Neoplasia - Conceitos Gerais

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NEOPLASIA

CONCEITOS GERAIS
Bruna Mattos, Carolina Marculino e Roberta Monteiro

08/01/2024
NEOPLASIA
“NOVO CRESCIMENTO”

É uma massa anormal de tecido;


É constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma;
Geralmente, há perda ou redução da diferenciação, o que as torna atípicas;
Correlação inversa entre diferenciação e multiplicação celular = quanto menos
diferenciadas as celulas são, maior é a taxa de multiplicação;
É diferente de uma hiperplasia devido à autonomia de proliferação;
Depende do hospedeiro para nutrição e suprimento sanguíneo; Neoplasia intraepitelial do colo uterino.
Na metade à esquerda da figura, existe epitélio
Quando são derivadas de tecidos sensíveis a hormônios , podem necessitar do suporte escamoso normal, notando-se camadas basal,
intermediária e superficial.
endócrino, o que é, muitas vezes, explorado clinicamente. Na metade à direita, há hipercelularidade, perda da
estratificação e pleomorfismo celular.

Na prática, as neoplasias são chamadas de tumor.


COMPONENTES BÁSICOS
TANTO PARA NEOPLASIAS BENIGNAS QUANTO PARA AS MALIGNAS

PARÊNQUIMA ESTROMA

Formado por células Determina o


Formado por tecido
neoplásicas ou comportamento
É essencial para o conjuntivo, vasos sanguíneos
transformadas biológico do tumor
crescimento da neoplasia, pois e células inflamatórias
contém o suprimento derivadas do hospedeiro
Dá origem ao nome do
sanguíneo e proporciona
tumor
suporte ao crescimento das
células parenquimatosas

OBS: As neoplasias não têm inervação. A dor sentida pelos pacientes cancerosos é devida
IUIUIIà infiltração ou à compressão de nervos nos tecidos vizinhos.
NEOPLASIA BENIGNA
Um tumor benigno é quando suas características micro e macroscópicas são
consideradas inocentes, indicando que será tratável com a remoção cirúrgica.

Geralmente não são letais e nem causam sérios transtornos, porém os tumores
benignos podem produzir mais que massas localizadas e, em alguns casos, podem
causar obstrução de canais, compreensão de órgãos, produção de substâncias e etc.

Crescimento é do tipo expansivo e provoca compressão de estruturas adjacentes,


que podem sofrer hipotofia;
Em geral, não recidivam após ressecção cirúrgica;
Crescimento é lento, o qual permite um bom desenvolvimento dos vasos sanguíneos,
assugurando uma boa nutrição das células;
Não leva a ulcerações, nem causa anemia ou caquexia.
BAIXO ÍNDICE MITÓTICO
CELULAS BEM REPRODUZ BEM O
DIFERENCIADAS TECIDO DE ORIGEM

BENIGNO

CRESCIMENTO LENTO NÃO INFILTRA NOS


E EXPANSIVO TECIDOS VIZINHOS
MASSA GERALMENTE
ESFÉRICA COM CAPSULA
FIBROSA EM VOLTA
NEOPLASIA MALIGNA
O tumor maligno indica que a lesão pode invadir e destruir estruturas
adjacentes. Possui crescimento rápido, muitas vezes dissemina-se no
organismo (forma metástase) e provoca perturbações homeostáticas graves
que acabam levando o indivíduo à morte.

Os tumores malignos são coletivamente denominados cânceres, aderem-se


na região na qual estejam “de maneira obstinada”.
Nem todos os tumores malignos apresentam evolução letal. Os mais
agresivos também são alguns dos mais curáveis, mas a designação maligna
indica um “alerta vermelho”.

As neuplasias malignas têm estroma com varíos tipos


celulares: células endoteliais, pericitos, fibroblastos,
mastócitos e leucócitos.
NÃO POSSUI CÁPSULA
NEM UMA LIMITAÇÃO
ALTA TAXA DE DEFINIDA
MULTIPLICAÇÃO ANAPLÁSICO
(ÍNDICE MITÓTICO)

MALIGNO
DEGENREAÇÕES,
CRESCIMENTO RÁPIDO NECROSE, HEMORRAGIA,
ULCERAÇÃO
INFILTRAÇÃO, INVASÃO
E METÁSTASE
NOMENCLATURA
01 Forma geral = o nome da célula, do tecido ou do órgão reproduzido + os sufixos -oma, -sarcoma
ou -carcinoma

02 O sufixo -oma é usado para qualquer neoplasia, benigna ou maligna;

03 Carcinoma indica tumor maligno que reproduz epitélio de revestimento.


Quando utilizado como sufixo, indica malignidade (p. ex., adenocarcinoma e hepatocarcinoma);

04
Sarcoma indica neoplasia maligna mesenquimal.
Quando empregado como sufixo, indica malignidade (p. ex., fibrossarcoma e lipossarcoma);

