, promovendo uma função imunológica mais
saudável (ANDERSSON et al., 2020).

Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar, por meio de uma revisão
de literatura, quais os efeitos dos exercícios terapêuticos em idosos com artrite
reumatoide.
11

2 MÉTODOS

Trata-se de uma revisão da literatura realizada por meio de ensaios clínicos com e
sem randomização, pesquisados nos seguintes bancos de dados: Scielo, PubMed,
Cochrane e PEDro, entre os meses de abril a junho de 2022.

Os descritores utilizados e suas combinações foram: rheumatoid arthritis, pain,


functionality, exercise, elderly, elders, olders, physical therapy, rehabilitation e seus
similares em português, usando como referência o DeCS.

Os critérios de inclusão dos estudos inseridos foram artigos publicados nos últimos
dez anos, nos idiomas português e inglês, realizados em seres humanos, sem
distinção de gênero e com média de idade superior a 60 anos. Os estudos que não
preencheram esses critérios foram automaticamente excluídos.
12

3 RESULTADOS

Foram encontrados no total, 137 artigos: SciELO: (n=18), Cochrane: (n=42), PubMed:
(n=67) e PEDro: (n=10). Destes, foram excluídos 123 artigos por leitura de título e
resumos, por abordarem outros temas, diferentes do estudo proposto, outros por
serem revisões sistemáticas ou intervenções farmacológicas.
No total, 14 artigos foram selecionados para leitura completa. Dos 14 artigos
escolhidos, 3 foram excluídos por não estarem de acordo com o tema, outros 3 foram
excluídos por conta da idade dos participantes não serem compatíveis e, 1 artigo não
foi encontrado completo. Para a realização deste estudo, foram selecionados 7
artigos, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1: Fluxograma dos estudos selecionados.

Resultados da busca: (n=137)

SciELO: (n=18), Cochrane: (n=42),

PubMed: (n=67) e PEDro: (n=10)

Estudos excluídos após leitura do título ou


resumo: (n=123)

Abordavam outros temas: (n=73);

Revisão sistemática: (n=42);

Intervenções farmacológicas: (n=8).

Artigos selecionados para leitura do texto


completo: (n=14)
13

Excluídos: (n=7)

Não estava de acordo com o tema (n=3);

Idade não compatível dos participantes (n=3);

Não foi encontrado o artigo completo (n=1).

Artigos selecionados: (n=7)

Os sete artigos selecionados, apresentam diferentes tipos de intervenções em


pacientes com Artrite Reumatoide. Os dados de cada artigo e seus respectivos
resultados são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Resultados dos estudos selecionados.

Autores/Ano Amostra Objetivo Intervenção Resultados

Williamson et al Acompanhar por O Grupo Após 12 meses


Participantes
além dos 12 Intervenção: não houve
(2017) n= 490
meses, o aconselhamentos mudanças entre
programa de de melhores grupo
Média de idade:
exercícios para práticas, e um intervenção e
63,6 anos
mão SARAH e programa de grupo controle
(DP= ±10,9)
avaliar seus exercícios de no desfecho dor.
respectivos moderada a alta Ambos os grupos,
Grupo
efeitos em intensidade tiveram a melhora
intervenção:
relação a função individualizados. da função da
n= 246
da mão, as mão, mas
Média de idade: Grupo Controle:
AVD´s, estatisticamente,
61,3 anos Aconselhamento
problemas de foi mais
(DP= ±12) de melhores
dor, autoeficácia significativo no
Grupo controle: práticas, educação
para artrite e grupo
n= 244 de proteção
adesão ao intervenção.
Média de idade: articular e
programa de
63,5 anos imobilização
exercícios.
(DP= ±11) funcional.

Andersson et al Efeitos dos Grupo Os exercícios de


Idosos ≥65 anos
exercícios de Intervenção foi moderada a alta
(2020) Grupo
moderada a alta alocado para 20 intensidade
intervenção:
intensidade no semanas com melhoraram a
n= 24
PCR, DAS28 exercícios capacidade
Média de idade:
capacidade aeróbicos e aeróbica e a força
69 anos
14

(DP= ± 2) aeróbica e força resistidos de muscular no


muscular. intensidade grupo de
Grupo Controle: moderada a alta. intervenção.
n= 25 Reduziu os níveis
Grupo Controle
Média de idade: séricos de IL-10,
exercícios leves
70 anos e de Tregs e
domiciliares.
(DP= ±2,4) Bregs, as células
reguladoras
principalmente no
sexo feminino.

