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FICHA TÉCNICA
É
— Aqui tens, Philip — disse ele. — É a isto que todos acabamos
por chegar. Uns num campo de batalha, alguns na cama, outros
segundo o seu destino. Não há fuga possível. Nunca é demasiado
cedo para aprender tal lição. Mas é assim que morre um
delinquente. Uma advertência para nós os dois levarmos uma vida
honrosa. — Ficámos lado a lado, vendo o corpo oscilar, como se
tivéssemos ido de passeio à feira de Bodmin, e o cadáver fosse a
velha boneca Sally que tentávamos atingir com bolas para ganhar
cocos. — Vê ao que um instante de paixão pode levar um homem —
prosseguiu Ambrose. — Aqui está Tom Jenkyn, honesto e
enfadonho, exceto quando bebia demasiado. É verdade que a
mulher era rezingona, mas isso não é desculpa para dar cabo dela.
Se matássemos as mulheres por terem a língua afiada, todos os
homens seriam assassinos.
Eu teria preferido que ele não referisse o nome do homem. Até
esse momento, o corpo fora uma coisa morta, sem identidade.
Desde o primeiro instante em que pousara os olhos no patíbulo,
soubera perfeitamente que ele iria infiltrar-se nos meus sonhos,
exangue e horrível. Agora teria uma ligação com a realidade, e com
o homem de olhos lacrimosos que vendia lagostas no cais da cidade.
Nos meses de verão instalava-se nos degraus, o cesto a seu lado, e,
para divertir as crianças, punha as suas lagostas vivas a rastejar pelo
cais numa corrida fantástica. Vira-o ainda não há muito tempo.
— Bem — disse Ambrose, perscrutando-me o rosto —, o que
achas dele?
Encolhi os ombros e dei um pontapé na base do patíbulo.
Ambrose nunca poderia saber que aquilo me abalava, que me sentia
angustiado e aterrado. Desprezar-me-ia. Aos vinte e sete anos,
Ambrose era o deus de toda a criação, indubitavelmente o deus do
meu limitado mundo, e o único objetivo da minha vida era parecer-
me com ele.
— Tom tinha um aspeto mais animado da última vez que o vi —
respondi eu. — Agora não presta sequer para isco das suas próprias
lagostas.
É
Ambrose riu-se e puxou-me as orelhas. — É assim mesmo, meu
rapaz — aprovou ele. — Dito como um verdadeiro filósofo. —
Depois, com um súbito relâmpago de perceção, acrescentou: — Se
te sentes enjoado, vai aliviar-te atrás daquela sebe, e lembra-te de
que eu não vi nada.
Virou costas ao patíbulo e aos quatro caminhos, e enfiou a passo
largo pela nova alameda que mandara plantar nessa época e que,
atravessando o bosque, iria servir de segundo caminho para as
carruagens chegarem ao solar. Eu fiquei satisfeito por o ver partir
porque não alcancei a sebe a tempo. Senti-me melhor depois,
apesar de bater os dentes e estar gelado. Tom Jenkyn perdeu
novamente a identidade e tornou-se uma coisa inerte, como um
velho saco. Serviu mesmo de alvo a uma pedra que, ousadamente,
lhe atirei, esperando ver o corpo mover-se, mas nada aconteceu. A
pedra bateu na roupa encharcada com um som surdo e ressaltou.
Envergonhado do meu gesto, corri pela nova alameda em busca de
Ambrose.
Bem, aconteceu há dezoito anos, e tanto quanto me lembro não
pensei muito nisso desde então. Até estes últimos dias. É estranho
como em momentos de grave crise a mente regressa de repente à
infância. Lembro-me constantemente do pobre Tom, ali suspenso e
agrilhoado. Nunca ouvi contar a sua história e hoje em dia poucas
pessoas a recordarão. Matou a mulher, disse Ambrose. E foi tudo.
Ela era rezingona, mas isso não constitui desculpa para um
homicídio. É provável que, dado como era à bebida, ele a tenha
matado com um copo a mais. Mas como? E com que arma? Com
uma faca ou com as suas próprias mãos? Talvez, nessa noite de
inverno, Tom tenha saído a cambalear da estalagem do cais,
inflamado de amor e febre. A maré alta salpicava os degraus, e a
Lua, igualmente cheia, refletia-se na água. Sabe-se lá que sonhos de
conquista lhe inundavam a mente inquieta, que súbita explosão de
fantasia.
Provavelmente dirigiu-se hesitante para a sua cabana por trás da
igreja, um indivíduo descorado de olhos remelosos fedendo a
lagosta, e a mulher descompô-lo por entrar pela porta com os pés
molhados, fazendo desmoronar o seu sonho. E assim ele matou-a.
Poderia muito bem ser essa a sua história. Se, como nos ensinam a
acreditar, há vida para além da morte, irei procurar o pobre Tom e
perguntar-lhe-ei. Sonharemos juntos no purgatório. Mas ele era um
homem de meia-idade, com os seus sessenta anos ou mais, e eu
tenho vinte e cinco. Os nossos sonhos não seriam os mesmos.
