Transtorno Borderline
Transtorno Borderline
Transtorno Borderline
PERSONALIDADE
BORDERLINE
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INTRODUÇÃO
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O BORDERLINE DOS
PSICANALÍTICOS
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Em 1980 e 1981, Stone e Akiskal, respectivamente, em função
da labilidade afetiva e da disforia crônica, colocam esse
transtorno no grupo dos transtornos afetivos (Linehan, 2010).
Em 1984, Gunderson separa os pacientes borderline daqueles
com síndromes esquizofrênicas e estados neuróticos,
identificando-os com características diferentes: automutilação,
comportamentos parassuicidas, preocupação excessiva com
abandono, atitude exigente, pensamento quase psicótico,
regressões terapêuticas e dificuldades na contratransferência
(Linehan, 2010).
Em 1987, Herman e Van der Kolk sugerem que o grupo de
pacientes borderline representaria uma variação crônica do
transtorno pós-traumático (Linehan, 2010).
Em 1993, Zanarini coloca o transtorno borderline no grupo dos
transtornos do impulso, ou seja, passa a considerá-lo um
transtorno da personalidade, acompanhado de outros
transtornos do impulso (Linehan, 2010).
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O BORDERLINE DOS
COGNITIVO-
-COMPORTAMENTAIS
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Em 1981 e 1987, Millon introduz uma compreensão do TPB a
partir da teoria do aprendizado social, a qual destaca o papel
central da falta de um senso claro e consistente da própria
identidade.
Na década de 1980, as formulações estritamente beckianas
focam as suposições básicas do indivíduo que tinham (e têm) o
papel de influenciar a percepção e a interpretação dos
acontecimentos, gerando como consequência emoções e
comportamentos equivalentes a tais suposições. Beck e
colaboradores (1993) apontam o pensamento dicotômico e um
frágil senso de identidade associados às suposições
disfuncionais como características cognitivas fundamentais
desses pacientes (Beck et al, 2005).
Em 1981 e 1987, Linehan propõe que a disfunção na regulação
emocional constitui o núcleo das dificuldades mais importantes.
Em 1983 e 1987, Young discorre sobre o conceito de esquemas
mal-adaptativos precoces/disfuncionais, que estariam na base
do funcionamento do indivíduo borderline.
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O TPB NO DSM-5
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Uma explicação mais detalhada sobre o modelo
multidimensional para o diagnóstico do TPB será encontrada
no Conteúdo Interativo desta aula.
EPIDEMIOLOGIA
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Após seguimento de pacientes em um ambulatório de saúde
mental nos Estados Unidos, observou-se que 50% perderam o
diagnóstico de TPB por não mais preencherem os critérios
(APA, 2014).
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Diversos fatores estão associados à etiologia do TPB, como (Bradley et
al, 2010):
Fatores biológicos/genéticos.
Separação e perda.
Abuso durante a infância.
Ambiente familiar global.
Vinculações disruptivas.
ABORDAGENS COGNITIVO-
-COMPORTAMENTAIS PARA O
TPB
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transtorno. Por isso, o foco inicial do processo terapêutico era tentar
reduzir ou eliminar esses pensamentos. Com isso, esperava-se reduzir
a sintomatologia do paciente, facilitar a modificação de suas
pressuposições subjacentes e, automaticamente, ajudar na resolução
de problemas (Beck et al, 1993).
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O componente cognitivo continua sendo enfatizado, uma vez que,
para a TCC de Beck, existe a primazia deste sobre as emoções e
comportamentos – o que não significa dizer que a causalidade é
unidirecional (David e Freeeman, 2017). Nesse sentido, a mudança
cognitiva é o objetivo final, na medida em que reflete um melhor
processamento emocional e respostas comportamentais mais
adaptativas.
Visão de si mesmo:
“Sou imperfeito.”
“Sou vulnerável a abuso, traição e negligência.”
“Sou ruim.”
“Não me conheço.”
“Sou fraco e subjugado.”
“Não me controlo.”
Visão do outro:
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“Exija o que você precisa.”
“Revide.”
“Alivie-se agora.”
Estratégias superdesenvolvidas:
Subjugar a si mesmo.
Alternar inibição com protesto dramático.
Punir os outros.
Expulsar tensão com ações impulsivas/autodestrutivas.
Estratégias subdesenvolvidas:
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É fundamental trabalhar com uma abordagem hierárquica acerca dos
problemas do paciente, e essa hierarquia deve ser construída de
forma colaborativa. Promover estratégias para lidar com crises e
estabelecer limites são outros dois elementos fundamentais do
tratamento.
