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31/01/2024
 2ª Edição
SUMÁRIO
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................................................................................... 2
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) ....................................................................................................................... 2
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: DECRETO-LEI 3.689/1941 .....................................................................................................................................2
CÓDIGO PENAL: DECRETO-LEI 2.848/1940 ............................................................................................................................................................9

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NORMAS PROCEDIMENTAIS STF/STJ: LEI 8.038/1990 .........................................................................................................................................10
INFORMATIVOS 2024 ............................................................................................................................................................. 11
INFORMATIVOS 2023 ............................................................................................................................................................. 12
OUTROS JULGADOS ............................................................................................................................................................... 17
ENUNCIADOS CJF/STJ ............................................................................................................................................................ 22
QUESTÕES SOBRE ANPP ........................................................................................................................................................ 23

Para saber se o material foi atualizado, clique aqui e confira a data da capa (se for posterior a
27/09/2022, houve alteração no conteúdo):
 Link: https://drive.google.com/file/d/1Ow84V_kyNDtUEPUzlIMFbbD2XwLE9acO/view?usp=sharing

Legenda dos grifos:


 AMARELO – DESTAQUE
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE
 AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO
 LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES
 CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

AUTOR: MARCO TORRANO


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ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
(ANPP)

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL:


DECRETO-LEI 3.689/1941

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Juiz das Garantias
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder
Judiciário, competindo-lhe especialmente: (LEI 13.964/2019)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada,
quando formalizados durante a investigação; (LEI 13.964/2019)

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***

TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
a 4 anos, o Ministério Público PODERÁ (#MPERS/2023: poderá = não é um dever, e sim uma faculdade)

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propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP), desde que necessário e suficiente para reprovação
e prevenção do crime, mediante as seguintes CONDIÇÕES ajustadas cumulativa e alternativamente: (LEI
13.964/2019)

Como nasceu o ANPP?


“É instituto que, no Brasil, foi criado e inicialmente regulamentado por ato normativo do Conselho Nacional
do Ministério Público (CNMP), qual seja, a Resolução nº 181/2017. Este ato normativo dispõe sobre instau-
ração e tramitação do procedimento investigatório criminal a cargo do Ministério Público, mas, em seu art.
18, disciplina o ANPP. Posteriormente, aquela Resolução foi alterada pela Resolução nº 183/2018 CNMP, a
qual buscou, dentre outros objetivos, aprimorar o regramento do acordo” (2021, p. 342).
 ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Manual de processo penal..., Juspodivm, 2021.

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos,
produto ou proveito do crime; (LEI 13.964/2019)

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art.
46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (LEI 13.964/2019)
 (Procurador PGDF 2022 Cespe incorreta, porque o prazo de duração da prestação de serviço é equivalente ao tempo da pena
mínima, reduzida de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução) Preenchidos os requisitos legais, o Minis-
tério Público poderá propor acordo de não persecução penal desde que suficiente e necessário para a prevenção e reprovação do
crime, oferecendo, como uma das obrigações a serem cumpridas pelo investigado, prestação de serviço à comunidade ou a enti-
dades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito.

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou (LEI 13.964/2019)

V - cumprir, por PRAZO DETERMINADO, OUTRA CONDIÇÃO indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada. (LEI 13.964/2019)

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (LEI 13.964/2019)

§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses (não será caso de ANPP...):
(LEI 13.964/2019)

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; (LEI
13.964/2019)

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; (LEI 13.964/2019)

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III - ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da infração, em (i) acordo de não
persecução penal, (ii) transação penal ou (iii) suspensão condicional do processo; e (LEI 13.964/2019)

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher
por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. (LEI 13.964/2019)

➔ Não ser caso de arquivamento de investigação criminal.

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➔ Exigência de confissão formal e circunstanciada do investigado.
➔ Infração penal cometida sem violência ou grave ameaça.
➔ Infração penal com pena mínima inferior a 4 anos.[1]
O acordo ser necessário e suficiente para reprovação e prevenção do

crime.
REQUISITOS ➔ Não ser cabível a transação penal (Lei 9.099/95).
DO ANPP
(art. 28-A, ➔ Não ser reincidente.
caput e Não haver elementos probatórios que indiquem conduta criminal ha-
§§ 1º e 2º) ➔ bitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas.
Não ter sido beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da
➔ infração, em ANPP, transação penal ou suspensão condicional do pro-
cesso.
Não tratar de crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou
➔ familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de
sexo feminino, em favor do agressor.
[1] § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de
aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
 (Juiz TJDFT 2023 Cespe correta) Caso o agente tenha realizado transação penal nos cinco anos anteriores ao cometimento da
infração, ele não poderá ser beneficiado por ANPP.
 (Juiz TJRJ 2023 Vunesp correta) Embora a confissão formal e circunstanciada seja requisito legal para a proposta de acordo de não persecução penal, o mesmo
requisito não é exigido para a proposta de suspensão condicional do processo.
 (Defensor DPEPI 2022 Cespe correta) É admissível o ANPP em crimes cometidos contra vítima do sexo feminino, devendo a
vítima ser intimada acerca da sua homologação e de eventual descumprimento.
 (Delegado PCRR 2022 Vunesp incorreta) O instituto é aplicável aos crimes praticados sem violência e grave ameaça, cominados
com pena máxima inferior a 04 (quatro) anos, incluindo os crimes de menor potencial ofensivo.

Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade



de fazê-lo.
Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério

Público como instrumentos, produto ou proveito do crime.
Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período cor-
➔ respondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3,
CONDIÇÕES
em local a ser indicado pelo juízo da execução.
DO ANPP
(art. 28-A, I a V) Pagar prestação pecuniária a entidade pública ou de interesse social, a
ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente,

como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparen-
temente lesados pelo delito.
Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Minis-
➔ tério Público, desde que proporcional e compatível com a infração pe-
nal imputada.

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Como podemos entender
a estrutura escalonada de negociação do CPP?
1) composição dos danos civis (art. 74 da Lei 9.099/95);
2) transação penal (art. 76 da Lei 9.099/95);
3) ANPP (art. 28-A do CPP);
4) suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95);

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5) acordo de delação premiada (art. 4º da Lei 12.850/2013).
 LOPES JR., Aury. Direito Processual penal. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2021, p. 85. O Prof. Aury não menciona o instituto da
composição dos danos civis (art. 74 da Lei 9.099), mas inserimos porque é uma das modalidades da justiça penal consensual e que
antecede a transação penal, como bem ensina Leonardo Barreto Moreira Alves (Manual de processo penal..., Juspodivm, 2021, p.
1301).
 (Promotor MPEPR 2021 correta) Não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal se for cabível transação penal de
competência dos Juizados Especiais Criminais.

§ 3º O acordo de não persecução penal será FORMALIZADO por escrito e será firmado (i) pelo membro
do Ministério Público, (ii) pelo investigado e (iii) por seu defensor. (LEI 13.964/2019)

§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada AUDIÊNCIA na qual o juiz
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua
legalidade. (LEI 13.964/2019)

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não


persecução penal, DEVOLVERÁ os autos ao Ministério Público para que seja REFORMULADA a proposta de
acordo, COM concordância do investigado e seu defensor. (LEI 13.964/2019)

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para que inicie sua EXECUÇÃO perante o JUÍZO DE EXECUÇÃO PENAL. (LEI 13.964/2019)

§ 7º O juiz poderá RECUSAR HOMOLOGAÇÃO à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando
não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. (LEI 13.964/2019)

§ 8º Recusada a homologação, o juiz DEVOLVERÁ os autos ao Ministério Público para a análise da


necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. (LEI 13.964/2019)

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu


descumprimento. (LEI 13.964/2019)

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua RESCISÃO e posterior OFERECIMENTO DE DENÚNCIA.
(LEI 13.964/2019)
 (Defensor DPEPR 2022 AOCP correta) Descumpridos os termos do acordo de não persecução penal, o oferecimento da denúncia
dependerá da rescisão do negócio jurídico, sendo indispensável a prévia manifestação do investigado.

§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser
utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão
condicional do processo. (LEI 13.964/2019)
 (Juiz TJMS 2023 FGV correta) Quanto aos institutos da transação penal, da suspensão condicional do processo e do acordo de não persecução penal, é correto
afirmar que: poderá o Ministério Público utilizar como justificativa para o não oferecimento de suspensão condicional do processo o descumprimento do acordo
de não persecução penal.
 (Juiz TJPR 2023 FGV correta) O Ministério Público utilizar como justificativa para o não oferecimento de suspensão condicional do processo o descumprimento
do acordo de não persecução penal.

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal NÃO CONSTARÃO de certidão
de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo [III - ter sido o
agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não
persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;]. (LEI 13.964/2019)
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§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a
extinção de punibilidade. (LEI 13.964/2019)

§ 14. No caso de RECUSA, por parte do Ministério Público (STJ: não há necessidade do Ministério Público,
ao entender pelo não cabimento do acordo de não persecução penal, intimar o acusado para que esta

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possa recorrer da decisão, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP), em propor o acordo de não persecução
penal, o investigado poderá requerer a REMESSA dos autos a ÓRGÃO SUPERIOR (STJ: a remessa não é
automática e deve se limitar aos requisitos objetivos, sem exame de mérito), na forma do art. 28 deste
Código. (LEI 13.964/2019)
 (Promotor MPERS 2023 correta) É prerrogativa do Promotor de Justiça propor acordo de não persecução penal, mas sua recusa legitima o investigado a requerer
remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público na forma do art. 28 do diploma processual penal.

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O ANPP deve ser entendido como uma manifestação da denominada “justiça multiportas”?
STJ: SIM!
Segundo o STJ, o ANPP “consiste em um negócio jurídico pré-processual entre o Ministério Público e o in-
vestigado, juntamente com seu defensor, como alternativa à propositura de ação penal para certos tipos de
crimes, principalmente no momento presente, em que se faz necessária a otimização dos recursos públicos
e a efetivação da chamada Justiça multiportas, com a perspectiva restaurativa” (STJ. 5ª Turma. HC
607.003/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/11/2020).
O que se entende por
“modelo de sistema de JUSTIÇA MULTIPORTAS”?
No viés da doutrina de Direito Processual Civil...
Quando se fala em meios plurais de tratamento de disputas, é importante lembrar da expressão “justiça
multiportas” (idealizada por Prof. Frank Sander, da Faculdade de Direito de Harvard), que defende méto-
dos/meios plurais de tratamento de disputas e adota o chamado multi-door courthouse, provocando con-
sequentemente a seguinte mudança prática: não é o conflito/disputa/dissenso que se adequa à justiça
(porta única), mas a justiça que se adequa ao conflito multiportas.
“Para cada tipo de controvérsia, seria adequada uma forma de solução, de modo que há casos em que a
melhor solução há de ser obtida pela mediação, enquanto outros, pela conciliação, outros, pela arbitragem
e, finalmente, os que se resolveriam pela decisão do juiz estatal. Há casos, então, em que o meio alternativo
é que seria o da justiça estatal. A expressão multiportas decorre de uma metáfora: seria como se houvesse,
no átrio do fórum, várias portas; a depender do problema apresentado, as partes seriam encaminhadas para
a porta da mediação, ou da conciliação, ou da arbitragem, ou da própria justiça estatal.”
 CABRAL, Antonio do Passo; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Negociação direta ou resolução colaborativa de disputas (collabo-
rative law): mediação sem mediador. Revista de Processo. Vol. 259, set. 2016.