Lange et al Idosos (65-75 Avaliar o efeito Grupo Não foram


anos) com AR de um exercício intervenção: 20 encontradas
(2019)
(n=74) aeróbico e semanas de diferenças
resistido, de exercício em uma significativas
Grupo
moderada a alta academia. entre grupos para
Intervenção:
intensidade na o Questionário de
n=36 Grupo controle:
avaliação da Avaliação de
Média de Idade: exercícios
saúde, Saúde (HAQ DI).
69,14 anos domiciliares de
capacidade No grupo
(DP= ± 2,61) intensidade leve.
aeróbica, intervenção, a
resistência e capacidade
Grupo Controle:
força muscular. aeróbica
n=38
(P<0,001),
Média de idade
desempenho de
70,11 anos
resistência e
(DP= ± 2,30)
força, foram
melhores
(P<0,05) do que o
grupo controle.

Kucharski et al Idosos com AR Avaliar o impacto O grupo As subescalas de


(>65 anos) dos exercícios de intervenção fadiga física do
(2019)
moderada a alta (n=36), seguiu um MFI-20 (p=0,002)
Grupo intensidade, programa de e fadiga mental
Intervenção: aeróbico e exercícios em (p=0,048), foram
n=36 resistido com academia, com significativamente
Média de Idade: orientação orientação de um reduzidas em 20
69,14 anos centrada na fisioterapeuta 3x semanas no
(DP= ± 2,61) pessoa sobre a na semana, mais grupo
fadiga, ansiedade exercícios leves intervenção e,
Grupo Controle: e depressão em em casa por 20 em relação a
n=38 idosos com AR. semanas. Já o depressão,
Média de idade grupo controle também houve
70,11 anos (n=38) realizou redução no grupo
(DP= ± 2,30) exercícios leves exercício
em casa para (p=0,039) se
mobilidade, força e comparado ao
equilíbrio por 20 grupo controle.
semanas. Quanto a
ansiedade, não
houve diferença
significativa entre
grupos.

Lange et al Idosos Avaliar a Os idosos que já Os participantes


mudança na haviam participado do grupo
(2020) (>65 anos)
atividade física e do estudo exercício,
na aptidão física, centrado na aumentaram
15

Grupo após 4 anos em pessoa, foram significativamente


Intervenção: idosos com AR, alocados ao grupo as horas
n=24 que participaram de exercícios semanais de
do estudo domiciliares de atividade física,
Média de idade:
centrado na intensidade leve, e dentro desses 4
73,5 anos pessoa, em o grupo controle, anos (p=0,004),
comparação ao foi convidado a quando
(DP= ± 2,71)
grupo controle. uma visita e comparado à
Grupo controle: avaliados com linha de base.
n=23 teste com base em Não houve
desempenho, diferença entre
Média de idade: amostragem de grupos sobre a
74,0 anos sangue e aptidão física. Na
questionários análise de dados
(DP= ± 2,11) autorrelatados. mostrou-se que o
grupo controle
relatou aumento
da dor (p=0,035),
fadiga (p=0,023),
aumento de
articulações
sensíveis
(p=0,028), maior
atividade da
doença (p=0,007)
e piora da saúde
global (0,004),
comparado ao
basal. O grupo
exercício
permaneceu no
mesmo nível
basal.

Lamb et al Avaliar a eficácia O grupo exercício O grupo


Participantes
e custo-benefício incluiu sete exercício dobrou
(2015) n= 490
dos exercícios de exercícios de o efeito do
Média de idade:
mão mobilidade e tratamento em
63,6 anos
personalizados quatro exercícios relação ao grupo
(DP= ±10,9)
SARAH, além de força ou controle. Em
dos cuidados resistência, contra áreas importantes
Grupo habituais, durante resistência da função da
intervenção: 12 meses. fornecida por mão, atividades
n= 246 faixas, bola, ou de vida diária,
Média de idade: massa terapêutica. trabalho,
61,3 anos O grupo controle satisfação, e
(DP= ±12) se baseava em confiança para
Grupo controle: orientações autogerenciar os
n= 244 clínicas sintomas. Em
Média de idade: internacionais e relação a dor, não
63,5 anos incluíam educação houve diferenças
(DP= ±11) sobre proteção significativas
articular, e quando entre grupos e em
indicado, relação à linha de
imobilização base, não houve
funcional. piora na dor, na
deformidade e na
mudança do uso
de
medicamentos.
16