05
Blastoma pode ser usado como sinônimo de neoplasia. Quando usado como sufixo, indica que o tumor
reproduz estruturas com características embrionárias (p. ex., nefroblastoma e neuroblastoma).
NOMENCLATURA

EPITELIAL DE
TECIDO DE ORIGEM REVESTIMENTO
EPITELIAL GLANDULAR MUSCULAR LISO MUSCULAR ESTRIADO

TUMOR BENIGNO PAPILOMA ADENOMA LEIOMIONA RABDOMIOMA

TUMOR MALIGNO CARCINOMA ADENOCARCINOMA LEIOMIOSSARCOMA RABDOMIOSSARCOMA


NOMENCLATURA - TECIDO CONJUNTIVO

TECIDO DE ORIGEM FIBROSO ADIPOSO CARTILAGINOSO ÓSSEO

TUMOR BENIGNO FIBROMA LIPOMA CONDROMA OSTEOMA

TUMOR MALIGNO FIBROSSARCOMA LIPOSSARCOMA CONDROSSARCOMA OSTEOSSARCOMA


NOMENCLATURA

TECIDO DE ORIGEM VASOS SANGUÍNEOS VASOS LINFÁTICOS CÉLULAS DO SANGUE ÓRGÃOS LINFÓIDES

TUMOR BENIGNO HEMANGIOMA LINFANGIOMA X X

TUMOR MALIGNO ANGIOSSARCOMA LINFANGIOSSARCOMA LEUCEMIA LINFOMA


NOMENCLATURA - TECIDO NERVOSO

TECIDO DE ORIGEM NEUROBLASTO NEUROEPITÉLIO CÉLULAS DA GLIA NERVOS MENINGES

ASTRÓCITOMA/
TUMOR BENIGNO GANGLIONEUROMA EPENDIMOMA NEURINOMA MENINGIOMA
OLIGODENDROGLIOMA

GLIOBASTOMA/
EPENDIMOMA NEURINOMA MENINGIOMA
TUMOR MALIGNO GANGLIONEUROBLASTOMA OLIGODENDROGLIOMA
MALIGNO MALIGNO MALIGNO
MALIGNO
CRITÉRIOS DEFINIDORES DE MALIGNIDADE

1 2 3
DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA INVASÃO LOCAL METÁSTASE
DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA
É a perda de diferenciação estrutural e funcional das células
Refere-se à assemelhança das células parenquimatosas;
neoplásicas com as parenquimatosas de origem; As células neoplásicas ficam bem diferentes das de origem,
o que contribui para um tumor de caráter maligno;
Semelhança tanto funcional quanto morfológica; As neoplasias malignas possuem celulas indiferenciadas, as
quais são chamadas de anaplásicas;
Os tumores benignos são bem diferenciados, As células anaplásicas apresentam as seguintes características
assim acontece mitose raramente. morfológicas:
Pleomorfismo = variação de tamanho e forma;

Anormalidades nucleares = variação de tamanho, cor e forma;


Mitoses atípicas;

Perda de polaridade = não conseguem mais reconhecer os


ioioioioioioioipadrões uma com as outras;
Células tumorais gigantes.
DIFERENCIAÇÃO

Leiomioma do útero. Tumor benigno (adenoma) da tireoide.


Esse tumor benigno bem diferenciado contém feixes entrelaçados de Observe os folículos normais (bem diferenciados) da tireoide preenchidos de coloide
células musculares lisas neoplásicas que são praticamente idênticas na
aparência em relação as células musculares lisas normais no miométrio.
ANAPLASIA

Tumor maligno pleomórfico do músculo esquelético Tumor anaplásico mostrando a variação no tamanho e na forma
(rabdomiossarcoma). da célula e do núcleo. A célula de destaque no campo central
Observe o acentuado pleomorfismo celular e nuclear, possui um fuso tripolar anormal.
núcleos hipercromáticos e células gigantes tumorais.
INVASÃO LOCAL
Compreende o processo de infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido
circundante que o crescimento das neoplasias malignas apresenta;
Normalmente, os tumores malignos são pouco demarcados em relação ao tecido
normal ao seu redor e não possuem cápsulas.
Há casos nos quais cânceres crescem lentamente, parecem delimitados pelo
estroma do tecido local circundante do hospedeiro, mas o exame microscópico
revela minúsculas “projeções de células” que penetram na margem e infiltram as
estruturas adjacentes.
Os tumores benignos desenvolvem uma cápsula que os separam do tecido
hospedeiro, tornando-o defenido, facilmente palpável, móvel e facilmente
extraídos cirugicamente. Há exceções, como leiomioma do útero e neoplasias
vasculares benignas.
Fibroadenoma da mama:

Um pequeno tumor castanho encapsulado nitidamente


A cápsula fibrosa (à direita) delimita o tumor do tecido circundante.
demarcado do tecido mamário mais branco.
METÁSTASE
É a disseminação de um tumor para locais que são anatomicamente QUANTO MAIS ANAPLÁSICA E MAIOR FOR A
distantes do tumor primário, caracterizando-o como um tumor
NEOPLASIA PRIMÁRIA
maligno;

