PET3 9º ANO ADAPTADO (1) História

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO


COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 9º
PET VOLUME: 03/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA: TURNO:
BIMESTRE: 3º TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:
O Brasil da era JK e o ideal de uma nação moderna: a urbanização e seus desdobramentos em
umpaís em transformação.
HABILIDADE(S):
(EF09HI17) Identificar e analisar processos sociais, econômicos, culturais e políticos do Brasil a
par-tir de 1946.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Panorama histórico do Brasil de 1946 a 1964; A urbanização no período dos anos de 1946 a
1964;As desigualdades sociais no Brasil; O êxodo rural e o surto industrial; Novos meios de
comunicaçãoe consumo; A efervescência cultural; A atuação dos trabalhadores (CGT), dos
estudantes (UNE) edas Ligas camponesas; Os governos de JK e João Goulart.

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SEMANA 1

TEMA: O PERÍODO DA REPÚBLICA POPULISTA BRASILEIRA (1946/1964)

Estimado estudante! Esta semana iniciamos o PET 3 de História. Durante essa e as próximas
semanas estudaremos a república brasileira desde a segunda metade do século XX até à
contemporaneidade. Nossa equipe espera que você se empenhe e aproveite esse material
de apoio para construir seusestudos e seu progresso na vida escolar. Bons estudos!

Populismo de direita
Recentemente, surgiu na ciência política o populismo de direita. Os cientistas afirmam que, no po-
pulismo de direita, os políticos assumem práticas consolidadas do populismo, como a
personificação das vontades do líder como vontade do povo, aliadas a outras práticas,
como o discurso antielite e os ataques contra o intelectualismo. Outra característica muito forte do
populismo de direita apontada pelos analistas é o discurso anti-imigração.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-populismo.htm. Acesso: 07 maio 2021.

O que é Populismo? Isso já foi praticado no


Brasil?
O fenômeno político do Populismo fez surgir líderes carismáticos que conseguiam arrebanhar as
grandes massas para se perpetuarem no poder.

O Populismo são práticas políticas que se valem de um apelo sentimental às massas


populares, jogando-as contra uma elite.

A expressão surgiu no século XIX, só que seu significado variou no correr do tempo. Ninguém se
autointitula populista, pois o termo ganhou contornos pejorativos.

No Brasil, o maior exemplo de aplicação do Populismo foi Getúlio Vargas, sempre querido
pelo povo. Ele associou de tal forma sua imagem aos apelos populares, que foi chamado de
“pai dos pobres”.

Na atualidade, no entanto, os historiadores concluíram que o Populismo serviu para o processo


democrático e os avanços sociais. Embora com a intenção de se manter no poder, o líder populista
praticou atos que valorizaram setores mais desprestigiados da sociedade.

Contexto Histórico
Embora o termo Populismo tenha surgido no século XIX, somente décadas depois ele se
aperfeiçoou para chegar ao sentido de hoje.

Em termos de América Latina, aproximadamente na década de 1930 começaram a surgir os


governos populistas. Os protagonistas eram líderes com a bandeira das reformas, mas que na
verdade agiam com autoritarismo.

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Visando se manter no poder, esses líderes usavam o apelo popular, tornando-se carismáticos e
reverenciados pelo povo. Isso foi possível, entre outros fatores, porque praticamente não havia
sindicatos que orientassem os trabalhadores

Ações que distinguem o populista


Tomando por base os líderes populistas da América Latina, há certas características que os
destacam e que merecem atenção. Como o surgimento de correntes ideológicas nacionalistas
unindo diversificadas classes sociais no amparo estatal.

Aproveitando-se do aumento das massas populares urbanas, há seu uso para dar sustentabilidade
política. Para isso nascem leis trabalhistas e previdenciárias, além de outros direitos sociais antes
inexistentes ou pouco difundidos. O controle mascarado dos sindicatos também é essencial.

Outro ponto que sempre marcam os discursos no Populismo é o do anti-imperialismo. E isso vem seguido da
estatização de setores considerados estratégicos, a exemplo das mineradoras, ferrovias, petróleo. Getúlio
Vargas criou a Petrobras em 1953 e o slogan era: “o petróleo é nosso”.
O Populismo exacerbado de Getúlio Vargas
Sem sombra de dúvidas, foi Getúlio Vargas o maior exemplo de governo populista no Brasil. Deve
ser ressaldo, no entanto, que a população se beneficiou de suas ações, embora voltadas para sua
manutenção no poder.

Uma das maiores bandeiras administrativas de Vargas foi a criação de uma Consolidação das
Leis Trabalhista e, mais tarde, da Justiça do Trabalho (1943). Só que, nesse primeiro momento,
as regras trabalhistas se limitavam aos trabalhadores urbanos, a maioria que precisava ser
controlada e que sempre promovia as revoltas.

Ainda na seara de domínio dos trabalhadores, Vargas decidiu que era importante ter o controle
sobre os sindicatos, posto que ali nasciam os revolucionários. Ele então os tornou dependentes do
poder público através dos repasses, que eram impostos, das contribuições dos trabalhadores.
Apenas os sindicatos que se adequaram às suas regras sobreviveram.

O declínio do Populismo
É regra que não há governo que se mantenha, fora da intervenção militar, sem a prosperidade
econômica. E bastante dinheiro circulou na América Latina por conta das duas Guerras Mundiais. O
fornecimento de matéria-prima foi uma fonte de renda considerável para os países da região.

Até o final da Segunda Guerra Mundial, o Populismo chegou ao seu auge e investiu na
industrialização e melhoria de vários setores. Com bastante recursos chegando, a criação das
indústrias nacionais diminuiu as importações de muitos produtos na América Latina.

Terminando a Grande Guerra, entretanto, decaíram as exportações de matérias-primas para os


envolvidos no conflito. Como não havia mais dinheiro entrando no tesouro, 5o alargamento do
parque industrial ficou reduzido. Esboçou-se aí um princípio de desemprego e a euforia
diminuiu.

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Para piorar a situação, houve uma migração em massa do campo para as cidades, o que
requereu obras de adequação. Isso aumentou a dívida pública e a inflação disparou. Começou
a insatisfação popular e o medo do socialismo rondou as classes dominantes.

As Forças Armadas foram chamadas a intervir no cenário, promovendo golpes militares que
acabaram com o Populismo. Entre as décadas de 1960 e 1970, os militares tomaram o poder em
diversos países da América Latina.

O Populismo na atualidade
Com a redemocratização dos países sul-americanos, as figuras populistas voltaram ao cenário
político. Na Venezuela, Hugo Chaves e seu sucessor, Nicolás Maduro, podem ser citados. Na
Bolívia, o presidente Evo Morales se destaca.

Após a redemocratização, o Brasil vivenciou o populismo de Fernando Collor de Melo e de Luiz


Inácio Lula da Silva, em instantes diferentes. Na atualidade, Jair Bolsonaro foi eleito presidente
numa campanha pregando a radicalização em vários setores sociais.

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ATIVIDADES

1. Explique, com suas palavras, a ideia de Populismo.

2. O ex-presidente Getúlio Vargas governou o país de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Os primeiros 15
anos de seu governo são divididos em três períodos: quais são eles?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

3. Complete:

A) No__________________, o maior exemplo de aplicação do Populismo


foi_______________________ sempre querido pelo povo. Ele associou de tal forma sua
imagem aos apelos populares, que foi chamado de “________________________________”.

