24 - Direito Administrativo - Aula 05

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 111

CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Bom dia!

Firme nos estudos? Sempre que bater aquele desânimo (muito


normal nessa caminhada de concursos públicos) pense em tudo o que
você já investiu, tempo dedicado, aulas, cursos, livros, ausência do
convívio familiar etc.

Tudo isso para alcançar o seu objetivo: a aprovação no concurso


público! Esse sonho irá se materializar, se concretizar em 2012!
Acredite! Fé em Deus e pé na tábua!

E que esse concurso seja o TRF2! Eu acredito, acredite também!

Bons estudos!!

Os assuntos da nossa aula 05 são os seguintes:

Licitação e contratos administrativos: Lei nº 8.666/93


com suas posteriores modificações (atualizada): Dos
AULA 05 princípios. Das modalidades. Da dispensa e
inexigibilidade. Dos contratos administrativos. Da
execução. Da inexecução e da rescisão dos contratos
administrativos. Das sanções. Lei n° 10.520/02: Do
pregão.

Bons estudos pra você!

Um grande beijo,

@profapatricia

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Licitação

A licitação é uma “sucessão ordenada de atos vinculantes para a


Administração e para os licitantes”, ou seja, é um procedimento,
que tem uma dupla finalidade: “obtenção do contrato mais vantajoso
e resguardo dos direitos de possíveis contratados”. Logo, o
procedimento busca atender os princípios da licitação, sendo que
vários dos atos previstos em lei claramente protegem os princípios da
publicidade dos atos, igualdade entre os licitantes, entre outros. A
importância da correta observância dos atos do procedimento é tal
que um dos princípios da licitação é o procedimento formal, ou seja,
a “vinculação da licitação às prescrições legais que a regem em todos
os seus atos e fases.”

Outra noção necessária é a diferença entre modalidade e tipo de


licitação. As modalidades são: concorrência, tomada de preço,
convite, concurso, leilão e pregão. Os tipos de licitação são: menor
preço, melhor técnica, técnica e preço ou maior lance ou oferta.

Fases da licitação

A) Interna e externa

Primeira discussão. Conforme Helly Lopes Meirelles, de um modo


geral nas diversas modalidades de licitação, há sempre duas grandes
fases, a fase interna e a fase externa. Já Celso Antônio Bandeira de
Mello as chamará de etapas interna e externa.

“O procedimento da licitação inicia-se na repartição interessada com


a abertura de processo em que a autoridade competente determina
sua realização, define seu objeto e indica os recursos hábeis para a
despesa”, sendo essa a fase interna da licitação (art. 38, Lei nº
8666/93). Maria Sylvia Zanella Di Pietro expõe que a licitação fica a
cargo de uma Comissão, permanente ou especial, de no mínimo três
componentes, que possuem responsabilidade solidária pelas decisões.
2

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

“Na etapa interna (....) avultam dois temas: o dos requisitos para
instaurá-la e o das vedações”.

Requisitos para instauração de licitação:

- se for pra contratar obra ou serviço: um projeto básico,


orçamento, recursos orçamentários previstos e, se for o caso, estar
nas metas do Plano Plurianual do art. 165 da CF.

- se for pra compras: caracterização do objeto e indicação dos


recursos orçamentários.

Vedações nas licitações:

- quanto ao objeto: veda-se incluir no projeto obtenção de


recursos financeiros para sua execução (salvo no regime de
concessão); veda-se incluir objetos sem previsão de quantitativos ou
que não correspondem ao projeto básico; veda-se incluir bens e
serviços sem similares (salvo justificados);

- quanto aos participantes (a participação é nula): o membro


da comissão ou servidor do órgão; os que estiverem impedidos (por
sanções administrativas); nos casos de obra, serviço ou fornecimento
de bens: a pessoa que foi autora do projeto básico; e a empresa na
qual o autor do projeto básico seja dirigente, gerente,
subcontratado...

B) Etapa externa

A fase externa compreende os seguintes atos: “audiência pública,


edital ou convite de convocação dos interessados,
recebimento da documentação e propostas, habilitação dos
licitantes julgamento das propostas, adjudicação e
homologação.” Durante a sua obra Hely vai chamar estes atos de
fases.

Celso Antônio Bandeira de Mello ao analisar a etapa externa afirma:


“considerando-se a licitação desde o ato de abertura até o
encerramento, pode-se decompô-la nas seguintes fases”:

a) edital;
3

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

b) habilitação;

c) julgamento com a classificação;

d) homologação;

e) adjudicação.

Celso Antônio Bandeira de Mello ainda complementa, informando que


após a abertura pelo edital (etapa externa), dois momentos são
fundamentais: 1) Exame dos afluentes à licitação: verificam-se os
sujeitos, pela habilitação; 2) exame das propostas: como um
segundo momento, após a habilitação, vê-se se estão conformes à
exigência do edital e após quanto a qualidades delas, fazendo-se a
classificação.

Antes de entrar no procedimento de cada uma das modalidades,


passaremos a uma visão geral de cada fase da licitação.

Audiência pública (art. 39 da Lei 8666/93): objetiva divulgar a


licitação e tornar mais clara para a população a conveniência da obra
ou serviço. Todos têm direito de se manifestar e inquirir as
autoridades. Deve ser divulgada no mínimo 10 dias antes da
realização pelos mesmos meios que o edital (ver abaixo) e deve ser
feita com uma antecedência mínima de 15 dias da publicação do
edital. É obrigatória esta audiência quando o valor estimado da
licitação ou de um conjunto simultâneo (não superior a 30 dias) e
sucessivo (de objeto semelhante, até 120 dias após o término da
obrigação da licitação anterior) de licitações ultrapasse 100 vezes o
quantum para concorrência de obras e serviços de engenharia
(art. 23, I, “c”, R$ 1.500.000,00 x 100 = 150.000.000,00).

Edital: instrumento que divulga a concorrência, tomada de preços,


concurso, leilão e pregão. Designa-se edital tanto o ato que realiza a
publicidade do certame (que a Lei denomina de resumo do edital)
como o documento que fixa as condições deste. Vincula a
administração e os proponentes, sendo “lei interna”. Prazo mínimo
para convocação dos licitantes se verá conforme a modalidade
licitatória. “O edital, à semelhança da lei, tem preâmbulo, texto e
fecho” . O texto é o mais importante, devendo conter: 1) objeto da
licitação; 2) prazo e condições de execução, de entrega e de
recebimento do objeto; 3) garantias para a execução; 4) local e
condições e exame do projeto básico, se houver; 5) condições de
4

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

participação na licitação; 6) fornecimento de informações relativos à


licitação; 7) critério de julgamento; 8) critério de aceitabilidade dos
preços unitário e global; 9) critério de reajuste de preços; 10)
condições de pagamento e atualização financeira dos valores; 11)
recursos administrativos: os cabíveis na licitação, na celebração e
execução do contrato estão relacionados na lei (art. 109), sendo
vedada a proibição de recurso; 12) recebimento do objeto; 13)
outras indicações. Constituem anexos do edital, fazendo-lhe parte: o
projeto básico e/ou executivo, com todas as suas especificações;
orçamento estimado; minuta do contrato a ser firmado e
especificações complementares. Interessante ressaltar que o que é
publicado é o aviso-resumo, que deve indicar: declaração do
objeto licitado, do local que está o texto completo e de todas as
informações sobre a licitação. E mais, o edital não é exaustivo, pois
normas superiores e anteriores do órgão licitante o complementam. O
edital tem as seguintes funções: dar publicidade, identifica o objeto e
delimita o universo das propostas, delimita os proponentes,
estabelece critérios para avaliação, regulas atos e termos do
procedimento e fixa as cláusulas do futuro contrato. Curiosidade: se a
licitação contar com recursos provenientes de agência oficial de
cooperação estrangeira ou organismo multilateral de que o Brasil
participe, pode-se admitir as condições decorrentes dos acordos e
tratados internacionais, se propiciarem julgamento objetivo. Carta-
convite: é o instrumento que dá publicidade na modalidade convite.
Segue as regras do edital, sendo enviada diretamente pela
Administração aos possíveis proponentes. Cabe impugnação
administrativa do edital, em petição autônoma ao subscritor do
edital (não no envelope de documentação e proposta) no prazo de 5
dias úteis antes da data da abertura dos envelopes da habilitação se
feita por qualquer cidadão, e até 2 dias úteis antes se feita por
licitante. “O fato, entretanto, é que, a qualquer tempo, qualquer
cidadão pode exercer direito de petição aos Poderes Públicos, “em
defesa de direitos ou contra ilegalidades ou abuso de poder”. Vícios
do edital: Nulo o edital se omisso em pontos essenciais (como
indicação defeituosa do objeto, estabelecimentos de trâmites
processuais cerceadores de liberdade) ou se apresentarem
disposições discricionárias ou discriminatórias no critério de
avaliação.

Recebimento da documentação e propostas: são apresentadas


duas pastas pelo interessado, uma contendo a documentação e outra
5

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

a proposta, sendo abertas separadamente, iniciando a análise das


propostas depois de ser analisada a documentação. Quanto a
abertura da pasta de documentação: inicia a fase de habilitação dos
licitantes. É sempre público, abrindo-se os envelopes com a
documentação e fazendo-se o exame da regularidade formal. “A
documentação é o conjunto de comprovantes da personalidade
jurídica, da capacidade técnica, da idoneidade financeira e da
regularidade fiscal” dos interessados. A administração não pode exigir
mais do que solicitado, considerar completa a documentação falha ou
conceder prazo para apresentar o restante, pois criaria desigualdades
invalidando-se o procedimento licitatório. A Constituição Federal
estabelece no seu art. 37, XXI, que o processo licitatório “somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.” Deve-se,
assim, evitar rigorismos inúteis. Inabilitado o licitante e este não
impugnando no prazo legal, devolve-se a pasta da proposta ainda
lacrada, não participando este do segundo momento. “Nada,
absolutamente nada, relativo a segunda etapa pode ser tratado
enquanto não se exaurir a primeira.” Quanto a abertura da proposta:
a proposta é oferta de contrato, obrigando o proponente. Uma vez
entregue a proposta, não poderá ser alterada, podendo ser
retirado o envelope antes da abertura. Só cabe desistência da
proposta por motivo justificado e aceito pela Comissão. Depois
do conhecimento da proposta ficará sujeito o proponente às sanções
administrativas e responderá por eventuais perdas e danos. Se não
for possível, pela excessiva quantidade de licitantes, analisar os
documentos e propostas quando do recebimento, marca-se “dia, hora
e local em que se dará conhecimento do julgamento adiado”.

Habilitação dos Licitantes: “habilitação ou qualificação é o ato pelo


qual o órgão competente (...), examinada a documentação,
manifesta-se sobre os requisitos pessoais dos licitantes, habilitando-
os ou inabilitando-os”. A fase de habilitação é distinta da de
julgamento, pois nesta se vê só o sujeito. Os inabilitados receberão
suas propostas intactas, motivo pelo qual o recurso cabível dessa
decisão tem efeitos suspensivo (art. 109, §2º). A habilitação pode ser
revista após esta fase pelo conhecimento de fato superveniente (art.
43, §5º). O momento da habilitação varia conforme a modalidade
(ver abaixo). A habilitação verificará: 1) a habilitação
(qualificação) jurídica: aptidão efetiva para exercer direitos e
contrair obrigações. Os documentos que podem ser demandados são
6

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

cédula de identidade, registro comercial, ato constitutivo registrado,


inscrição de ato constitutivo e ato de registro ou autorização para
funcionamento, e, se estrangeiro, de autorização para funcionar no
país; 2) a regularidade fiscal, comprovada pela inscrição no CPF ou
CGC, inscrição estadual ou municipal, se tiver, prova de regularidade
fiscal com as fazendas pública, englobando o INSS e o FGTS (e não
de quitação, ou seja, se discutido judicialmente um débito não
impede a participação no certame). Observação de Celso Mello (p.
551): débito fiscal só inabilita se comprometer a garantia do
cumprimento das obrigações; 3) qualificação técnica: que pode ser
genérica (registro profissional), específica (por atestado anterior ou
por aparelhamento e pessoal adequados) ou operativa (demonstração
da disponibilidade de pessoal e material para a execução), todavia
não precisa ter o maquinário necessário na licitação, bastando
demonstrar a possibilidade de o adquirir. Há a previsão na lei da alta
complexidade técnica, que é a que exige alta especialização, como
fator de extrema relevância para garantir a execução do contratado
ou que possa comprometer os serviços públicos essenciais,
permitindo a lei que para estas licitações se possa exigir a
metodologia de execução, com um plano de trabalho. Em alguns
casos, pela complexidade do objeto, se exige a comprovação da real
disponibilidade financeira e real capacidade operativa, não bastando
apenas a comprovação teórica; 4) qualificação econômica:
capacidade para satisfazer os encargos econômicos, provada pelos
balanços financeiros, certidão negativa de falência ou concordata e,
eventualmente, por garantias reais ou fidejussórias. Nos casos de
compra pra entrega futura pode se exigir capital mínimo, nunca
superior a 10% do valor do contrato; 5) o cumprimento do art. 7º,
XXXIII, da CF, que proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre
aos menores de dezoito anos, ou de qualquer trabalho aos menores
de 16, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. Três
observações de Celso Mello: a) o registro cadastral pode substituir os
documentos necessários à habilitação, conforme edital; b) pelo art.
32, §1º, os documentos de habilitação podem ser dispensados “total
ou parcialmente” (embora a lei diga total não pode, para Celso Mello,
dispensar todos os comprovantes) no leilão, no concurso, no convite
e no fornecimento de bens para pronta entrega; c) o consórcio de
empresas: se o edital permitir, podem empresas concorrerem juntas
ao certame com o compromisso de, se ganharem, constituírem
consórcios. Eles responderão solidariamente e uma das empresas,
7

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

que deverá ser empresa brasileira, deverá liderá-la. No consórcio a


habilitação será individualmente feita a cada empresa
proporcionalmente a participação dela no compromisso. Últimas
idéias: não há prejuízo se só uma empresa ficar habilitada, vai só ela
para a análise da proposta; há o caráter preclusivo da habilitação,
após feita não se pode desclassificar a empresa por problemas nesta
fase, só podendo desabilitar no caso de fato superveniente ou só
conhecido após o julgamento (ex. caso de falência). Vícios da
habilitação: decorrem da infringência dos dispositivos legais ou
desatenção as condições estabelecidas no edital. Celso de Mello dá
exemplos: a) exigência de documentação excessiva; b) exigência de
índice de capacidade econômica ou técnica desproporcional ao objeto.

Julgamento das propostas: antes de serem tomadas em


consideração as propostas passam por um exame de admissibilidade,
se não passarem há a desclassificação desta proposta, ato que deve
ser fundamentado pela administração. Os requisitos para a
admissibilidade da proposta, conforme Celso de Mello, é que ela deve
ser: a) séria: com a possibilidade de ser mantida. Não pode ser
irrisória. A inexeqüibilidade é tratada no art. 48 da Lei 8.666/93,
sendo desclassificadas as que forem abaixo de 70% do valor orçado
pela Administração ou “abaixo de 70% da média aritmética das
propostas que excedam em 50% o valor orçado”, e a lei diz que se
for abaixo de 80% do orçado deve-se ter garantias complementares.
Celso de Mello afirma que, a par destas presunções iuris tantum,
deve se ver se a proposta é economicamente viável; b) ajustada as
condições do edital; c) firme: sem reservas; e d) concreta: não pode
ter por base outra proposta (algo do tipo 5% a menos que a menor
proposta). Se todas as propostas forem desclassificadas a
Administração pode fixar prazo de 8 dias para os habilitados fazerem
outras propostas (no convite é três dias). Classificação é o ato de
ordenar as propostas pelas vantagens oferecidas. No empate, se usa
o sorteio público. Julgamento: é feito conforme o tipo de licitação
(os tipos são critérios de julgamento). a) menor preço: mais usada,
sendo que a melhor técnica e técnica e preço só se usa para: -
serviço de natureza predominantemente intelectual; contratação de
bens e serviços de informática; - excepcionalmente, por autorização
expressa e justificada da administração, quando de grande vulto, que
exijam técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o
objeto pretendido admitir soluções alternativas e estas puderem ser
adotadas a livre escolha dos licitantes. Nem sempre será o preço
8

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

nominalmente mais baixo, pode se levar em conta rendimento e


condições de pagamento. b) melhor técnica: nesta se propõe ao
que apresentou a melhor técnica que rebaixe a cotação que havia
feito até o montante da proposta de menor preço dentre as
ofertadas. Se não aceitar rebaixar, pega-se o próximo com melhor
técnica. Logo, o de melhor técnica pode não ser o primeiro da
classificação, podendo, inclusive, ficar em primeiro o de menor preço.
Serão apresentadas em duas pastas distintas a proposta: uma com a
proposta técnica e outra com o preço. Se classifica, por primeiro,
pelas de melhor técnica, desclassificando as que não atenderem o
mínimo. Após abre-se a de preços, iniciando uma negociação com a
de melhor técnica para que rebaixe o preço tendo como parâmetro a
de menor preço. c) técnica e preço: se classifica pela média
ponderada das notas atribuídas entre os fatores técnicos e o preço,
conforme o edital. Apresenta-se duas pastas (uma da técnica e outra
do preço), sendo que classifica-se pela técnica. Após, em sessão
pública, abre-se a de preços e faz-se a nova classificação com a
média ponderada. Busca-se a igualdade entre estrangeiros e
nacionais, sendo que aos estrangeiros é acrescido os gravantes
resultantes da tributação interna, e pros nacionais permite-se cotação
em moeda estrangeira se o edital permitir tal cotação aos
estrangeiros. Vícios de classificação: são mais comuns (conforme
Celso de Mello): classificar propostas de quem deveriam ser
inabilitadas; classificar propostas que deveriam ser desclassificadas;
classificar por propostas não previstas nos editais; e classificar por
critérios pessoais, que deveriam repercutir só na habilitação.

Homologação: é o “ato pelo qual a autoridade competente (estranha


à comissão, após examinar todos os atos (...) proclama-lhe a
correção jurídica.” Se não, prefere a anulação.

Adjudicação: é o ato pelo qual a promotora do certame convoca o


vencedor para travar o contrato em vista do qual se realizou o
certame.