As neoplasias benignas não metastatizam;

Pode provocar invasão nos vasos sanguíneos, nos vasos linfáticos


MAIOR SERÁ A POSSIBILIDADE DE HAVER
e/ou nas cavidades do corpo;
DISSEMINAÇÃO METASTÁTICA
São raros os tumores malignos das células da glia e os carcinomas
(epitelial de revestimento) formarem metástases;

As leucemias e os linfomas, conhecidos como os cânceres do


sangue, são sempre considerados malignos devido à grande
facilidade de entrar na corrente sangúinea e alcançar locais Logo, a metastase está relacionada à falta
distantes. de diferenciação, à invasão local agressiva,
ao crescimento rápido e ao tamanho grande
METÁSTASES MACROSCOPICAMENTE
São nódulos múltiplos, bem delimitados, de tamanhos diversos, na superfície ou na intimidade nos órgãos;
Individualmente, é comum o nódulo metastático apresentar características macroscópicas de um tumor benigno.

Metatástases hepáticas Metástases pulmonares. Metástases ósseas.


Superfície externa do órgão mostrando nódulos de tamanhos Nódulos múltiplos na medular óssea.
variados, bem delimitados, fazendo saliência na pleura visceral.
Formação de metástase por via sangúinea ou linfática
COMPARAÇÃO
Tumor benigno do miométrio (leiomioma)
X
Tumor maligno de origem similar (leiomiossarcoma)
VIAS DE DISSEMINAÇÃO
METASTÁTICO
IMPLANTE DIRETO NAS CAVIDADES OU SUPERFÍCIES CORPÓREAS

Transporte por canais, ductos ou cavidades naturais.


Uma neoplasia maligna penetra em um “campo aberto” natural sem barreiras
físicas.
As cavidades peritonial, pleural, pericárdica, subaracnoide e do espaço articular
podem ser afetadas.
*Mais característica de
carcinomas que se originam
nos ovários que se espalham Carcinomatose peritoneal
para superfícies peritoneais. Metástases de carcinomas
são difusas no peritônio.

EXEMPLOS
Pseudomixoma peritoneal
Células de tumores mucossecretores
Tumor de krukenberg
dos ovários ou do apêndice cecal
podem cair na cavidade peritoneal, Metástases bilaterais nos
implantar-se na serosa e produzir ovários a partir de cânceres
material gelatinoso. de ógãos abdominais.
DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA
É a principal via de disseminação inicial de carcinomas, mas sarcomas também podem usar
essa rota;

O primeiro sítio das metástases é o primeiro linfonodo na via de drenagem linfática do


tumor (linfonodo sentinela).

O padrão de acometimento dos linfonodos segue as rotas da drenagem linfática e depende


principalmente da neoplasia primária.
IMPORTANTE

Os linfonodos com metástase em geral encontram-se aumentados de volume e


formam massas; que podem ser apalpados quando em cadeias superficiais ou
detectados por exames de imagens se em cadeias profundas.

Nem toda linfonodomegalia próxima de um câncer significa metástase.


- Antígenos tumorais são levados aos linfonodos, estes reagem com
hiperplasia, que também aumenta o volume do órgão.
- Enquanto que um linfonodo pequeno (tamanho normal) pode conter
metástases microscópicas.
EXEMPLOS
Os carcinomas do pulmão que se originam nas passagens
respiratórias formam metástase, primeiramente para os linfonodos
01 brônquicos regionais e depois para os linfonodos traqueobrônquicos
e hilares.

O carcinoma de mama geralmente surge no quadrante superior


02 externo e primeiro se dissemina para os linfonodos axilares.
DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA

É A VIA ONDE CÉLULAS TUMORAIS SÃO LEVADAS A QUALQUER PARTE DO CORPO, QUANDO PENETRAM NA CORRENTE SANGUÍNEA.

Via típica para os sarcomas, mas carcinomas também a utilizam;


Células malignas na circulação nem sempre indicam metástases;
A sobrevivência das células é importante no aparecimento de metástases;
Com a invasão venosa, as células sanguíneas seguem o fluxo venoso de drenagem do local da neoplasia, e as células
tumorais param no primeiro leito capilar que encontram;
O fígado e os pulmões são os locais secundários envolvidos com mais frequência na disseminação hematogênica;
Essa via pode estar envolvida nas metástases vertebrais dos carcinomas da tireoide e na próstata.
Referências:
FELIN, Izabela Paz D. Patologia Geral. Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595151505. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151505/. Acesso em: 27 dez. 2023.
FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia Geral: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788527733243. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527733243/. Acesso em: 27 dez. 2023.
KUMAR, Vinay. Robbins Patologia Básica. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595151895. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151895/. Acesso em: 27 dez. 2023.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN,
2016. E-book. ISBN 9788595150966. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150966/.
Acesso em: 27 dez. 2023.
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