B) O termo ___________________tenha surgido no século ________.

C) Aproximadamente na década de _____________ começaram a surgir os governos populistas.

4. Coloque V para verdadeiro e F para falso:

( ) No Brasil, o maior exemplo de aplicação do Populismo foi Getúlio Vargas,

sempre querido pelo povo.

( ) Getúlio Vargas foi chamado o “Pai dos ricos”.

( ) Getúlio Vargas criou a Petrobras em 1953 e o slogan era: “o petróleo é nosso”.

( ) Uma das maiores bandeiras administrativas de Vargas foi a criação de uma


Consolidação das Leis Trabalhista e, mais tarde, da Justiça do Trabalho (1943).

( ) Até o final da Segunda Guerra Mundial, o Populismo chegou ao seu auge e investiu na
industrialização e melhoria de vários setores. Com bastante recursos chegando, a criação das
indústrias nacionais diminuiu as importações de muitos produtos na América Latina.

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5. Cite dois fatores que contribuiram para o declínio do populismo:

____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Leia: Após a redemocratização, o Brasil vivenciou o populismo de Fernando Collor de Melo


e de Luiz Inácio Lula da Silva, em instantes diferentes. Na atualidade, Jair Bolsonaro foi eleito
presidente numa campanha pregando a radicalização em vários setores sociais.

1. Na atualidade cite três presidentes que vivenciou o populismo no Brasil?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Como se chama o presidente do Brasil?

__________________________________________________________________________

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SEMANA 2

UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.

OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:
Os anos 1960: revolução cultural? A ditadura civil-militar e os processos de resistência. As
questõesindígena e negra e a ditadura.

HABILIDADE(S):
(EF09HI19) Identificar e compreender o processo que resultou na ditadura civil-militar no
Brasil ediscutir a emergência de questões relacionadas à memória e à justiça sobre os casos
de violaçãodos direitos humanos.
(EF09HI20X) Discutir os processos de resistência e as propostas de reorganização de
sociedades brasileira durante a ditadura civil-militar, destacando a produção cultural e os
aspectos políticos eeconômicos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
O golpe civil-militar de 1964; Instalação da ditadura (1964-1983); Importância da Comissão
Nacionalda Verdade nas investigações às violações de direitos humanos cometidos entre 1946
a 1988 por agentes públicos; As formas de resistência usadas pelos opositores do regime
ditatorial; As mani-festações culturais do período.

TEMA: O DIA QUE DUROU 21 ANOS: A DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA

OLÁ estudante. Esta semana iremos estudar os processos que levaram ao golpe de 1964 e a
implan tação de uma brutal ditadura no Brasil. Buscaremos, também, dialogar sobre as
formas de resistência a esse regime de exceção. Bons estudos!

A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar em 31 de
março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart.
O regime militar durou 21 anos (1964-1985), estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos
direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.

O Golpe de 31 de Março de 1964


O golpe militar de 31 de março de 1964 tinha como objetivo evitar o avanço das organizações
populares do Governo de João Goulart, acusado de comunista.

O ponto de partida foi a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. O


Congresso Nacional empossou temporariamente o presidente da Câmara, o deputado Ranieri
Mazzili, pois o vice-presidente encontrava-se em viagem à China.

108
Primeira
página do jornal O Globo de 2 de abril de 1964
Enquanto João Goulart iniciava sua viagem de volta, os ministros militares expediram um veto à
posse de Jango, pois sustentavam que ele defendia ideias de esquerda.

O impedimento violava a Constituição, e não foi aceito por vários seguimentos da nação, que passou
a se mobilizar. Manifestações e greves se espalharam pelo país.

Diante da ameaça de guerra civil, foi feita no Congresso a proposta de Emenda Constitucional nº4,
estabelecendo o regime parlamentarista no Brasil.

Dessa forma, Goulart seria presidente, mas com poderes limitados. Jango aceitou a redução de
seus poderes, esperando recuperá-lo em momento oportuno.

O Congresso votou a favor da medida e Goulart tomou posse no dia 7 de setembro de 1961. Para
ocupar o cargo de primeiro-ministro foi indicado o deputado Tancredo Neves.

O parlamentarismo durou até janeiro de 1963, quando um plebiscito pôs fim ao curto período
parlamentarista republicano.

Governo João Goulart


Em 1964, Jango resolve lançar as "Reformas de Base" a fim de mudar o país. Assim, o presidente
anunciou:

 Desapropriações de terras;
 nacionalização das refinarias de petróleo;
 reforma eleitoral garantindo o voto para analfabetos;
 reforma universitária, entre outras.

A inflação chegou a atingir em 1963, o índice de 73,5%. O presidente exigia uma nova constituição
que acabasse com as "estruturas arcaicas" da sociedade brasileira.

O presidente era apoiado por universitários que atuavam por meio de suas organizações e uma das
principais era a União Nacional dos Estudantes (UNE).

109
Igualmente, os comunistas de várias tendências, desenvolviam intenso trabalho de organização e
mobilização popular, apesar de atuarem na ilegalidade. Diante do quadro de crescente agitação, os
adversários do governo aceleraram a realização do golpe.

No dia 31 de março de 1964, o presidente João Goulart foi deposto pelos militares e Jango refugiou-
se no Uruguai. Aqueles que tentaram resistir ao golpe sofreram dura repressão.

Para cobrir o vazio de poder, uma junta militar assumiu o controle do país. No dia 9 de abril foi
decretado o Ato Institucional nº 1, dando poderes ao Congresso para eleger o novo presidente. O
escolhido foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que havia sido chefe do estado-maior
do Exército.

Isto era apenas o início da interferência militar na gestão política da sociedade brasileira.

A concentração de poder
Depois do golpe de 1964, o modelo político instaurado visava fortalecer o poder executivo.
Dezessete atos institucionais e cerca de mil leis excepcionais foram impostas à sociedade brasileira.

Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi adotado o
bipartidarismo.Desta forma surgiram:

 a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apoiava o governo;


 o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando os opositores, mas cercado por
estreitos limites de atuação.

O governo, através da criação do Serviço Nacional de Informação (SNI), montou um forte sistema de
controle que dificultava a resistência ao regime. Chefiado pelo general Golbery do Couto e Silva,
este órgão investigou todos aqueles suspeitos de conspirar contra o regime, desde empresários até
estudantes.

Em termos econômicos, os militares trataram de recuperar a credibilidade do país junto ao capital


estrangeiro. Assim foram tomadas as seguintes medidas:

 contenção dos salários e dos direitos trabalhistas;


 aumento das tarifas dos serviços públicos;
 restrição ao crédito;
 corte das despesa do governo;
 diminuição da inflação, que estava em torno de 90% ao ano.

Entre os militares, porém, havia discordância. O grupo mais radical, conhecido como "linha dura",
pressionava o grupo de Castelo Branco, para que não admitisse atitudes de insatisfação e afastasse
os civis do núcleo de decisões políticas.

As divergências internas entre os militares influenciaram na escolha do novo general presidente.

No dia 15 de março de 1967, assumiu o poder o general Artur da Costa e Silva, ligado aos radicais.
A nova Constituição de 1967 já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional.