Conseqüências: a licitação é condição para que a Administração


possa contratar, desde que o faça com o ofertante da proposta
vencedora, sendo nulo se preterido este. “Concluído o procedimento
com sucesso, a Administração, em princípio, estará obrigada a
contratar”. Em princípio porque pode haver motivo superveniente que
justifique a revogação

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Procedimento para cada Modalidade

A) Concorrência

“A modalidade em que todas as fases externas da licitação se


encontram claramente delineadas”, se aplicando este procedimento
seqüencial às demais no que couber. Aliás, muitos doutrinadores
tratam das fases gerais antes vistas dentro da concorrência, por ser
aplicado integralmente cada um daqueles atos nesta modalidade.
Abaixo, algumas peculiaridades da concorrência.

Edital: 45 de antecedência da próxima fase para a concorrência por


melhor técnica ou de técnica e preço ou se usar-se a modalidade
empreitada integral; 30 dias para outros tipos de concorrência.
Habilitação: em ato público recebem-se os envelopes referentes à
documentação e à proposta.

Conforme Hely Lopes Meirelles, os requisitos peculiares da


concorrências são: 1) a universalidade: qualquer interessado poderá
participar; 2) a ampla publicidade; 3) a habilitação preliminar:
constitui fase inicial, logo após a abertura pela publicação do edital;
e 4) o julgamento por comissão: formada por três membros, que
analisam a documentação e as propostas, é o órgão julgador da
concorrência, “nenhuma autoridade poderá substituí-la na sua função
decisória.” Pelo grande vulto, nesta modalidade é que se vê os
consórcios (ver acima).

Procedimentos especiais de certas hipóteses:

Licitação de grande vulto = mais que 25 vezes o limite do art. 23, I,


“c”. Pode se exigida a metodologia de execução.

Licitação de alta complexidade técnica = objeto envolve alta


especialização, como fator de extrema relevância para garantir a
execução do objeto a ser contrato ou para não comprometer a
continuidade de serviços público essenciais. Pode ser exigida a
metodologia de execução.

10

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Licitação de “imenso vulto” = mais de 100 vezes o limite do art. 23,


I, “c”. Exige a audiência preliminar.

Licitação interna e internacional = a Administração pode decidir. A


internacional é a aberta para empresa estrangeira que não esteja em
funcionamento no país.

Alienação de bens: serão sempre precedidas de justificativa. No caso


de imóvel, usar-se-á a concorrência, salvo para venda de bens
adquiridos por procedimento judicial ou dação de pagamento, quando
pode-se usar o leilão.

Os registros cadastrais: são registros mantidos pelos órgãos da


administração, estabelecendo formalmente habilitações (com a
documentação para tal) tendo em vista futuros certames licitatórios.
Ficam habilitados por 1 ano, renováveis com a apresentação de novos
documentos. O registro de preços: pode ser adotado pela
Administração perante compras rotineiras de bens padronizados ou
mesmos de serviços. A lei permite-o apenas para compras. A
administração fica obrigada a contratar com o registrado se negociar
nas mesmas condições.

B) Tomada de preços

A diferença básica é quanto ao prazo de antecedência do edital à


entrega das pastas = 15 dias (salvo para a tomada de preço por
melhor técnica ou de técnica e preço, que será de 30 dias), e quanto
a habilitação: os interessados em participar necessitam inscrever-se
em um cadastro administrativo (ainda que o façam para uma dada
licitação já instaurada, até 3 dias antes da abertura das propostas)
ficando catalogados, por ramos de atividade. A habilitação é
inespecífica para uma certa licitação. Os já catalogados podem
apresentar a proposta, os que ainda não o são podem até 3 dias
antes da apresentação desta entregar a documentação para
habilitação.

No mais, é igual a concorrência.

C) Convite

Nesta modalidade não há habilitação. “Esta é presumida”. A própria


entidade licitante convoca os que se reputam habilitados, com cinco

11

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

dias úteis de antecedência, a pelo menos 3 interessados (podendo ser


menos se justificado pela administração pelas condições de
mercado), afixando em local apropriado a cópia do instrumento
convocatório (é opcional divulgar no Diário Oficial). Recebidas as
propostas, seguem-se a classificação, adjudicação e homologação.
Não é obrigatória a Comissão, bastando apenas um
funcionário para realiza-a.

D) Concurso

A lei 8.666/93 não especifica o procedimento. Apenas afirma a


antecedência de 45 dias na publicação do edital e prevendo que o
regulamento deve indicar: a) qualificação exigida; b) diretrizes para
apresentação do trabalho; c) condições da realização e o prêmio.
Será conduzida por uma comissão especial, com pessoas com
reconhecido conhecimento técnico. Não se usa no concurso os
critérios de julgamento previstos na lei (tipos de licitação).

E) Leilão

Também não tem procedimento próprio na Lei 8.666. Exige


demonstração do interesse público e avaliação do bem, sendo este
valor o preço mínimo de arrematação do bem móvel. Pode ser feito
por leiloeiro oficial ou servidor designado. Os bens serão pagos à
vista ou no percentual estabelecido no edital (não inferior a 5%), se
não pagar o restante perde o valor já pago.

F) Pregão

Está regulado pela Lei 10.520. Também tem a fase interna (no art.
3º) e externa. Na fase externa há a figura do pregoeiro, que receberá
as propostas, habilitará e adjudicará. A fase externa compreende: 1)
publicação do aviso do edital: antecedência de 8 dias da entrega da
proposta, devendo ser feita no Diário Oficial, podendo ser por meio
eletrônico; 2) julgamento e classificação: em sessão pública, em
envelope contendo indicação do objeto e do preço oferecido. A
classificação é pelo menor preço, podendo se desclassificar por
critérios de prazo para fornecimento e qualidade, conforme previsto
no edital. Abertos os envelopes se faz um exame prévio de
conformidade. Após, o autor da oferta de valor mais baixo e os
das ofertas com preços até 10% superiores (ou os três com as
melhores ofertas) poderão fazer novos lances verbais e

12

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

sucessivos, até a proclamação do vencedor. Se a melhor oferta


não atender o edital, chama-se o próximo negociando o leiloeiro
diretamente com o próximo proponente para baixar o valor. 3)
habilitação do licitante vencedor: abre-se apenas o envelope do
licitante vencedor (o pregoeiro só analiso o do segundo se
inabilitado o primeiro). Veda-se exigência de garantia de proposta
pela lei. 4) adjudicação: ao vencedor pelo leiloeiro; 5) homologação:
pela autoridade competente. Após a homologação será chamado para
assinar o contrato. Inverte, frente a concorrência, a
classificação e a habilitação, e a adjudicação e homologação..

Há a previsão de pregão eletrônico, regulado pelo Decreto nº 5.450,


com as mesmas fases, mas com algumas outras exigências, entre
elas: a) recurso de criptografia para dar segurança nas mensagens:
b) prévio credenciamento perante o provedor da autoridade do órgão,
do pregoeiro e dos membros, com chave de identificação e senha; c)
divulgação pela imprensa e pela internet; d) as propostas são por
meio eletrônico, podendo ser retiradas até a abertura da sessão; e)
serão feitos lances pela internet, aparecendo o menor valor sem dizer
quem o deu; f) se quiser recorrer o licitante deve fazê-lo durante a
sessão; g) após os recursos será adjudicado e homologado pela
autoridade.

Revogação da licitação

Por ato fundamentado, pode a Administração revogar a licitação,


assegurados o contraditório e ampla defesa, por motivo
superveniente que gere justificativas de interesse público bastantes
para não contratar. A autoridade só pode revogar por razões de
interesse público decorrente de fato superveniente, motivando o
ato. Para Hely Lopes Meirelles, vêem-se os motivos de conveniência e
oportunidade, por isso, privativa da Administração. Tem efeitos ex
nunc. Não há revogação parcial, “ocorrendo motivo de interesse
público que desaconselhe a contratação do objeto da licitação, é todo
o procedimento que se revoga”. Para Celso Antônio Bandeira de Mello
cabe ao licitante vencedor indenização pelas despesas em que
incorreu para disputar o certame. Se a licitação for ilicitamente
revogada caberá a este indenização pelo que perdeu e deixou de
ganhar com o contrato.

Anulação da licitação

13

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

“Pelo art. 49 da lei 8666/93 a autoridade competente deve anular a


licitação, de ofício ou por provocação se maculada de ilegalidade”, por
ato escrito e fundamentado, com contraditório e ampla defesa.
Conforme Hely Lopes Meirelles, a anulação pode ser feita em
qualquer fase e em qualquer tempo. A competência é geralmente
da autoridade superior, sendo que a comissão que o proferiu poderá
anulá-lo no recurso próprio.

A nulidade da licitação induz a nulidade do contrato que dela


decorreu. Pelo art. 49, §1º c/c 59, parágrafo único, a anulação não
gera o dever de indenizar, salvo por prejuízos regularmente
comprovados na execução do contrato, contanto que o vício
invalidador não lhe seja imputável. A Constituição Federal, art. 37, §
6º, aumenta a responsabilidade da Administração, por responsabilizá-
la por atos de seus agentes, sem distinguir entre atos lícitos ou
ilícitos. Assim, para Celso Antônio Bandeira de Mello, anulada a
licitação por nulidade imputável ao Estado e sabido quem é o
vencedor, a este cabe indenização. Se a nulidade retirou de outrem a
condição de vencedor, àquele também caberá indenização. Agora se
a nulidade é decretada antes de se saber o vencedor, todos devem
ser indenizados pelos custos com o certame, se atuaram de boa-fé e
em nada concorreram para o vício invalidante. Operaria a indenização
como advertência a administração. Não há porque os interessados,
que agiram conforme ato administrativo, que presume-se legítimos,
arquem com os gastos que tiveram. Hely Lopes ressalta que se a
anulação for nula por falta de justa causa haveria abuso de poder,
devendo ser indenizado o licitante dos prejuízos sofridos pela ilegal
anulação. No mais, a anulação pode ser feita pela Administração ou
pelo Poder Judiciário.

Maria di Pietro lembra a súmula 473 do STF que reconhece “à


administração o poder de anular os atos ilegais e revogar os
inoportunos ou inconvenientes, desde que respeitados os direitos
adquiridos”. Ainda, afirma que a anulação pode ser parcial, atingindo
só certos atos, o que é comum nos recursos administrativos contra
inabilitação ou desclassificação de proposta. Da decisão (art. 109, I,
da Lei) que anula ou revoga cabe recurso no prazo de 5 dias, sem
efeitos suspensivo, mas atribuível pela administração.

A anulação tem efeito ex tunc, ou seja, retroage.

14

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Controle administrativo - recursos

Hely Lopes Meirelles, ao tratar genericamente sobre o controle


interno da administração pública (não especificamente sobre
licitação), assevera que os meios de controle administrativo são: -
fiscalização hierárquica (na licitação ocorrendo com mais intensidade
na fase da homologação); - supervisão ministerial; e – pelos
recursos.

O artigo 109 da Lei 8666/93 prevê os recursos administrativos


cabíveis: recurso, representação e pedido de reconsideração.

A lei prevê recurso com efeito suspensivo contra: - julgamento


da habilitação ou inabilitação; - e julgamento das propostas.

A lei não prevê efeito suspensivo, podendo ser dado pela


administração: -contra anulação ou revogação da licitação; - contra
pedido de inscrição em registro cadastral; - rescisão do contrato, a
que se refere o inciso I do artigo 79; - aplicação das penas de
advertência, multa ou suspensão temporária.

Para Hely o uso do recurso com efeito suspensivo impede o uso da


via judicial, pois o ato se tornaria inexeqüível, não rendendo ensejo a
ação judicial. Só após a decisão do recurso caberia a ação judicial.
Hely ainda lembra o recurso de impugnação ao edital, que pode ser
proposta por qualquer cidadão em até 5 dias antes do recebimento
da proposta e da documentação.

A comunicação se dará pela imprensa oficial, salvo se presentes os


prepostos nos atos de habilitação e julgamento das propostas. Não
conta-se o dia do começo e inclui-se o do fim. Só se inicia e acaba o
prazo em dia de expediente do órgão. Interposto ouve-se os demais
para impugnar o recurso, cabendo a autoridade reconsiderar em 5
dias sua decisão (no convite é 2 dias úteis).

“Contra os atos do procedimento licitatório cabe recurso


administrativo ou, quando não previsto, cabe representação,
sempre no prazo de cinco dias úteis, a partir da intimação do ato”. O
15

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

prazo só corre se o processo estiver com vista franqueada ao


interessado. Salvo no caso de carta-convite, que o prazo é de dois
dias úteis.

O pedido de reconsideração: contra ato de Ministro de Estado ou


Secretário estadual ou municipal no caso de aplicação da pena de
declaração de inidoneidade para licitar ou contratar, em 10 dias
(sendo dois para carta-convite).

Ainda, qualquer interessado pode representar ao Tribunal de Contas


contra irregularidades, conforme art. 113, § 1º da Lei e o art. 74, §2º
da CF.

Especificamente no pregão, a Lei 10520/02 afirma que declarado o


vencedor, qualquer licitante pode motivar a intenção de recorrer na
hora (sob pena de se decair o direito de recurso), devendo em 3 dias
apresentar as razões.

Controle jurisdicional

Hely lembra que o controle judicial fica restrito ao controle de


legalidade, não podendo entrar na análise do mérito. A parte não
precisa esgotar a via administrativa para usar da judicial, Meirelles só
entende que não pode ter ação judicial de ato que teve recurso com
efeitos suspensivo.

As vias judiciais utilizáveis são as ordinárias (ação comum de


anulação, indenização, etc.) e as especiais (mandado de segurança e
ação popular).

O mandado de segurança é a principal via judicial para que haja


controle do Judiciário sobre a licitação, pois a pretensão jurídica surge
durante o procedimento, quando o seguimento deste necessita ser
detido. A ação popular presta-se à invalidação de atos ou contratos
administrativos lesivos ao patrimônio público. O autor não defende
direito próprio, mas da coletividade. Qualquer cidadão pode interpô-
la. O ato tem que ser ilegal e lesivo ao patrimônio público.

Ainda, há o controle jurisdicional pelo capítulo da Lei 8.666/93 que


trata dos crimes em relação à licitação. As penas variam de seis
meses de detenção a seis anos e incluem sempre multa.

No mais, cabem aos atos administrativos da licitação as mesmas vias


judiciais analisadas quando se analisa o controle externo da
16

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

administração. Cabem, assim, dos atos da administração pública as


ações de mandado de segurança coletivo, ação popular, ação civil
pública, entre outras.

Contrato Administrativo

A teoria do contrato administrativo foi desenvolvida pelo direito


francês. O seu principal teórico foi Gaston Jèze. Modernamente a obra
mais importante é a de André de Laubadère. Interessante notar, que
o esforço que fizeram os franceses foi o de sistematizar sua
jurisprudência proveniente do Conselho de Estado.
Importante contribuição deixada pelo direito francês – e que nos
ajudará nestes estudos – diz respeito ao discernimento de duas
importantes questões: a) o que caracteriza o regime de contrato
administrativo? b) quando o contrato é administrativo? À primeira
pergunta respondem que caracteriza o regime de contrato
administrativo a supremacia de uma das partes. Por sua vez, a
supremacia é notada quando houver a possibilidade instabilizar a
relação, bem como, na autoridade do contratante público. A
autoridade se manifesta tanto pela presunção de legitimidade de seus
atos, quanto pelo amplo controle e fiscalização da execução do
contrato. Quanto à segunda pergunta, saber-se-á que um contrato é
administrativo sempre que concorrer os seguintes três requisitos: a)
receber tal qualificação por lei; b) ter por objeto a própria execução
de um serviço público; c) conter cláusulas exorbitantes.
O contrato administrativo no Brasil não teve um tratamento orgânico
e sistemático até o advento do Dec.-lei 2300, de 21.11.86.
Anteriormente a essa data, era regido pelo Código da Contabilidade
Pública da União, de 1922, alterado mais de quatro décadas depois
pelo Dec.-lei 200/67.
A lei 8.666, de 21.06.93, revogou o Dec.-lei 2.300/86 e instituiu o
novo regime jurídico das licitações e dos contratos administrativos
estabelecendo normas gerais. A lei 8.883, de 08.06.94, encampou a
doutrina atual dominante na matéria, modificando a lei 8.666/93.
A lei que rege os contratos administrativos é a Lei 8.666/93. A Lei
8.883/94 apenas efetuou alterações na Lei 8.666/93. A fonte
principal de estudo desse assunto são os artigos 54 a 80 da Lei
8.666/93. Convém lembrar que alguns contratos não estão
disciplinados na Lei 8.666/93. Os contratos de concessões e

17

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

permissões de serviços públicos submetem-se ao disposto na Lei


8.987/95 e os contratos de parcerias público-privadas, que consiste
em modalidade de contrato de concessão, são regidos pela Lei
11.079/2004.
Contrato é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes,
para criar obrigações e direitos recíprocos. Em princípio, todo
contrato é negócio jurídico bilateral, isto é, realizado entre pessoas
que se obrigam a prestações mútuas e equivalentes em encargos e
vantagens. Como pacto consensual, pressupõe liberdade e
capacidade jurídica das partes para se obrigarem validamente; como
negócio jurídico, requer objeto lícito e forma prescrita ou não vedada
em lei.

Embora típica do Direito Privado, a instituição do contrato é utilizada


pela Administração Pública na sua pureza originária (contratos
privados realizados pela Administração pública – contrato da
administração) ou com as adaptações necessárias aos negócios
públicos (contrato administrativo propriamente dito). Daí porque a
teoria geral do contrato é a mesma tanto para os contratos privados
(civis e comerciais) como para os contratos públicos, de que são
espécies os contratos administrativos e os acordos internacionais.
Todavia, os contratos públicos são regidos por normas e princípios
próprios do Direito Público, atuando o Direito Privado, apenas,
supletivamente, jamais substituindo ou derrogando as regras
privativas da Administração Pública.

Todo contrato, privado ou público, é dominado por dois princípios: o


da lei entre as partes contratantes (lex inter partes) e o da
observância do pactuado. O primeiro impede a alteração do que as
partes convencionaram; o segundo obriga-as a cumprir fielmente o
que avençaram e prometeram reciprocamente.