Shin et al 56 pacientes do Investigar os O grupo de Em ambos os


sexo feminino. efeitos do exercício de Tai grupos,
(2015)
exercício de Tai Chi (n=29), apresentaram
Grupo
Chi no risco de participou de uma baixa atividade da
intervenção:
doenças atividade em doença. De
n= 29 cardiovasculares, grupo, 1x por acordo com os
incluindo rigidez semana, durante achados, o grupo
Média de idade:
arterial e função 60 minutos, ao exercício,
64,0 anos endotelial, em longo de 3 meses melhorou a
(DP= ± 5,4) mulheres idosas no ginásio do função endotelial
com AR. hospital. O grupo e a rigidez
Grupo controle:
controle (n=27), arterial.
n= 27
recebeu
Média de idade: informações sobre
60,9 anos modificações do
(DP= ± 7,2)
estilo de vida.
DP= Desvio Padrão; SARAH= Stretching and Strengthening for Rheumatoid Arthritis of the Hand;
AVD´S= Atividades da Vida Diária; PCR= Proteína C Reativa; DAS28= Disease Activity Score 28; IL-
10= Interleucina 10; HAQ DI= Questionário de Avaliação de Saúde; MFI-20= Inventário de Fadiga
Multidimensional.

Os estudos de Lamb et al. (2015) e Williamson et al. (2017), utilizaram a subescala de


função manual do Michigan Hand Questionnaire (MHQ), para avaliar o desfecho
primário. Já Andersson et al. (2020), avaliou a frequência das células reguladoras T
(Tregs), células reguladoras B (Bregs) e IL-10, correlacionando com os resultados da
PCR, DAS-28 e IMC. Além da capacidade aeróbica, avaliada pela medida do
VO 2 máx, e força muscular pelo teste de Sit to Stand (STS).

Lange et al. (2019), utilizou o Health Assessment Questionnaire (HAQ DI) como
desfecho primário para avaliar o índice de incapacidade dos participantes. Como
desfechos secundários, os autores fizeram testes de capacidade aeróbica, teste de
resistência da bicicleta, o STS, o Timed Up and Go (TUG), e a medição da força de
flexão de cotovelo.

Para verificar os efeitos dos exercícios aeróbicos e resistidos de intensidade


moderada a alta na fadiga, ansiedade e depressão (KUCHARSKI et al; 2019), foram
usadas as escalas de Fadiga na Escala Visual Analógica (fadiga VAS), Inventário de
Fadiga Multidimensional (MFI-20), e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
(HADS). No estudo de Lange et al. (2020) o Leisure Time Physical Activity
Inventory (LTPAI), foi usado para avaliação da autoavaliação da quantidade de
atividade física dos participantes.
17

Shin et al. (2015), avaliou utilizando a Pontuação de Atividade da Doença 28 (DAS


28) e Avaliação de Rotina dos Dados do Índice do Paciente 3 (RAPID 3), incapacidade
funcional (HAQ), fatores de risco cardiovascular (pressão arterial, perfil lipídico,
composição corporal, e tabagismo) e três medições ateroscleróticas: espessura da
camada íntima e média da carótida, dilatação mediada por fluxo (FMD) e velocidade
da onda de pulso do tornozelo braquial (baPWV).

Outros resultados secundários foram apresentados nos estudos, como as Atividades


de Vida, subescalas de trabalho do MHQ, autoeficácia, satisfação, qualidade de vida
(SF-12) e adesão ao exercício, EuroQol (EQ5D) (LAMB et al., 2015; WILLIAMSON et
al., 2017). Sobre a mudança de saúde indicado pela escala de impressão global de
mudança do paciente (PGIC), os pacientes do grupo intervenção apresentaram
melhorias na saúde em comparação ao grupo controle (LANGE et al., 2019;
ANDERSSON et al., 2020).

Em relação a dor, não houve mudanças estatisticamente significativas entre grupos


(LAMB et al., 2015; WILLIAMSON et al., 2017; KUCHARSKI et al., 2019). Kucharski
et al. 2019, utilizou o VAS-Pain, como instrumento de medida para esse desfecho
neste estudo.