Os atos institucionais promulgados durante os governos dos generais Castello Branco (1964-1967) e
Artur da Costa e Silva (1967-1969), a prática, acabaram com o Estado de direito e as instituições
democráticas do país.

pesar de toda repressão, o novo presidente enfrentou dificuldades. Formou-se a Frente Ampla para
fazer oposição ao governo, tendo como líderes o jornalista Carlos Lacerda e o ex-
presidente Juscelino Kubitschek.

110
A resistência da sociedade
A sociedade reagia às arbitrariedades do governo e podemos citar um exemplo se dava no mundo
das artes. Em 1965 foi encenada a peça "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flavio
Rangel, que criticava o governo militar.

Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos compositores, que
compunham canções de protesto.

A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os mais
progressistas criticavam a doutrina de segurança nacional.

As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade para estruturar seus
sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas reclamando da falta de liberdade política.

Com o aumento da repressão e a dificuldade de mobilizar a população, alguns líderes de esquerda


organizaram grupos armados para lutar contra a ditadura. Entre as diversas organizações de
esquerda estavam a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de outubro
(MR-8).

O forte clima de tensão foi agravado com o discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pediu
ao povo que não comparecesse às comemorações do dia 7 de setembro.

Para conter as manifestações de oposição, o general Costa e Silva decretou em dezembro de 1968,
o Ato Institucional nº 5. Este suspendia as atividades do Congresso e autorizava à perseguição de
opositores.

Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um derrame cerebral e assumiu o vice-
presidente Pedro Aleixo, político civil mineiro.

Em outubro de 1969, 240 oficiais generais indicam para presidente o general Emílio Garrastazu
Médici (1969-1974), ex-chefe do SNI. Em janeiro de 1970, um decreto-lei tornou mais rígida a
censura prévia à imprensa.

Para lutar contra os grupos de esquerda, o Exército criou o Destacamento de Operações de


Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).

A atividade dos órgãos repressivos desarticularam as organizações de guerrilhas urbana e rural, que
levaram à morte dezenas de militantes de esquerda.

111
ATIVIDADES

1. Organizadas em oposição a João Goulart, as Marchas da Família se transformaram em


forte apoio ao governo militar, reunindo uma massa de civis, nas capitais e interior do
país.” (REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. Ano 1, n. 8, fev./mar. de
2006. p. 60.)
Relacionando o fragmento acima ao golpe militar no Brasil, é correto afirmar:
a) As torturas e as perseguições políticas são matérias para ficção, pois o Brasil sempre foi
um país estável politicamente.
b) Havia receio dos setores mais progressistas do Brasil de que os norte-americanos
invadissem o país.
c) O medo, em relação ao comunismo, não existia no meio social, posto que o país, em
especial suas elites, sempre foi simpático às ideias comunistas.
d) Por ocasião do golpe houve um movimento civil conservador, inicialmente organizado em
oposição ao governo do presidente trabalhista João Goulart, manifestado nas Marchas da
Família com Deus pela Liberdade.
e) Não houve exílio de brasileiros, pois a Constituição de 1967 garantia a liberdade de
expressão política.

Leia e marque com x:

Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos compositores, que
compunham canções de protesto.

A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os mais
progressistas criticavam a doutrina de segurança nacional.

As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade para estruturar seus
sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas reclamando da falta de liberdade política.

O texto acima se refere a qual fase:

( ) A concentração de poder

( ) A resistência da sociedade

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SEMANA 3

UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.

OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:
O processo de redemocratização; A Constituição de 1988 e a emancipação das cidadanias (analfa-
betos, indígenas, negros, jovens etc.).

HABILIDADE(S):
(EF09HI23X) Identificar direitos civis, políticos e sociais expressos na Constituição de 1988 e rela-
cioná-los à noção de cidadania e ao pacto da sociedade brasileira de combate a diversas formas de
preconceito, como racismo, homofobia, xenofobia, LGBTfobia entre outros.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
O papel da sociedade civil pela democratização; O período democrático; A constituição de 1988:
direitos e garantias fundamentais.

TEMA: A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL E A RECONSTRUÇÃO DA CIDADANIA.

Caro(a) estudante. Esta semana trataremos do fim do regime ditatorial brasileiro sob o comando dos
militares e o lento processo de reconstrução da cidadania no nosso país. Versaremos, também, sobre
como os grupos sociais marginalizados, as chamadas minorias sociais, resistiram à exceção ditatorial
e pressionaram por suas agendas políticas pós 1985

O fim do regime civil-militar no Brasil e a promulgação da Constituição Cidadã.


Para os grupos dirigentes, algumas reivindicações
de minorias sociais vão em contraponto aos inte-
resses desses grupos. Um exemplo é a manutenção
dos territórios dos povos originais, os povos indíge-
nas. Desde o início da república, o estado brasileiro
vem adotando medidas de proteção desses povos,
mas isso não significa que os territórios desses po-
vos e suas culturas estão, em realidade, sendo pre-
servados. Ainda na Primeira República foi criado
o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que tutelava
essa população considerada “relativamente inca-
Eleito primeiro deputado indígena, em 1983, pelo PDT, Mário
paz” pelo estado. O SPI foi extinto durante a Ditadu-
JuAruna aprendeu a desconfiar das promessas que não
eram cumpridas. Por isso, passou a utilizar um gravador, nos ra Militar (1967) e substituído pela Funai (Fundação
contatos com autoridades federais, para registrar tudo que lhe Nacional do Índio). Durante esse período, o governo
diziam, como forma de cobrar os acordos e promessas.
A imagem do índio com o gravador a tiracolo tornou-se
dos militares incentivou a ocupação do território
conhecida no país e no exterior. amazônico (incentivos fiscais a mineradoras, pe-
Imagem disponível em: <https://www.pdt.org.br/index.php/ cuaristas e madeireiros), área de maior concen-
tag/cacique-mario-juruna/>. Acesso: 07 maio 2021. tração dos povos originários. Após 1964, a situação
dos povos indígenas deteriorou-se muito. Em 1973,
o Estatuto do Índio promovia a ideia de “integração”

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das nações indígenas à sociedade brasileira. Esse equívoco foi desfeito em 1988 com a promulgação da
Constituição. Na atual carta magna, é garantido às etnias indígenas o respeito e a proteção à cultura
dessas populações em capítulo específico.
Já em relação à população negra e parda, o regime militar teve múltiplos impactos sobre a questão ra-
cial no Brasil: censura, vigilância, exílio, cassação, perseguição, desarticulação do ativismo de organi-
zações negras, além do controle e dos impedimentos ao debate sobre o preconceito, a discriminação e
as desigualdades raciais. Esses foram os resultados negativos mais evidentes da ditadura sobre a vida
de negros(as) e pardos(as).
Os avanços das atividades e do debate público sobre relações raciais legados do ativismo negro organiza -
do desde o fim da Segunda Grande Guerra sofreram fortes abalos durante a ditadura militar. Em 1968, ano
de endurecimento do regime, a maior liderança negra brasileira, Abdias do Nascimento (1914-2011), funda-
dor do Teatro Experimental do Negro, o TEN, principal entidade das mobilizações antirracistas do pós-Es-
tado Novo, deixou o país rumo aos Estados Unidos, onde passou a denunciar para o mundo a situação de
discriminação e de desigualdades sofridas aqui pela população negra. [...]
No que se refere diretamente ao ativismo, a Lei de Segurança Nacional restringia o espaço dos movimentos
sociais e, consequentemente, a atuação dos militantes negros, Tendo em vista que a negação do racismo
tornou-se o discurso oficial, qualquer questionamento à ideologia do regime militar poderia ser entendido
como racismo reverso, ou seja, os movimentos que denunciassem a discriminação ou o preconceito racial
eram interpretados como agentes que promoviam o ódio e animosidades entre os grupos raciais.
Disponível em: <http://memoriasdaditadura.org.br/cnv-e-negros/>. Acesso: 07 maio de 2021.