No Direito Privado a liberdade de contratar é ampla e informal, salvo


as exigências da lei e as restrições especiais de formas para certos
ajustes, ao passo que no Direito Público a Administração Pública está
sujeita a limitações de conteúdo e a requisitos formais rígidos, mas
em contrapartida, dispõe sempre de privilégios administrativos para a
fixação e alteração das cláusulas de interesse público e até mesmo
para pôr fim ao contrato em meio à sua execução. Essas
peculiaridades é que distinguem o contrato administrativo do contrato
privado.
18

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Não obstante, há divergência doutrinária a respeito dos contratos


administrativos. Podemos citar três posicionamentos:

O PRIMEIRO nega a existência de um contrato administrativo, pois


o mesmo não respeita o princípio da igualdade entre as partes, o da
autonomia da vontade e o da força obrigatória das convenções
(Oswaldo Aranha Bandeira de Mello).

O SEGUNDO entende que todo contrato celebrado pela


Administração é contrato administrativo, pois quando a Administração
participa haverá sempre a interferência do regime jurídico
administrativo (José Roberto Dromi).

O TERCEIRO admite a existência de contratos administrativos, com


características próprias que os distinguem do contrato de direito
privado (maioria da doutrina brasileira).

Nos contratos de direito privado, as vontades das partes se


equivalem, é o que se chama horizontalidade contratual. Mas,
diferentemente, o que caracteriza o contrato administrativo é
precisamente a preponderância da vontade do Estado, que tira a essa
espécie de contrato a paridade inerente à natureza dos atos jurídicos
bilaterais privados, e, isso, por uma imposição do serviço público. É o
que se denomina verticalidade contratual.
A expressão contratos da Administração é utilizada em sentido
amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela
Administração Pública, seja sob a égide do direito Público,
seja sob a égide do Direito Privado. A expressão contrato
administrativo é utilizada para designar tão-somente os ajustes que a
Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou
jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos,
segundo o regime jurídico de direito Privado.

José dos Santos Carvalho Filho faz interessante distinção: fala em


Contratos Privados da Administração e Contratos
Administrativos como espécies do gênero Contratos da
Administração. Os contratos privados da Administração apesar de
celebrados pelo ente público são regidos pelo Direito Civil ou
Empresarial, quando age no seu ius gestionis. E o diferencial desses
contratos não é nem o elemento subjetivo, pois o Estado estará
presente em ambos os tipos de contratos, nem o elemento objetivo,
pois em ambos os contratos o objeto terá como objetivo o interesse
19

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

público. Dessa forma, o diferencial entre os contratos privados da


Administração e os contratos administrativos será sempre o regime
jurídico.

Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração


Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou
com outra entidade administrativa para a consecução dos
objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas
pela própria Administração Pública.

Nessa conceituação enquadram-se os ajustes da Administração


Pública Direta e Indireta, porque ambas podem firmar contratos com
as peculiaridades que os sujeitem aos preceitos do Direito Público.

O contrato administrativo é sempre consensual, em


regra, formal, oneroso, comutativo e realizado intuitu
personae.

- Consensual: porque consubstancia um acordo de vontades


e não um ato unilateral e impositivo da Administração Pública. Se
aperfeiçoa no momento em que se manifesta a vontade (é o contrário
de contrato real, que exige a entrega da coisa)

- Formal: porque se expressa por escrito e com requisitos


especiais; Exceção: Poderá ser verbal nos casos de pronta entrega,
pronto pagamento e não ultrapassar o valor de R$ 4.000,00.

- Oneroso: porque é remunerado na forma pactuada;

- Comutativo: porque estabelece compensações recíprocas e


equivalentes para as partes; e

- Intuitu personae: porque deve ser executado pelo próprio


contratado, sendo vedadas, em princípio, a sua substituição ou
transferência do ajuste.

Além dessas características substanciais, o contrato administrativo


possui outra que lhe é própria, embora externa, qual seja, a
exigência de prévia licitação, só dispensável nos casos previstos em
lei. Mas o que realmente o tipifica e o distingue do contrato
privado é a participação da Administração Pública na relação
jurídica com supremacia de poder para fixar as condições
iniciais do ajuste. Desse privilégio administrativo na relação

20

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

contratual decorre para a Administração Pública a faculdade de


impor as chamadas cláusulas exorbitantes do direito Comum.

Portanto, não é o objeto, nem a finalidade pública, nem o interesse


público, que caracterizam o contrato administrativo, pois o objeto,
normalmente, é idêntico ao do Direito privado (obra, serviço, compra,
alienações, etc..) e a finalidade e o interesse públicos estão sempre
presentes em quaisquer contratos da Administração Pública, sejam
públicos ou privados, como pressupostos necessários da atuação
administrativa. É a participação da Administração Pública, derrogando
normas de direito Privado e agindo “publicae utilitatis” causa, sob a
égide do direito Público, que tipifica o contrato administrativo.

Os contratos administrativos podem ser de colaboração ou de


atribuição. O contrato de colaboração é todo aquele em que o
particular se obriga a prestar ou a realizar algo para a Administração
(obras, serviços ou de fornecimentos); o contrato de atribuição é o
que a Administração Pública confere certas vantagens ou certos
direitos ao particular, tal como o uso especial de um bem público. O
primeiro é firmado no interesse precípuo da Administração; o
segundo, é realizado no particular, desde que não contrarie o
interesse público.

O contrato administrativo apresenta as seguintes características:

Presença da Administração Pública como Poder Público

Nos contratos administrativos a Administração Pública aparece com


uma série de prerrogativas que garantem a sua posição de
supremacia sobre o particular; elas vêm expressas precisamente por
meio das chamadas cláusulas exorbitantes ou de privilégios ou de
prerrogativas.

Finalidade pública

Está presente em todos os contratos administrativos ainda que


regidos pelo direito privado; às vezes, pode ocorrer que a utilidade
seja usufruída diretamente pelo particular, como ocorre, por
exemplo, na concessão de uso de sepultura, mas, indiretamente, é
sempre o interesse público que a Administração Pública tem que ter
em vista, sob pena de desvio de poder (no exemplo citado, o
sepultamento adequado é do interesse de todos e por isso é posto
sob tutela do Poder Público).
21

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Obediência à forma prescrita em lei

Para os contratos celebrados pela Administração, encontram-se na lei


inúmeras normas referentes à forma; esta é essencial, não só em
benefício do interessado, como da própria Administração, para fins de
controle de legalidade.

A lei 8.666 estabelece uma série de normas referentes ao aspecto


formal, além do que prescrevem outras esparsas, onde destacam-se:

1) Salvo os contratos relativos a direitos reais sobre bens imóveis,


que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, os
demais serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivos cronológicos de seus autógrafos e registro
sistemático de seu extrato; somente são permitidos contratos verbais
para pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inc. II, alínea a (limite para a tomada de
preços), feitas em regime de adiantamento (art. 60, parágrafo.
único).

2) Deve ser publicado, resumidamente, seu extrato no Diário Oficial,


no prazo máximo de 20 (vinte) dias a contar da data da assinatura
(art. 61, par. Único); antes disso, o contrato não adquire eficácia; se
ultrapassado o prazo de vinte dias sem publicação do extrato, o
ajuste deixa de adquirir efeitos e perde a sua validade.

Celso Antonio Bandeira de Mello menciona que este prazo máximo de


20 dias para a publicação resumida do instrumento e aditamentos
consiste em condição de eficácia dos contratos administrativos.
3) O contrato formaliza-se, de acordo com o art. 62, por meio de
“instrumento de contrato”, “carta contrato”, “nota de empenho de
despesa”, “autorização de compra” ou “ordem de execução de
serviço”.

4) Na redação do instrumento de contrato ou outro instrumento


equivalente deverão ser observadas as condições constantes do
instrumento convocatório da licitação, já que o mesmo é a lei do contrato e
da licitação; nenhuma cláusula poderá ser acrescentada ao contrato,
contendo disposição não prevista na licitação, sob pena de nulidade do
acordo, por burla aos demais licitantes. Se o contrato foi celebrado sem
licitação, deve obedecer aos termos do auto que o autorizou e da proposta,
quando for o caso (art. 54, §. 2º);
22

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

5) Deverão constar do contrato determinadas cláusulas consideradas


necessárias pelo art. 55; dentre as mesmas, algumas podem ser
consideradas regulamentares (as referentes ao objeto, forma de
execução, rescisão, responsabilidades das partes); outras constituem
as chamadas cláusulas financeiras, por estabelecerem o equilíbrio
econômico do contrato (em especial, as referentes ao preço e
critérios de reajustamento).

Essa característica, também denominada de “formalismo”, está


presente na quase totalidade dos casos, consistindo em que os
contratos administrativos devam ser formais e escritos.

Procedimento legal

A lei estabelece determinados procedimentos obrigatórios para a


celebração de contratos e que podem variar de uma modalidade para
outra, compreendendo medidas como autorização legislativa,
avaliação, motivação, avaliação pela autoridade competente,
indicação de recursos orçamentários e licitação.

A própria Constituição Federal contém algumas exigências quanto ao


procedimento. O art. 37, inc. XXI, exige licitação para os contratos de
obras, serviços, compras, alienações; e o art. 175, para a concessão
de serviços públicos.

Quanto aos recursos orçamentários, embora a sua indicação deva


constar do contrato, dentre as cláusulas necessárias (art. 55, inc. V,
da lei 8.666), na realidade a verificação de sua existência deve
preceder qualquer providência da Administração Pública, até mesmo
a licitação, pois não é viável que se cogite de celebrar contrato e se
inicie qualquer procedimento, sem a prévia verificação da existência
de verbas para atender à despesa.

Contrato de Adesão

Todas as cláusulas dos contratos administrativos são fixadas


unilateralmente pela Administração Pública. Pelo instrumento
convocatório de licitação, o Poder Público faz uma oferta a todos os
interessados, fixando as condições em que se pretende contratar; a
apresentação de propostas pelos licitantes equivale à aceitação pela
Administração.

23

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Mesmo quando o contrato não é precedido de licitação, é a


Administração Pública que estabelece, previamente, as cláusulas
contratuais, vinculada que está à lei, regulamentos e ao princípio da
indisponibilidade do interesse público.

Natureza intuitu personae

Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados


intuitu personae, ou seja, em razões pessoais do contratado,
apuradas no procedimento licitatório. É por esta razão, que a lei
8.666, em seu art. 78, inc. VI, veda a subcontratação, total ou
parcial, do seu objeto, a associação do contratado por outrem, a
cessão ou transferência, total ou parcial. Essas medidas só são
possíveis se expressamente previstas no edital de licitação e no
contrato. Além disso, é vedada a cisão, fusão ou incorporação que
afetem a boa execução do contrato.

Todas essas medidas constituem motivo para a rescisão unilateral do


contrato, sujeitando, ainda, o contratado a sanções administrativas e
outras conseqüências previstas na lei 8.666.

A “pessoalidade” (intuitu personae) não é uma regra absoluta! A Lei


8.666/93 prevê a possibilidade de subcontratação parcial, mediante
as seguintes condições: a) previsão no edital; b) previsão no
contrato; c) autorização da Administração; d) estabelecimento dos
limites das partes do objeto do contrato cuja execução poderá ser
subcontratada. O artigo 72 da Lei 8.666 dispõe: “O contratado, na
execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais
e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração”. Frise-se, no entanto, que no tocante ao serviços
técnicos especializados existe vedação absoluta à subcontratação
no artigo 13, § 3º, nos seguintes termos: “§ 3o A empresa de
prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação
de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou
como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de
licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes
realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato”.

24

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Presença das cláusulas exorbitantes

São cláusulas exorbitantes aquelas que não seriam comuns ou que


seriam ilícitas em um contrato celebrado entre particulares, por
conferirem privilégios a uma das partes (Administração Pública) em
relação à outra; elas colocam a Administração Pública em posição de
supremacia sobre o contratado.

As cláusulas exorbitantes também podem ser chamadas cláusulas


de privilégio, mas, o Estatuto dos Contratos Administrativos, a Lei
8.666/93, as denomina de prerrogativas em seu artigo 58 e tais
cláusulas exorbitantes ou cláusulas de privilégio ou prerrogativas são
alçadas ao status de verdadeiros princípios de direito público, que
são: 1) alteração unilateral do contrato; 2) rescisão unilateral; 3)
fiscalização da execução do contrato; 4) aplicação de sanções; e 5)
ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços
vinculados ao objeto do contrato, quando o ajuste visa à prestação de
serviços essenciais.

Principais cláusulas exorbitantes:

1) Exigência de garantia

É um poder-dever (pese a lei falar “poderá”) de que dispõe a


Administração Pública de exigir nos contratos de obras, serviços e
compras as seguintes modalidades (a serem escolhidas pelo
contratado):

a) Caução

É toda garantia em dinheiro ou títulos da dívida pública (caução real).

b) Fiança bancária

É a garantia fidejussória fornecida por um banco que se


responsabiliza perante a Administração Pública pelo cumprimento das
obrigações do contratado. É de natureza comercial e onerosa, pelo
que obriga o banco solidariamente até o limite da responsabilidade
afiançada, sem lhe permitir o benefício de ordem, que é privativo da
fiança civil.

25

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

c) Seguro Garantia

É a garantia oferecida por uma companhia seguradora para assegurar


a plena execução do contrato. Nesse tipo de contrato a seguradora
obriga-se a completar à sua custa o objeto do contrato ou pagar à
Administração Pública o necessário para que o transfira a terceiro ou
realize diretamente.

d) Seguro de pessoas e bens

Pode ser exigido nos contratos administrativos cuja execução seja


particularmente perigosa. Sua finalidade é a garantia de terceiros contra
danos materiais ou pessoais, de responsabilidade conjunta da
Administração Pública e do empreiteiro, nas obras e serviços públicos
indenizáveis independentemente de culpa do executor. Essa
responsabilidade objetiva não pode ser reduzida ou excluída de qualquer
dos contratantes, em prejuízo de vítimas.

e) Compromisso de entrega do material, produto ou


equipamento de fabricação ou produção de terceiros
estranhos ao contrato

É uma medida cautelar tomada pela Administração Pública em contratos


que exigem grandes e contínuos fornecimentos. O contratado deverá
apresentar documento firmado pelo fabricante, produtor ou fornecedor
autorizado, obrigando-se a fornecer e manter o fornecimento durante a
execução do ajuste. A obrigação é entre este e o contratado, não se
exigindo um título executório da Administração Pública, pois o
compromissário não participa da relação contratual administrativa.
Observações: (i) A caução, o seguro garantia e a fiança são alternativas,
isto é, a exigência de umas destas exclui as outras; mas, podem ser
pedidas com uma delas o seguro de pessoas e bens e o compromisso de
entrega do material; (ii) o valor da garantia, em regra é 5% do valor do
contrato, podendo ser de 10% em contratos de grande vulto, alta
complexidade ou risco financeiro para a administração.

2) Alteração unilateral

Essa prerrogativa está prevista, genericamente, no art. 58, inc. I, da


lei 8.666, para possibilitar a melhor adequação às finalidades de
interesse público; mais especificamente, o art. 65, inc. I, estabelece a
possibilidade de alteração unilateral nos seguintes casos:
26

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

- quando houver modificação do projeto ou das


especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

- quando necessária a mudança do valor contratual em


decorrência do acréscimo ou diminuição quantitativa de seu
objeto, nos limites permitidos nos parágrafos do mesmo
dispositivos.

Ao poder de alteração unilateral, conferido à Administração Pública,


corresponde o direito do contratado, de ver mantido o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, assim considerada a relação que se
estabelece, no momento da celebração do ajuste, entre o encargo
assumido pelo contratado e a prestação pecuniária assegurada pela
Administração.

Celso Antonio Bandeira de Mello aponta cinco principais ocorrências


que merecem a proteção do equilíbrio econômico-financeiro nos
contratos administrativos: 1ª) agravos econômicos oriundos de
sobrecargas decididas pelo contratante no uso de seu poder de
alteração unilateral do contrato, isto é, impostas ao contratante
privado para ajustar suas prestações a cambiante exigências do
interesse público; 2ª) agravos econômicos resultantes de medidas
tomadas sob titulação jurídica diversa da contratual, isto é, no
exercício de outra competência, cujo desempenho vem a ter
repercussão direta na economia contratual estabelecida na avenca (é
o chamado “fato do príncipe”); 3ª) agravos econômicos sofridos em
razão de fatos imprevisíveis produzidos por forças alheias às pessoas
contratantes e que convulsionam gravemente a economia do contrato
(é a “teoria da imprevisão”); 4ª) agravos econômicos provenientes
das chamadas “sujeições imprevistas”, que são, segundo Vedel, as
“dificuldades de ordem material que as partes não podiam prever e
que fazem pesar uma carga grave e anormal para o empreendedor”;
e 5ª) agravos econômicos resultantes da inadimplência da
Administração contratante, isto é, de uma violação contratual.
Esse direito que sempre foi reconhecido pela jurisprudência e
doutrina, está agora consagrado pela lei 8.666.

Há que se ter o conhecimento de a alteração pode ser bilateral nos


termos do art. 65, II, do Estatuto. E que a alteração é chamada
qualitativa quando com vistas à melhor adequação técnica e
denominada alteração quantitativa quando com vistas a

27

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

modificação de valor em razão de aumento ou diminuição


quantitativa do objeto contratual. Assim, haverá alteração primária
quando atingir as cláusulas de execução da obra ou do serviço, ou
dos quantitativos do objeto contratual, todavia, se a modificação for
de preço em decorrência daqueles fatores, será denominada de
alteração derivada.

3) Rescisão unilateral

Prevista no art. 58, inc. II, combinado com os arts. 79, inc. I, e 78,
incs. I a XII e XVII, em casos de:

- inadimplemento, abrangendo hipóteses como o não


cumprimento ou cumprimento irregular das cláusulas contratuais,
lentidão, atraso injustificado, paralisação, subcontratação total ou
parcial, cessão ou transferência (salvo se admitidas no edital e no
contrato), desatendimento de determinações regulares da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato,
cometimento reiterado de faltas;

- situações que caracterizam desaparecimento do sujeito, sua


insolvência ou comprometimento da execução do contrato: falência,
concordata, instauração de insolvência civil, dissolução da sociedade,
falecimento do contratado, alteração social ou modificação da
finalidade ou da estrutura da empresa; nota-se que em caso de
concordata é permitido à Administração manter o contrato,
assumindo o controle de determinadas atividades necessárias à sua
execução;

- razões de interesse público;

- caso fortuito ou força maior.

Nas duas primeiras hipóteses a Administração nada deve ao


contratado, já que a rescisão se deu por atos a ele mesmo atribuídos;
o contratado é que fica sujeito às conseqüência do inadimplemento,
se ele for culposo: ressarcimento dos prejuízos, sanções
administrativas, assunção do objeto do contrato pela Administração,
perda da garantia.