 (Promotor MPESC 2019 Consulplan correta) O Código de Processo Civil adota o modelo multiportas, de
modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais adequado para a sua solução e
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devem ser adotados todos os esforços para que as partes cheguem a uma solução consensual do conflito.
Em regra, apenas se não for possível a solução consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa,
voltada para instrução e julgamento adjudicatório do caso.
 (Promotor MPEGO 2019 correta) Tem-se a partir desse novo modelo de solução consensual de conflitos
o que se denomina de sistema multiportas, proposto pelo professor Frank Sander, da Faculdade de Direito
de Harvard, em palestra proferida em 1976 (“Multi-Door Courthouse System”), como forma de desafogar

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os Tribunais.
 (Advogado Prefeitura de Monte Alegre do Piauí/PI Crescer 2019 correta) Os equivalentes jurisdicionais
são formas de exposição do sistema multiportas no direito processual civil, meio plenamente reconhecido
e estimulado no direito brasileiro.
No viés da doutrina de Direito Processual Penal...
“O ANPP deve ser ainda entendido como uma manifestação da denominada Justiça Multiportas. Nesse
passo, a Justiça Multiportas é aquela em que a atividade jurisdicional do Estado não é a única, muito menos
a principal opção conferida às partes para solucionarem um litígio, sendo previstas outras possibilidades de
pacificação social. Na esfera do Processo Civil, são apontadas a conciliação, a mediação e a arbitragem como
institutos que, em conjunto com a jurisdição, caracterizam o novo modelo de Justiça Multiportas. Ela está,
portanto, positivada no CPC em seus arts. 3º, § 1º, e 334, caput. No Processo Penal, o acordo de não perse-
cução penal é exemplo concreto de manifestação da Justiça Multiportas, negócio jurídico pré-processual
entre o Ministério Público e o investigado, juntamente com seu defensor, como alternativa à propositura
de ação penal para certos tipos de crimes, principalmente no momento presente, em que se faz necessária
a otimização dos recursos públicos e a efetivação da chamada Justiça multiportas, com a perspectiva res-
taurativa (STJ, HC nº 607.003-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 24.11.20)”
 ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Manual de processo penal..., Juspodivm, 2021, p. 345.

ANPP é admitido em ação penal privada?


SIM, mas será oferecido pelo querelante (e não pelo MP).
Ensina Leonardo Barreto: “crimes de ação penal privada: à semelhança da transação penal, vem sendo ad-
mitido o ANPP em crimes de ação penal privada, ficando a proposta de acordo a cargo do querelante” (2023,
p. 378).
 (Promotor MPESP 2023 Vunesp correta, porque é o querelante e não MP) É defeso ao Ministério Público
a proposta de acordo de não persecução penal em crime de ação penal privada.

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***
TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito (RESE), da decisão, despacho ou sentença:
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A
desta Lei. (LEI 13.964/2019)

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Questões
 (Promotor MPDFT 2021 correta) Caberá recurso em sentido estrito da decisão que recusar homologação
da proposta de acordo de não persecução penal.
 (Defensor DPEBA 2021 FCC incorreta) Caberá apelação da decisão judicial que recusar homologação à
proposta de acordo de não persecução penal.
 (Promotor MPERJ 2022 Vunesp incorreta) Da decisão que rejeitou a homologação do acordo de não
persecução penal pelo Juiz não cabe recurso ao Ministério Público, cabendo ao investigado recurso em sen-
tido estrito.
 (Delegado PCRR 2022 Vunesp incorreta) Da recusa do Ministério Público à proposta de acordo de não
persecução penal caberá recurso em sentido estrito.

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Proposta da Assinatura Anual  Pro Leges


https://bit.ly/3NKvEgP
Lista de materiais publicados

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CÓDIGO PENAL:
DECRETO-LEI 2.848/1940

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Causas impeditivas da prescrição

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Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência
do crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (LEI 13.964/2019)
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando
inadmissíveis; e (LEI 13.964/2019)
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (LEI 13.964/2019)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante
o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

Questões
 (Defensor DPERJ 2021 FGV incorreta) Sobre as alterações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anti-
crime), é correto afirmar que: o cumprimento e/ou rescisão do acordo de não persecução penal é/são
causa(s) interruptiva(s) da prescrição.

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NORMAS PROCEDIMENTAIS STF/STJ:
LEI 8.038/1990

TÍTULO I
Processos de Competência Originária
CAPÍTULO I

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Ação Penal Originária
Art. 1º. (...)
§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstanciadamente
a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público PODERÁ propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP), desde que necessário e
suficiente para a reprovação e prevenção do crime, nos termos do art. 28-A do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal).