Nos artigos de Williamson et al. (2017) e Kucharski et al. (2019), os participantes em


sua maioria foram mulheres, sendo que, 75,6% no estudo de Williamson et al. (2017),
e, no estudo de Kucharski et al. (2019) o grupo intervenção eram 75% e o grupo
controle 76,6%. Shin et al. (2015), fez sua pesquisa somente com mulheres idosas
com AR.
18

4 DISCUSSÃO

Os resultados obtidos nos artigos, demonstram o quanto os exercícios são benéficos


para idosos com artrite reumatoide. Para esse público, como a doença é crônica e
progressiva, é vista como um fator limitante para atividades físicas, e é por vezes,
desencorajada por médicos devido aos danos articulares provocados pela AR (SHIN
et al; 2015).

No estudo de Lamb et al. (2015), o programa Stretching and Strengthening for


Rheumatoid Arthritis of the Hand (SARAH), contou com sete exercícios de mobilidade
e quatro com exercícios de força ou resistência, ou contra resistência, com sessões
de contato direto com Fisioterapeuta ou Terapeuta Ocupacional. Os participantes do
programa de exercícios, fizeram avaliação para definir a intensidade inicial das
atividades para, ao longo do tempo, aumentar a carga e as repetições. O grupo de
cuidados habituais, tiveram orientações clínicas internacionais, que incluíam
educação de proteção articular e imobilização articular. Foram fornecidos folhetos
informativos publicados pela Arthritis Research UK, além de incentivos para as
atividades físicas. Também, foram adicionados exercícios para serem feitos em casa
por um período mínimo de 12 semanas.

O programa de exercícios para mão SARAH, demonstrou que a médio e longo prazo,
apresentou benefícios na melhora da função da mão. Com relação a força de
preensão manual e à dor, não houve melhoras significativas comparadas ao grupo de
cuidados habituais. Efeitos positivos foram encontrados também no seguimento
atividade da doença, medida pelo número de articulações inchadas e sensíveis. Além
disso, o estudo de Lamb et al. (2015) verificou que o exercício dobrou o efeito na
realização de atividades de vida diária, trabalho, satisfação (medido pela subescala
do MHQ), e confiança para gerenciar os sintomas da doença, tendo um bom custo-
benefício quando comparado aos tratamentos feitos por medicamentos. Esse
importante estudo, deve ser considerado para a prática clínica, pois o número de
participantes foi significativo (n=490), apresentou um programa de exercícios
específicos para Artrite Reumatoide (SARAH), e que idosos com AR apresentaram
melhoras significativas funcionais e motoras em relação ao grupo controle.
19

No artigo de Williamson et al. (2017), os participantes do programa de exercícios


usaram também o protocolo SARAH. Os idosos foram acompanhados por 12 meses,
sendo que o grupo intervenção realizou exercícios adaptados de alongamento e
fortalecimento três vezes por semana, e o grupo controle realizou educação de
proteção articular, aconselhamentos de exercícios de mobilidade para todo o corpo e
imobilização funcional em um máximo de três consultas. Após 12 meses não houve
mudanças significativas entre grupo intervenção e grupo controle no desfecho dor. Em
relação a função da mão, avaliada pela subescala Michigan Hand Outcome
Questionnaire (MHQ), ambos os grupos melhoraram em comparação com a linha de
base, mas isso só foi estatisticamente significativo no grupo que realizou exercícios.
Os participantes do grupo exercício relataram também pontuações de autoeficácia
mais altas em comparação aos escores basais. Esses resultados reforçam que a
adesão e a manutenção dos exercícios se fazem necessário em condições crônicas
irreversíveis.

Outros quatro artigos discorreram sobre exercícios resistidos de intensidade


moderada a alta (ANDERSSON et al, 2020; KUCHARSKI et al, 2019; LANGE et al,
2019; LANGE et al, 2020). Lange et al. (2019, 2020), desenvolveram dois estudos, o
primeiro estudo constou de exercícios aeróbico de moderada a alta intensidade
durante 20 semanas em academia. O grupo controle com exercícios domiciliares de
intensidade leve, e o segundo estudo avaliou a mudança na atividade física e aptidão
física, após 4 anos do grupo de idosos com AR, que participou da intervenção no
estudo anterior comparado com um grupo controle em uma lista de espera para
tratamento.