O regime ditatorial brasileiro promoveu o silencia-


mento da luta antirracista, considerada posição sub-
Racismo estrutural: naturalização de
versiva, e permitiu as representações dominantes que
ações, hábitos, situações, falas e pensa-
subalternam e naturalizam a negritude em associação
mentos que já fazem parte da vida coti-
ao futebol, ao carnaval e ao crime.
diana do povo brasileiro, e que promovem,
direta ou indiretamente, a segregação ou A luta da população negra e parda passa a ter uma vi-
o preconceito racial. tória significativa quando, em 1988, na Constituição, o
racismo se torna crime inafiançável e sem prescrição.
Disponível:< em: https://www.colab.re/conteudo/
racismo-estrutural> Acesso: 07 maio 2021. Mas, é sabido, que, no cotidiano, o racismo estrutural
ainda deslegitima essa população e lhe impõe perdas
socioeconômicas e educacionais.
A abertura política do regime ditatorial brasileiro começou com a Anistia em 1979. Depois vieram o pluri-
partidarismo e as eleições diretas estaduais e para as cidades de segurança nacional. Em 1984, aconte-
ceu o movimento para uma emenda à Constituição de 1967 que permitiria eleições diretas (com votação
popular) para o cargo de presidente(a). A proposta, conhecida como Emenda Dante de Oliveira, e que foi
apoiada pelo movimento Diretas Já, não conseguiu votos suficientes no Congresso, controlado pelos
militares, e, em 1985, as eleições foram indiretas e vencidas por Tancredo Neves e José Sarney (Vice).
Com a morte de Tancredo, em 21 de abril de 1985, José Sarney, grande apoiador da Ditadura, assumiu a
presidência e a transição para a redemocratização.
O governo Sarney herdou a crescente exponencial da inflação. Em 1986, por meio do Plano Cruzado,
os preços foram congelados e a moeda Cruzeiro foi substituída pelo Cruzado. O congelamento de pre-
ços levou a uma crise de abastecimento e ao aparecimento de um mercado paralelo de acesso aos bens
de consumo, o que promoveu um desequilíbrio entre a inflação oficial e a inflação real (no mercado pa-
ralelo os produtos eram vendidos com ágio [valor maior que o preço de tabela]).

114
Já a questão dos direitos sociais e políticos da população brasileira, na Constituição de 1988,
de 05 de outubro, conhecida como Cidadã, foi tratada de forma a impedir que os
excessos repressivos, o autori tarismo e a violência cometidos durante o regime ditatorial
pudessem reaparecer na sociedade. Porém, na atualidade, essa herança ainda persiste.
Todos os(as) brasileiros(as) possuem seus direitos sociais resguardados pelo sexto artigo
da Constituição de 1988, que são: saúde, alimentação, trabalho, educa-ção, moradia, lazer,
transporte, segurança, proteção à maternidade e à infância, previdência social eassistência
aos desamparados.
Já os direitos políticos (que são aqueles que visam garantir a soberania popular, de forma
direta e indireta) garantidos a partir de 1988 são “os institutos constitucionais relativos ao
direito de sufrágio, aossistemas eleitorais, às hipóteses de perda e suspensão dos direitos
políticos, às regras de elegibilidade e inelegibilidade, dentre outros institutos”.
(https://jus.com.br/artigos/31370/direitos-politicos-na-
-constituicao-federal-de-1988. Acesso: 07 de maio de 2021).
É importante ressaltar que, após 1988, a população analfabeta passa a ter o direito de votar,
ganhando, assim, uma cidadania que sempre lhe foi negada. Além disso, a Constituição de
1988 se inspira na De-claração dos Direitos Humanos de 1948.

ATIVIDADES
1. Leia o texto e responda?

As principais medidas tomadas pelo plano Cruzado foram:

- A moeda corrente brasileira que era o Cruzeiro foi transformada em Cruzado, seguido
de sua valorização (O cruzado valia 1000 vezes mais);

- Congelamento dos preços em todo o varejo, os quais eram fiscalizados por cidadãos
comuns;

- Antecipação do salário mínimo (O governo garantia a antecipação de parte do salário


mínimo visando assim estimular o consumo);

- Correção automática do salário para acompanhar a inflação.

O plano foi um fracasso, principalmente devido a:

- O principal motivo de fracasso do plano foi o congelamento de preços, que fez a


rentabilidade dos produtores caírem para perto de zero quando não faziam os mesmos
ter prejuízo, a falta de mobilidade de preços fez os produtos ficarem ausentes do
mercados e até leite não era mais encontrado para se comprar, foi a época dos
consumidores fazerem “estoque” de produtos em casa;

1. Qual foi o motivo do fracasso do plano cruzado?

115
2. Quais as consequências do congelamento dos preços para o fracasso do plano cruzado?

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_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
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3. A Constituição Cidadã é conhecida por ser a mais democrática da história do Brasil e foi elaborada
em um processo que durou 20 meses e que contou com ampla participação popular. A promulgação
dessa Constituição aconteceu durante o governo de qual presidente?

a) João Figueiredo

b) Tancredo Neves

c) José Sarney

d) Fernando Collor

e) Itamar Franco

4 Sobre as principais características da Constituição de 1988:


Marque o opção incorreta:

( )- Restabeleceu eleições diretas para os cargos de presidente da República,


governadores de estados e prefeitos municipais;

( )- Definiu o mandato presidencial de 5 anos sem reeleição (uma emenda constitucional


de 1997 passou para quatro anos com reeleição);

( )- Não Estabeleceu o direito de voto para os analfabetos;

( )- Definiu o voto facultativo para os jovens de 16 a 18 anos de idade;

( )- Sistema pluripartidário;

( )- Colocou fim a censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes,
teatro, etc.

116
A Constituição de 1988 foi elaborada durante 20 meses de trabalho da Assembleia Constituinte
que foi empossada em 1987. O presidente da Constituinte foi:

a) Paulo Maluf

b) Leonel Brizola

c) Lula

d) FHC

e) Ulysses Guimarães

Atividade complementar

1. Leia o texto e responda:

A constituição de 1988, é considerada constituição cidadã, pois, é destinada a


assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,
com a solução pacífica das controvérsias.

2. Com base no você ja leu sobre a contituição de 1988, considerada constituição cidadã,
você concorda que esta constituição mudou para melhor ou para pior a vida dos
brasileiros?

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__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

3. A Constituição Cidadã é conhecida por ser a mais democrática da história do Brasil e foi
elaborada em um processo que durou quantos meses?

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117
SEMANA 4

UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.

OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:
A história recente do Brasil: transformações políticas, econômicas, sociais e culturais de 1989 aos
dias atuais; Os protagonismos da sociedade civil e as alterações da sociedade brasileira; A ques-
tão da violência contra populações marginalizadas; O Brasil e suas relações internacionais na era
da globalização.

