Efeitos - Dorsiflexao
Efeitos - Dorsiflexao
Efeitos - Dorsiflexao
Belo Horizonte
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Belo Horizonte
2019
A447e Almeida, Nathália Marta Petruceli
2019 O efeito da liberação miofascial no ganho de dorsiflexão de tornozelo em atletas:
estudo de revisão. [manuscrito] / Nathália Marta Petruceli Almeida – 2019.
15 f.: il.
CDU: 615.8
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Sheila Margareth Teixeira, CRB 6: n° 2106, da
Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG.
Resumo
INTRODUÇÃO: A fáscia é formada por tecido conjuntivo que envolve todo o tecido
neural, vascular e muscular do corpo humano, resultando na conexão de ossos, músculos
e órgãos que formam grandes redes por todo o corpo. A liberação miofascial é uma
terapia que envolve baixas forças mecânicas e de longa duração para manipular o complexo
miofascial, destinado a restaurar o comprimento ideal, diminuir a dor e melhorar a função. A
diminuição da amplitude articular (ADM) é uma disfunção comum em pessoas fisicamente
ativas e pode ser uma predisposição à lesão musculoesquelética. O objetivo deste estudo
de revisão é avaliar os efeitos dos diferentes tipos de liberação miofascial na amplitude
de dorsiflexão (DF) de tornozelo em pessoas funcionalmente ativas. METODOLOGIA:
Foram utilizadas pesquisas no período de maio de 2018 a maio de 2019, nas bases de dados
PEDro, Medline, Scielo, Lilacs, sem restrição de língua. As palavras chaves utilizadas foram:
Athletes, Myofascial, Release, Dorsiflexion, Tensegrity. RESULTADOS: Foram encontrados
total de 18 artigos, na qual 10 na Base PEDro, 6 Medline, 2 Lilacs. Inicialmente foi
realizado a leitura dos títulos e excluídos 10 artigos. Posteriormente foi feito a leitura
dos resumos e selecionados 8 estudos para leitura na íntegra. Após a leitura dos mesmos,
foram excluídos 6 artigos que não estavam de acordo com os critérios de inclusão e com
o objetivo do estudo, totalizando 2 artigos selecionados para o estudo. No estudo de
Jakob, a DF aumentou nos participantes com déficits de amplitude de movimento após um
único tratamento de liberação miofascial compressiva. Um único tratamento de liberação
compressiva pode aumentar a DF mais do que um único tratamento da técnica de Graston.
Deve-se considerar a adição de liberação compressiva a indivíduos com déficits de DF.
O outro estudo, apresenta o tratamento com Rolo de espuma, alongamento estático e
os dois associados levam a um aumento agudo na flexibilidade. Sendo que a combinação
dos dois teve um efeito aditivo quando comparado apenas com o rolo de espuma e o
alongamento estático. CONCLUSÃO: A ADM de DF está sendo cada vez mais investigada
na prática clínica, sendo assim uma gama de recursos poder ser utilizados para corroborar
com o ganho do aumento da DF de tornozelo. Os dois estudos selecionados apresentaram
respostas positivas no ganho de ADM de dorsiflexão. A combinação de alongamento
estático associado ao rolo compressivo teve efeito aditivo comparada as duas técnicas
separadas e a técnica de liberação compressiva teve melhores resultados que a técnica
Graston.
Figura 1 – Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Lista de tabelas
Tabela 1 – Estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5 DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
13
1 Introdução
A fáscia é formada por tecido conjuntivo que envolve todo o tecido neural, vascular e
muscular do corpo humano, resultando na conexão de ossos, músculos e órgãos que formam
grandes redes por todo o corpo. Utilizando a base da tensegridade, estudos destacam
a presença de continuidade e conectividade entre fáscia ou músculo que podem estar
anatomicamente distantes entre si. (ŠKARABOT; BEARDSLEY; ŠTIRN, 2015)
A fáscia é dividida em 3 camadas: sendo a superficial, uma camada média que é de
espaço potencial e a camada profunda. Acredita-se que a fáscia seja uma peça contínua de
tecido que funciona em “cadeias” conectadas para criar tensão no corpo. Portanto, quando
a fáscia de uma área é tracionada, ela pode gerar tensão, restrição e dor em outra parte
do corpo. (MCKENNEY et al., 2013)
A liberação miofascial é uma terapia que envolve baixas forças mecânicas e de longa
duração para manipular o complexo miofascial, destinado a restaurar o comprimento ideal,
diminuir a dor e melhorar a função. O que justificam os efeitos dessas técnicas podem
ser rastreadas até vários estudos que investigaram propriedades plásticas, viscoelásticas e
piezoelétricas de tecido conjuntivo) Tecidos fasciais são vistos como uma rede tensional
interconectada que adapta sua arranjo e densidade de fibras, de acordo com as demandas.
(AJIMSHA; AL-MUDAHKA; AL-MADZHAR, 2015).