A atividade de intensidade moderada a alta, foi aumentada em comparação a linha de


base com 2,2 horas no grupo intervenção e 0,03 horas no grupo controle. Não foram
encontradas diferenças no escore HAQ-DI entre os grupos em relação a linha de base.
Porém, comparado o grupo intervenção com a linha de base, houve uma melhora de
12% na pontuação do HAQ-DI. Esse índice, foi considerado insuficiente para avaliar
os efeitos do exercício resistido pelos pesquisadores, pois, além de abranger tarefas
domésticas que exigem mobilidade geral ao invés de aptidão física, o escore é limitado
por apresentar efeito de piso. Também, os pacientes apresentaram à época do estudo
20

baixa atividade da doença, algo que pode ter influenciado nos resultados do Índice de
Incapacidade.

A aptidão física é um fator chave para predizer a manutenção ou aumento da


independência física ao longo dos anos (LANGE et al., 2019), algo que, segundo este
estudo, foi beneficiado com o exercício resistido por meio da melhora significativa
observada nos desfechos de capacidade aeróbica, resistência, equilíbrio funcional e
força muscular das pernas, comparados ao grupo controle. Outro segmento
importante que teve melhorias no grupo intervenção em comparação ao controle foi o
PGIC, com um total de 88,6% dos participantes do GI relatando melhorias. Na força
isométrica de flexão de cotovelo, não houve um impacto significativo, visto que o
enfoque principal do protocolo é em membros inferiores.

O estudo de Lange et al. (2020), sobre mudança na atividade física e aptidão física,
demonstrou que após 4 anos da randomização, a maioria dos participantes (21,3%),
disse manter a atividade física nos últimos 6 meses, antes do estudo. Mas, não houve
mudanças entre grupos da quantidade total de atividade física autoavaliada após 4
anos. Já em relação ao nível basal, houve aumento da quantidade total de atividade
física no grupo intervenção, mas não no controle. Sobre a aptidão física, não houve
mudanças nos testes entre os grupos. O Timed Up and Go (TUG) e STS, não
apresentaram mudanças após os 4 anos. Mesmo tendo aumento na quantidade de
atividade física, a resistência não se manteve, segundo os autores, esse declínio físico
pode estar relacionado à idade e, precisa-se de uma atividade estruturada para
manter os níveis de aptidão.

No grupo controle houve aumento do relato de dor (p=0,035), fadiga (p= 0,023),
aumento do número de articulações sensíveis (p= 0,028) maior atividade da doença
(p= 0,007) e piora da saúde global (p=0,004) quando comparado ao basal, enquanto
o grupo exercício permaneceu no mesmo nível do basal (LANGE et al., 2020). Os
autores interpretaram este resultado salientando a necessidade da atividade física
para este grupo, e como o exercício pode apresentar uma resposta protetora para
estes fatores. Tanto no estudo pós intervenção como neste após 4 anos, os
pesquisadores não encontraram mudanças nos marcadores inflamatórios, que se
21

pressupõe auxiliar na diminuição dos efeitos do envelhecimento do sistema


imunológico.

Andersson et al. (2020), utilizou os dados do estudo de Lange et al. (2019), para a
continuação da pesquisa com foco nas células reguladoras do sistema imunológico
em idosos com AR, sendo o grupo intervenção (n=24) e, grupo controle (n=25). Os
exercícios de moderada a alta intensidade melhoraram a capacidade aeróbica e a
força muscular no grupo de intervenção. Os resultados deste estudo mostram que no
grupo de intervenção, o exercício de intensidade moderada a alta reduziu os níveis
séricos de IL-10, bem como a frequência de Tregs e Bregs, ou seja, populações de
células imunes adaptativas regulatórias na circulação. Os efeitos nas Tregs foram
mais pronunciados nas participantes do sexo feminino. Entretanto essa redução não
foi acompanhada por uma mudança no escore de atividade da doença, mas por uma
melhora na percepção de saúde do próprio paciente.

Nesse estudo, a força muscular da perna, avaliada pelo teste de sentar e levantar, Sit
To Stand (STS), e a capacidade aeróbica, melhoraram significativamente. O grupo
intervenção também melhorou a pressão arterial sistólica e IMC. Não houve
alterações significativas na Proteína C Reativa (PCR), no Disease Activity Score 28
(DAS 28), no Índice de Atividade Clínica da Doença (CDAI), Questionário de Avaliação
de Saúde – Índice de Incapacidade (HAQ-DI), o que foi inesperado para os autores,
pois outros estudos já haviam relatado melhoras, principalmente, do escore de
atividade da doença (DAS 28). Esses resultados, reforçam o que já foi preconizado
em estudos anteriores sobre a atuação dos exercícios no sistema imunológico de
idosos (CAMPOS et al., 2021; EL-KADER; AL-SHREEF, 2018).