HABILIDADE(S):
(EF09HI24) Analisar as transformações políticas, econômicas, sociais e culturais de 1989 aos dias
atuais, identificando questões prioritárias para a promoção da cidadania e dos valores democráticos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Mudanças ocorridas no Brasil de 1989 aos dias atuais, em setores diversos; As eleições de 1989;
O governo de Fernando Collor; O governo de Itamar Franco; Os Governos de Fernando Henrique
Cardoso; Os movimentos sociais populares e suas atuações.

TEMA: A NOVA REPÚBLICA BRASILEIRA E SUA FRÁGIL DEMOCRACIA.

Estimado(a) estudante: essa semana iremos tratar das questões políticas, econômicas, sociais e cultu-
rais do passado recente de nosso país. Com a promulgação da Constituição de 1988, foram promovidas
mudanças para consolidar a redemocratização. Porém, estruturas seculares concorrem na manuten-
ção de problemas conjunturais que forjaram o Brasil. Vamos dialogar um pouco sobre essas questões.

As presidências brasileiras pós 1988.

Os governos brasileiros (1989/2021): Principais características

Fernando
Eleito sobre dois pilares (combate à corrupção e à inflação herdadas da ditadura) e
Collor de Melo
com apoio da elite, o governo Collor iniciou com o Plano Brasil Novo: troca de moeda,
(1990/1992)
congelamento de preços, confisco da poupança, criação do Imposto sobre Opera-
ções Financeiras [IOF]. Collor iniciou o processo de adoção do neoliberalismo no país
e a venda de algumas estatais. Abriu a economia nacional às importações. Em 1991,
o presidente foi denunciado com cabeça de esquemas de desvio de dinheiro público.
A população, principalmente os jovens (Caras Pintadas), foram às ruas exigir a saída de
Collor. O Congresso instaurou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e, no fim de
1992, foi aprovado o impeachment.

Itamar Franco
(1992/1994) O vice de Collor assume o governo. Em 1993, Itamar nomeia Fernando Henrique Car-
doso para o ministério da economia. A estatal de mineração, criada por Vargas, CVRD
(Companhia Vale do Rio Doce) é privatizada. O insucesso do plano econômico de Collor
em combater a inflação leva à formulação de um novo plano econômico: o Plano Real. O
sucesso inicial do plano, com a queda brutal da inflação e aumento do poder de compra,
popularizou a figura de FHC, que venceu as eleições para a presidência.

118
Fernando Hen-
rique Cardoso Venceu duas eleições: 1994 e 1998. Estabilização inflacionária e crescimento econô-
(1995/2002) mico mesmo com o aumento da pobreza extrema, analfabetismo e desemprego no país.
Venda da estatal Telebrás. Política de paridade Real-Dólar. Aprovação da emenda cons-
titucional que permite a reeleição (foi denunciado que o governo FHC comprou os votos
dos deputados para aprovação da mudança). FHC vence as eleições de 1998 e, em 1999,
inicia seu segundo mandato. Maxidesvalorização do real (fim da paridade Real-Dólar).
Piora nos indicadores socioeconômicos.

Lula (2003/2010)
Primeiro presidente de origem popular, Luís Inácio Lula da Silva venceu as eleições de
2002. Ele concorria à presidência desde 1989. Adotando um discurso menos radical e
prometendo não mexer na economia neoliberal, Lula se tornou mais palatável à elite bra-
sileira. Nos seus dois mandatos, Lula promoveu o crescimento econômico vertiginoso
das camadas mais pobres por meio de programas sociais, como o Fome Zero, o ProUni,
o PAC e o Minha Casa Minha Vida. Também criou o maior programa de transferência de
renda, o Bolsa Família. Em seu torno, o Brasil, pela primeira vez na história, deixou de ser
um país devedor para ser um país credor no sistema financeiro internacional.

Apoiado no sucesso econômico e social, Lula ajuda a eleger sua sucessora e primeira
Dilma Rousseff mulher a ocupar a presidência brasileira. A presidenta Dilma Rousseff foi uma figura
(2011/2016) importante no combate à ditadura militar e foi ministra do seu antecessor. Em seus
governos, manteve a política econômica lulista e os programas sociais. Mesmo
com agravíssima crise internacional iniciada em 2008, a economia brasileira seguia
firme e se tornou a sexta maior do mundo. No governo Dilma ocorreram a chamadas
“Jornadas de Junho``: uma série de manifestações apoiadas pelos setores sociais
conservadores e opositores políticos do PT contra os gastos para sediar a Copa do
Mundo de futebol,de 2014, e as Olimpíadas do Rio, de 2016. Dilma foi reeleita em 2014
(ano em que, pela primeira vez, o Brasil foi retirado da lista da ONU de países com
população faminta) e sofreu um processo de impeachment, em 2016, quando foi
substituída pelo seu vice.Para a historiografia, o impeachment da ex-presidenta foi um
golpe parlamentar.
Michel Temer Temer assumiu a presidência e volta-se à agenda neoliberal que atendia aos interesses
(2016/2018) da elite econômica nacional e internacional. Fez, em 2017, a reforma trabalhista pro-
metendo criar milhões de empregos com a flexibilização das leis de trabalho. Em 2020,
segundo levantamentos, poucos empregos foram criados no Brasil devido às mudanças.
Apenas houve a precarização das condições de trabalho, principalmente para os mais
pobres. Em termos políticos, a instabilidade acabou levando à eleição de um político que
se dizia “não político” (como Collor também dizia). Jair Bolsonaro venceu as eleições, em
2018, no segundo turno.

Jair Bolsonaro
Considerado pelos seus opositores e pelas democracias internacionais como um polí-
(2019 - )
tico de extrema direita, o atual governo brasileiro é criticado pela ineficiência econô-
mica, pela crescente violência contra os mais pobres, pelos retrocessos nos ganhos
de cidadania dos grupos socialmente minoritários e como o pior exemplo em combate
à pandemia da Covid-19 no mundo. Ademais, a política internacional de aproximação
ao ex-presidente estadunidense Donald Trump, isolou o Brasil internacionalmente,
desviando o país da tradicional posição de uma das maiores lideranças diplomáticas
do globo.

Imagens: [Collor]: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fernando_Collor_1992_B%26W.jpg. [Itamar]: https://commons.wikimedia.


org/wiki/File:Itamar_Franco_(cropped).jpg. [FHC]: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fernando_Henrique_Cardoso_(1999).jpg.
[Lula]: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lula_-_foto_oficial_-_05_jan_2007_(cropped_3).jpg. [Dilma]: https://www.flickr.com/
photos/palaciodoplanalto/5354277523. [Temer]: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Michel_Temer_(foto_oficial).jpg. [Jair]:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jair_Bolsonaro_em_24_de_abril_de_2019_(1)_(cropped).jpg. Acesso: 08 de maio de 2021.