Nas duas últimas hipóteses, de rescisão por motivo de interesse


público, ou de ocorrência de caso fortuito ou força maior, a
28

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Administração fica obrigada a ressarcir os prejuízos regularmente


comprovados e, ainda, a devolver a garantia, pagas as prestações
devidas até a data da rescisão e o custo da desmobilização.

4) Fiscalização

Trata-se de prerrogativa do Poder Público, também prevista no art.


58, inc. III, e disciplinada mais especificamente no art. 67, que exige
seja a execução do contrato acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração, especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição. A esse fiscal caberá anotar em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do
contrato, determinado o que for necessário à regularização das faltas
ou defeitos observados ou, se as decisões ultrapassarem a sua
competência, solicitá-las a seus superiores.

O não atendimento da autoridade fiscalizadora enseja a rescisão


unilateral do contrato (art. 78, inc. VII), sem prejuízo das sanções
cabíveis.

5) Aplicação de penalidades

A inexecução total ou parcial do contrato dá à Administração a


prerrogativa de aplicar sanções de natureza administrativa (art. 58,
inc. IV), dentre as indicadas no art. 87, a saber:

- advertência;

- multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no


contrato;

- suspensão temporária de participação em licitação e


impedimento de contratar com a Administração, por prazo não
superior a dois anos;

- declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a


Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação,
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada.

29

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

A pena de multa pode ser aplicada conjuntamente com qualquer uma


das outras (art. 87, par. 2º), ficando vedada, em qualquer outra
hipótese, a acumulação de sanções administrativas.

6) Anulação

A Administração Pública, estando sujeita ao princípio da legalidade,


tem que exercer constante controle sobre seus atos, cabendo-lhe o
poder-dever de anular aqueles que contrariam a lei; é prerrogativa
que alguns chamam de autotutela e que não deixa de corresponder a
um dos atributos do ato administrativo, que diz respeito à sua
executoriedade pela própria Administração. Esta decide e põe em
execução sua própria decisão.

Em se tratando de ilegalidade verificada nos contratos de que é


parte, a Administração também tem o poder de declarar a sua
nulidade, com efeito retroativo, impedindo os efeitos jurídicos que
elas ordinariamente deveriam produzir, além de desconstituir os já
produzidos (art. 59). Se a ilegalidade for imputável somente à própria
Administração, não tendo para ela contribuído o contratado, este terá
que ser indenizado pelos prejuízos sofridos.

Há que se observar que a ilegalidade no procedimento de licitação


vicia também o próprio contrato, já que aquele procedimento é
condição de validade deste.

7) Retomada do objeto

Essa prerrogativa visa assegurar a continuidade da execução do


contrato, sempre que a sua paralisação possa acarretar prejuízo ao
interesse público e, principalmente, ao andamento do serviço público
essencial – trata-se, neste último caso, da aplicação do princípio da
continuidade do serviço público.

São possíveis as seguintes medidas no caso de rescisão unilateral:

- retomada imediata do objeto do contrato, no estado e local


em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

- ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos,


material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários
à sua continuidade;

30

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

- execução da garantia contratual, para ressarcimento da


Administração e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

- retenção dos créditos decorrentes dos contratos até o limite


dos prejuízos causados à Administração.

8) Restrições ao uso da exceptio non adimpleti


contractus (Parte da doutrina defende que não se trata de
cláusula exorbitante, posto existente também em contratos
privados).

No Direito Privado, quando uma das partes descumpre o contrato, a


outra pode descumpri-lo também, socorrendo-se da exceptio non
adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido).

No direito administrativo o particular não pode interromper a


execução do contrato, em razão dos princípios da continuidade do
serviço público e da supremacia do interesse público sobre o
particular; em regra, o que ele deve fazer é requerer, administrativa
ou judicialmente, a rescisão do contrato e o pagamento das perdas e
danos, dando continuidade à sua execução (por até 90 dias), até que
obtenha ordem da autoridade competente (administrativa ou judicial)
para paralisá-lo. A lei 8.666 só prevê a possibilidade de rescisão
unilateral por parte da Administração (art. 79, inc. I); em nenhum
dispositivo confere tal direito ao contratado.

O rigor desse dispositivo tem sido abrandado pela doutrina e pela


jurisprudência, quando a “inadimplência do Poder Público impeça de
fato e diretamente a execução do serviço ou obra”.

9) Mutabilidade

Um dos traços característicos do contrato administrativo é a sua


mutabilidade, que, segundo muitos doutrinadores, decorre de
determinadas cláusulas exorbitantes, ou seja, das que conferem à
Administração o poder de, unilateralmente, alterar as cláusulas
regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo estabelecido,
por motivo de interesse público. Mas, a mutabilidade pode decorrer
também de outras circunstâncias, que dão margem à aplicação das
teorias do fato do príncipe e da imprevisão.

O assunto tem que ser analisado sob dois aspectos: o das


circunstâncias que fazem mutável o contrato administrativo e o da

31

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

conseqüência dessa mutabilidade, que é o direito do contratado à


manutenção do equilíbrio econômico-financeiro (relação que se
estabelece, no momento da celebração do contrato, entre o encargo
assumido pelo contratado e a contraprestação assegurada pela
Administração).

O equilíbrio do contrato administrativo é dinâmico; ele pode romper-


se muito mais facilmente do que no direito privado. È por causa
desses elementos de insegurança que se elaborou toda uma teoria do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo.

Além da força maior, apontam-se três tipos de áleas ou riscos que o


particular enfrenta quando contrata com a Administração:

(1) Álea Administrativa ou empresarial, que está presente


em qualquer tipo de negócio; é um risco que todo empresário
corre em razão das flutuações do próprio mercado; sendo
previsível, por ele responde o particular.

(2) Álea administrativa, que abrange três modalidades:

(a) Alteração unilateral do contrato administrativo para


atender ao interesse público; por ela responde a Administração,
incumbindo-lhe a obrigação de restabelecer o equilíbrio rompido;

(b) Fato do Príncipe, que será um ato da autoridade, não


diretamente relacionado com o contrato (genérico), mas que
repercute indiretamente sobre ele; neste caso a Administração
também responde pelo equilíbrio rompido;

(c) Fato da Administração, entendido como toda conduta


ou comportamento desta que torne impossível para o co-
contratante particular a execução do contrato; ou, de forma mais
completa, é toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo
direta e especificamente sobre o contrato, retarda, agrava ou
impede a sua execução.

Celso Antonio Bandeira de Mello frisa que o fato da Administração é


comportamento irregular, violador do contrato, por isso, o conceitua
como “o comportamento irregular do contratante governamental que,
nesta mesma qualidade, viola os direitos do contratado e
eventualmente lhe dificulta ou impede a execução do que estava
entre eles avençado.

32

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(3) Álea econômica, que corresponde às circunstâncias


externas ao contrato, estranhas à vontade das partes,
imprevisíveis, excepcionais, inevitáveis, que causam desequilíbrio
muito grande no contrato, dando lugar à aplicação da teoria da
imprevisão; em princípio, repartem-se os prejuízos, já que não
decorreram da vontade de nenhuma das partes.

33

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

A CLÁUSULA “REBUS SIC STANTIBUS”

Diz respeito a idéia de que as obrigações contratuais devem ser


entendidas em função das circunstâncias ao lume das quais se travou
o ajuste. Em conseqüência, a mudança acentuada dos pressupostos
de fato em que se embasaram implica alterações que o Direito não
pode desconhecer. Assim, na expectativa de determinados efeitos e
em vista de certa situação é que os contratantes aventaram o pacto,
que, em caso de abrupta mudança daquelas condições o Direito não
deve se esquivar. O instituto encontrou pleno declínio por influência
do Código napoleônico e o entendimento frio do pacta sunt servanda,
mas, após a primeira guerra mundial renasceu sob nova roupagem: a
“teoria da imprevisão”.

EQUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

Equação econômico-financeira do contrato é a relação de adequação


entre o objeto e o preço. Quando um contrato é celebrado existe uma
“linha de equilíbrio” entre as partes e, mesmo como certa variação,
tal linha de equilíbrio deve ser preservada de modo a garantir o
interesse das partes. Este é um verdadeiro postulado e seu principal
efeito é o de propiciar aos contratantes a possibilidade de
restabelecer o equilíbrio toda vez que for rompido. Encontra previsão
constitucional no inciso XXI do artigo 37, segundo o qual, as
“condições efetivas da proposta” devem ser mantidas enquanto
perdurar o vínculo contratual.

“IUS VARIANDI”

O ius variandi é o direito de instabilizar o vínculo, ou modifica-lo. Tal


direito não é absoluto e descende da indisponibilidade do interesse
público, da indisponibilidade da coisa pública, porém está atrelado à
relação de administração. A balança entre os direitos e deveres da
Administração deverá dar o equilíbrio entre competências e deveres
da Administração e direitos dos administrados. Todavia, se a
Administração exercer o ius variandi, deverá, simultaneamente,
recompor a equação econômico-financeira.

34

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Extinção do contrato

a) Conclusão do Objeto ou Advento do Termo Contratual

b) De forma unilateral pela Administração;

b.1) Por razões de interesse público; (Nos contratos de


Concessão é chamada de encampação);

b.2) Por descumprimento de cláusula contratual; (Nos contratos


de Concessão é chamada de caducidade);

c) Rescisão Judicial

d) Rescisão Consensual ou Amigável

e) Rescisão de Pleno Direito: Se dá por circunstâncias estranhas à


vontade das partes.

f) Anulação: Nos casos de ilegalidade do contrato.

PRAZO DE DURAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Regra geral: a duração dos contratos administrativos é limitada à


vigência dos respectivos créditos orçamentários, nos termos do que
dispõe o art. 57 da Lei 8.666/93:
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários,
exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser
prorrogados se houver interesse da Administração e desde que
isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais
e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e
condições mais vantajosas para a administração, limitada a
sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

35

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de


informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até
48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do
contrato.
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas
do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio
econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes
motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível,
estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente
as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do
ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no
contrato, nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
terceiro reconhecido pela Administração em documento
contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da
Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais
aplicáveis aos responsáveis.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por
escrito e previamente autorizada pela autoridade competente
para celebrar o contrato.
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e
mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que
trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por
até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Frise-se que o contrato com prazo de vigência indeterminado é


vedado pelo § 3º do artigo 57!
Não obstante a mencionada regra, de acordo com o art. 7º do
Decreto-Lei 271/67, os contratos de concessão de direito real de
uso de bem público podem ser celebrados sem prazo certo.
E ainda, nos termos do Decreto 6.017/2007 admite que os contratos
de consórcio público, regidos pela Lei 11.107/2005, sejam
firmados por prazo indeterminado!

36

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Apesar da denominação “contratos de consórcio público” presente na


Lei 11.107/05, há doutrina que entende não serem contratos
propriamente ditos, mas, ajustes celebrados entre entes federados
para a consecução de objetivos de interesse comum.

PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

O artigo 57, § 1º, da Lei 8.666/93 enumera as hipóteses de


prorrogação dos contratos.
Todas as prorrogações deverão ser justificadas por escrito e
previamente autorizadas pela autoridade competente para celebrar o
contrato. A prorrogação pode referir-se tanto a etapa de execução,
como a de conclusão, como a de entrega. (ALEXANDRINO, 2009:509)

CONTRATOS INVÁLIDOS OU “INEXISTENTES”

Os contratos inválidos ocorrem em meio as seguintes situações: a) a


relação é invalidada antes de qualquer prestação ou despesa, sem
que haja sofrido algum prejuízo indireto, isto é, oriundo do
atrelamento contratual – o que não implica qualquer dificuldade de
solução; b) sem ocorrência de má-fé por parte do administrado a
invalidação ocorre depois de prestações contratuais ou após a
efetivação de despesas efetuadas em razão do contrato; e c) casos
em que, mesmo sem contrato, sem má-fé, efetuou-se prestações
aceitas, mesmo que implicitamente, pela Administração – nestas
últimas duas situações, o administrado faz jus a indenização, tendo
direito ao acobertamento dos prejuízos indiretos, ou seja, de
proveitos que deixou de captar em outra relação jurídica, por força da
vinculação contratual. Agora, se esteve conluiado com a
Administração, ou, em caso de má-fé, fará ainda jus a devolução das
despesas que fez em relação ao que fora aproveitado pelo Estado,
mesmo que tenha gastado a mais, por força do princípio do
enriquecimento sem causa. Não terá direito, entretanto, a qualquer
lucro ou remuneração, bem como, a prejuízos indiretos. (BANDEIRA
DE MELLO, 2009:653)

37

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO

As regras de recebimento do objeto do contrato estão nos artigos 73


e 74 da Lei 8.666/93.
O recebimento do contrato é o atestado da administração pública de
que o objeto do contrato foi corretamente executado e que o mesmo
lhe foi entregue.
A regra geral é haver um recebimento provisório e um recebimento
definitivo.
O § 2º do art. 73 estabelece que: “O recebimento provisório ou
definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança
da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução
do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo
contrato”.
Se o contrato for de obra ou serviço Ö haverá o recebimento
provisório mediante termo circunstanciado assinado pelas partes
“em até quinze dias da comunicação escrita do contratado”. O
recebimento definitivo, também será mediante termo
circunstanciado após o decurso do prazo de observação ou vistoria
que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais. O
prazo de observação não pode ser superior a noventa dias.
Se o contrato for de locação de equipamentos ou compras Ö
haverá recebimento provisório e recebimento definitivo após a
verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente
aceitação. A diferença é que o recebimento será mediante recibo e
somente se dará mediante termo circunstanciado se tratar de
aquisição de equipamentos de grande vulto.
O artigo 74 autoriza a administração dispensar o recebimento
provisório:
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos
seguintes casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
38

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso


II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de
aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de
funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será
feito mediante recibo.

Para que o contratado não fique eternamente a depender da


administração para as verificações necessárias, dispôs o art. 73, § 4º,
que reputar-se-ão realizadas as verificações se ultrapassados os
prazos. Requer-se apenas que o contratado comunique a omissão a
administração no prazo de 15 dias antes de terminados.
Se as compras forem superiores a oitenta mil reais, o recebimento do
material deverá ser confiado a uma comissão com no mínimo três
membros.

PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. Contrato de obra pública Ö o contrato administrativo de


obra pública será todo ajuste entre a administração e o particular que
tenha por objeto um dos procedimentos previstos no art. 6º, I, da Lei
8.666/93: toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
ampliação, realizada por execução direta ou indireta.
2. Contrato de serviço Ö serviço é “toda atividade destinada
a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais
como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação
de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais”. Tais
serviços dizem respeito a serviços privados prestados a
administração. Os contratos visando a prestação de serviços públicos
cuja delegação se dá por contrato de concessão ou de permissão de
serviço público precedidos de licitação.
3. Contrato de fornecimento Ö nesta seara permanece
dúvidas quanta a diferença com a mera compra e venda. Na opinião
de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo a Lei 8.666/93 não faz
distinção entre contrato de fornecimento e contrato de compra e
venda. Vide o inciso III, do artigo 6º que afirma: “Compra - toda
aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente”. Pode ser de fornecimento integral, na qual a
coisa é entregue de uma só vez; de fornecimento parcelado, cuja
entrega é fracionada em prestações certas e determinadas; e de

39

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

fornecimento contínuo, cuja entrega de bens de consumo habitual


ou permanente é estendida a duração do contrato.
4. Contrato de concessão Ö que podem ser de três espécies:
a) concessão de serviços públicos; b) concessão de uso de bem
público; e c) concessão de obra pública. Contrato de concessão,
pela definição de Maria Sylvia Di Pietro, é “contrato administrativo
pelo qual a Administração confere ao particular a execução
remunerada de serviço público ou de obra pública, ou lhe cede o uso
de bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo
e nas condições regulamentares e contratuais”. O contrato de
concessão de obra pública, segundo Maria Sylvia Di Pietro, é “o
contrato administrativo pelo qual o Poder Público transfere a outrem
a execução de uma obra pública, para que a execute por sua conta e
risco, mediante remuneração paga pelos beneficiários da obra obtida
em decorrência da exploração dos serviços ou utilidades que a obra
proporciona”. O contrato de concessão de uso de bem público é
um “contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta
ao particular a utilização privativa de bem público, para que a exerça
conforme a sua destinação”. Contrato de concessão de serviços
públicos está definido no artigo 2º, incisos II e III, da Lei 8.987/95:
“II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado; III - concessão de serviço público
precedida da execução de obra pública: a construção, total ou
parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado
mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado”.

Vamos exercitar?

1. (FCC/TRE-AL/Analista/2010) São princípios da licitação


expressamente citados na Lei no 8.666/93, dentre outros,

(A) julgamento objetivo, competitividade e sigilo das propostas.

(B) vinculação ao instrumento convocatório, competitividade e sigilo


das propostas.

40

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) adjudicação compulsória, competitividade e igualdade.

(D) probidade administrativa, julgamento objetivo e igualdade.

(E) probidade administrativa, sigilo das propostas e adjudicação


compulsória.

Resposta: D

Comentários:

No conceito de José Roberto Dromi, é a licitação “um procedimento


administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às
condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de
formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais
conveniente para a celebração de contrato.”

Hely Lopes Meirelles define a licitação como “o procedimento


administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.”

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada
pela Lei nº 12.349, de 2010)

Princípios Específicos das Licitações

Princípio da igualdade – O que se veda é a existência


de privilégios ou favorecimentos desarrazoados de uns em

41

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

detrimento de outros.

CRITÉRIO DE DESEMPATE – A NACIONALIDADE:

Atenção, tivemos alteração recente neste dispositivo:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do


princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais
vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,


cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão
da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste
artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991;
(Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial,


legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas
brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto
no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de
outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate,


será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital


nacional; (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

42

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

I - produzidos no País; (Redação dada pela Medida Provisória


nº 495, de 2010)
II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e
(Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010)
III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em


pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis


ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo
das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser


estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados
e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas
brasileiras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será


estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em
prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em
consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº


12.349, de 2010)

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e


municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no


País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela


Lei nº 12.349, de 2010)

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.


