1º Tópico - SMS Aquaviário e Meio Ambiente Na Construção Naval

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1 SMS AQUAVIÁRIO E NA

CONSTRUÇÃO NAVAL
1º Tópico – SMS aquaviário e Meio Ambiente na construção naval

Os marítimos são aqueles trabalhadores que exercem suas atividades em navios e


plataformas autopropulsadas abaixo de 500 AB (tonelagem bruta), além disso são
responsáveis por mais de 90% das mercadorias transportadas em todo o mundo e
assume-se como o principal meio de transporte do mundo globalizado. O trabalho a bordo
dos navios é de extrema importância.
Esse tipo de trabalho, tem características próprias e específicas do meio onde é
realizado, assumindo elevados níveis de risco e de perigo. Ele é regulamentado por
convenções internacionais, as quais comportam um conjunto de requisitos e de
recomendações que visam promover a segurança, a saúde e a integridade do trabalhador
marítimo contribuindo para a minimização dos acidentes pessoais a bordo dos navios.
No Brasil temos, por exemplo, a NR-30 que tem como objetivo a proteção e a
regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. A
sigla SMS, significa Segurança, Meio Ambiente e Saúde, e tem como exigências definir
os deveres e as responsabilidades cabíveis às empresas e estabelecer as orientações e
procedimentos concernentes às atividades de segurança, saúde e meio ambiente, que
devem ser cumpridas, com o objetivo de proteger pessoas, equipamentos e instalações,
bem como promover a preservação do meio ambiente e a aptidão ao trabalho dos seus
colaboradores, em decorrência da execução dos serviços ora contratados.

SEGURANÇA A BORDO DOS NAVIOS


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A Segurança a bordo dos navios compreende um conjunto de procedimentos que
visa afastar, sobretudo, os perigos que ameaçam a vida de quem viaja por mar, e da
tripulação do navio.
Num navio é habitual subdividir a segurança em várias disciplinas para facilitar o
seu estudo e a planificação e execução do treino dos seus tripulantes. Assim, aquilo que
se designa por Segurança Marítima compreende, entre outros, temas tais como as
técnicas de sobrevivência pessoal, o combate a incêndios, a operação de embarcações
de salvamento, as técnicas de busca e salvamento, os primeiros socorros, a segurança
no trabalho, a segurança da navegação, a proteção do meio ambiente, etc.
No entanto, todos navios têm em comum a necessidade de aplicação das
técnicas de prevenção dos riscos, associadas às diversas atividades possíveis de
executar a bordo, de modo a evitar ao máximo a necessidade de aplicação das técnicas
de combate ao acidente e de reparação dos danos por ele causados.
A promoção da segurança a bordo dos navios pelos marítimos, deve ser feita a
todo o momento da sua estadia a bordo e na execução das suas tarefas laborais.
Vejamos algumas dessas atitudes:
• Devem assumir uma atitude profissional pró-ativa em todas as vertentes do
seu trabalho;
• Adotarem um conjunto de procedimentos;
• Conhecerem os materiais e equipamentos à sua disposição;
• Observarem um conjunto de regras básicas cujo objetivo fundamental é o
de evitar e prevenir as situações que os possam por risco, bem como aos
seus companheiros de trabalho, aos passageiros, ao próprio navio ou
embarcação em que se encontram embarcados, assim como aos outros
navios que circulam à sua volta ou ao meio ambiente.