119
Em relação às questões sociais e luta pela diminuição da desigualdade, o país avançou bem em algumas
áreas e, em outras, nem tanto. Em relação ao racismo, por exemplo, mesmo com sua criminalização,
negros e negras têm mais dificuldade em completar os estudos, em arrumar empregos, a ter salários
iguais a de brancos. Sofrem mais com condições precárias de saneamento, saúde pública e justiça.
As populações indígenas no Brasil também sofrem bastante. Suas terras são invadidas, suas culturas
são desrespeitadas. Em 1997, por exemplo, um indígena foi morto ao ter seu corpo totalmente queima-
do por quatro jovens brancos de classe média alta da cidade de Brasília. A justificativa desses crimi-
nosos para a barbárie? “Pensamos que fosse um mendigo”. Ou seja, na mentalidade de alguns, pessoas
marginalizadas podem ser incendiadas para “diversão” dos ricos.
O Brasil é um dos países que mais mata pessoas por ano. Mais do que países em conflitos bélicos. Além
de indígenas e negros(as), a população LGBT (o país é recordista em assassinato de transgêneros), mu -
lheres e pessoas ligadas a movimento sociais (trabalhadores rurais sem-terra, moradores de rua, den-
tre outros), também sofrem com a violência policial e da população em geral. Mesmo com os avanços
das políticas públicas para proteção dessas minorias (como a Lei Maria da Penha), o Brasil ainda é um
lugar em que esses grupos sociais correm riscos cotidianos. Temos como exemplos as chacinas em
Eldorado dos Carajás, Candelária, Carandiru.

PARA SABER MAIS:


Acesse esse importante texto sobre a construção da cidadania no Brasil: <https://monografias.bra-
silescola.uol.com.br/direito/a-construcao-da-cidadania-no-brasil-historico-desafios-e-caminhos.
htm>. Acesso: 08 de maio de 2021.

ATIVIDADES

1. Faça uma pesquisa na internet e/ou no seu livro didático e complete o quadro:

PLANO COLLOR PLANO REAL


Principais
características

2. Quais foram os principais avanços sociais no Brasil durante os governos Lula e Dilma?

120
3. Leia o trecho: “De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED), no período entre novembro de 2017 e setembro de 2020, foram gerados 286,5 mil
postos de trabalho, bemabaixo da previsão do governo anterior, de gerar mais de 6 milhões
de empregos no país.
Já o desemprego segue persistente e em nível recorde, agravado pela pandemia. No
trimestre encer- rado em agosto, a taxa medida pelo IBGE ficou em 14,4% - a maior já
registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012”.
Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/11/11/reforma-trabalhista-completa-3-anos-
veja-
os-principais-efeitos.ghtml>. Acesso: 08 maio de 2021.

Quais os resultados práticos da reforma trabalhista de 2017

Atividades complementares
1. Leia o trecho: “A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuou da informação de que subiu para 29 o
número de mortes confirmadas oficialmente na considerada a chacina mais letal da
história da capital fluminense,na operação na favela do Jacarezinho [...] A Polícia Civil
divulgou no final da tarde a lista com os 28nomes das vítimas, segundo publicado no G1
e outros veículos locais. A operação, chamada de Exceptis, apurava o aliciamento de
crianças e adolescentes para o tráfico de drogas. Como mostrou reportagemdo EL PAÍS,
ao menos 13 vítimas não tinham qualquer relação com a investigação. [...] As imagens
de casas tomadas pelo sangue e de corpos levados pela polícia em lençóis geraram revolta
e motivaramcobrança de autoridades nacionais e internacionais por explicações”.
Disponível em:< https://brasil.elpais.com/brasil/2021-05-08/mortos-na-chacina-do-jacarezinho-sobem-para-29-e-policia-
insiste-na-
criminalizacao-de-vitimas-sem-provas.html>. Acesso: 08 maio de 2021.

Qual a favela considerada a chacina mais letal da história da capital fluminense?

_____________________________________________________________________

Como se chamava a operação da polícia civil?

__________________________________________________________________

O que a polícia civil procurava nesta operação na favela do Jacarezinho?

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

121
SEMANA 5

UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.

OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:
Os protagonistas da sociedade civil e as alterações da sociedade brasileira; A questão da violência
contra populações marginalizadas.

HABILIDADE(S):
(EF09HI26X) Discutir e analisar as causas da violência contra populações marginalizadas (de perife-
rias, negros, indígenas, mulheres, LGBTQ, camponeses, pobres etc.) com vistas à tomada de cons-
ciência e à construção de uma cultura de paz, empatia, tolerância e inclusão, respeito às pessoas e
a desconstrução de visões estereotipadas sobre essas populações.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Causas e consequências da violência contra as populações marginalizadas.

TEMA: O BRASIL E A EXCLUSÃO HISTÓRICA DAS MINORIAS SOCIAIS

Caro(a) estudante; esta semana falar-se-á das razões para as exclusões históricas das minorias sociais.
Lembrando que minorias sociais não significa que esses grupos sejam pequenos em quantidade. Por
exemplo: as mulheres são grupos sociais minoritários, mas são mais da metade da população brasi-
leira. A população parda e negra é uma minoria social, mas são mais da metade do total populacional.
Ou seja, mesmo sendo maiores em quantidade, as exclusões e violências que sofrem cotidianamente
deixam esses grupos vulneráveis, tornando-os, portanto, numa minoria social.

A Constituição Cidadã.
Promulgada em outubro de 1988, a atual constituição do Brasil ficou conhecida como cidadã devido aos
inúmeros artigos que a compõem que versam sobre a liberdade e os direitos de todos(as) e quaisquer
brasileiros(as). Na época de sua elaboração, muitos políticos e determinados setores da sociedade
eram contrários à participação popular na elaboração de nossa atual carta constitucional. Esses seto-
res utilizavam-se de um argumento bastante antigo e sempre excluiu os grupos mais pobres e vulne-
ráveis da participação política: diziam que o povo não sabia votar e não tinha conhecimento para gerir
uma nação.
Mesmo assim, no processo de elaboração da constituição de 1988, mais de 100 emendas foram propos-
tas pela população, o que gerou a alcunha Constituição Cidadã.

Principais características da atual Constituição brasileira:


• Povos indígenas: os indígenas participam ativamente da Constituinte. O artigo 231 reconhece aos
indígenas os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. O mesmo artigo
determina que cabe ao governo a demarcação dessas terras.
• Relações raciais: conquistas do movimento negro: o artigo 5º da Constituição definiu o racismo
como crime inafiançável e imprescritível e sujeito a reclusão.

122
• Liberdades civis: proibição da censura e garantia da liberdade de expressão. Garante, também, a
iniciativa popular para proposição de novas leis.
• Legislação de trabalho: redução da jornada semanal passou de 48 horas para 44 horas; direito a
um abono ao sair de férias para trabalhadores(as) com carteira assinada; seguro-desemprego e
décimo terceiro salário para os(as) trabalhadores(as); demissões sem justa causa dá o direito de
receber o correspondente a 40% de saldo do FGTS; a licença-maternidade passou para 120 dias;
e criou-se a licença-paternidade, de 5 dias.
• Eleições: eleições diretas para presidente(a), governadores(as) e prefeitos(as). Nas cidades com
mais de 200 mil eleitores(as), caso nenhum(a) dos(as) candidatos(as) obtiver a maioria absoluta
(50% + 1) dos votos no primeiro turno, haverá um segundo turno. Redução do mandato presiden-
cial para quatro anos.
• Voto: os(as) analfabetos(as) ganharam o direito facultativo de votar. O voto tornou-se obrigatório
para os(as) brasileiros(as) maiores de 18 e menores de 70 anos e facultativo para os maiores de 70
anos e para os jovens com 16 ou 17 anos.
• Forma e regime de governo: República Federativa e presidencialista. Previu-se, para 1993, a rea-
lização de um plebiscito para escolher entre o presidencialismo e o parlamentarismo e entre a
República e a Monarquia.