(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais


resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados
no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional

43

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de


produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o,
serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma
delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se


aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou
prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de
2010)

I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído


pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23


desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá


ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços
originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul -
Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,


serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor
de órgão ou entidade integrante da administração pública ou
daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas
de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a
condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não,
na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído
pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção


e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o
processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de
janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro,


a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos

44

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

§§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de


recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº
12.349, de 2010)

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tanto


a Administração quanto os participantes devem obediência às
regras contidas no edital.

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e


condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

MODIFICAÇÃO DO EDITAL
Art. 21, § 4º: Qualquer modificação no edital exige
divulgação pela mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das
propostas.

Cumpra rigorosamente as normas e condições do edital, na forma


do art. 41 da Lei nº 8.666/1993, respeitando o princípio da
publicidade estabelecido no art. 37 da Constituição Federal sempre
que a alteração que se fizer necessária no edital puder vir a afetar
a formulação das propostas, hipótese em que deverá reabrir o
prazo inicialmente fixado, divulgando a modificação pelos mesmos
meios que se deu a divulgação do texto original, haja vista o que
dispõe o art. 21, § 4º, da referida Lei. Acórdão 799/2005
Segunda Câmara. TCU.

COBRANÇA DE VALORES PELO EDITAL

O recolhimento prévio de taxas ou emolumentos relativos ao


fornecimento do edital e seus elementos constitutivos, e somente
em relação a estes, deve estar limitado ao valor do custo efetivo de

45

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

reprodução gráfica e da documentação fornecida.

Evite a prática de cobrança de indenização relativa a fornecimento


de editais de licitações ou convites em valores superiores ao do
custo efetivo de reprodução gráfica da documentação, conforme
preceituado no art. 32, § 5º, da Lei de Licitações. Acórdão
595/2001 Segunda Câmara. TCU.

46

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Princípio do Julgamento Objetivo das Propostas: julgamento


objetivo é aquele realizado nos estritos termos do edital,
afastando-se a discricionariedade da autoridade responsável pelo
processo. Para isso acontecer, aplica-se os tipos de licitação.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em


consideração os critérios objetivos definidos no edital ou
convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios
estabelecidos por esta Lei.
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou
fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda
que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os
licitantes.

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo


a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo
em conformidade com os tipos de licitação, os critérios
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com
os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar
sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Tipos de Licitação

Art. 45, § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de


licitação, exceto na modalidade concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
proposta mais vantajosa para a Administração determinar que
será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo
com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor
preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de
bens ou concessão de direito real de uso.

47

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Princípio da Adjudicação Compulsória: uma vez determinado,


pelos critérios constantes no edital, o vencedor, a ele deverá ser
entregue o objeto da licitação. Tal princípio não permite que seja
atribuído a outro, mantendo-se a lisura do procedimento.

São princípios da licitação expressamente citados na Lei no


8.666/93, dentre outros,

Vamos voltar ao art. 3º da lei:

Lei nº 8666/93, Art. 3o A licitação destina-se a garantir a


observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada
em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação
dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

(A) julgamento objetivo, competitividade e sigilo das propostas.

Errado!

(B) vinculação ao instrumento convocatório, competitividade e sigilo


das propostas.

Errado!

(C) adjudicação compulsória, competitividade e igualdade.

Errado!

(D) probidade administrativa, julgamento objetivo e igualdade.

Correto!

(E) probidade administrativa, sigilo das propostas e adjudicação


compulsória.

48

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Errado!

2. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) A regra prevista na Lei de


Licitações (Lei no 8.666/93) segundo a qual a Administração não
pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada, traduz o princípio da

(A) legalidade.

(B) vinculação ao instrumento convocatório.

(C) impessoalidade.

(D) moralidade.

(E) igualdade.

Resposta: B

Comentários: Fácil!! Vinculação ao instrumento convocatório!

O instrumento convocatório é o meio pelo qual a Administração torna


público o seu interesse de adquirir, ou alienar, determinado bem ou
serviço, convocando os interessados a participarem do procedimento
licitatório. Tal instrumento deve apresentar todas as condições de
fornecimento, servindo para vincular, obrigar todos os licitantes e a
própria Administração à sua obediência.

O instrumento, que é o edital da licitação (salvo na modalidade


convite, em que o instrumento convocatório é o convite) é conhecido
como a “lei” da licitação.

3. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) NÃO se incluem dentre as


modalidades de licitação previstas na Lei no 8.666/93, a de

(A) leilão, a de concurso e a de menor preço.

(B) menor preço, a de convite e a de leilão.

(C) concorrência, a de concurso e a de convite.

(D) melhor técnica, a de convite e a de técnica e preço.

49

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(E) menor preço, a de melhor técnica e a de técnica e preço.

Resposta: E

Comentários:

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
edital para execução de seu objeto.

Obs. Independentemente do valor da contratação, a concorrência


é obrigatória nos seguintes casos:

1 – compras e alienações de imóveis;

2 – concessão de direito real de uso;

3 – licitações internacionais;

4 – contratos de empreitada integral;

5 – concessões de serviços públicos.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre


interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a
necessária qualificação.

Obs. Se o pedido de cadastramento for indeferido, cabe recurso


no prazo de cinco dias.

50

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do


ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos
e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados
na correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas
da apresentação das propostas.

Obs. No convite não existe edital. O instrumento convocatório


dessa modalidade de licitação é denominada carta-convite.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e
cinco) dias.

Obs. É fundamental não confundir essa modalidade de licitação


com o concurso para provimento de cargo, que também é um
procedimento administrativo seletivo, mas sem natureza licitatória.

Obs. O prêmio pode ser em dinheiro ou alguma outra espécie,


como uma viagem, por exemplo.

Obs. É a única modalidade de licitação em que a comissão


especial não precisa ser composta por agentes públicos, admitida a
participação de técnicos e especialistas habilitados a julgar os
concorrentes ainda que não pertencentes aos quadros da
Administração Pública.

Obs. No concurso não há tipo de licitação.

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art.
19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação.

As modalidades concorrência, tomada e convite serão


determinadas em função de alguns limites, tendo em vista o valor
estimado da contratação:

51

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I


a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes
limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e


quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e


quinhentos mil reais);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta


mil reais);

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta


mil reais).

Chato de memorizar? Quer uma forma mais fácil? Vamos lá!

Modalidades Obras//serviços de Outros


engenharia

Concorrência > $1.500.000,00 > $650.000,00

Tomada ATÉ $1.500.000,00 ATÉ $650.000,00

Convite ATÉ $150.000,00 ATÉ $80.000,00

52

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Obs1. A concorrência também é modalidade utilizada,


independentemente do valor para a concessão de serviços públicos,
para a concessão de direito real de uso e é a regra para compra e
alienação de bens imóveis.

Obs2. A cada novo convite realizado para objeto idêntico ou


assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
interessado, diferente dos já convidados, enquanto existirem
cadastrados não convidados nas últimas licitações.

Obs3. Quando por limitações do mercado ou manifesto


desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número
mínimo de três licitantes, essas circunstâncias deverão ser
devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do
convite.

NÃO se incluem dentre as modalidades de licitação previstas na Lei


no 8.666/93, a de

Ficou fácil agora? Resposta letra E: menor preço, a de melhor técnica


e a de técnica e preço. Estes são os tipos e licitação, ou seja, critério
de julgamento para atender ao princípio do julgamento objetivo.

4. (FCC/TRE-AL/Analista/2010) De acordo com a Lei no


8.666/93, constituem tipos de licitação, EXCETO na modalidade
concurso, dentre outros,

(A) empreitada por preço global e empreitada integral.

(B) menor preço e técnica e preço.

(C) convite e tomada de preços.

(D) execução direta e execução indireta.

(E) menor preço e tarefa.

Resposta: B

Comentários:

53

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Art. 45, § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de


licitação, exceto na modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta


mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor
o licitante que apresentar a proposta de acordo com as
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens


ou concessão de direito real de uso.

Obs1. É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos


neste artigo.

Obs2. Todas as modalidades fazem uso dos tipos de licitação, exceto


o concurso.

Portanto, correta a letra B.

5. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) Sobre as hipóteses de dispensa e


inexigibilidade de licitação previstas na Lei de Licitações (Lei no
8.666/93), considere:

I. É dispensável a licitação para aquisição de materiais,


equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.

II. É dispensável a licitação para o fornecimento de bens e serviços,


produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente,
alta complexidade tecnológica e defesa nacional.

III. É dispensável a licitação para a celebração de contratos de


prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no
âmbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gestão.

IV. É inexigível a licitação na contratação realizada por empresa


pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou
54

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível


com o praticado no mercado.

V. É inexigível a licitação para contratação de profissional de qualquer


setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) I, III e V.

(C) II, III e V.

(D) II, IV e V.

(E) III e IV.

Resposta: C

Comentários:

Aqui não tem saída, vai ter que decorar mesmo!!! Todo o cuidado é
pouco com o art. 24 (licitação dispensável) porque ele sofreu
alteração recente!

A licitação será dispensável nos casos em que a lei permite, faculta à


Administração a aquisição direta de bens ou serviços sem realização
de licitação, cabendo à própria Administração Pública decidir se deve
ou não licitar.

O art. 24 traz um rol taxativo de situações nas quais o


administrador poderá fazer, discricionariamente, a dispensa de
licitação:

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez


por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo
anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou
serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente;
55

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por


cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior
e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando


caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência
ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e


esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo
para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
condições preestabelecidas. (Licitação deserta)

Art. 48, §3º - quando todos os licitantes forem inabilitados


ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração
poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a
apresentação de nova documentação ou de outras propostas
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no
caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
(Licitação Fracassada)

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para


regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços


manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro
de preços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público


interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
56

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado


para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da


segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do
Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento


das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de
instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação
prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou


fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros


perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
preço do dia;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida


regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do
desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo


internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder
Público;

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos


históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários


padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais,
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

57

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem


nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
indispensável para a vigência da garantia;

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o


abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento,
quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não
exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta
Lei:

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,


com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando
houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência


física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou
entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou
fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado.

XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a


pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela
CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa
credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia


elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica;

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou


sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas,
para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado.

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços


com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas

58

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de


gestão

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e


Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração
de criação protegida.

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da


Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e


comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente
por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público
como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou


prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de
comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para


atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante
e ratificadas pelo Comandante da Força.

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou


privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional
de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
Reforma Agrária, instituído por lei federal.

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos


arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do


caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras

59

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de


economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

Ao contrário, a licitação será inexigível quando houver inviabilidade


de competição.

O art. 25 nos traz um rol meramente exemplificativo de situações


nas quais o administrador se acha estritamente vinculado:

Art. 25 – é inexigível a licitação quando houver inviabilidade de


competição, em especial:

I. Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só


possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência por marca,
devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local
em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
sindicato, federação ou confederação patronal, ou, ainda, pelas
entidades equivalentes;
II. Para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13
desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
serviços de publicidade e divulgação;
III. Para contratação de profissional de qualquer setor artístico,
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

Obs. Serviços do art. 13, Lei nº8666/93:

• Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou


executivos;
• Pareceres, perícias e avaliações em geral;
• Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
ou tributárias;
• Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
serviços;
• Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
• Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
• Restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Sobre as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação previstas


na Lei de Licitações (Lei no 8.666/93), considere:

60

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

I. É dispensável a licitação para aquisição de materiais,


equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.

Errado! Inexigível

II. É dispensável a licitação para o fornecimento de bens e serviços,


produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente,
alta complexidade tecnológica e defesa nacional.

Correto!

III. É dispensável a licitação para a celebração de contratos de


prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no
âmbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gestão.

Correto!

IV. É inexigível a licitação na contratação realizada por empresa


pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou
obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado.

Errado! Dispensável

V. É inexigível a licitação para contratação de profissional de qualquer


setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.

Correto!

6. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) O dever que tem a Comissão de


licitação ou o responsável pelo convite de realizá-lo em conformidade
com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle, traduz o princípio

(A) da legalidade.

(B) do julgamento objetivo.


61

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) da vinculação ao instrumento convocatório.

(D) da adjudicação compulsória.

(E) do sigilo das propostas.

Resposta: B

Comentários:

O dever que tem a Comissão de licitação ou o responsável pelo


convite de realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo
com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle,
traduz o princípio do julgamento objetivo!

Fácil? Falou em tipo de licitação faça a ligação com o princípio do


julgamento objetivo.

7. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) De acordo com a Lei no


8.666/93, é inexigível a licitação

(A) para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa


científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP,
CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo
CNPq para esse fim específico.

(B) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados


no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

(C) na celebração de contrato de programa com ente da Federação


ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de
serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em
contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

(D) para a celebração de contratos de prestação de serviços com as


organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

(E) para a aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só


possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.
62

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Resposta: E

Comentários: A exceção da letra E que trata de inexigibilidade de


licitação, todas as demais letras tratam acerca de licitação
dispensável (art. 24).

Quer uma dica? Quando a banca fizer confusão nas alternativas entre
dispensa e inexigibilidade de licitação, pare, respire fundo e pergunte
a si mesmo em cada uma das alternativas: “nessa situação, dá pra
licitar?” se a resposta for sim, é caso de licitação dispensável, caso
contrário de inexigibilidade.

A licitação também será dispensável a depender de determinados


valores:

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez


por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo
anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou
serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por


cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior
e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;

Difícil memorizar? Então vamos para outra tabela, ficará bem


mais fácil:

63

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

MODALIDADE LICITAÇÃO DISPENSÁVEL

Convite ATÉ $150.000,00 ATÉ $80.000,00

ATÉ 10% do valor do ATÉ 10% do valor do


convite convite
Art. 24, I e II
$15.000,00 $8.000,00

ATENÇÃO!!! As empresas públicas, sociedades e economia mista,


autarquia ou fundação qualificada como agência executiva e os
consórcios públicos utilizam o dobro dos valores acima para dispensa
e licitação:

MODALIDADE LICITAÇÃO DISPENSÁVEL

Convite ATÉ $150.000,00 ATÉ $80.000,00

Art. 24, § único

(consórcios públicos, sociedade de 20% do valor do 20% do valor do


economia mista, empresa pública e convite convite
autarquia ou fundação qualificada
como agência executiva) $30.000,00 $16.000,00

64

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Dispensável Inexigibilidade Dispensada

art. 24, Lei nº art. 25, Lei nº 8666/93 art. 17, Lei nº 8666/93
8666/93

Rol taxativo Rol exemplificativo Rol taxativo

Casos em que a A realização da licitação A Lei nº 8666/93


licitação é possível, é logicamente descreve casos em que a
mas pode ser impossível, por licitação é dispensada,
inconveniente ao inviabilidade de obrigando a contratação
interesse público. competição. direta.

A decisão pela A decisão pela A decisão pela


contratação direta contratação direta é contratação direta é
é discricionária vinculada vinculada

Ex. compras de Ex. contratação de Ex. alienação de bens


objetos de pequeno artista consagrado para imóveis provenientes de
valor show em aniversário da dação em pagamento
cidade

8. (FCC/TRT8/Analista/2010) Órgão da Administração Pública


pretende locar um imóvel destinado a instalar uma diretoria em
cidade diversa da sua sede. Encontrando um imóvel que pertence a
uma Organização Social, conforme disposição expressa na Lei de
Licitações, para a locação,

(A) deve ser feita licitação na modalidade leilão, para que os


proprietários de imóveis semelhantes os ofereçam à locação,
prevalecendo o de menor valor do aluguel.

(B) é dispensável a licitação porque o imóvel pertence a uma


Organização Social.

65

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) é inexigível a licitação por ser inviável a competição uma vez que
aquele imóvel foi o escolhido pela Administração.

(D) deve ser feita licitação, adotada a modalidade concorrência


pública independentemente do valor do aluguel.

(E) é dispensável a licitação se, dentre outros requisitos, o imóvel


satisfaz as necessidades estatais e o aluguel é compatível com o valor
de mercado.

Resposta: E

Comentários:

Mais uma questão da mais pura decoreba!

Art. 24. É dispensável a licitação:

...

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao


atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas
necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia.

Assim, correta a letra E.

9. (FCC/TRT9/Técnico/2010) Analise as seguintes assertivas


acerca dos princípios que regem as licitações:

I. Se a Administração levar o procedimento licitatório a seu termo, a


adjudicação só pode ser feita ao vencedor; entretanto, há direito
subjetivo à adjudicação ainda que a Administração opte, com justa
causa, pela revogação do procedimento.

II. A publicidade é a mais ampla possível na concorrência, em que o


interesse maior da Administração é o de atrair maior número de
licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o valor do
contrato dispensa maior divulgação.

III. É princípio de toda licitação que seu julgamento se apóie em


fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o
ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite.

66

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

IV. A vinculação ao instrumento convocatório significa que a


Administração não pode descumprir normas e condições por ela
estabelecidas no edital da licitação, sendo, portanto, dirigida apenas
ao ente público.

Está correto o que consta APENAS em

(A) I, II e IV.

(B) II e III.

(C) I e IV.

(D) I, II e III.

(E) II, III e IV.

Resposta: B

Comentários:

Analise as seguintes assertivas acerca dos princípios que regem as


licitações:

I. Se a Administração levar o procedimento licitatório a seu termo, a


adjudicação só pode ser feita ao vencedor; entretanto, há direito
subjetivo à adjudicação ainda que a Administração opte, com justa
causa, pela revogação do procedimento.

Errado! Não há direito subjetivo do contratado à celebração do


contrato. A autoridade competente para a aprovação do
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de
interesse público decorrente de fato superveniente devidamente
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta,
devendo anulá-la por ilegalidade de ofício ou por provocação de
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado
(art. 49).

A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não


gera, em regra, a obrigação de a Administração indenizar o
contratado. No entanto, haverá dever de indenizar pelo que este
houver executado até a data da declaração da nulidade e por outros
prejuízos regularmente comprovados, contanto que o vício de
67

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

ilegalidade não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade


de quem lhe deu causa.

A licitação só pode ser revogada até a assinatura do contrato. Já a


anulação deve ser decretada a qualquer tempo, ainda que depois de
assinado o contrato, pois, a nulidade da licitação induz a do contrato.

II. A publicidade é a mais ampla possível na concorrência, em que o


interesse maior da Administração é o de atrair maior número de
licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o valor do
contrato dispensa maior divulgação.