Kucharski et al. (2019), fez uma análise secundária com os mesmos dados, mas sobre
os aspectos psicológicos como fadiga, ansiedade e depressão. Os resultados
mostraram que na fadiga e depressão o programa de exercícios obteve efeitos
significativos, mas não nos sintomas de ansiedade. A fadiga é algo que é muito
relatado pelos pacientes de AR, e é denominada como um sintoma dominante e
perturbador da doença (KUCHARSKI et al., 2019). O estudo de Kucharski et al. (2019),
derivado da pesquisa de Lange et al. (2019), verificou que nas subescalas de fadiga
física do MFI-20 (Inventário de Fadiga Multidimensional) (p=0,002) e fadiga mental
22

(p=0,048), houve uma redução após 20 semanas de exercício comparados ao grupo


controle. Houve também redução significativa (p=0,039) dos sintomas de depressão
no grupo exercício em relação ao grupo controle. Em relação a ansiedade, não houve
diferença significativa entre os grupos. O estudo mostrou que após cessar a
supervisão ao programa de exercícios, os participantes perderam as melhorias que
obtiveram em relação a fadiga e depressão. Isso nos mostra o quanto um
acompanhamento de exercícios é benéfico para essa população.

Shin et al. (2015), abordou sobre os efeitos do exercício de Tai Chi no risco de
doenças cardiovasculares, incluindo rigidez arterial e função endotelial, com foco em
mulheres idosas com AR. As participantes (n=56), foram divididas no grupo exercício
de Tai Chi (n=29) e grupo controle (n=27), que receberam informações sobre
modificação do estilo de vida, como cessação do tabagismo e redução de peso, além
de orientações sobre exercícios regulares. Os resultados do estudo apontam que o
o exercício de Tai Chi melhorou o perfil lipídico dos participantes, diminuindo o
colesterol total significativamente do grupo de exercícios (-7,8), em relação ao grupo
controle (2,9). Essa mudança no perfil lipídico, pode desencadear uma melhora na
disfunção endotelial e da rigidez arterial.

Outro resultado apresentado no estudo foi que a Dilatação Mediada por Fluxo (FMD)
da artéria braquial, e a Velocidade da Onda de Pulso Braquial-Tornozelo (baPWV),
apresentaram alterações. A FMD teve um incremento significativo no grupo Tai Chi e
não teve no grupo controle. A baPWV teve uma redução significativa no grupo
exercício em relação ao grupo controle. A pressão arterial, frequência cardíaca,
atividade da doença (DAS 28) e a incapacidade funcional, não apresentaram
diferenças significativas entre os grupos avaliados. Os autores acreditam que a prática
do Tai Chi pode ser uma ferramenta complementar para prevenir doenças
cardiovasculares, e uma alternativa para exercícios físicos.
23

5 CONCLUSÃO

Os estudos analisados nesta revisão, mostraram vários benefícios dos exercícios para
os idosos que apresentam artrite reumatoide, tais como a melhora da funcionalidade,
da capacidade aeróbica, da aptidão física, da depressão, fadiga, função endotelial e
rigidez arterial, diminuição das células T reguladoras, aumento de força muscular e
melhora da autoeficácia e da impressão global de saúde. Nos estudos que tinham
como desfecho a dor, houve alguns que obtiveram resultados de diminuição da dor,
outros, não apresentaram diferenças significativas quando comparados a linha de
base.

Os estudos também demonstraram que não somente a prática de exercícios são


benéficas para a saúde, mas também sua manutenção, a supervisão por profissionais
e, a persistência perante a atividade física, uma vez que quando ocorrem desistências,
há perdas dos ganhos obtidos. Esses dados podem contribuir como evidências
científicas para orientar os fisioterapeutas na prática clínica da prescrição dos
exercícios para a melhora dos pacientes idosos com artrite reumatoide.
24

REFERÊNCIAS

ANDERSSON, Sofia E.M. et al. Moderate- to high intensity aerobic and resistance
exercise reduces peripheral blood regulatory cell populations in older adults with
rheumatoid arthritis. Immun Ageing, v.16, n.17, p.12, 2020. Disponível em:
https://search.pedro.org.au/search-results/record-detail/61124. Acesso em: 30
abril 2022.