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INFORMATIVOS 2024

Informativos STJ (2024)


ANPP. NÃO OFERECIMENTO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL. INTIMAÇÃO DO INVESTIGADO PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO. NÃO OBRIGATORIEDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Não é obrigatório notificar

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o investigado acerca da proposta do acordo de não persecução penal, sendo que a ciência da recusa do
Ministério Público deve ocorrer por ocasião da citação, podendo o acusado, na primeira oportunidade de
se manifestar nos autos, requerer a remessa dos autos ao órgão de revisão ministerial. STJ. 5ª Turma.
AgRg no REsp 2.039.021-TO, Rel. Min. Messod Azulay Neto, julgado em 8/8/2023 (Info 16 – Edição Extraor-
dinária).
ANPP. HABITUALIDADE DELITIVA RECONHECIDA. CONTINUIDADE DELITIVA AFASTADA. ACORDO DE NÃO
PERSECUÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. Reconhecida a habitualidade delitiva, fica descaracterizado o
crime continuado, impedindo a celebração de acordo de não persecução penal. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC
788.419-PB, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 11/9/2023 (Info
16 – Edição Extraordinária).

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INFORMATIVOS 2023

Informativos STF (2023)


DIREITO PROCESSUAL PENAL – JUIZ DAS GARANTIAS; ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL; AUDIÊNCIA DE
CUSTÓDIA; ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL; PROCESSO EM GERAL; AÇÃO PENAL; PROVAS; PRI-

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SÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA
DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS; PO-
DER JUDICIÁRIO; MINISTÉRIO PÚBLICO
Lei Anticrime e alterações no CPP: juiz das garantias, procedimento de arquivamento do inquérito policial,
acordo de não persecução penal, obrigatoriedade de realização da audiência de custódia no prazo de 24
horas e revogação automática de prisão.
É constitucional o art. 3º da Lei 13.964/2019 (Lei Anticrime), especificamente quanto à instituição e à
implementação do juiz das garantias no processo penal brasileiro, porquanto trata de questões atinentes
ao processo penal, matéria da competência legislativa privativa da União (CF/1988, art. 22, I), que tem
natureza cogente sobre todos os entes federativos e os Poderes da República.
No entanto, é formalmente inconstitucional — por configurar invasão desarrazoada à autonomia admi-
nistrativa e ao poder de auto-organização do Judiciário (CF/1988, art. 96, I) — a introdução do parágrafo
único do art. 3º-D do CPP, que impõe a criação de um “sistema de rodízio de magistrados” nas comarcas
em que funcionar um único juiz.
STF. Plenário. ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24.8.2023 (Info
1106).
(...)
Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, ao analisar algumas das modificações ao
CPP/1941, implementadas pela Lei 13.964/2019 (2), julgou parcialmente procedentes as ações para:
(...)
(xxii) por unanimidade, declarar a constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, III, IV e §§ 5º, 7º e 8º do CPP;
CPP, art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancial-
mente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro)
anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativa-
mente:
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima comi-
nada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art.
46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execu-
ção, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparen-
temente lesados pelo delito; ou
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo,
com concordância do investigado e seu defensor.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for
realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade
de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.

Informativos STJ (2023)


ANPP. REABILITAÇÃO CRIMINAL. O fato de o acordo de não persecução penal não gerar reincidência ou
maus antecedentes não necessariamente implica o reconhecimento de "bom comportamento público e
privado", para fins de reabilitação criminal, conforme estabelecido no art. 94, II, do Código Penal. STJ. 5ª
Turma. REsp 2.059.742-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/11/2023 (Info 797).

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 O termo "bom comportamento público e privado", constante no art. 94, II, do CPP, refere-se à conduta
social e moral de um indivíduo, tanto em suas interações públicas quanto privadas. Ele engloba ações éticas,
respeitosas e socialmente aceitáveis em todas as áreas da vida, independentemente de estar em um ambi-
ente público, onde outras pessoas estão presentes, ou em situações privadas, mais íntimas e pessoais.
ANPP. A revogação do acordo de não persecução penal não exige que o investigado seja intimado para
justificar o descumprimento das condições impostas na avença. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 809.639-GO,

