Curso Licitação Mod 4

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Curso de Licitações
MÓDULO 4

Curso de Licitações
MODALIDADES – COMO SERÁ LICITADO?
As modalidades dizem respeito a como será o procedimento para cada licitação.
De acordo com o Art. 22 da lei 8.666/93 são modalidades de licitação: concorrência; tomada
de preços; convite; concurso e leilão.
Os limites adotados por modalidade são:

MODALIDADE COMPRAS E SERVIÇOS OBRAS E SERVIÇOS ENGENHARIA


Convite 8.000 < X <= 80.000 15.000,01 < X <= 150.000
Tomada de Preços 80.000,01 < X <= 650.000 150.000 < X <= 1.500.000
Concorrência > 650.000 > 1.500.000

Não há impedimento para que contratações que se enquadrem em modalidade de limites


inferiores sejam realizados em modalidade de limites mais altos (art. 23 § 4º), mas o contrário não
é permitido. Ou seja, posso fazer por concorrência o que se enquadra em um limite de tomada de
preços, mas não posso fazer por tomada o que deve ser feito por concorrência. De toda sorte, hoje
a modalidade que prevalece é o pregão, para o qual não há limite de valor.
Os limites inferiores apontados na Tabela são relativos aos valores para os quais a licitação
é dispensável (Art. 24, I e II da lei 8.666/93), porém nada impede que sejam feitas licitações para
os valores destacados, mas pelo princípio da economicidade evita-se movimentar toda a máquina
pública para proceder contratações de menor vulto.
Os limites previstos no Art. 24, I e II são de até R$ 8.000,00 para compra e serviços e de R$
15.000,00 para obras e serviços de engenharia. No entanto, em decorrência do § 1o. do Art. 24 es-
ses valores podem ser dobrados de acordo com a forma de constituição da entidade contratante.

Em que situação seria interessante licitar por modalidade mais complexa algo que se en-
quadra em modalidade menos complexa?

Quando se tratar de contratos em que eventuais aditivos farão com que se ultrapasse o
valor do limite da modalidade.

Concorrência Pública (CP): concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer inte-


ressados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos
de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Portanto, na concorrência somente são analisadas e classificadas as propostas comerciais


de licitantes que primeiro comprovem possuir todas as condições estabelecidas para: habilitação
jurídica, regularidade fiscal e trabalhista, qualificação econômico-financeira, e, cumprimento do
disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.

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Para cada fase da disputa abre-se a possibilidade de apresentar recursos o que torna a

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concorrência um dos procedimentos mais demorados. Por exemplo, já na habilitação é possível
apresentar recurso do resultado que declarou habilitado outro licitante e a este também é concedi-
do prazo para que apresente contrarrazões, tornando o processo bastante demorado.

As concorrências são também utilizadas para concessão de serviços públicos, compra e


venda de bens imóveis e para parcerias público-privadas – PPPs.
Tomada de Preços (TP): é a modalidade de licitação entre interessados devidamente ca-
dastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Não há diferença qualitativa (quanto ao objeto) entre as modalidades CP e TP, apenas
quanto aos valores.

Carta Convite (CC): modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estende-
rá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

Concurso: modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho


técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45
(quarenta e cinco) dias. É comum, por exemplo, o concurso de monografias ou projetos de arquitetura.

Leilão: modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis
inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para
a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, da lei 8.666/93 a quem oferecer o maior lance,
igual ou superior ao valor da avaliação.
Segundo a lei 9.074/95 também é cabível o leilão, quando da delegação de um serviço público
associada à venda de uma empresa estatal, inserindo-se, pois, no contexto das privatizações.

Pregão:
Criado pela lei 10.520/2002, o pregão atualmente concentra a maioria das contratações,
tendo em vista que devem ser licitados preferencialmente por esta modalidade as contratações
de bens e serviços comuns, ocorrendo nas formas presencial e eletrônica.
De acordo com o Parágrafo único, do art. 1º da lei 10.520/2002, consideram-se bens e
serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Dessa forma, poucos objetos ficam excluídos da contratação pela modalidade pregão, via
de regra, obras e contratações de serviços intelectuais, ou que a forma de desenvolvimento será
objeto de um planejamento pelo licitante.
Objetivava-se com o pregão dar maior celeridade ao processo, com prazos mais curtos e
inversão de fases, além de que a modalidade eletrônica permite ampliação da competitividade,
pois interessados de todo o país poderão participar.
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O pregão funciona como um leilão reverso, no qual busca-se quem oferte o menor preço, e

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somente quem ofertar o menor preço terá sua habilitação analisada. Diante de uma eventual ina-
bilitação será convocada a segunda melhor classificada e a administração terá que aceitar o preço
por ela ofertado.
Ainda no pregão o recurso deve ser apresentado de imediato, abrindo-se um prazo de três
dias para apresentação das razões recursais, isto é, o detalhamento sobre o que o licitante está
recorrendo e os demais licitantes também já ficam intimados para apresentar contrarrazões.
Não há limite de valor para a modalidade pregão.
Onde a lei 10.520/2002 for omissa, aplica-se subsidiariamente a lei 8.666/93.