CAMPOS, Ticianne Bezerra; PINTO, César Augusto Sadalla; PINTO, Nilson


Vieira. Efeitos do exercício físico no sistema imune de idosos: uma revisão integrativa.
Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 27, n. 3, p. 477-497, 2021.

COSTA, Juliana de Oliveira et al. Tratamento da artrite reumatoide no Sistema Único


de Saúde, Brasil: gastos com infliximabe em comparação com medicamentos
modificadores do curso da doença sintéticos, 2003 a 2006. Cadernos de Saúde
Pública [online], v. 30, n. 2, 2014.

EL-KADER, Shehab M. Abd; AL-SHREEF, Fadwa M. Inflammatory cytokines and


immune system modulation by aerobic versus resisted exercise training for elderly. Afr
Health Sci., v.18, n.1, p.120–131, 2018.

KUCHARSKI, Daniel et al. Moderate-to-high intensity exercise with person-centered


guidance influences fatigue in older adults with rheumatoid arthritis. Rheumatol
Int v.39, p.1585-1594, 2019. Disponível em:
https://link.springer.com/article/10.1007/s00296-019-04384-8#citeas. Acesso em: 07
jun. 2022.

LAMB, Sarah E. et al. Exercises to improve function of the rheumatoid hand (SARAH):
a randomised controlled trial. The lancet. v. 385, n. 9966, p.421-429, 2015. Disponível
em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(14)60998-
3/fulltext. Acesso em: 30 abril 2022.

LANGE, E. et al. Efeitos do exercício aeróbico e de resistência em idosos com artrite


reumatoide: Um Ensaio Controlado Randomizado. Arthritis Care Res, v.71, p.61-70,
2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29696812/. Acesso em: 15
maio 2022.

LANGE, Elvira; GJERTSSON, Inger; MANNERKORPI, Kaisa. Long-time follow up of


physical activity level among older adults with rheumatoid arthritis. Eur Rev Aging
Phys Act., v.18, n.17, p.10, 2020. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7368988/>. Acesso em: 07 jun. 2022.

METSIOS, George S., KITAS, George D. Physical activity, exercise and rheumatoid
arthritis: Effectiveness, mechanisms and implementation. Best Practice & Research
Clinical Rheumatology, v.32, n.5, p.669-682, 2018.

MOTA, Licia Maria Henrique da et al. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de


Reumatologia para o tratamento da artrite reumatoide. Revista Brasileira de
Reumatologia, v. 52, n. 2, p. 152-174, 2012.
25

SERHAL, L. et al. Rheumatoid arthritis in the elderly: Characteristics and treatment


considerations. Autoimmunity Reviews, 102528, 2020.

SIECZKOWSKA, Sofia Mendes; COIMBRA, Danilo Reis; VILARINO, Guilherme


Torres; ANDRADE, Alexandro. Effects of resistance training on the health-related
quality of life of patients with rheumatic diseases: Systematic review with meta-analysis
and meta-regression. Seminars in Arthritis and Rheumatism, v.50, n.2, p.342-353,
2020.

SILVA, Kelson N.G. et al. Balance training (proprioceptive training) for patients with
rheumatoid arthritis. Cochrane Database of Systematic Reviews 2010, Edição 5.
Disponível em:
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007648.pub2/full.
Acesso em: 30 abril 2022.

SHIN, Jeong-Hun et al. The beneficial effects of Tai Chi exercise on endothelial
function and arterial stiffness in elderly women with rheumatoid arthritis. Arthritis Res
Ther v.17, n.380, 2015. Disponível em:
https://link.springer.com/article/10.1186/s13075-015-0893-x. Acesso em: 02 maio
2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Artrite reumatoide: Doença


inflamatória crônica que pode afetar várias articulações e com causa ainda
desconhecida. 2021. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-
reumaticas/artrite-reumatoide/. Acesso em: 01 maio 2022.

WILLIAMSON, E. et al. Hand exercises for patients with rheumatoid arthritis: an


extended follow-up of the SARAH randomised controlled trial. BMJ Open. v.12, n.4,
e013121, 2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28404610/. Acesso
em: 30 abril 2022.

Você também pode gostar