Causas da violência contra as minorias no Brasil


Os antecedentes históricos para a violência atual contra determinados setores sociais (pobres, pretos,
pardos, mulheres, população carcerária, moradores de rua, camponeses sem terra, indígenas e mulhe-
res) são:
“No Brasil, a violência é um fenômeno histórico que persistiu em todos os arranjos sociais, mesmo após
diversas mudanças políticas. No período colonial (1540-1822), a Coroa portuguesa valia-se da violência
para escravizar indígenas e negros bem como para manter a centralidade política e a unidade territorial em
uma colônia tão vasta.
Durante o império (1822-1889), o uso da violência permaneceu nos mesmos moldes e houve também as
rebeliões por emancipação política, [...]. Mesmo após a proclamação da república, em 1889, que só atingiu
legalmente seu apogeu democrático com a Constituição de 1988 (praticamente 100 anos depois), a violên-
cia persiste como instrumento do Estado, especialmente para reprimir populações pobres. Durante os pe-
ríodos de ditadura (Estado Novo de 1937-1945 e Golpe Militar de 1964-1985), a violência também foi utilizada
como mecanismo de repressão política, mecanismo esse que não foi completamente desmontado após a
redemocratização, pois algumas de suas práticas foram mantidas e ainda hoje reverberam, por exemplo,
na crescente letalidade policial”.
Disponível em: is.gd/GI97zF. Acesso: 10 de maio de 2021.

Dentre as causas para a violência contra as populações periféricas, pode-se citar o racismo
estrutural(visto que a maior parte da população negra e parda, nas grandes cidades, residem em
áreas periféri-cas); a falta de todas as estruturas de urbanidade (saúde, educação, políticas de
assistência, sanea-mento) e o tráfico de drogas.
O tráfico de drogas tem uma relação direta com a violência e com a letalidade policial. A competição
entre as facções rivais, a circulação de armas e a ineficácia do Estado nas periferias são os fatores para
a escalada da violência em várias regiões.
Outro fator que agrava os quadros de violência é a desigualdade social. Os homicídios concentram-se
em bairros pobres. A situação se agrava quando se conjugam a desigualdade e o racismo. “A estigma-
tização da figura do negro como potencial suspeito faz com que a possibilidade de um jovem negro

123
morrer vítima de homicídio seja 23,5% maior que a de um jovem não negro. A cada 100
pessoas assas- sinadas no Brasil, cerca de 70 são negras”. (Disponível em: is.gd/GI97zF. Acesso:
10 de maio de 2021).
Outro problema ligado à violência é a circulação de armas. De cada 1% de armas a mais em
circulação, aumenta-se em 2% o número de homicídios. O principal grupo assassinado o
Brasil é o de jovens entre 15 e 29 anos do sexo masculino. Quando se estratifica o perfil
étnico/racial, 75,7% das vítimas são pre- tas e pardos. Essa assimetria também ocorre entre
as mulheres: 68% das vítimas de homicídios eram mulheres negras. Outro dado preocupante
é o de que, desde 2017 temos uma redução nos homicídios entre os negros e um aumento
nos homicídios de negros, refletindo uma escalada da violência institu-cional contra esse
grupo minoritário social.

Consequências da violência no Brasil


Como, no Brasil, a morte violenta figura entre as principais causas de óbito de pessoas
jovens, entre18 e 24 anos, do sexo masculino, isso significa, em médio e longo prazo, uma
mudança demográfica, já que a expectativa de vida da população brasileira está
aumentando enquanto a natalidade está dimi-nuindo e a população jovem é o grupo mais
atingido por mortes violentas.
A alta taxa de homicídios nessa faixa etária traz consequências econômicas ao dizimar
parte expressiva da força produtiva do país. Os altos índices de mortes violentas também
sobrecarregam o sistema público de saúde.
Por fim, a perda de liberdades democráticas, de expressão, de associação, de ir e vir, e
mesmo o direitode propriedade, em muitas partes do Brasil, é afetado pela violência.

ATIVIDADES

1. Liste as principais características da Constituição brasileira de 1988.


( VOLTE A QUESTÃO 4 DA SEMANA 3)

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

124
2. Quais as principais consequências das altas taxas de violência para vários grupos da
sociedade brasileira atual?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1. Sobre as Consequências da violência no Brasil complete:


Como, no Brasil, a morte violenta figura entre as principais causas de óbito de pessoas
jovens, entre 18 e 24 anos, do sexo masculino, isso significa, em médio e longo prazo,
uma_______________________________________, já que a expectativa de vida da
população brasileira está aumentando enquanto a natalidade está dimi- nuindo e a
população jovem é o grupo mais atingido por mortes violentas.
A alta taxa de homicídios nessa faixa etária traz
____________________________________________ao dizimar parte expressiva da força
produtiva do país. Os altos índices de mortes violentas também
_____________________________________________________________________________
Por fim, a_______________________________________________, de expressão, de
associação, de ir e vir, e mesmo o direitode propriedade, em muitas partes do Brasil, é afetado
pela violência.

2. Qual características da atual Constituição brasileira está falando esta lei:

Redução da jornada semanal passou de 48 horas para 44 horas; direito aum abono ao
sair de férias para trabalhadores(as) com carteira assinada; seguro-desemprego e
décimo terceiro salário para os(as) trabalhadores(as); demissões sem justa causa dá
o direito dereceber o correspondente a 40% de saldo do FGTS; a licença-maternidade
passou para 120 dias;e criou-se a licença-paternidade, de 5 dias.

____________________________________________________________________

125
SEMANA 6

UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
Modernização, ditadura civil-militar e redemocratização: o Brasil após 1946.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:
O Brasil e suas relações internacionais na era da globalização.
HABILIDADE(S):
(EF09HI27) Relacionar aspectos das mudanças econômicas, culturais e sociais ocorridas no
Brasil a partir da década de 1990 ao papel do País no cenário internacional na era da globalização.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Globalização: influências econômicas, culturais e sociais ocorridas no Brasil a partir da
década de1990; O papel do Brasil no cenário internacional.

TEMA: O PAPEL DO BRASIL NO MUNDO GLOBALIZADO

Estimado(a) estudante! Nessa última semana do PET 2 iremos dialogar sobre a importância
da nação brasileira no cenário global do século XXI.1O Brasil é uma das maiores
economias do mundo, tem a quinta maior população e a quinta maior extensão
territorial. Incluso, o território brasileiro, é um dos mais ricos e diversos do
planeta. Logo, nosso país se destaca em diversas áreas positivamente. Porém, comojá visto
nas semanas anteriores, ainda se tem muitos problemas que dificultam o Brasil de exercer
um maior protagonismo global. Seja por seus problemas sociais, seja pelas diretrizes
políticas dos últimos cinco anos.
O Brasil na economia global do século XXI
Sempre acostumados(as) a ouvir a expressão “O Brasil é o país do futuro”, os(as)
brasileiros(as) possuema expectativa de realmente viver num país que corresponda ao
seu gigantismo territorial e que seja protagonista em termos econômicos, políticos e
diplomáticos.
O protagonismo planetário do Brasil se deve a alguns fatores: ter o quinto maior
território, a quinta maior população, figurar entre as quinze maiores economias, ser um dos
grandes produtores de com modities (produtos primários/agrícolas), ter um grande mercado
consumidor. A diversidade naturaldo país e a infinidade de recursos naturais existentes tornam o
Brasil, em termos políticos e econômicos, bastante relevante no mundo globalizado. Junto com
outras nações com características similares,em 2006, durante o governo Lula, foi criado o BRIC
(Brasil, Rússia, Índia e China). Em 2011, a África do