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Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 17/10/2023 (Info 795).
ANPP. A ausência de confissão formal e circunstanciada no curso da ação penal não impede a remessa dos
autos ao Parquet para avaliar a possibilidade de propositura do acordo de não persecução penal, uma vez
que essa confissão pode ser formalizada perante o Ministério Público, no ato de assinatura do acordo (ou
seja, a confissão pode ser simultânea à celebração do ANPP). STJ. 5ª Turma. HC 837.239-RJ, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 26/9/2023 (Info 789).
LEI DE DROGAS. Reconhecida a aplicação da minorante do tráfico privilegiado, com patamares abstratos
de pena dentro do limite de 4 anos para a pena mínima, o acusado tem direito à possibilidade do acordo
de não persecução penal (ANPP), mesmo se o Parquet tiver descrito os fatos na denúncia de maneira
imperfeita, pois o excesso de acusação (overcharging) não deve prejudicar o acusado. STJ. 5ª Turma. HC
822.947-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/6/2023 (Info 13 – Edição Extraordinária).
 O acordo de não persecução penal é um ajuste pré-processual celebrado entre o órgão acusador e o
autor do delito se atendidos os requisitos previstos, expressamente, no Código de Processo Penal: 1) con-
fissão formal e circunstanciada; 2) infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
a 4 (quatro) anos; e 3) necessidade e suficiência para reprovação e prevenção do crime.
Trata-se de instituto resultante de acordo de vontades entre o Ministério Público e o acusado com vistas a
dar solução negociada a processos cuja origem sejam crimes de menor gravidade. Porém, não se trata de
direito subjetivo do acusado, devendo existir, além da confluência dos requisitos exigidos pela lei, o inte-
resse do órgão acusador em propor o acordo.
 No julgamento do AgRg no REsp 2.016.905/SP, a Quinta Turma do STJ estabeleceu que, nos casos em que
ocorre a alteração do enquadramento jurídico ou da desclassificação do delito, seja por meio de emenda-
tio libelli ou de mutatio libelli, é possível aplicar o ANPP, desde que preenchidos os requisitos legais exigi-
dos para esse instituto negocial. Esse precedente reconheceu a aplicação adaptada da Súmula 337/STJ, que
prevê ser cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e procedência parcial da
pretensão punitiva. Portanto, se houver a desclassificação da imputação para outra infração que admite
benefícios despenalizadores do art. 89, caput, da Lei n. 9.099/1995, os autos do processo devem retornar à
instância de origem para aplicação desses institutos.
 A situação em análise segue o mesmo raciocínio, uma vez que foi constatado um equívoco na descrição
dos fatos narrados para a imputação do art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 (tráfico de drogas) ao acusado.
Isto posto, é necessário que o processo retorne à sua origem para avaliar a possibilidade de propositura do
ANPP, independentemente das consequências jurídicas da aplicação da minorante do art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006 (tráfico privilegiado) na dosimetria da pena, ou seja, para reduzir a pena.
 Sob outra perspectiva, a jurisprudência consolidada da Quinta Turma desta Corte, em relação ao § 1º do
art. 28-A do CPP, firmada no julgamento dos EDcl no AgRg no AgRg no AREsp 1.635.787/SP, estabeleceu
que, ao avaliar a pena mínima do crime, devem ser consideradas as causas de aumento e diminuição pre-
vistas, as quais devem estar descritas na denúncia, não sendo possível levar em conta a pena mínima calcu-
lada após a aplicação da causa de diminuição, que só é reconhecida no momento da prolação da sentença
condenatória.
 Entretanto, após reflexão profunda sobre o tema, penso que o acusado teria o direito de ter a proposta
do ANPP independentemente de as descrições dos fatos na denúncia coincidirem com a imputação do crime
de tráfico privilegiado. Caso fosse imposta essa exigência, estaríamos praticamente inviabilizando a aplica-
ção desse instituto nos casos de tráfico de drogas (ou seja, o STJ admite a aplicação do ANPP para o tráfico
privilegiado).
 Reconhecida a aplicação da minorante do tráfico privilegiado, os patamares abstratos de pena estabele-
cidos na lei situam-se dentro do limite de 4 anos para a pena mínima, previsto no art. 28-A do CPP. Além
disso, com a aplicação da minorante neste STJ, o acusado tem direito ao ANPP, mesmo se o Parquet tiver

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descrito os fatos na denúncia de maneira imperfeita, pois o excesso de acusação (overcharging) não deve
prejudicar o acusado (é possível ANPP para o tráfico privilegiado, ainda que ocorra excesso de acusação /
overcharging).
 É essencial garantir que o acusado possa usufruir do ANPP, independentemente das descrições exatas
dos fatos na denúncia. Afinal, a finalidade desse instituto é oferecer uma alternativa para a resolução de
casos penais, proporcionando uma solução negociada.

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 Por fim, enfatiza-se que não se está reconhecendo um direito subjetivo do réu à proposta do acordo de
não persecução penal, mas, sim, realizando uma interpretação adequada do art. 28-A do CPP. Essa é uma
condição jurídica inerente ao próprio ANPP quando presentes os requisitos para sua proposição, que deve
ser devidamente considerada.

#Complementando com a doutrina:


Overcharging (classificação excessiva)
vs. Princípio da correção do excesso
O que se entende por “overcharging”?
Segundo Renato Brasileiro de Lima (Manual de processo penal..., Juspodivm, 2023, p. 1468):
“Há abuso quando o promotor ou o querelante classifica o fato descrito em um tipo rigoroso em vez de
situá-lo em outro menos grave e mais apropriado. Cuida-se do de nominado overcharging [classificação
excessiva], estratégia processual por meio da qual se busca agregar fatos, crimes e fundamentos clara-
mente desvinculados do objeto do processo ou das provas dos autos para fins de obtenção de uma vanta-
gem processual indevida”.