Correto! O convite dispensa a publicação na imprensa oficial da carta-


convite, daí ser correto dizer que a publicidade é mais reduzida uma
vez que é feita apenas em local apropriado, conforme diz a Lei. Ex.
mural de entrada da repartição.

III. É princípio de toda licitação que seu julgamento se apóie em


fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o
ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite.

Correta! Aqui temos a vinculação ao instrumento convocatório. Se a


Administração fez a exigência no edital de caneta preta, na abertura
dos envelopes não poderá aceitar de um licitante caneta preta sob
pena de nulidade por violação ao referido princípio.

IV. A vinculação ao instrumento convocatório significa que a


Administração não pode descumprir normas e condições por ela
estabelecidas no edital da licitação, sendo, portanto, dirigida apenas
ao ente público.

Errado! O erro ficou no final da afirmação! Tal princípio se aplica não


apenas ao ente público como também a todos os licitantes.

10. (FCC/PGE-AM/Procurador/2010) O sistema de registro de


preços, previsto na lei de licitações,

(A) não obriga a Administração a firmar as contratações que poderão


advir dos preços registrados, mas garante ao beneficiário da Ata de
Registro de Preços a
preferência de contratação em igualdade de condições em relação a
outros possíveis fornecedores.

(B) é realizado por meio das modalidades concorrência ou tomada de


preços.

68

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) é apenas um sistema de coleta de informações, com vista a


verificar a exeqüibilidade e compatibilidade dos preços com a prática
do mercado, de maneira a possibilitar a desclassificação das
propostas inadequadas nos procedimentos licitatórios.

(D) impede a Administração de realizar licitações em relação aos


objetos que já constem na ata de registro de preços.

(E) é sistema aplicável apenas às compras realizadas pela União


Federal, não sendo passível de utilização pelos outros entes da
federação.

Resposta: A

Comentários:

Sobre registro de preços, vejamos o que nos diz o art. 15 da Lei nº


8666/93:

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

I - atender ao princípio da padronização, que imponha


compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho,
observadas, quando for o caso, as condições de manutenção,
assistência técnica e garantia oferecidas;

II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento


semelhantes às do setor privado;

IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para


aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;

V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e


entidades da Administração Pública.

§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de


mercado.

§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para


orientação da Administração, na imprensa oficial.

69

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por


decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as
seguintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;

II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos


preços registrados;

III - validade do registro não superior a um ano.

§ 4o A existência de preços registrados não obriga a


Administração a firmar as contratações que deles poderão advir,
ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a
legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do
registro preferência em igualdade de condições.

§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços,


quando possível, deverá ser informatizado.

§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço


constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com
o preço vigente no mercado.

§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação


de marca;

II - a definição das unidades e das quantidades a serem


adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja
estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas
técnicas quantitativas de estimação;

III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam


a deterioração do material.

§ 8o O recebimento de material de valor superior ao limite


estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite,
deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3
(três) membros.

O sistema de registro de preços, previsto na lei de licitações,

70

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(A) não obriga a Administração a firmar as contratações que poderão


advir dos preços registrados, mas garante ao beneficiário da Ata de
Registro de Preços a
preferência de contratação em igualdade de condições em relação a
outros possíveis fornecedores.

Correto! § 4o A existência de preços registrados não obriga a


Administração a firmar as contratações que deles poderão
advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada
a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao
beneficiário do registro preferência em igualdade de
condições.

(B) é realizado por meio das modalidades concorrência ou tomada de


preços.

Errado! § 3o O sistema de registro de preços será regulamentado


por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as
seguintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;

(C) é apenas um sistema de coleta de informações, com vista a


verificar a exeqüibilidade e compatibilidade dos preços com a prática
do mercado, de maneira a possibilitar a desclassificação das
propostas inadequadas nos procedimentos licitatórios.

Errado! Quando o órgão ou entidade desejar adquirir bens e serviços


em que a quantidade seja estimada, poderá ser utilizado o sistema de
registro de preços, a fim de obter os valores unitários de
fornecimento.

Não é apenas um sistema e coleta de informações, os preços e as


condições de fornecimento, inclusive quantidades, são registrados em
uma ata, e fica o particular preso ao chamamento da Administração,
sob pena de aplicação de sanções, em razão da recusa.

Todavia, os preços registrados não significam que a Administração


vá, necessariamente, adquirir as quantidades todas dos itens que
tiverem seus preços registrados.

71

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(D) impede a Administração de realizar licitações em relação aos


objetos que já constem na ata de registro de preços.

Errado! § 4o A existência de preços registrados não obriga a


Administração a firmar as contratações que deles poderão advir,
ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada
a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao
beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

Ou seja, nada impede que a Administração realize licitação do objeto


que já esteja registrado.

(E) é sistema aplicável apenas às compras realizadas pela União


Federal, não sendo passível de utilização pelos outros entes da
federação.

Errado! Todos os entes da federação poderão utilizar o


procedimento (ele é um procedimento, não é uma modalidade) do
registro de preços.

11. (FCC/PGE-AP/Procurador/2010) Ao final do procedimento


licitatório instaurado para alienação de ativos mobiliários do Estado,
foi constatada a inobservância de regra legal específica que exigia a
elaboração de dois laudos de avaliação dos ativos cujo leilão se levou
a efeito. O lance vencedor, no entanto, foi sensivelmente superior ao
valor indicado no único laudo de avaliação. Nesse caso, caberá a

(A) revogação do lance ofertado e a anulação do procedimento


licitatório.

(B) ratificação do procedimento licitatório, com a elaboração do


segundo laudo de avaliação, após a homologação da licitação.

(C) anulação da alienação, em face do vício de ilegalidade,


promovendo-se novo procedimento após integral observância das
normas vigentes.

(D) revogação da adjudicação do objeto, retrocedendo o


procedimento licitatório à fase anterior, a fim de que se possa
promover a segunda avaliação necessária.

(E) ratificação do procedimento realizado, com a conseqüente


homologação do objeto, uma vez que foi comprovada a inexistência
de prejuízo.

72

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Resposta: C

Comentários:

Muito fácil essa questão, veja o que ela nos diz:

Ao final do procedimento licitatório instaurado para alienação de


ativos mobiliários do Estado, foi constatada a inobservância de
regra legal específica que exigia a elaboração de dois laudos de
avaliação dos ativos cujo leilão se levou a efeito. O lance vencedor,
no entanto, foi sensivelmente superior ao valor indicado no único
laudo de avaliação. Nesse caso, caberá a

Isso quer dizer que houve uma ilegalidade no procedimento e se


houve ilegalidade, não há outra saída a não ser a anulação!

(A) revogação do lance ofertado e a anulação do procedimento


licitatório.

(B) ratificação do procedimento licitatório, com a elaboração do


segundo laudo de avaliação, após a homologação da licitação.

(C) anulação da alienação, em face do vício de ilegalidade,


promovendo-se novo procedimento após integral observância das
normas vigentes.

Correto!

(D) revogação da adjudicação do objeto, retrocedendo o


procedimento licitatório à fase anterior, a fim de que se possa
promover a segunda avaliação necessária.

(E) ratificação do procedimento realizado, com a conseqüente


homologação do objeto, uma vez que foi comprovada a inexistência
de prejuízo.

12. (FCC/TRT8/Analista/2010) Agente público, usando verba de


regime de adiantamento, efetua pequenas compras de pronto
pagamento, no valor de quatro mil reais, o que faz por meio de
contrato verbal, não formalizado por qualquer instrumento e,
portanto, não publicado. Esse contrato

(A) é nulo porque a legislação não permite o contrato verbal com a


Administração.
73

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(B) é válido, desde que ratificado pela autoridade superior e


publicado, por extrato, nos cinco dias subseqüentes à compra.

(C) é válido, conforme dispõe a Lei de Licitações e Contratos


Administrativos.

(D) é ineficaz, porque a Lei de Licitações e Contratos Administrativos


condiciona a eficácia do contrato à sua publicação.

(E) é inexistente, porque a lei veda a celebração de contrato verbal


com a Administração, em qualquer hipótese.

Resposta: C

Comentários:

Lei nº 8666/93, Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão


lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato,
salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam
por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se
cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal


com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
"a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Os contratos administrativos devem ser, em regra, escritos, sendo


nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, que são aqueles
de valor até 5% do teto do convite, ou seja, até R$ 4.000,00, feitas
em regime de adiantamento.

Contrato verbal é o que ocorre comumente no comércio, quando uma


pessoa acerta verbalmente com o vendedor o preço de determinado
produto e faz a compra, não havendo a formalização de um contrato
escrito. Assim, a Administração pode se utilizar desse procedimento
em compras de pequeno valor em regime de adiantamento quando o
agente faz o pagamento e posteriormente comprova o valor gasto
com a apresentação da nota fiscal de compra do material.

Vamos voltar à questão:


74

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Agente público, usando verba de regime de adiantamento, efetua


pequenas compras de pronto pagamento, no valor de quatro mil
reais, o que faz por meio de contrato verbal, não formalizado por
qualquer instrumento e, portanto, não publicado. Esse contrato

(A) é nulo porque a legislação não permite o contrato verbal com a


Administração.

Errado! Permite apenas no caso acima especificado.

(B) é válido, desde que ratificado pela autoridade superior e


publicado, por extrato, nos cinco dias subseqüentes à compra.

Errado! Independe de ratificação.

(C) é válido, conforme dispõe a Lei de Licitações e Contratos


Administrativos.

Correto!

(D) é ineficaz, porque a Lei de Licitações e Contratos Administrativos


condiciona a eficácia do contrato à sua publicação.

Errado! A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus


aditamentos na imprensa oficial é condição indispensável para a sua
eficácia e será providenciada pela Administração até o quinto dia útil
do mês ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de 20 dias.

Porém, o art. 60, parágrafo único trouxe a exceção já apontada.

(E) é inexistente, porque a lei veda a celebração de contrato verbal


com a Administração, em qualquer hipótese.

Errado! Na hipótese do art. 60, parágrafo único é possível o contrato


verbal.

O contrato administrativo é sempre consensual, em regra,


formal, oneroso, comutativo e realizado intuitu personae.

- Consensual: porque consubstancia um acordo de vontades e não


um ato unilateral e impositivo da Administração Pública. Se

75

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

aperfeiçoa no momento em que se manifesta a vontade (é o contrário


de contrato real, que exige a entrega da coisa)

- Formal: porque se expressa por escrito e com requisitos especiais;


Exceção: Poderá ser verbal nos casos de pronta entrega, pronto
pagamento e não ultrapassar o valor de R$ 4.000,00.

- Oneroso: porque é remunerado na forma pactuada;

- Comutativo: porque estabelece compensações recíprocas e


equivalentes para as partes; e

- Intuitu personae: porque deve ser executado pelo próprio


contratado, sendo vedadas, em princípio, a sua substituição ou
transferência do ajuste.

Além dessas características substanciais, o contrato administrativo


possui outra que lhe é própria, embora externa, qual seja, a
exigência de prévia licitação, só dispensável nos casos previstos em
lei. Mas o que realmente o tipifica e o distingue do contrato
privado é a participação da Administração Pública na relação
jurídica com supremacia de poder para fixar as condições
iniciais do ajuste. Desse privilégio administrativo na relação
contratual decorre para a Administração Pública a faculdade de
impor as chamadas cláusulas exorbitantes do direito Comum.

Principais cláusulas exorbitantes:

1) Exigência de garantia

É um poder-dever de que dispõe a Administração Pública de exigir


nos contratos de obras, serviços e compras as seguintes modalidades
(a serem escolhidas pelo contratado):

a) Caução

É toda garantia em dinheiro ou títulos da dívida pública (caução real).

b) Fiança bancária
76

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

É a garantia fidejussória fornecida por um banco que se


responsabiliza perante a Administração Pública pelo cumprimento das
obrigações do contratado. É de natureza comercial e onerosa, pelo
que obriga o banco solidariamente até o limite da responsabilidade
afiançada, sem lhe permitir o benefício de ordem, que é privativo da
fiança civil.

c) Seguro Garantia

É a garantia oferecida por uma companhia seguradora para assegurar


a plena execução do contrato. Nesse tipo de contrato a seguradora
obriga-se a completar à sua custa o objeto do contrato ou pagar à
Administração Pública o necessário para que o transfira a terceiro ou
realize diretamente.

d) Seguro de pessoas e bens

Pode ser exigido nos contratos administrativos cuja execução seja


particularmente perigosa. Sua finalidade é a garantia de terceiros
contra danos materiais ou pessoais, de responsabilidade conjunta da
Administração Pública e do empreiteiro, nas obras e serviços públicos
indenizáveis independentemente de culpa do executor. Essa
responsabilidade objetiva não pode ser reduzida ou excluída de
qualquer dos contratantes, em prejuízo de vítimas.

e) Compromisso de entrega do material, produto ou


equipamento de fabricação ou produção de terceiros
estranhos ao contrato

É uma medida cautelar tomada pela Administração Pública em


contratos que exigem grandes e contínuos fornecimentos. O
contratado deverá apresentar documento firmado pelo fabricante,
produtor ou fornecedor autorizado, obrigando-se a fornecer e manter o
fornecimento durante a execução do ajuste. A obrigação é entre este e
o contratado, não se exigindo um título executório da Administração
Pública, pois o compromissário não participa da relação contratual
administrativa.

77

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Observações: (i) A caução, o seguro garantia e a fiança são


alternativas, isto é, exigência de umas destas exclui as outras; mas,
podem ser pedidas com uma delas o seguro de pessoas e bens e o
compromisso de entrega do material; (ii) o valor da garantia, em
regra é 5% do valor do contrato, podendo ser de 10% em
contratos de grande vulto, alta complexidade ou risco
financeiro para a administração.

2) Alteração unilateral

Essa prerrogativa está prevista, genericamente, no art. 58, inc. I, da


lei 8.666, para possibilitar a melhor adequação às finalidades de
interesse público; mais especificamente, o art. 65, inc. I, estabelece a
possibilidade de alteração unilateral nos seguintes casos:

- quando houver modificação do projeto ou das especificações,


para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

- quando necessária a mudança do valor contratual em


decorrência do acréscimo ou diminuição quantitativa de seu
objeto, nos limites permitidos nos parágrafos do mesmo
dispositivos.

Ao poder de alteração unilateral, conferido à Administração Pública,


corresponde o direito do contratado, de ver mantido o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, assim considerada a relação que se
estabelece, no momento da celebração do ajuste, entre o encargo
assumido pelo contratado e a prestação pecuniária assegurada pela
Administração.

A alteração pode ser bilateral nos termos do art. 65, II, do Estatuto.
E que a alteração é chamada qualitativa quando com vistas à
melhor adequação técnica e denominada alteração quantitativa
quando com vistas a modificação de valor em razão de aumento ou
diminuição quantitativa do objeto contratual. Assim, haverá
alteração primária quando atingir as cláusulas de execução da obra
ou do serviço, ou dos quantitativos do objeto contratual, todavia, se a
modificação for de preço em decorrência daqueles fatores, será
denominada de alteração derivada.

78

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

3) Rescisão unilateral

Prevista no art. 58, inc. II, combinado com os arts. 79, inc. I, e 78,
incs. I a XII e XVII, em casos de:

- inadimplemento, abrangendo hipóteses como o não cumprimento


ou cumprimento irregular das cláusulas contratuais, lentidão, atraso
injustificado, paralisação, subcontratação total ou parcial, cessão ou
transferência (salvo se admitidas no edital e no contrato),
desatendimento de determinações regulares da autoridade designada
para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, cometimento
reiterado de faltas;

- situações que caracterizam desaparecimento do sujeito, sua


insolvência ou comprometimento da execução do contrato: falência,
concordata, instauração de insolvência civil, dissolução da sociedade,
falecimento do contratado, alteração social ou modificação da
finalidade ou da estrutura da empresa; nota-se que em caso de
concordata é permitido à Administração manter o contrato,
assumindo o controle de determinadas atividades necessárias à sua
execução;

- razões de interesse público;

- caso fortuito ou força maior.

Nas duas primeiras hipóteses a Administração nada deve ao


contratado, já que a rescisão se deu por atos a ele mesmo atribuídos;
o contratado é que fica sujeito às conseqüência do inadimplemento,
se ele for culposo: ressarcimento dos prejuízos, sanções
administrativas, assunção do objeto do contrato pela Administração,
perda da garantia.

Nas duas últimas hipóteses, de rescisão por motivo de interesse


público, ou de ocorrência de caso fortuito ou força maior, a
Administração fica obrigada a ressarcir os prejuízos regularmente
comprovados e, ainda, a devolver a garantia, pagas as prestações
devidas até a data da rescisão e o custo da desmobilização.

4) Fiscalização

79

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Trata-se de prerrogativa do Poder Público, também prevista no art.


58, inc. III, e disciplinada mais especificamente no art. 67, que exige
seja a execução do contrato acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração, especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição. A esse fiscal caberá anotar em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do
contrato, determinado o que for necessário à regularização das faltas
ou defeitos observados ou, se as decisões ultrapassarem a sua
competência, solicitá-las a seus superiores.

O não atendimento da autoridade fiscalizadora enseja a rescisão


unilateral do contrato (art. 78, inc. VII), sem prejuízo das sanções
cabíveis.

5) Aplicação de penalidades

A inexecução total ou parcial do contrato dá à Administração a


prerrogativa de aplicar sanções de natureza administrativa (art. 58,
inc. IV), dentre as indicadas no art. 87, a saber:

- advertência;

- multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no


contrato;

- suspensão temporária de participação em licitação e impedimento


de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois
anos;

- declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a


Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação,
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada.

A pena de multa pode ser aplicada conjuntamente com qualquer uma


das outras (art. 87, par. 2º), ficando vedada, em qualquer outra
hipótese, a acumulação de sanções administrativas.

80

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

6) Anulação

A Administração Pública, estando sujeita ao princípio da legalidade,


tem que exercer constante controle sobre seus atos, cabendo-lhe o
poder-dever de anular aqueles que contrariam a lei; é prerrogativa
que alguns chamam de autotutela e que não deixa de corresponder a
um dos atributos do ato administrativo, que diz respeito à sua
executoriedade pela própria Administração. Esta decide e põe em
execução sua própria decisão.