Sul passa a pertencer ao grupo das maiores


economias emergentes do século XXI
(BRICS) e que buscam um protagonismo
econômico desvencilhado das economias
capitalistas centrais e tradicionais,

126
como Estados Unidos e Alemanha, ou seja, um nova ordem multipolar, não centralizada nas
economiastradicionais da Guerra Fria. O atual governo brasileiro vem se afastando desse grupo e
se aproximando dos interesses estadunidenses frente à concorrência chinesa e russa na
economia. Essa aproximaçãoaos EUA também atinge negativamente a relação do Brasil com as
nações do bloco Mercosul.
O protagonismo brasileiro no cenário mundial foi sendo construído a partir da redemocratização
do país, com a promulgação da Constituição de 1988, a abertura econômica e adoção do
neoliberalismo.O Plano Real permitiu o crescimento e fortalecimento da economia brasileira no
cenário globalizado doséculo XXI.
É relevante ressaltar, também, que os problemas brasileiros, como saúde e educação deficitárias,
faltade estrutura de saneamento e de escoamento da produção, altos índices de violência, são
entraves para chegarmos à ideia que abriu esse texto: “país do futuro”. Ou seja, mesmo com
bastante recursospara ser uma das maiores nações do planeta, existem problemas estruturais
severos que dificultam oprogresso econômico e social do país.
Os problemas sociais brasileiros acabam por se assemelhar aos de nações que passam pelas
mesmasquestões. Por exemplo: os altos índices de violência ligados ao tráfico de drogas é um
problema que também atinge as nações colombiana e mexicana. México e Brasil também se
assemelham nas ques-tões da discrepante desigualdade socioeconômica.
O Brasil, assim como várias nações, passa por problemas relacionados à imigração de
populações refugiadas, como haitianos(as) e venezuelanos(as) no Brasil. O país, assim como nos
Estados Unidos, discute os problemas relacionados à população negra. Nos Estados Unidos, a
violência contra os(as)afro-descentes acabou levando à criação do Black Lives Matter (Vidas
Negras Importam). No Brasilexistem vários movimentos de valorização da população negra e
parda e contra a discriminação e ra-cismo estruturais.
A população indígena sofre bastante com as invasões de seus territórios e a negligência de
fiscalização do governo brasileiro para preservar a vida e os territórios das centenas de nações
indígenas originárias. Veja um trecho de reportagem publicado, originalmente, em 10 de maio de
2021 na imprensa nacional:
“A foto de uma menina Yanomami debilitada numa rede na comunidade Maimai, região de difícil
acesso nafloresta amazônica, em Roraima, evidencia a falta de assistência a indígenas que vivem na
Terra IndígenaYanomami, a maior do país, segundo o missionário Carlo Zacquini, responsável pela
divulgação da imagem.Na avaliação dele, a situação retrata o abandono nas aldeias. [...]
“Faz alguns meses que recebo confidências sobre a situação na Terra Yanomami, mas ninguém se
dispõe a falar por medo.”
“Essas aldeias estão abandonadas. Todas elas sem assistência. Não há equipes. A equipe é desfalcada
de pessoas. Tem postos de saúde que estão fechados há meses na Terra Yanomami”,
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami fica entre os estados de Roraima e Amazonas, e
em boaparte da fronteira com a Venezuela. Mais de 26,7 mil índios - incluindo grupos isolados -
habitam a regiãoem cerca de 360 aldeias.
O missionário relata ainda que há falta de medicamentos e dificuldade para consegui-los.
[...] “O combate à malária está prejudicado por falta de profissionais de saúde. Essa foto da nossa
‘parente’ [Yanomami] que está circulando mostra nossa vulnerabilidade. O governo federal não
está preocupado com os problemas que enfrentamos hoje em dia”, resumiu”.

Sendo assim, o Brasil do século XXI é um país que possui um grande potencial de crescimento, masesbarra em
problemas históricos que freiam o uso desse potencial devido ao conservadorismo dos setores sociais e políticos
que sempre se beneficiaram dessa estrutura secular excludente

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ATIVIDADES

1. Liste os principais pontos positivos que tornam o Brasil um dos principais países do século XXI.

Leia e responda:
É relevante ressaltar, também, que os problemas brasileiros, como saúde e educação
deficitárias, faltade estrutura de saneamento e de escoamento da produção, altos índices
de violência, são entravespara chegarmos à ideia que abriu esse texto: “país do futuro”. Ou
seja, mesmo com bastante recursospara ser uma das maiores nações do planeta, existem
problemas estruturais severos que dificultam oprogresso econômico e social do país.

2. Quais são os principais problemas do Brasil que entravam no crescimento socioeconômico?

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3. (ESPM 2019 - adaptada) Observe a canção a seguir:
A cara do Brasil

O Brasil é o que tem talher de prata O Brasil é o lixo que consome


Ou aquele que só come com a mão? Ou tem nele o maná da criação?
Ou será que o Brasil é o que não come (...) A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho
O Brasil gordo na contradição? Ninguém precisa consertar
O Brasil que bate tambor de lata Se não der certo, a gente se vira sozinho
Ou que bate carteira na estação? Decerto então nada vai dar

Fonte: A Cara do Brasil. Vicente Barreto e Celso Viáfora. CD: ‘E a turma chegando pra dançar. Dabliú Discos, 1999.

No transcorrer das estrofes, a canção faz analogia com a:

a) violência urbana no Brasil.

b) concentração de renda.

c) Constituição brasileira.

d) presença de milionários no país.

4. (UERJ) Os líderes dos países que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –
encerraram seu terceiro encontro com um comunicado em que pedem conjunta e explicitamente,
pela primeira vez, mudanças no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O texto defende reformas
na ONU para aumentar a representatividade na instituição, além de alterações no Fundo Monetário
Internacional e no Banco Mundial. Para os líderes dos Brics, a reforma da ONU é essencial, pois não é
mais possível manter as formas institucionais erguidas logo após a Segunda Guerra Mundial. E sim a
afirmação da multipolaridade
(Adaptado de O Globo, 15/04/2011).

Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se relaciona com as refor-
mas propostas pelos Brics está indicada em:

a) Afirmação da multipolaridade.

b) proliferação de armas atômicas.

c) hegemonia econômica dos EUA.

d) diversificação dos fluxos de capitais.

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Atividade complementar
Leia o texto e complete:

Sobre a importância da nação brasileira no cenário global do século _____________.O


protagonismo planetário do ______________ se deve a alguns fatores: ter o
___________ maior território, a___________ maior população, figurar entre as
______________ maiores economias, ser um dos grandes produtores de com
modities (produtos primários/agrícolas), ter um grande mercado consumidor. A
diversidade natural do país e a infinidade de recursos naturais existentes tornam o
Brasil, em termos_____________________________________, bastante relevante no
mundo globalizado.

Olha só, estudante! Chegamos ao final do PET 3. Durante essas semanas conversamos
sobre a histó-ria recente do Brasil. Esperamos que tenha aprendido bastante sobre nosso
estimado país e que esse material te incentive a se aprofundar nos assuntos trabalhados!
Agora, nos vemos no último PET de 2021. Até mais!

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