Exemplo prático
Exemplificando, nas palavras de Renato Brasileiro de Lima (Manual de processo penal..., Juspodivm, 2023,
p. 1468):
“A título de exemplo, basta imaginar hipótese em que, por evidente excesso da acusação, veja-se o acu-
sado denunciado pela prática do crime de tráfico de drogas. Ora, supondo que o juiz visualize, desde logo,
a possível desclassificação do delito de tráfico para porte de drogas para consumo pessoal, seja em virtude
da natureza e quantidade da substância apreendida, local e condições em que se desenvolveu a ação,
circunstâncias sociais e pessoais, seja em virtude da conduta e antecedentes do agente (Lei nº 11.343/06,
art. 28, § 2º), estaria o juiz obrigado a determinar o prosseguimento do feito com a classificação de tráfico
de drogas pelo simples fato de não se admitir a realização da emendatio libelli por ocasião do juízo de
admissibilidade da peça acusatória? A nosso ver, não se cuida de rejeição da peça acusatória, nem de adi-
tamento pelo Ministério Público, mas sim de atuação jurisdicional objetivando assegurar ao acusado a
garantia constitucional da liberdade provisória. Nesse caso, incumbe ao juiz receber a denúncia, o que, no
entanto, não o impede de apreciar o excesso na capitulação para admitir a liberdade provisória, fazendo-
o por meio de um juízo provisório e não de prejulgamento do mérito da acusação. Nesse caso, como a
análise da classificação está inserida no caminho a ser percorrido pelo juiz para resolver tal questão, torna-
se impossível impedi-lo de corrigir a adequação do fato feita pelo promotor, embora o faça de maneira
incidental e provisória, apenas para decidir quanto ao cabimento da liberdade provisória. Não faria sentido
manter o acusado preso ao longo de toda a instrução processual penal para, ao final, desclassificar a im-
putação para porte de drogas para consumo pessoal, e somente então poder colocar o acusado em liber-
dade”.

Continuando o exemplo acima, é possível aplicar o chamado princípio da correção do excesso?


Explica Renato Brasileiro de Lima (Manual de processo penal..., Juspodivm, 2023, p. 1468):
“Vige, nessa hipótese, o princípio da correção do excesso, segundo o qual o juiz pode corrigir eventuais
excessos formulados pela acusação, quando estiverem desprovidos de justa causa. Portanto, como garan-
tidor constitucional, e no exercício desse mister, pode o juiz conceder benefícios legais, relativamente ao
status libertatis do acusado, se verificar a possibilidade de outra tipificação do fato descrito na inicial, po-
rém com a cautela de não declarar expressamente o tipo penal que entende adequado, para não ensejar
um prejulgamento. Na mesma esteira, havendo, na peça acusatória, simples erro de direito na classificação

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da imputação de fato idoneamente formulada, também é possível que o juiz, sem antecipar formalmente
a desclassificação, afaste de imediato as consequências processuais ou procedimentais oriundas do equí-
voco e prejudiciais ao acusado. Nessa hipótese de erro de direito na tipificação do fato contido na peça
acusatória, também é possível, de logo, proceder-se à desclassificação, recebendo-se a exordial com a
classificação adequada à imputação fática, caso da qualificação jurídica dependa a fixação da competência
ou do procedimento a ser observado. Solução diversa, todavia, deve ser aplicada quando a imputação de

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fato não for idônea, seja porque divorciada dos elementos de informação disponíveis, seja porque a des-
crição contida na peça acusatória não corresponda à acertada tipificação do episódio real, segundo os ele-
mentos informativos recolhidos. É bem verdade que o órgão jurisdicional não pode substituir-se ao órgão
do Ministério Público, titular da ação penal pública, para, a fim de retificar a classificação jurídica proposta,
aditar à denúncia elementar ou circunstância nela não contida, mesmo que resultante dos elementos pro-
duzidos na fase investigatória, sob pena de violação ao sistema acusatório adotado pela Constituição Fe-
deral (art. 129, I). Isso, no entanto, não significa dizer que o juiz não possa rejeitar a peça acusatória por
ausência de justa causa (CPP, art. 395, III), quando verificar que a denúncia veicula circunstância essencial
desamparada por elementos mínimos de suspeita plausível da sua realidade, ou quando omitir circunstân-
cia do fato, igualmente essencial à sua qualificação jurídica, cuja realidade os elementos de informação
evidenciem”.

ANPP. No caso de recusa de oferecimento do acordo de não persecução penal pelo representante do Mi-
nistério Público, o recurso dirigido às instâncias administrativas contra o parecer da instância superior do
Ministério Público não detém efeito suspensivo capaz de sustar o andamento de ação penal. STJ. 5ª
Turma. Processo em segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 5/6/2023 (Info
780).
 O § 14 do art. 28-A do Código de Processo Penal garantiu a possibilidade de o investigado requerer a
remessa dos autos a órgão superior do Ministério Público nas hipóteses em que a acusação tenha se recu-
sado a oferecer a proposta de Acordo de Não Persecução Penal na origem.
 CPP, art. 28-A, § 14: “No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28
deste Código” (§ 14, portanto, não detém efeito suspensivo capaz de sustar o andamento de ação penal).
 Lembrando que não constitui direito subjetivo do acusado a oferta do acordo. Por fim, também não cabe
ao Poder Judiciário impor ao Ministério Público a obrigação de ofertá-lo.
ANPP. Nos casos em que houver a modificação do quadro fático-jurídico, e, ainda, em situações em que
houver a desclassificação do delito - seja por emendatio ou mutatio libelli -, uma vez preenchidos os re-
quisitos legais exigidos para o Acordo de Não Persecução Penal, torna-se cabível o instituto negocial. STJ.
5ª Turma. AgRg no REsp 2.016.905-SP, Rel. Min. Messod Azulay Neto, julgado em 7/3/2023 (Info 772).
 No caso, houve uma relevante alteração do quadro fático-jurídico, tornando-se potencialmente cabível
o instituto negocial do Acordo de Não Persecução Penal - ANPP. Afinal, o Tribunal a quo, ao julgar o recurso
de apelação interposto pela defesa, deu-lhe parcial provimento, a fim de reconhecer a continuidade delitiva
entre os crimes de falsidade ideológica (CP, art. 299), tornando, assim, objetivamente viável a realização do
referido acordo, em razão do novo patamar de apenamento - pena mínima cominada inferior a 4 (quatro)
anos. Trata-se, mutatis mutandis, de raciocínio similar àquele constante da Súmula n. 337 desta Corte Su-
perior, a saber: "É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedên-
cia parcial da pretensão punitiva".
 Cabe salientar, ainda, que, no caso, não se faz necessária a discussão acerca da questão da retroatividade
do ANPP, mas, sim, unicamente a circunstância de que a alteração do quadro fático-jurídico tornou poten-
cialmente cabível o instituto negocial, de maneira que o entendimento externado na presente decisão não
entra em confronto com a jurisprudência desta Corte Superior.
ANPP. Por constituir um poder-dever do Ministério Público, o não oferecimento tempestivo do acordo de
não persecução penal desacompanhado de motivação idônea constitui nulidade absoluta. STJ. 6ª Turma.
AgRg no HC 762.049-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/3/2023 (Info 769).