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disfunção emocional: dificuldade na regulação das emoções;
disfunção interpessoal: relações interpessoais caóticas;
disfunção comportamental: impulsividade e comportamentos
suicidas;
disfunção cognitiva: pensamento dicotômico;
alteração na identidade: sensações crônicas de vazio e incerteza
em relação a autoconceito, identidade sexual e imagem
corporal.
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orientação para a aceitação versus orientação para a mudança;
firmeza convicta versus flexibilidade empática;
estímulo versus exigências benevolentes.
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Consultoria de caso para o terapeuta.
análise comportamental;
análise de soluções e estratégias de soluções;
treinamento de habilidades;
estratégias para o insight;
manejo de contingências;
exposição;
modificação cognitiva;
intervenções didáticas;
estratégias de orientação;
aquisição e fortalecimento de comprometimento.
TE de Jeffrey Young
A terapia do esquema (TE)(Young et al, 2008) nasce como uma
alternativa à TCC padrão (modelo de Beck) para pacientes com
transtornos da personalidade, transtornos crônicos e/ou difíceis, uma
vez que estes não respondiam inteiramente à TC quando eram
submetidos a ela.
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Jeffrey Young elaborou a TE como uma proposta de modelo de
TCC avançado e integrativo, na medida em que absorve e
organiza, em uma teoria e prática coesa, elementos e técnicas
de outras abordagens, como Gestalt, teoria do apego,
psicanálise (teoria das relações objetais). Assim, o modelo
original de Beck foi extensamente ampliado.
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o temperamento;
a não satisfação das necessidades emocionais básicas;
um ambiente nocivo e invalidante.
abandono/instabilidade;
desconfiança/abuso;
privação emocional;
defectividade/vergonha;
distanciamento/isolamento social;
vulnerabilidade;
padrões inflexíveis;
dependência/incompetência;
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vulnerabilidade a dano e doença;
emaranhamento;
fracasso;
arrogância/merecimento;
controle insuficiente;
subjugação;
autossacrifício;
busca de aprovação e reconhecimento;
negatividade e pessimismo;
inibição emocional.
vínculos seguros;
autonomia;
liberdade de expressão;
espontaneidade e lazer;
limites realistas.
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Os estilos de enfrentamento servem como fatores no processo
de perpetuação esquemática, juntamente com as distorções
cognitivas. É importante ressaltar que, neste modelo, os
comportamentos não fazem parte dos EIDs, e sim da resposta
de enfrentamento.
Quadro 1
Estilo Descrição
O indivíduo luta contra o esquema pensando, se
comportando e se relacionando com os demais como se o
Hipercompensação oposto do esquema fosse verdadeiro. O adulto esforça-se
para ser o mais diferente possível da criança que foi
quando seus esquemas foram adquiridos.
O paciente consente com os esquemas que possui, sem
Resignação tentar evitá-los e nem lutar contra eles. Aceita os esquemas
como verdadeiros.
O paciente organiza sua vida de forma que os esquemas
não sejam ativados. Vive sem consciência deles, como se
Evitação
não existissem. Evita pensar neles e bloqueia imagens que
os ativem.
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unidade de análise para a conceitualização desses pacientes, os
modos esquemáticos (MEs), o que também foi acompanhado de
técnicas e recursos terapêuticos específicos.
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Quadro 2
Modo
Descrição
esquemático
O paciente se encontra desconectado e fechado para todas
Protetor desligado as emoções. Está desligado, evita os outros e pode se
comportar de maneira submissa.
É a criança interior que sofre. É a parte do paciente que
Criança sente dor e terror associados com a maior parte dos
abandonada esquemas (abandono, abuso, imperfeição, subjulgação). O
paciente parece frágil e infantil.
Criança brava, É predominante quando o paciente está com raiva e se
impulsiva e comporta impulsivamente por suas necessidades
zangada emocionais básicas não serem atendidas.
É a raiva ou o ódio internalizado do pai ou da mãe ou,
Pais punitivos/
normalmente, de ambos. Sua função é punir o paciente
críticos
por fazer algo “errado”.
É pouco desenvolvido e extremamente fraco no paciente
Adulto saudável
borderline.
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experimentada pelo paciente junto ao terapeuta no processo.
Técnicas cognitivas e comportamentais são, também, amplamente
utilizadas.
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CONCLUSÃO
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principalmente a DBT e a TE, muito há o que estudar e avançar nesse
campo.
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REFERÊNCIAS
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David DO, Freeman A. Visão geral da terapia cognitivo-
comportamental dos transtornos da personalidade. In: Beck A, Davis
DD, Freeman A. Terapia cognitiva dos transtornos da personalidade.
Porto Alegre: Artmed; 2017.
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