Em se tratando de ilegalidade verificada nos contratos de que é


parte, a Administração também tem o poder de declarar a sua
nulidade, com efeito retroativo, impedindo os efeitos jurídicos que
elas ordinariamente deveriam produzir, além de desconstituir os já
produzidos (art. 59). Se a ilegalidade for imputável somente à própria
Administração, não tendo para ela contribuído o contratado, este terá
que ser indenizado pelos prejuízos sofridos.

Há que se observar que a ilegalidade no procedimento de licitação


vicia também o próprio contrato, já que aquele procedimento é
condição de validade deste.

7) Retomada do objeto

Essa prerrogativa visa assegurar a continuidade da execução do


contrato, sempre que a sua paralisação possa acarretar prejuízo ao
interesse público e, principalmente, ao andamento do serviço público
essencial – trata-se, neste último caso, da aplicação do princípio da
continuidade do serviço público.

São possíveis as seguintes medidas no caso de rescisão unilateral:

- retomada imediata do objeto do contrato, no estado e local em que


se encontrar, por ato próprio da Administração;

- ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material


e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua
continuidade;

- execução da garantia contratual, para ressarcimento da


Administração e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

81

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

- retenção dos créditos decorrentes dos contratos até o limite dos


prejuízos causados à Administração.

8) Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus


(Parte da doutrina defende que não se trata de cláusula
exorbitante, posto existente também em contratos privados).

No Direito Privado, quando uma das partes descumpre o contrato, a


outra pode descumpri-lo também, socorrendo-se da exceptio non
adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido).

No direito administrativo o particular não pode interromper a


execução do contrato, em razão dos princípios da continuidade do
serviço público e da supremacia do interesse público sobre o
particular; em regra, o que ele deve fazer é requerer, administrativa
ou judicialmente, a rescisão do contrato e o pagamento das perdas e
danos, dando continuidade à sua execução (por até 90 dias), até que
obtenha ordem da autoridade competente (administrativa ou judicial)
para paralisá-lo. A lei 8.666 só prevê a possibilidade de rescisão
unilateral por parte da Administração (art. 79, inc. I); em
nenhum dispositivo confere tal direito ao contratado.

O rigor desse dispositivo tem sido abrandado pela doutrina e pela


jurisprudência, quando a “inadimplência do Poder Público impeça de
fato e diretamente a execução do serviço ou obra”.

9) Mutabilidade

Um dos traços característicos do contrato administrativo é a sua


mutabilidade, que, segundo muitos doutrinadores, decorre de
determinadas cláusulas exorbitantes, ou seja, das que conferem à
Administração o poder de, unilateralmente, alterar as cláusulas
regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo estabelecido,
por motivo de interesse público. Mas, a mutabilidade pode decorrer
também de outras circunstâncias, que dão margem à aplicação das
teorias do fato do príncipe e da imprevisão.

O assunto tem que ser analisado sob dois aspectos: o das


circunstâncias que fazem mutável o contrato administrativo e o da
conseqüência dessa mutabilidade, que é o direito do contratado à
82

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro (relação que se


estabelece, no momento da celebração do contrato, entre o encargo
assumido pelo contratado e a contraprestação assegurada pela
Administração).

O equilíbrio do contrato administrativo é dinâmico; ele pode romper-


se muito mais facilmente do que no direito privado. È por causa
desses elementos de insegurança que se elaborou toda uma teoria do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo.

Além da força maior, apontam-se outros tipos de áleas ou riscos que


o particular enfrenta quando contrata com a Administração:

Álea administrativa, que abrange três modalidades:

a) Alteração unilateral do contrato administrativo para


atender ao interesse público; por ela responde a Administração,
incumbindo-lhe a obrigação de restabelecer o equilíbrio rompido;

b) Fato do Príncipe, que será um ato da autoridade, não


diretamente relacionado com o contrato (genérico), mas que
repercute indiretamente sobre ele; neste caso a Administração
também responde pelo equilíbrio rompido;

c) Fato da Administração, entendido como toda conduta ou


comportamento desta que torne impossível para o co-contratante
particular a execução do contrato; ou, de forma mais completa, é
toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e
especificamente sobre o contrato, retarda, agrava ou impede a
sua execução.

d) Álea econômica, que corresponde às circunstâncias externas


ao contrato, estranhas à vontade das partes, imprevisíveis,
excepcionais, inevitáveis, que causam desequilíbrio muito grande
no contrato, dando lugar à aplicação da teoria da imprevisão;
em princípio, repartem-se os prejuízos, já que não decorreram da
vontade de nenhuma das partes.

PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

5. Contrato de obra pública: o contrato administrativo de


obra pública será todo ajuste entre a administração e o particular que
83

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

tenha por objeto um dos procedimentos previstos no art. 6º, I, da Lei


8.666/93: toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
ampliação, realizada por execução direta ou indireta.
6. Contrato de serviço: serviço é “toda atividade destinada a
obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais
como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação
de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais”. Tais
serviços dizem respeito a serviços privados prestados a
administração. Os contratos visando a prestação de serviços públicos
cuja delegação se dá por contrato de concessão ou de permissão de
serviço público precedidos de licitação.
7. Contrato de fornecimento: nesta seara permanece
dúvidas quanta a diferença com a mera compra e venda. Na opinião
de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo a Lei 8.666/93 não faz
distinção entre contrato de fornecimento e contrato de compra e
venda. Vide o inciso III, do artigo 6º que afirma: “Compra - toda
aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente”. Pode ser de fornecimento integral, na qual a
coisa é entregue de uma só vez; de fornecimento parcelado, cuja
entrega é fracionada em prestações certas e determinadas; e de
fornecimento contínuo, cuja entrega de bens de consumo habitual
ou permanente é estendida a duração do contrato.
8. Contrato de concessão: que podem ser de três espécies:
a) concessão de serviços públicos; b) concessão de uso de bem
público; e c) concessão de obra pública. Contrato de concessão,
pela definição de Maria Sylvia Di Pietro, é “contrato administrativo
pelo qual a Administração confere ao particular a execução
remunerada de serviço público ou de obra pública, ou lhe cede o uso
de bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo
e nas condições regulamentares e contratuais”. O contrato de
concessão de obra pública, segundo Maria Sylvia Di Pietro, é “o
contrato administrativo pelo qual o Poder Público transfere a outrem
a execução de uma obra pública, para que a execute por sua conta e
risco, mediante remuneração paga pelos beneficiários da obra obtida
em decorrência da exploração dos serviços ou utilidades que a obra
proporciona”. O contrato de concessão de uso de bem público é
um “contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta
ao particular a utilização privativa de bem público, para que a exerça
conforme a sua destinação”. Contrato de concessão de serviços
públicos está definido no artigo 2º, incisos II e III, da Lei 8.987/95:
“II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
84

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

por prazo determinado; III - concessão de serviço público


precedida da execução de obra pública: a construção, total ou
parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado
mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado”.

Extinção do contrato

a) Conclusão do Objeto ou Advento do Termo Contratual

b) De forma unilateral pela Administração;

b.1) Por razões de interesse público; (Nos contratos de


Concessão é chamada de encampação);

b.2) Por descumprimento de cláusula contratual; (Nos


contratos de Concessão é chamada de caducidade);

c) Rescisão Judicial: determinada pelo Poder Judiciário em razão de


inadimplemento do contratante ou do contratado. Havendo
inadimplemento do contratado, a Administração pode optar também
por rescindir unilateralmente.

d) Rescisão Consensual ou Amigável: feita administrativamente


por acordo entre as partes. Em regra, não gera indenização.

e) Rescisão de Pleno Direito: Se dá por circunstâncias estranhas à


vontade das partes e produz efeitos automaticamente pela ocorrência
de fato extintivo previsto na lei, regulamento ou contrato. Ex.
insolvência, falência, falecimento do contratado.

f) Anulação: Nos casos de ilegalidade do contrato.

13. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) O fato do príncipe, como causa


justificadora da inexecução do contrato,

85

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(A) constitui álea econômica, razão porque, em regra, a


Administração Pública responde pela recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro.

(B) distingue-se do fato da Administração, pois, este se relaciona


diretamente com o contrato, enquanto aquele só reflexamente
repercute sobre o contrato.

(C) trata-se de responsabilidade contratual.

(D) aplica-se mesmo que a autoridade responsável por ele seja de


outra esfera de Governo.

(E) não existe no Direito Brasileiro porquanto aqui prevalece o regime


democrático e a forma presidencialista de Governo.

Resposta: B

Comentários:

Fato do Príncipe: ato geral de Governo que proíbe ou encarece


demais a execução, ex. aumento de tributo ou a proibição de
importação de produto necessário ao contrato. Para a profa. Maria
Sylvia Zanella Di Pietro, a teoria do fato do príncipe somente se aplica
se a autoridade responsável pelo fato do príncipe for da mesma
esfera de governo em que se celebrou o contrato (União, Estados,
Municípios e DF); se for de outra esfera, aplica-se a teoria da
imprevisão.

Fato da Administração: ação ou omissão da Administração


diretamente ligada ao contrato, que dificulta ou impede sai execução,
como quando a Administração não libera a área de trabalho, não
promove as desapropriações necessárias à obra etc. Ao contrário do
fato do príncipe, o ato é relacionado especificamente com a execução
do contrato.

Teoria da Imprevisão: é o acontecimento inevitável, imprevisível


ou, ainda que previsível, de conseqüências incalculáveis e totalmente
estranho à vontade de ambas as partes. Envolve as seguintes
hipóteses:

a) Força maior (ex. greve);


b) Caso fortuito (ex. inundação);
c) Interferências imprevistas (fatos preexistentes ao contrato, mas
só descobertos posteriormente ao início da execução, ex.

86

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

descoberta de subsolo rochoso que encarece a execução de


uma obra).

A alteração do valor contratual devida a fatos imprevisíveis, ou


previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, baseados no fato
do príncipe, no fato da administração ou na teoria da imprevisão é
conhecida como revisão ou recomposição de preço, devendo ser
encarada como excepcional.

Vamos voltar à questão:

O fato do príncipe, como causa justificadora da inexecução do


contrato,

(A) constitui álea econômica, razão porque, em regra, a


Administração Pública responde pela recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro.

Errado! A teoria da imprevisão constitui álea econômica. As partes


em conjunto, não apenas a Administração, irão fazer a revisão do
contrato.

(B) distingue-se do fato da Administração, pois, este se relaciona


diretamente com o contrato, enquanto aquele só reflexamente
repercute sobre o contrato.

Correto! O fato da administração, ao contrário do fato do príncipe, o


ato é relacionado especificamente com a execução do contrato.

(C) trata-se de responsabilidade contratual.

Errado! Não configura responsabilidade contratual, mas inexecução


do contrato sem culpa para ambas as partes, contratante e contrado.

(D) aplica-se mesmo que a autoridade responsável por ele seja de


outra esfera de Governo.

Errado! Para a profa Maria Sylvia, conforme dito anteriormente é a


aplicação da Teoria da Imprevisão.

(E) não existe no Direito Brasileiro porquanto aqui prevalece o regime


democrático e a forma presidencialista de Governo.

Errado! Nossa! Aqui confundiram Direito Constitucional com Direito


Administrativo!

87

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

14. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) Dentre os motivos que


justificam a rescisão do contrato como conseqüência da sua
inexecução total ou parcial, previstas na Lei no 8.666/93, NÃO se
inclui:

(A) o atraso injustificado no início da obra ou serviço.

(B) a decretação de falência ou a instauração da insolvência civil.

(C) a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, com justa


causa.

(D) a subcontratação total ou parcial do objeto do contrato, não


admitidas no edital e no contrato.

(E) o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,


projetos e prazos.

Resposta: C

Comentários:

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua


rescisão, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei ou
regulamento.

Segue abaixo as hipóteses de rescisão enumeradas no art. 78, da


Lei:

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações,


projetos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais,


especificações, projetos e prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a


comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do
fornecimento, nos prazos estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou


fornecimento;

88

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem


justa causa e prévia comunicação à Administração: portanto, se a
paralisação da obra for com justa causa, não gera a rescisão do
contrato administrativo.

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação


do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no
edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da


autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução,
assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução,


anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da


estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo


conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade
da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e
exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços


ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato
além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da


Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo
em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações
pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses
casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das
obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos


devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou
fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo

89

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna


ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela
suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja
normalizada a situação;

XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local


ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos
prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
especificadas no projeto;

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior,


regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão


formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.

15. (FCC/TRE-AL/Analista/2010) De acordo com a Lei no


8.666/93, NÃO é causa justificadora da inexecução do contrato
administrativo por parte do contratado:

(A) Fato do príncipe.

(B) Força maior.

(C) Os acréscimos que se fizerem nas obras até vinte e cinco por
cento do valor inicial atualizado do contrato.

(D) Fato da Administração.

(E) Caso fortuito.

Resposta: C

Comentários: Os acréscimos que se fizerem nas obras até vinte e


cinco por cento do valor inicial atualizado do contrato não são
considerados causas justificadora da inexecução do contrato por
parte do contratado uma vez que este está obrigado a aceitar essas
alterações, conforme preceitua a Lei de Licitações:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

90

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

...

b) quando necessária a modificação do valor contratual em


decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
nos limites permitidos por esta Lei;

...

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições


contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de
edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por
cento) para os seus acréscimos.

Portanto, correta a letra C.

16. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) Sobre a formalização dos


contratos administrativos é correto afirmar:

(A) Quando não for obrigatório, o instrumento do contrato pode ser


substituído, dentre outros documentos, pela nota de empenho de
despesa.

(B) A minuta do futuro contrato não precisa integrar o edital ou ato


convocatório da licitação na modalidade tomada de preços.

(C) O contrato verbal com a Administração é permitido na


modalidade convite, desde que devidamente justificado pela
autoridade competente.

(D) A eficácia do contrato administrativo independe da sua publicação


na imprensa oficial.

(E) A ordem de execução de serviço não é instrumento hábil a


substituir o instrumento do contrato, mesmo quando este não seja
obrigatório.

Resposta: A

Comentários:

(A) Quando não for obrigatório, o instrumento do contrato pode ser


substituído, dentre outros documentos, pela nota de empenho de
despesa.
91

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Correto! O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de


concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra ou ordem de execução de serviço (art. 62)

(B) A minuta do futuro contrato não precisa integrar o edital ou ato


convocatório da licitação na modalidade tomada de preços.

Errado! A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato


convocatório da licitação (art. 62, § 1º).

(C) O contrato verbal com a Administração é permitido na


modalidade convite, desde que devidamente justificado pela
autoridade competente.

Errado! É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a


Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% do valor
do Convite (não é do valor total do convite), feitas em regime de
adiantamento.

(D) A eficácia do contrato administrativo independe da sua publicação


na imprensa oficial.

Errado! A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus


aditamentos na imprensa oficial é condição indispensável para sua
eficácia (art. 61, parágrafo único).

(E) A ordem de execução de serviço não é instrumento hábil a


substituir o instrumento do contrato, mesmo quando este não seja
obrigatório.

Errado! O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de


concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

92

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

17. (FCC/TRT9/Analista/2010) Sobre as sanções administrativas


previstas na Lei no 8.666/1993, considere:

I. Pela inexecução total ou parcial do contrato, a Administração


poderá aplicar ao contratado, dentre outras penalidades, suspensão
temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a dois anos.

II. A aplicação de multa de mora por atraso injustificado na execução


do contrato impede a Administração de rescindir unilateralmente o
contrato.

III. A multa de mora por atraso injustificado na execução do contrato,


aplicada após regular processo administrativo, não pode ser
descontada da garantia contratual.

IV. As sanções de advertência, suspensão temporária de participação


de licitação e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
a Administração Pública impostas pela inexecução total ou parcial do
contrato, podem ser aplicadas juntamente com a multa prevista no
instrumento convocatório ou no contrato.

V. A sanção de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar


com a Administração Pública é de competência do gestor do contrato.

Está correto o que consta APENAS em

(A) III, IV e V.

(B) I, II e V.

(C) II e III.

(D) I e IV.

(E) IV e V.

Resposta: D

Comentários:

A Administração tem o poder de fiscalizar e aplicar penas pelas faltas


verificadas no decorrer da execução contratual. Assim, pode a
Administração aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
parcial do ajuste.
93

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Nesses casos, garantida a prévia defesa, a Administração poderá


aplicar as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no


contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e


impedimento de contratar com a Administração, por prazo não
superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a


Administração Pública enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
com base no inciso anterior.

Qualquer das sanções poderá ser aplicada juntamente com a


multa. Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente
devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

I. Pela inexecução total ou parcial do contrato, a Administração


poderá aplicar ao contratado, dentre outras penalidades, suspensão
temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a dois anos.

Correto!

II. A aplicação de multa de mora por atraso injustificado na execução


do contrato impede a Administração de rescindir unilateralmente o
contrato.

Errado! Nada impede que, além da multa, o Poder Público também


rescinda o contrato.
III. A multa de mora por atraso injustificado na execução do contrato,
aplicada após regular processo administrativo, não pode ser
descontada da garantia contratual.

94

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Errado! As multas aplicadas pela administração podem ser


diretamente descontadas da garantia prestada pelo contratado,
quando houver.

IV. As sanções de advertência, suspensão temporária de participação


de licitação e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
a Administração Pública impostas pela inexecução total ou parcial do
contrato, podem ser aplicadas juntamente com a multa prevista no
instrumento convocatório ou no contrato.

Correto!

V. A sanção de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar


com a Administração Pública é de competência do gestor do contrato.

Errado! É de competência exclusiva do Ministro de Estado, do


Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, podendo a
reabilitação ser requerida após 2 anos de sua aplicação.

18. (FCC/TRT22/Analista/2010) No que diz respeito à sanção de


multa, aplicável ao contratado em decorrência de contrato
administrativo celebrado com a Administração Pública:

(A) A multa não acarreta a perda da garantia, ainda que superior a


esta.

(B) Na hipótese de atraso injustificado na execução do contrato, a


multa aplicada impede a rescisão unilateral do contrato.

(C) A multa não pode ser descontada da garantia do respectivo


contratado.

(D) A multa pode ser cumulada com a sanção de advertência, na


hipótese de inexecução total ou parcial do contrato.

(E) A sanção de suspensão temporária de participação em licitação


obrigatoriamente será aplicada com pena de multa.

Resposta: D

Comentários:

(A) A multa não acarreta a perda da garantia, ainda que superior a


esta.