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ANPP. Por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é obrigado a notificar o investigado acerca
da proposta do Acordo de Não Persecução Penal. STJ. 6ª Turma. REsp 2.024.381-TO, Rel. Min. Jesuíno Ris-
sato (Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 7/3/2023 (Info 766).

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OUTROS JULGADOS

Julgados do STF e STJ sobre


acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP)
1. O que se entende por acordo de não persecução penal (ANPP)?

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“O acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A do Código de Processo Penal, consiste em um
NEGÓCIO JURÍDICO PRÉ-PROCESSUAL[1] entre o Ministério Público e o investigado, juntamente com seu
defensor, como alternativa à propositura de ação penal para certos tipos de crimes, principalmente no mo-
mento presente, em que se faz necessária a otimização dos recursos públicos. Com efeito, o membro do
Ministério Público, ao se deparar com os autos de um inquérito policial, a par de verificar a existência
de indícios de autoria e materialidade, deverá ainda analisar o preenchimento dos REQUISITOS AU-
TORIZADORES da celebração do ANPP, os quais estão expressamente previstos no Código de Processo Pe-
nal:
1) confissão formal e circunstancial; [2]
2) infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos; e
3) que a medida seja necessária e suficiente para reprovação e prevenção do crime”
(STJ. 5ª Turma. HC 612.449/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 22/09/2020).
[1] “Pode-se afirmar que o acordo de não persecução penal, agora legalmente previsto no diploma processual penal, indica a
possibilidade de realização de negócio jurídico pré-processual entre a acusação e o investigado” (STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
644.020/SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 09/03/2021).
“O acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A do Código Penal, implementado pela Lei 13.964/2019, indica a possibi-
lidade de realização de negócio jurídico pré-processual entre a acusação e o investigado” (STJ. 5ª Turma. HC 624.805/SC, Rel.
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/02/2021).
[2] “Não é possível a aplicação do acordo de não persecução penal (ANPP), previsto no art. 28-A do CPP, na hipótese de inexis-
tência de confissão formal e circunstanciada da prática do crime, conforme a jurisprudência do STJ” (STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp
1945881/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 14/09/2021). "’A eventual aplicação do acordo de não persecução penal
(art. 28-A do CPP) pressupõe o reconhecimento da atenuante da confissão, o que não ocorreu nos autos. Precedentes’ (EDcl nos
EDcl no AgRg no AREsp 1680101/SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe 19/10/2020)” (STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
640.942/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 23/11/2021).

2. É vedada a substituição da figura do Ministério Público pela do juiz...


“É vedada a substituição da figura do Ministério Público pela do juiz na celebração do acordo de não perse-
cução penal, instrumento jurídico extrajudicial concretizador da política criminal exercida pelo titular da
ação penal pública cuja homologação judicial tem natureza meramente declaratória” (STJ. 5ª Turma. AgRg
no HC 685.200/RJ, Rel. Min. João Otávio De Noronha, julgado em 24/08/2021, DJe 30/08/2021).
 (Promotor MPESC 2023 Cespe correta) Segundo o entendimento do STJ, a possibilidade de oferecimento do acordo de não persecução penal é conferida
exclusivamente ao Ministério Público, não cabendo ao Poder Judiciário determinar ao parquet que o faça.

3. O ANPP (norma de natureza híbrida, mas de caráter predominantemente processual, e de retroatividade


limitada) aplica-se a fatos ocorridos ANTES da Lei 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia...
“O art. 28-A do Código de Processo Penal, introduzido pela Lei n. 13.964/2019, que passou a vigorar a partir
de 24/01/2020, traz norma de natureza híbrida[1], isto é, possui conteúdo de Direito Penal e Processual
Penal” (STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 628.647/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. p/ Acórdão Ministra Laurita
Vaz, julgado em 09/03/2021). “O acordo de não persecução penal, inovação inserida em nosso ordena-
mento jurídico pelo art. 28-A, do Código de Processo Penal - CPP, tem sua retroatividade limitada aos pro-
cessos em que ainda não houve o recebimento da exordial acusatória” (STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
619.465/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 14/09/2021).
[1] “O caráter predominantemente processual, em que pese ter reflexos penais, e a própria razão de ser do instituto - evitar a
deflagração de processo criminal -, conduzem a se sustentar que sua retroatividade, diversamente do que ocorre com as normas
híbridas com prevalente conteúdo material (de que é exemplo o dispositivo que condiciona a ação penal à prévia representação
da vítima), deve ser limitada ao recebimento da denúncia, isto é, à fase pré-processual da persecutio criminis” (STJ. 6ª Turma.
AgRg no REsp 1937513/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/09/2021).