Cada profissional do mar deve possuir um conjunto de conhecimentos


relacionados com a sua atividade que vão desde o enquadramento da profissão até à
adoção e desenvolvimento de um conjunto de procedimentos passíveis de terem de ser
executados a bordo, que garantam a manutenção das condições de segurança do
exercício do trabalho marítimo e a manutenção de um ambiente propício à cooperação e
colaboração entre todos os utilizadores do navio.
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NR30 – NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
AQUAVIÁRIO
A NR-30 se aplica aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira
nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da
OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizadas no transporte de
mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas embarcações utilizadas na prestação
de serviços.
As embarcações classificadas de acordo com a Convenção Solas, que significa
Convenção Internacional para a Salvaguarda de Vida Humana no Mar, estabelece:
• os padrões mínimos para a construção de navios;
• para a dotação de equipamentos de segurança;
• proteção, para os procedimentos de emergência;
• proteção para os procedimentos de emergência;
• proteção para inspeções e emissão de certificados;
• e são auditadas pelas sociedades classificadoras.

São crescentes os serviços aquaviários de toda natureza no decorrer dos últimos


anos, desta forma, a CIPA precisa continuar atuante, qualificada e preparada para dar o
devido suporte aos profissionais de qualquer área. Da mesma forma que qualquer
trabalhador, os aquaviários devem ser regidos por todos os exames cabíveis,
acompanhado pela CIPA, pelo SESMT, ter conforto e higiene a bordo. É importante que
todas as exigências sejam cumpridas para que haja a devida segurança para os
trabalhadores.

Formação da CIPA marítima/fluvial


A constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) das
empresas de navegação marítima/fluvial deve ser constituída pelos empregados
envolvidos nas atividades de cada estabelecimento da empresa e por marítimos
empregados, efetivamente trabalhando nas embarcações da empresa, eleitos na forma
estabelecida pela NR-5 (CIPA), obedecendo-se as regras abaixo definidas:

a) o total de empregados existentes em cada estabelecimento da empresa deve


determinar o número de seus representantes, de acordo com o Quadro I da NR 5;
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b) os marítimos devem ser representados na CIPA do estabelecimento sede da
empresa, por um membro titular para cada dez embarcações da empresa, ou
fração, e de um suplente para cada vinte embarcações da empresa, ou fração.

Conforme o previsto na NR-30, as responsabilidades podem ser cobradas. Vamos


conhecer as responsabilidades dos armadores e dos trabalhadores, segundo essa norma:

Cabe ao armador e seus prepostos:


a) analisar as propostas do grupo, implementando-as sempre que se mostrarem
adequadas e exeqüíveis e, em qualquer caso, informar ao GSSTB sua decisão
fundamentada;
b) quando do transporte de substâncias perigosas, assegurar que o comandante da
embarcação tenha conhecimento das medidas de segurança que deverão ser tomadas;
c) promover os meios necessários para o cumprimento das atribuições do GSSTB
previstas nos itens 30.7 e 30.8.

Ao trabalhador cabe:
• Cumprir as disposições da NR 30;
• Informar ao oficial de serviços ou a qualquer membro do GSSTB (grupo de
segurança do trabalho a bordo de navios mercantes) as avarias ou deficiências
observadas que possam constituir risco para o trabalhador ou para a embarcação;
• Utilizar corretamente os dispositivos e equipamentos de segurança e estar
familiarizado com as instalações, sistemas de segurança e compartimentos de
bordo.
• Fazer uma CIPA atuante.

Meio Ambiente

Atualmente, com o problema na camada de ozônio e o aumento do calor na Terra,


que interfere na qualidade de vida dos seus habitantes, precisamos alertar a todos para
continuarmos tendo um desenvolvimento com qualidade. Sendo assim o princípio do
desenvolvimento sustentável deve ser utilizado, pois considera a necessidade de se
produzir riquezas para a população, sem que o crescimento venha esgotar ou reduzir a
disponibilidade de recursos naturais para as futuras gerações.
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A questão ambiental deve estar presente nas atividades portuárias, pois esta é
classificada como potencialmente poluidora. Esse trabalho no porto deve ser
acompanhado das medidas adequadas de prevenção e combate à poluição que ele gera.
Sendo assim, fica sujeito ao processo de licenciamento ambiental estabelecido pela
Constituição Federal e pela Lei 6.938/81.