95

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Errado! A multa acarreta a perda da garantia e se a multa aplicada


for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos
pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada
judicialmente.

(B) Na hipótese de atraso injustificado na execução do contrato, a


multa aplicada impede a rescisão unilateral do contrato.

Errado! A aplicação de sanções pela administração pública não


impede que ela, cumulativamente, decrete a rescisão unilateral do
contrato.

(C) A multa não pode ser descontada da garantia do respectivo


contratado.

Errado! As multas aplicadas pela administração podem ser


diretamente descontadas da garantia prestada pelo contratado,
quando houver.

(D) A multa pode ser cumulada com a sanção de advertência, na


hipótese de inexecução total ou parcial do contrato.

Correto! Qualquer das sanções poderá ser aplicada juntamente com a


multa.

(E) A sanção de suspensão temporária de participação em licitação


obrigatoriamente será aplicada com pena de multa.

Errado! Tanto a multa de mora quanto a multa aplicada em


decorrência da inexecução total ou parcial do contrato podem (não é
uma obrigação) ser aplicadas cumulativamente entre si e
cumulativamente com as demais sanções administrativas acima
citadas.

19. (FCC/PGE-AM/Procurador/2010) NÃO é causa de revisão do


equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo:

(A) a modificação superveniente do projeto a ser executado pelo


contratado, por razões de conveniência da Administração.

(B) a elevação da carga tributária incidente de forma específica sobre


a atividade objeto da prestação contratual.

96

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) a situação de fato preexistente à contratação, mas que não era


de possível conhecimento à época de sua celebração e que onera o
contratado.

(D) a necessidade de atualização periódica da expressão monetária


do contrato.

(E) o fato imprevisível da natureza que atrasa ou torna mais custosa


a prestação contratual.

Resposta: D

Comentários:

NÃO é causa de revisão do equilíbrio econômico-financeiro do


contrato administrativo:

(A) a modificação superveniente do projeto a ser executado pelo


contratado, por razões de conveniência da Administração.

Configura fato da administração e gera a revisão do equilíbrio do


contrato

(B) a elevação da carga tributária incidente de forma específica sobre


a atividade objeto da prestação contratual.

Configura fato do príncipe e gera a revisão do equilíbrio do contrato.

(C) a situação de fato preexistente à contratação, mas que não era


de possível conhecimento à época de sua celebração e que onera o
contratado.

Configura teoria da imprevisão e gera a revisão do equilíbrio do


contrato.

(D) a necessidade de atualização periódica da expressão monetária


do contrato.

Não é causa de revisão por não ser uma situação imprevisível, ao


contrário, há previsão no próprio contrato administrativo acerca das
atualizações periódicas.

(E) o fato imprevisível da natureza que atrasa ou torna mais custosa


a prestação contratual.

97

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Configura teoria da imprevisão e gera a revisão do equilíbrio do


contrato

20. (FCC/PGE-AP/Procurador/2010) Determinado órgão público


celebrou, após regular procedimento de licitação, contrato para que
uma construtora promovesse obras em imóvel locado para a
instalação de uma repartição pública. Durante a vigência do contrato,
tornaram-se conhecidas algumas especificidades que demandam
acréscimo aos serviços contratados. Para o equacionamento dessa
questão, a alternativa legalmente prevista é

(A) o aditamento do contrato até o limite de 50%, caso se trate de


obra de reforma, independentemente de anuência do contratado.

(B) o aditamento do contrato até o limite de 50% (cinqüenta por


cento), ainda que com alteração do objeto.

(C) nova licitação para contratação das obras identificadas como


necessárias, iniciando-se a execução dessas obrigatoriamente após a
conclusão das inicialmente contratadas.

(D) a anulação do contrato firmado, promovendo-se nova licitação


para a totalidade das obras necessárias.

(E) o aditamento do contrato até o limite de 25% (vinte e cinco por


cento), desde que com a concordância do contratado.

Resposta: A

Comentários:

O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições


contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o
limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

A questão diz que:

Determinado órgão público celebrou, após regular procedimento de


licitação, contrato para que uma construtora promovesse obras em
imóvel locado para a instalação de uma repartição pública. Durante a
vigência do contrato, tornaram-se conhecidas algumas
especificidades que demandam acréscimo aos serviços contratados.

98

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Para o equacionamento dessa questão, a alternativa legalmente


prevista é

(A) o aditamento do contrato até o limite de 50%, caso se trate de


obra de reforma, independentemente de anuência do contratado.

Correto!

(B) o aditamento do contrato até o limite de 50% (cinqüenta por


cento), ainda que com alteração do objeto.

Errado! Não há alteração do objeto, pois os acréscimos ou supressões


são feitos nas mesmas condições contratuais.

(C) nova licitação para contratação das obras identificadas como


necessárias, iniciando-se a execução dessas obrigatoriamente após a
conclusão das inicialmente contratadas.

Errado!

(D) a anulação do contrato firmado, promovendo-se nova licitação


para a totalidade das obras necessárias.

Errado!
(E) o aditamento do contrato até o limite de 25% (vinte e cinco por
cento), desde que com a concordância do contratado.

Errado!

Um grande beijo, bons estudos!!

Patrícia Carla

QUESTÕES VISTAS NA QUINTA AULA

1. (FCC/TRE-AL/Analista/2010) São princípios da licitação


expressamente citados na Lei no 8.666/93, dentre outros,

(A) julgamento objetivo, competitividade e sigilo das propostas.

(B) vinculação ao instrumento convocatório, competitividade e sigilo


das propostas.

99

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) adjudicação compulsória, competitividade e igualdade.

(D) probidade administrativa, julgamento objetivo e igualdade.

(E) probidade administrativa, sigilo das propostas e adjudicação


compulsória.

2. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) A regra prevista na Lei de


Licitações (Lei no 8.666/93) segundo a qual a Administração não
pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada, traduz o princípio da

(A) legalidade.

(B) vinculação ao instrumento convocatório.

(C) impessoalidade.

(D) moralidade.

(E) igualdade.

3. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) NÃO se incluem dentre as


modalidades de licitação previstas na Lei no 8.666/93, a de

(A) leilão, a de concurso e a de menor preço.

(B) menor preço, a de convite e a de leilão.

(C) concorrência, a de concurso e a de convite.

(D) melhor técnica, a de convite e a de técnica e preço.

(E) menor preço, a de melhor técnica e a de técnica e preço.

4. (FCC/TRE-AL/Analista/2010) De acordo com a Lei no


8.666/93, constituem tipos de licitação, EXCETO na modalidade
concurso, dentre outros,

(A) empreitada por preço global e empreitada integral.

(B) menor preço e técnica e preço.

(C) convite e tomada de preços.

100

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(D) execução direta e execução indireta.

(E) menor preço e tarefa.

5. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) Sobre as hipóteses de dispensa e


inexigibilidade de licitação previstas na Lei de Licitações (Lei no
8.666/93), considere:

I. É dispensável a licitação para aquisição de materiais,


equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.

II. É dispensável a licitação para o fornecimento de bens e serviços,


produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente,
alta complexidade tecnológica e defesa nacional.

III. É dispensável a licitação para a celebração de contratos de


prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no
âmbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gestão.

IV. É inexigível a licitação na contratação realizada por empresa


pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou
obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado.

V. É inexigível a licitação para contratação de profissional de qualquer


setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) I, III e V.

(C) II, III e V.

(D) II, IV e V.

101

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(E) III e IV.

6. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) O dever que tem a Comissão de


licitação ou o responsável pelo convite de realizá-lo em conformidade
com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle, traduz o princípio

(A) da legalidade.

(B) do julgamento objetivo.

(C) da vinculação ao instrumento convocatório.

(D) da adjudicação compulsória.

(E) do sigilo das propostas.

7. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) De acordo com a Lei no


8.666/93, é inexigível a licitação

(A) para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa


científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP,
CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo
CNPq para esse fim específico.

(B) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados


no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

(C) na celebração de contrato de programa com ente da Federação


ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de
serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em
contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

(D) para a celebração de contratos de prestação de serviços com as


organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

(E) para a aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só


possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.

102

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

8. (FCC/TRT8/Analista/2010) Órgão da Administração Pública


pretende locar um imóvel destinado a instalar uma diretoria em
cidade diversa da sua sede. Encontrando um imóvel que pertence a
uma Organização Social, conforme disposição expressa na Lei de
Licitações, para a locação,

(A) deve ser feita licitação na modalidade leilão, para que os


proprietários de imóveis semelhantes os ofereçam à locação,
prevalecendo o de menor valor do aluguel.

(B) é dispensável a licitação porque o imóvel pertence a uma


Organização Social.

(C) é inexigível a licitação por ser inviável a competição uma vez que
aquele imóvel foi o escolhido pela Administração.

(D) deve ser feita licitação, adotada a modalidade concorrência


pública independentemente do valor do aluguel.

(E) é dispensável a licitação se, dentre outros requisitos, o imóvel


satisfaz as necessidades estatais e o aluguel é compatível com o valor
de mercado.

9. (FCC/TRT9/Técnico/2010) Analise as seguintes assertivas


acerca dos princípios que regem as licitações:

I. Se a Administração levar o procedimento licitatório a seu termo, a


adjudicação só pode ser feita ao vencedor; entretanto, há direito
subjetivo à adjudicação ainda que a Administração opte, com justa
causa, pela revogação do procedimento.

II. A publicidade é a mais ampla possível na concorrência, em que o


interesse maior da Administração é o de atrair maior número de
licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o valor do
contrato dispensa maior divulgação.

III. É princípio de toda licitação que seu julgamento se apóie em


fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o
ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite.

IV. A vinculação ao instrumento convocatório significa que a


Administração não pode descumprir normas e condições por ela
estabelecidas no edital da licitação, sendo, portanto, dirigida apenas
ao ente público.

103

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Está correto o que consta APENAS em

(A) I, II e IV.

(B) II e III.

(C) I e IV.

(D) I, II e III.

(E) II, III e IV.

10. (FCC/PGE-AM/Procurador/2010) O sistema de registro de


preços, previsto na lei de licitações,

(A) não obriga a Administração a firmar as contratações que poderão


advir dos preços registrados, mas garante ao beneficiário da Ata de
Registro de Preços a
preferência de contratação em igualdade de condições em relação a
outros possíveis fornecedores.

(B) é realizado por meio das modalidades concorrência ou tomada de


preços.

(C) é apenas um sistema de coleta de informações, com vista a


verificar a exeqüibilidade e compatibilidade dos preços com a prática
do mercado, de maneira a possibilitar a desclassificação das
propostas inadequadas nos procedimentos licitatórios.

(D) impede a Administração de realizar licitações em relação aos


objetos que já constem na ata de registro de preços.

(E) é sistema aplicável apenas às compras realizadas pela União


Federal, não sendo passível de utilização pelos outros entes da
federação.

11. (FCC/PGE-AP/Procurador/2010) Ao final do procedimento


licitatório instaurado para alienação de ativos mobiliários do Estado,
foi constatada a inobservância de regra legal específica que exigia a
elaboração de dois laudos de avaliação dos ativos cujo leilão se levou
a efeito. O lance vencedor, no entanto, foi sensivelmente superior ao
valor indicado no único laudo de avaliação. Nesse caso, caberá a

(A) revogação do lance ofertado e a anulação do procedimento


licitatório.

104

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(B) ratificação do procedimento licitatório, com a elaboração do


segundo laudo de avaliação, após a homologação da licitação.

(C) anulação da alienação, em face do vício de ilegalidade,


promovendo-se novo procedimento após integral observância das
normas vigentes.

(D) revogação da adjudicação do objeto, retrocedendo o


procedimento licitatório à fase anterior, a fim de que se possa
promover a segunda avaliação necessária.

(E) ratificação do procedimento realizado, com a conseqüente


homologação do objeto, uma vez que foi comprovada a inexistência
de prejuízo.

12. (FCC/TRT8/Analista/2010) Agente público, usando verba de


regime de adiantamento, efetua pequenas compras de pronto
pagamento, no valor de quatro mil reais, o que faz por meio de
contrato verbal, não formalizado por qualquer instrumento e,
portanto, não publicado. Esse contrato

(A) é nulo porque a legislação não permite o contrato verbal com a


Administração.

(B) é válido, desde que ratificado pela autoridade superior e


publicado, por extrato, nos cinco dias subseqüentes à compra.

(C) é válido, conforme dispõe a Lei de Licitações e Contratos


Administrativos.

(D) é ineficaz, porque a Lei de Licitações e Contratos Administrativos


condiciona a eficácia do contrato à sua publicação.

(E) é inexistente, porque a lei veda a celebração de contrato verbal


com a Administração, em qualquer hipótese.

13. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) O fato do príncipe, como causa


justificadora da inexecução do contrato,

(A) constitui álea econômica, razão porque, em regra, a


Administração Pública responde pela recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro.

(B) distingue-se do fato da Administração, pois, este se relaciona


diretamente com o contrato, enquanto aquele só reflexamente
repercute sobre o contrato.
105

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(C) trata-se de responsabilidade contratual.

(D) aplica-se mesmo que a autoridade responsável por ele seja de


outra esfera de Governo.

(E) não existe no Direito Brasileiro porquanto aqui prevalece o regime


democrático e a forma presidencialista de Governo.

14. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) Dentre os motivos que


justificam a rescisão do contrato como conseqüência da sua
inexecução total ou parcial, previstas na Lei no 8.666/93, NÃO se
inclui:

(A) o atraso injustificado no início da obra ou serviço.

(B) a decretação de falência ou a instauração da insolvência civil.

(C) a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, com justa


causa.

(D) a subcontratação total ou parcial do objeto do contrato, não


admitidas no edital e no contrato.

(E) o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,


projetos e prazos.

15. (FCC/TRE-AL/Analista/2010) De acordo com a Lei no


8.666/93, NÃO é causa justificadora da inexecução do contrato
administrativo por parte do contratado:

(A) Fato do príncipe.

(B) Força maior.

(C) Os acréscimos que se fizerem nas obras até vinte e cinco por
cento do valor inicial atualizado do contrato.

(D) Fato da Administração.

(E) Caso fortuito.

106

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

16. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) Sobre a formalização dos


contratos administrativos é correto afirmar:

(A) Quando não for obrigatório, o instrumento do contrato pode ser


substituído, dentre outros documentos, pela nota de empenho de
despesa.

(B) A minuta do futuro contrato não precisa integrar o edital ou ato


convocatório da licitação na modalidade tomada de preços.

(C) O contrato verbal com a Administração é permitido na


modalidade convite, desde que devidamente justificado pela
autoridade competente.

(D) A eficácia do contrato administrativo independe da sua publicação


na imprensa oficial.

(E) A ordem de execução de serviço não é instrumento hábil a


substituir o instrumento do contrato, mesmo quando este não seja
obrigatório.

17. (FCC/TRT9/Analista/2010) Sobre as sanções administrativas


previstas na Lei no 8.666/1993, considere:

I. Pela inexecução total ou parcial do contrato, a Administração


poderá aplicar ao contratado, dentre outras penalidades, suspensão
temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a dois anos.

II. A aplicação de multa de mora por atraso injustificado na execução


do contrato impede a Administração de rescindir unilateralmente o
contrato.

III. A multa de mora por atraso injustificado na execução do contrato,


aplicada após regular processo administrativo, não pode ser
descontada da garantia contratual.

IV. As sanções de advertência, suspensão temporária de participação


de licitação e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
a Administração Pública impostas pela inexecução total ou parcial do
contrato, podem ser aplicadas juntamente com a multa prevista no
instrumento convocatório ou no contrato.

V. A sanção de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar


com a Administração Pública é de competência do gestor do contrato.

107

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

Está correto o que consta APENAS em

(A) III, IV e V.

(B) I, II e V.

(C) II e III.

(D) I e IV.

(E) IV e V.

18. (FCC/TRT22/Analista/2010) No que diz respeito à sanção de


multa, aplicável ao contratado em decorrência de contrato
administrativo celebrado com a Administração Pública:

(A) A multa não acarreta a perda da garantia, ainda que superior a


esta.

(B) Na hipótese de atraso injustificado na execução do contrato, a


multa aplicada impede a rescisão unilateral do contrato.

(C) A multa não pode ser descontada da garantia do respectivo


contratado.

(D) A multa pode ser cumulada com a sanção de advertência, na


hipótese de inexecução total ou parcial do contrato.

(E) A sanção de suspensão temporária de participação em licitação


obrigatoriamente será aplicada com pena de multa.

19. (FCC/PGE-AM/Procurador/2010) NÃO é causa de revisão do


equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo:

(A) a modificação superveniente do projeto a ser executado pelo


contratado, por razões de conveniência da Administração.

(B) a elevação da carga tributária incidente de forma específica sobre


a atividade objeto da prestação contratual.

(C) a situação de fato preexistente à contratação, mas que não era


de possível conhecimento à época de sua celebração e que onera o
contratado.

108

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

(D) a necessidade de atualização periódica da expressão monetária


do contrato.

(E) o fato imprevisível da natureza que atrasa ou torna mais custosa


a prestação contratual.

20. (FCC/PGE-AP/Procurador/2010) Determinado órgão público


celebrou, após regular procedimento de licitação, contrato para que
uma construtora promovesse obras em imóvel locado para a
instalação de uma repartição pública. Durante a vigência do contrato,
tornaram-se conhecidas algumas especificidades que demandam
acréscimo aos serviços contratados. Para o equacionamento dessa
questão, a alternativa legalmente prevista é

(A) o aditamento do contrato até o limite de 50%, caso se trate de


obra de reforma, independentemente de anuência do contratado.

(B) o aditamento do contrato até o limite de 50% (cinqüenta por


cento), ainda que com alteração do objeto.

(C) nova licitação para contratação das obras identificadas como


necessárias, iniciando-se a execução dessas obrigatoriamente após a
conclusão das inicialmente contratadas.

(D) a anulação do contrato firmado, promovendo-se nova licitação


para a totalidade das obras necessárias.

(E) o aditamento do contrato até o limite de 25% (vinte e cinco por


cento), desde que com a concordância do contratado.

109

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

GABARITO

01 D 11 C

02 B 12 C

03 E 13 B

04 B 14 C

05 C 15 C

06 B 16 A

07 E 17 D

08 E 18 D

09 B 19 D

10 A 20 A

110

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br


CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSORA: PATRÍCIA CARLA

111

Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br

Você também pode gostar