Portanto regressa às tuas sombras, Tom, e deixa-me um pouco de
paz. Há muito que aquele patíbulo desapareceu, e tu com ele. Na
minha ignorância, atirei-te uma pedra. Perdoa-me.
A questão é que temos de aguentar a vida e de a viver. Mas o
problema está em como a viver. O trabalho quotidiano não oferece
dificuldades. Tornar-me-ei juiz de paz, como Ambrose, e um dia
entrarei igualmente para o Parlamento. Continuarei a ser
considerado e respeitado, como toda a minha família antes de mim.
Cultivar bem a terra, cuidar das pessoas. Ninguém adivinhará nunca
o peso da culpa que trago aos ombros, nem saberá que, todos os
dias, ainda perseguido pela dúvida, faço a mim mesmo uma
pergunta sem resposta. Rachel era culpada ou inocente? Talvez
venha a saber também isso no purgatório.
Que suave e doce soa o seu nome quando o murmuro. Atarda-se
na língua, insidioso e lento, quase como veneno, o que, na
realidade, é adequado. Passa da língua para os lábios ressequidos, e
dos lábios regressa ao coração. E o coração controla o corpo, e
também a mente. Libertar-me-ei dele algum dia? Daqui a quarenta,
cinquenta anos? Ou haverá no cérebro algum resíduo de matéria
que permaneça descorada e enferma? Alguma minúscula célula na
corrente sanguínea que não corra com as suas congéneres até à
fonte? Talvez, no fundo, eu não deseje libertar-me. Por enquanto,
não sei dizer.
Ainda tenho a casa para amar, como Ambrose gostaria. Posso
reparar as paredes em que entrou humidade e manter tudo em bom
estado. Continuar a plantar árvores e arbustos, cobrir as colinas
escalvadas onde o vento vem rugindo de leste. Deixar uma herança
de beleza quando desaparecer, se mais não for. Mas um homem
solitário é um homem antinatural, e depressa chega à perplexidade.
Da perplexidade à fantasia. Da fantasia à loucura. E assim volto a
Tom Jenkyn, suspenso e agrilhoado. Talvez ele também tenha
sofrido.
Ambrose, esses dezoito anos atrás, enfiou a passos largos pela
alameda e eu segui no seu rasto. Ele poderia bem ter vestido o
casaco que trago agora. Este velho casaco de caça, verde, com os
ombros almofadados de cabedal. Tornei-me tão parecido com ele
que poderia ser o seu fantasma. Os meus olhos são os seus olhos,
as minhas feições as suas feições. O homem que assobiou aos cães,
virando costas aos quatro caminhos e ao patíbulo, poderia ser eu.
Bem, foi o que sempre desejei. Ser como ele. Ter a sua altura, os
seus ombros, o seu andar curvado, até os seus braços compridos, as
suas mãos de aspeto algo desajeitado, o seu sorriso inesperado, a
sua timidez num primeiro encontro com um estranho, a sua aversão
a espavento, a formalismos. A sua naturalidade com os que o
serviam e amavam — e lisonjeiam-me os que dizem que também eu
a possuo. E aquela força, afinal ilusória, de maneira que caímos
ambos no mesmo desastre. Ultimamente, tenho-me perguntado se,
quando ele morreu, a mente turvada e torturada pela dúvida e o
medo, sentindo-se esquecido e isolado naquela maldita villa onde eu
não podia alcançá-lo, o seu espírito não terá abandonado o corpo e
vindo para casa tomar posse do meu, de modo que ele reviveu em
mim, repetiu os seus próprios erros, apanhou a mesma doença e
sucumbiu duas vezes. É bem possível. Só sei que a semelhança com
Ambrose, de que tanto me orgulhava, foi a minha ruína. Com ela
chegou a derrota. Fosse eu outro homem, ágil e arguto, de palavra
fácil e boa cabeça para os negócios, e o ano que passou teria sido
apenas mais uma sucessão de doze meses. Eu estaria a preparar-me
para um futuro ativo e risonho. Para o casamento, talvez, e para
constituir uma jovem família.
Mas eu, tal como Ambrose, não era nada disso. Éramos dois
sonhadores, pouco práticos, reservados, cheios de grandes teorias
nunca postas à prova, e, como todos os sonhadores, adormecidos
para o mundo real. Antipatizando com os nossos semelhantes,
ansiávamos por afeição; mas a timidez mantinha a impulsividade
latente até o coração ser tocado. Então os céus abriam-se e nós
sentíamos, ambos, que tínhamos todas as riquezas do universo para
oferecer. Ambos teríamos sobrevivido se fôssemos outros homens.
Rachel teria cá vindo na mesma. Teria ficado uma ou duas noites, e
seguido o seu caminho. Ter-se-iam discutido assuntos de negócios e
ter-se-ia chegado a um acordo; o testamento teria sido lido
formalmente com advogados à volta da mesa, e eu — avaliando
num relance a situação — ter-lhe-ia dado uma renda vitalícia, vendo-
me livre dela.