Registro de Preços (Art. 15 da lei 8.666/93)


Trata-se de uma forma de comprar e não de uma modalidade de licitação, por ela, após
realizada a licitação e alcançado o menor preço para um produto, aquele preço fica registrado
em uma ata com validade de um ano, período em que aquele material ou serviço poderá ser
demandado ou não.

Regime Diferenciado de Contratação – RDC: regime aplicável exclusivamente às lici-


tações e contratos necessários à realização dos eventos Esportivos definidos na Lei 12.462, de
4 de agosto de 2011; das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC
(Incluído pela Lei nº 12.688, de 2012); das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema
Único de Saúde SUS (Incluído pala Lei nº 12.745, de 2012); às licitações e contratos necessários à
realização de obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino (Incluído
pela Lei nº 12.722, de 2012).
O RDC6 trouxe alguma inovações ao procedimento, entre eles:
–– Criação do regime de contratação integrada no qual o contratado assume a elaboração e
o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de en-
genharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais operações
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
–– Inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento como regra geral com a finali-
dade de diminuir a burocracia e reduzir o custo para os participantes. A inversão é adotada
como regra geral, ou seja, primeiro a apresentação das propostas ou lances e depois a
verificação da habilitação somente do licitante vencedor;
–– Combinação de diferentes etapas de disputa entre os participantes: aberta, fechada ou
combinada com a finalidade de estimular a concorrência e aumentar os ganhos da Admi-
nistração;
–– não divulgação do orçamento estimado para os participantes durante a licitação, buscan-
do evitar conluios e outras práticas anti-concorrenciais bem como para assegurar que os
licitantes apresentem suas melhores propostas;
–– Fase recursal única na qual são analisados conjuntamente os recursos referentes ao
julgamento das propostas e da habilitação.

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http://romiroribeiro.jusbrasil.com.br/artigos/112343845/o-calcanhar-de-aquiles-do-regime-diferenciado-de-contratacoes-rdc
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TIPOS DE LICITAÇÃO

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Ok, já estou sabendo dos procedimentos, mas sempre tenho que licitar pelo menor preço?
Não. Existem variações nos tipos de contratação, que podem ser:
Melhor Técnica: utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual (Art. 46, Lei n° 8.666/93). A escolha por esse tipo deve ser motivada.
Menor Preço: utilizada quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com
as especificações do edital e ofertar o menor preço. (Art. 45, §1°, I, da Lei n° 8.666/93).
Técnica e Preço: licitação utilizada exclusivamente para contratação de serviços de natu-
reza predominantemente intelectual em que há uma ponderação entre critérios técnicos e o preço
ofertado (Art. 46, da Lei n° 8.666/93). A escolha desse tipo deve ser motivada.
Maior Lance ou Oferta: utilizado para a venda de bens da administração.

REGIME DE EXECUÇÃO
A Lei nº 8.666/93 exige que a Administração identifique o regime de execução do futuro
contrato (art. 40, caput, e art. 55, II).
O regime está diretamente relacionado à forma de acompanhamento da execução.
Entre os regimes passíveis de serem adotados usualmente, há o da empreitada por preço
global, que é “quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total”, e a
empreitada por preço unitário, que é “quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas” (art. 6º, VII, “a” e “”b”).
A contratação por “preço certo e total” demanda que a qualidade e a quantidade da solução
eleita sejam passíveis de definição exaustiva.
Por sua vez, quando não houver meios de definir claramente os aspectos quantitativos do
objeto a ser executado, a Administração adotará o regime de empreitada por preço unitário. Nesse
caso, será estabelecido um padrão ou uma unidade de medida para fins de aferição do valor a ser
pago ao contratado, o que será feito após o período de medição e a verificação da conformidade
da prestação com a obrigação ajustada7.
Também temos os regimes:
Tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou
sem fornecimento de materiais;
Empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, com-
preendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsa-
bilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação,
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural
e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;

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http://www.zenite.blog.br/empreitadas-por-preco-unitario-e-por-preco-global-quando-adotar-regime-de-execucao-misto/#.
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