As alterações da flexibilidade da fáscia poder ser considerada uma fonte de desali-
nhamento do corpo, levando potencialmente biomecânica muscular deficiente, alterações
estruturais alinhamento e diminuição da força e coordenação motora. (AJIMSHA; AL-
MUDAHKA; AL-MADZHAR, 2015).
A diminuição da amplitude articular (ADM) é uma disfunção comum em pessoas
fisicamente ativas e pode ser uma predisposição à lesão musculoesquelética. Vários fatores
podem contribuir para esta diminuição, incluindo baixa flexibilidade, lesão anterior, e
imobilização. Vários pesquisadores sugeriram que a falta de ADM de dorsiflexão (DF) do
tornozelo é um fator corroborador para o aumento a probabilidade de uma ampla variedade
de lesões nas extremidades inferiores. Estudos demonstram que menos que 20o a 30o de
DF em cadeia fechada impede a marcha normal e pode causar padrões compensatórios de
marcha, levando a condições patológicas ao longo do pé e tornozelo e a cadeia cinética. Uma
das causas de DF restrita é a falta de flexibilidade do músculo tríceps sural. (STANEK;
SULLIVAN; DAVIS, 2018).
A ADM de DF do tornozelo pode ser aumentada através de uma variedade de
técnicas de treinamento e clínicas. Assim, a ADM de DF é um fator modificável. (FONG
et al., 2011).
14 Capítulo 1. Introdução
2 Objetivo
Por meio de uma revisão da literatura pesquisar quais são os efeitos de diferentes
técnicas de liberação miofascial na amplitude de dorsiflexão do tornozelo em indivíduos
funcionalmente ativos.
17
3 Metodologia
Foram utilizadas pesquisas no período de maio de 2018 a maio de 2019, nas bases
de dados PEDro, Medline, Scielo, Lilacs, sem restrição de língua. As palavras chaves
utilizadas foram: Athletes, Myofascial, Release, Dorsiflexion, Tensegrity.
Os critérios de inclusão foram: estudos de revisão e estudos experimentais que
apresentassem em sua terapêutica a liberação miofascial, ou a auto liberação miofascial,
sem distinção de método, a relação da liberação miofascial com o aumento da dorsiflexão
de tornozelo.
Os Critérios de exclusão foram artigos que não apresentavam como desfecho
resultados da liberação Miofascial e que tivessem foco outras técnicas de ganho de ADM
Articular, lesões pós tratamento cirúrgico.
19
4 Resultados
Figura 1 – Fluxograma
Os dois artigos incluídos foram publicados nos últimos 5 anos e estudos experimen-
tais. Como amostra um artigo utilizou indivíduos ativos e outro atletas adolescentes. O
estudo de Jakob a DF aumentou nos participantes com déficits de amplitude de movimento
do DF após um único tratamento de liberação miofascial compressiva (RMC). Um único
tratamento da RMC pode melhorar a DF de tornozelo ais do que um único tratamento da
técnica de Graston. Os profissionais devem considerar a adição de RMC ao tratamento de
pacientes com déficits de DF. O estudo de Stanek e colaboradores, os efeitos agudos de
rolo compressivo, alongamento estático + rolo compressivo e alongamento estático dos
flexores plantares na ADM de DF do tornozelo passiva em atletas adolescentes treinados
em resistência com pelo menos seis meses de experiência com rolo compressivo foram
investigados. Todas as técnicas levaram a um aumento agudo na flexibilidade e a associação
20 Capítulo 4. Resultados
das duas teve um efeito aditivo. Todas as três intervenções tiveram cursos de tempo que
duraram menos de 10 minutos.
21
Tabela 1 – Estudos
TÍTULO AUTORES AMOSTRA INTERVENCAO RESULTADOS /
DO AR- / AVALIACAO CONCLUSÃO
TIGO
Comparing Jakob Ška- 11 atletasComparar os efeitos O teste post hoc
the effects rabot, Chris adolescentes do alongamento es- revelou aumento
of self- Beardsley, tático e auto alon- na ADM entre o
myofascial Igor Štirn, gamento miofascial período basal e
release with dos músculos fle- pós-intervenção em
static stret- xores plantares na 6,2% para alon-
ching on ADM passiva de gamento estático
ankle range- dorsiflexão do tor- (p <0,05) e 9,1%
of-motion in nozelo. Foram tes- para estático e
adolescent tados em três oca- rolo compressivo
athletes siões separadas em (p <0,05), mas
um projeto rando- não apenas para
mizado. Foram ava- liberação. Teste
liados ADM de DF post hoc revelou
do tornozelo passivo que as ligações das
após um período duas técnicas foram
de pré-intervenção superiores (<0,05)
passiva de repouso, para aumentar a
imediatamente pós- ADM.
intervenção e após
10, 15 e 20 minutos
de repouso passivo.