Não aconteceu assim porque eu me parecia com Ambrose. Não
aconteceu assim porque eu sentia como Ambrose. Nessa primeira
noite após a sua chegada, fui ao quarto dela e, após ter batido à
porta, parei no limiar, de cabeça ligeiramente curvada sob o baixo
lintel. Ela levantou-se da cadeira em que estava sentada à janela e
ergueu os olhos para mim; e eu deveria ter percebido
imediatamente, pela expressão de reconhecimento do seu olhar, que
não era a mim que ela via, mas a Ambrose. Não a Philip, mas a um
fantasma. Ela devia ter partido nesse instante. Feito as malas e
partido. Regressado ao lugar a que pertencia, a essa villa de
persianas cerradas, bafienta de recordações, ao jardim em socalcos
e à fonte do pequeno pátio. Voltado para o seu próprio país,
abrasado no auge do verão e enevoado pelo calor, austero no
inverno sob o céu frio e brilhante. O instinto devia tê-la advertido de
que ficar comigo traria destruição, não só ao fantasma que acabara
de encontrar mas, por fim, também a ela própria.
Pergunto-me se, vendo-me assim imóvel, constrangido e
desajeitado, suportando a sua presença com um ressentimento
taciturno, embora vivamente consciente de ser ali o anfitrião e
senhor, e dolorosamente consciente dos meus grandes pés, braços e
pernas, esgalgados e angulosos, um potro selvagem — pergunto-me
se ela terá pensado num relâmpago: «Ambrose devia ser assim
quando era novo. Antes do meu tempo. Eu não o conheci quando
ele era assim.» E se fora por isso que ficara.
Talvez tivesse sido também por isso que, no meu primeiro breve
encontro com Rainaldi, o italiano, ele me fitara com o mesmo olhar
de chocado reconhecimento rapidamente dissimulado e, brincando
um instante com a caneta na secretária, me dissera baixinho: «O
senhor só chegou hoje? Então a sua prima Rachel não o viu.» O
instinto avisara-o, também a ele. Mas demasiado tarde.
Na vida não se pode voltar atrás. Não há recuo. Não há segunda
oportunidade. Aqui sentado, vivo e na minha própria casa, é-me tão
impossível retirar uma palavra proferida ou desfazer um ato
realizado como o era ao pobre Tom Jenkyn a oscilar nas suas
grilhetas.
Foi o meu padrinho, Nick Kendall, que, com a sua brusca
franqueza, me disse na véspera dos meus vinte e cinco anos (há
apenas alguns meses mas, meu Deus, como parece distante!): «Há
mulheres, Philip, boas mulheres, muito possivelmente, que, sem que
a culpa seja sua, atraem a fatalidade. Tudo o que tocam se
transforma em tragédia. Não sei porque te digo isto, mas sinto que
devo dizê-lo.» E depois testemunhou a minha assinatura no
documento que eu lhe pusera em frente.
Não, não se pode voltar atrás. O rapaz que estava debaixo da
janela dela na véspera do seu aniversário, o rapaz que permaneceu
à entrada da porta do quarto dela na noite da sua chegada,
desapareceu, tal como desapareceu a criança que atirou uma pedra
a um homem morto num patíbulo para criar uma falsa coragem.
Tom Jenkyn, maltratado espécime de humanidade, irreconhecível e
não chorado, ter-me-ás tu, há todos esses anos, fitado com piedade
enquanto eu corria bosque adentro em direção ao futuro?
Tivesse eu olhado para trás, por cima do ombro, não seria a ti
que veria oscilando nas tuas grilhetas, mas a minha própria sombra.
CAPÍTULO II
A carta chegou cerca das cinco e meia da tarde, logo após o meu
jantar. Felizmente estava sozinho. Seecombe trouxera a mala do
correio e deixara-a ficar. Meti a carta no bolso e desci através dos
campos em direção ao mar. O sobrinho de Seecombe, que vivia no
moinho da praia, cumprimentou-me. As redes, estendidas no muro
de pedra, secavam aos últimos raios de sol. Mal lhe respondi e ele
deve ter-me achado abrupto. Trepei pelos rochedos até uma estreita
plataforma que entra pela pequena baía onde eu tomava banho no
verão. Ambrose ancorava o barco a cerca de cinquenta metros, e eu
nadava até lá. Sentei-me, tirei a carta do bolso e reli-a. Se
conseguisse sentir uma réstia de simpatia, de satisfação, um só raio
de afeto para com aqueles dois que partilhavam a sua felicidade em
Nápoles, isso ter-me-ia aliviado a consciência. Com vergonha de
mim mesmo, amargamente consciente do meu egoísmo, estava
incapaz de despertar qualquer sentimento no meu coração. Perma‐
neci ali, entorpecido de desgosto, fixando o mar sereno e chão.
Acabara de fazer vinte e um anos, e no entanto sentia-me tão
solitário e perdido como anos antes, sentado num banco da quarta
classe, em Harrow, sem ninguém a quem chamar amigo, e sem
nada diante de mim exceto um novo mundo de estranhas
experiências com o qual não queria nada.
CAPÍTULO III
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