O trânsito de cargas nos portos utiliza extensas faixas de território, em especial do


meio aquático. E esses ambientes necessitam ser protegidos das potenciais agressões
dos empreendimentos e atividades portuárias. O combate à poluição e a valorização do
ambiente portuário deve ser visto como um todo. Essa valorização requer mais do que o
atendimento à legislação de proteção ao meio ambiente, ela exige um compromisso e
uma ação pró-ativa em relação às demandas ambientais. Sendo assim, requer um
planejamento ambiental em que sejam avaliadas as intervenções necessárias ao
desenvolvimento da atividade e com um conhecimento de dimensão exata de seus
impactos. Ela vai exigir um compromisso com a qualidade ambiental diante de nossa
sociedade.

A comunidade internacional já assumiu esse compromisso, internalizando no país


as principais convenções internacionais, ampliadas pelos marcos regulatórios nacionais e
por compromissos como os da Agenda Ambiental Portuária, Agendas Locais e
Institucionais, terminando com a implantação de um sistema Integrado de Gestão
Ambiental.

A atividade portuária produz muitos impactos ao meio ambiente e deve ser provida
de instrumentos que combatam esses impactos como:

- Implantação da infraestrutura portuária;

- Utilização dessa infraestrutura para o trânsito de cargas.

Os impactos da implantação da infraestrutura portuária devem ser delineados pelo


respectivo estudo ambiental, para que possam ser controlados por instrumentos
apropriados dentro da gestão ambiental da atividade.

Os maiores impactos ambientais ocorrem dentro das operações portuárias


realizadas inadequadamente, como por exemplo: pelo resíduo da carga que se perde na
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operação. Assim sendo, a operação portuária deve se cercar de boas práticas ambientais,
estabelecendo os procedimentos que minimizem ou eliminem os impactos decorrentes
dessas atividades.

Para os impactos que acontecem por acidentes com o manuseio ou transporte de


cargas e com as próprias embarcações na operação portuária, há uma série de
procedimentos com a finalidade de controle, que são chamados de plano de emergência.
As boas práticas ambientais são aquelas em que há valorização dos ambientes em que
se inserem as atividades portuárias, demonstrando o compromisso com as questões
ambientais.

Principais fatores causadores de impactos nas atividades portuárias:

-Implantação de infraestrutura marítima e terrestre;

-Resíduos das embarcações;

-Operações com as embarcações;

-Serviços com o abastecimento de embarcações;

-Obras de acostagem;

-Geração de resíduos pela atividade portuária;

-Operação de máquinas e veículos;

-Manuseio de carga perigosa;

-Abastecimento e limpeza das embarcações;

-Águas de lastro.

Principais impactos causados pelas atividades portuárias:

a) Pela implantação de portos:

-Alteração da linha da costa;

-Alteração do padrão hidrológico e da dinâmica sedimentar


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-Destruição ou alteração de áreas naturais costeiras (habitats e ecossistemas);

-Supressão da vegetação,

-Modificação de regime e alteração no fundo dos corpos d`água;

-Agressão a ecossistemas;

-Poluição do solo, subsolo e do ar.

b) Pela operação portuária:

-Alteração da qualidade da água;

-Poluição do ar;

-Emissão de gases e partículas sólidas,

-Perturbações diversas por trânsito de veículos pesados em ambientes urbanos;

-Geração de odores e ruídos,

-Alteração da paisagem;

-Distúrbios na fauna e flora;

-Atração de vetores de doenças (ratos e pombos), etc.

Sabemos que com o conhecimento das: NR 29, NR 30 e NR-37, muita coisa


melhorou na qualidade da segurança no trabalho nos portos e na navegação, inclusive
com a construção de novos e modernos terminais portuários no Brasil, já trabalhando com
a gestão de segurança proativa. O mérito desses avanços está no bom trabalho dos
técnicos em SMS que atuam nestes setores e dos bons empregadores que cumprem o
seu papel de controlar os fatores de riscos nestes ambientes.

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