Comparison Justin Sta- 44 parti- Grupo contole, li- A diferença entre
of Com- nek, Taylor cipantes beração miofascial os grupos foi encon-
pressive Sullivan, Sa- fisicamente compressiva e téc- trada nas posições
Myofascial mantha Da- ativos. 53 nica Gastron. Ses- em pé ( F = 13,78,
Release vis membros são ínica. Indiví- P = 0,001) e ajoe-
and the inferiores. duos com menos lhada ( F = 5,85,
Graston Te- de 30o de Dorsifle- P = 0,01). O teste
chnique for xão. Avaliação em post hoc mostrou
Improving Cadeia cinética fe- melhoras na DF na
Ankle- chada. posição em pé após
Dorsiflexion a RMC em compa-
Range of ração com os grupos
Motion GT e controle (am-
bos P = 0,001). Na
posição ajoelhada, o
DF melhorou após
o CMR comparado
com o grupo con-
trole ( P = 0,005).
23
5 Discussão
O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão na literatura buscando
a relação entre o aumento da dorsiflexão com técnicas de liberação miofascial, ampliando
evidências que permeiam a tensegridade da fáscia e a relação da ADM restrita com atuação
direta com a funcionalidade de indivíduos ativos.
Os estudos demostram que o nosso corpo é um sistema complexo e que várias
determinantes atuam para determinadas compensações e lesões. A ADM de dorsiflexão
está sendo estudada cada vez mais como um fator atuante sobre essa teia de fatores.
(BITTENCOURT et al., 2016)
O autor McKenney et al. (2013) e seus colaboradores descreve que como as fibras
da fáscia estão em várias direções, ela é capaz de se mover e mudar com os tecidos
circundantes. Acredita-se que a fáscia seja uma peça contínua de tecido que funciona em
“cadeias” conectadas para criar tensão no corpo. Portanto, quando a fáscia de uma área é
esticada, ela pode causar tensão, restrição e dor em outra parte do corpo.
Existe a hipótese que as restrições fasciais em uma região do corpo causa estresse
indevido em outras regiões do corpo devido à continuidade fascial. Isso pode resultar em
estresse em qualquer estrutura que esteja envelopada, dividida ou suportada por fáscia.
Praticantes de liberação miofascial reivindicam que, ao restaurar a duração e a saúde de
tecido conectivo, a pressão e a dor pode ser aliviada em estruturas tais como nervos e
vasos sanguíneos.
No estudo de Ajimsha, Al-Mudahka e Al-Madzhar (2015), os tecidos fasciais, são
vistos como uma rede tensional interconectada que adapta seu arranjo e sua densidade
de fibras, de acordo com as demandas e que o tecido conjuntivo poderia tornar-se mais
apertado e denso em síndromes de uso excessivo, ou após lesões traumáticas, mas é claro
se isso é devido a uma alteração na composição de fibra de colágeno, de fibroblastos ou de
substância fundamental amorfa. Os mesmos autores sugerem que a alteração da flexibili-
dade fascial poderia ser uma fonte de desalinhamento do corpo, levando potencialmente
biomecânica muscular deficiente, alterações estruturais no alinhamento e diminuição da
força e coordenação motora.
O estudo de Ajimsha, Al-Mudahka e Al-Madzhar (2015), os efeitos biológicos
do toque podem mudar a eficácia do tratamento de acordo com determinado paciente.
Esta variabilidade significa que a confiabilidade entre os avaliadores é baixa e, portanto
impede que a liberação miofascial seja considerada baseada em evidências. No entanto, os
mesmos argumentos foram aplicados a outros terapias manuais no passado que agora são
consideradas parte de prática baseada em evidências.
24 Capítulo 5. Discussão
6 Conclusão
Pode se concluir que foram poucos estudos encontrados que descrevem os efeitos
de diferentes tipos de liberação miofascial no ganho de DF do tornozelo. A restrição de
ADM de DF está sendo cada vez mais investigada na prática clínica, sendo assim uma
gama de recursos poder ser utilizados para corroborar com o ganho.
Estudos encontrados demonstram respostas no ganho de ADM principalmente, na
avaliação na postura ortostática da dorsiflexão em cadeia cinemática fechada.
Os dois estudos selecionados apresentaram respostas positivas no ganho de ADM
de DF. A combinação de alongamento estático associado ao rolo compressivo teve efeito
resposta aditiva compara as duas técnicas separadas. E a técnica liberação compressiva
teve melhores resultados que a técnica Graston.
Mais estudos devem ser realizados com o objetivo de agregar recursos que visam o
aumento da DF e a melhora funcional de indivíduos ativos.
27
Referências
BITTENCOURT, N. et al. Complex systems approach for sports injuries: moving from
risk factor identification to injury pattern recognition—narrative review and new concept.
Br J Sports Med, BMJ Publishing Group Ltd and British Association of Sport and
Exercise Medicine, v. 50, n. 21, p. 1309–1314, 2016. Citado na página 23.
FONG, C.-M. et al. Ankle-dorsiflexion range of motion and landing biomechanics. Journal
of athletic training, The National Athletic Trainers’ Association, Inc c/o Hughston
Sports . . . , v. 46, n. 1, p. 5–10, 2011. Citado na página 13.