“Esta Corte Superior sedimentou a compreensão de que a possibilidade de oferecimento do acordo de não
persecução penal, previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal, inserido pela Lei n. 13.964/2019, é
restrita aos processos em curso até o recebimento da denúncia, o que não se enquadra na hipótese em
apreço” (STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1909408/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/10/2021).
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“Se, por um lado, a lei nova mais benéfica deve retroagir para alcançar aqueles crimes cometidos antes da
sua entrada em vigor - princípio da retroatividade da lex mitior, por outro lado, há de se considerar o mo-
mento processual adequado para perquirir sua incidência - princípio tempus regit actum, sob pena de se
desvirtuar o instituto despenalizador. Ao conjugar esses dois princípios, tem-se que é possível a aplicação
retroativa do acordo de não persecução penal, desde que não recebida a denúncia. A partir daí, iniciada a
persecução penal em juízo, não há falar em retroceder na marcha processual” (STJ. 6ª Turma. AgRg no HC

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628.647/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. p/ Acórdão Ministra Laurita Vaz, julgado em 09/03/2021).
“A jurisprudência da Primeira Turma deste STF fixou a tese de que ’o acordo de não persecução penal
(ANPP) aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia’. (HC
191.464-AgR/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 25.11.2020)” (STF. 1ª Turma. HC 185956
AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 31/05/2021).
"O Acordo de Não Persecução Penal consiste em um negócio jurídico pré-processual entre o Ministério Pú-
blico e o investigado, juntamente com seu defensor, como alternativa à propositura de ação penal. Trata-
se de norma processual, com reflexos penais, uma vez que pode ensejar a extinção da punibilidade. Con-
tudo, não é possível que se aplique com ampla retroatividade norma predominante processual, que segue
o princípio do tempus regit actum, sob pena de se subverter não apenas o instituto, que é pré-processual
e direcionado ao investigado, mas também a segurança jurídica" (STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 656.864/SC,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 04/05/2021).
O Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), inserido pela Lei n. 13.924/2019, aplica-se retroativamente
desde que não tenha havido o recebimento da denúncia.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 2.006.523-CE, Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do
TJDFT), julgado em 23/8/2022 (Info 761).
#Resumindo:
 STF:
- 1ª Turma: é possível a aplicação retroativa de ANPP, desde que não recebida a denúncia.
- 2ª Turma: é possível a aplicação retroativa de ANPP, desde que não transitado em julgado o processo.
- Plenário (STF): pendente. A matéria será pacificada pelo Plenário no HC 185.913 (pendente).
 Acompanhar (HC 185.913)

 STJ:
- 5ª e 6ª Turmas: é possível a aplicação retroativa de ANPP, desde que não recebida a denúncia.
4. No caso de recusa por parte do MP em propor ANPP, não há remessa automática ao órgão máximo do
Ministério Público...
A Lei n. 13.964/2019, ao incluir o § 14 no art. 28-A do Código de Processo Penal, garantiu a possibilidade de
o investigado requerer a remessa dos autos ao Órgão Superior do Ministério Público nas hipóteses em que
a acusação tenha se recusado a oferecer a proposta de acordo de não persecução penal na origem. Nada
obstante, tal requerimento, por si só, não impõe ao Juízo de primeiro grau a remessa automática do pro-
cesso ao órgão máximo do Ministério Publico, considerando-se que o controle do Poder Judiciário quanto à
remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Publico deve se limitar a questões relacionadas aos
requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame do mérito a fim de impedir a remessa dos autos ao órgão
superior do Ministério Público (STJ. 5ª Turma. HC 668.520/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, jul-
gado em 10/08/2021).
5. A remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público deve se limitar a questões relacionadas aos
requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame de mérito...
“O controle do Poder Judiciário quanto à remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público deve
se limitar a questões relacionadas aos requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame do mérito a fim de
impedir a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público. Nesse sentido, a Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente que não se tratando de hipótese de manifesta inadmissi-
bilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do
Código de Processo Penal (CPP) (2), não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle o ato de recusa,

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quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. (HC n. 194.677/SP, julgado em 11
de maio de 2021. Informativo n. 1017)” (STJ. 5ª Turma. HC 668.520/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fon-
seca, julgado em 10/08/2021).
6. O acordo de não persecução penal (ANPP) não constitui direito subjetivo do investigado, mas sim facul-
dade do órgão acusador...

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O acordo de persecução penal não constitui direito subjetivo do investigado, podendo ser proposto pelo
MPF conforme as peculiaridades do caso concreto e quando considerado necessário e suficiente para a
reprovação e a prevenção da infração penal, não podendo prevalecer neste caso a interpretação dada a
outras benesses legais que, satisfeitas as exigências legais, constitui direito subjetivo do réu, tanto que a
redação do art. 28-A do CPP preceitua que o Ministério Público poderá e não deverá propor ou não o refe-
rido acordo, na medida em que é o titular absoluto da ação penal pública, ex vi do art. 129, inc. I, da Carta
Magna (STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 152.756/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em
14/09/2021).
 (Juiz TJDFT 2023 Cespe adaptada correta) Os tribunais superiores não têm reconhecido o ANPP como um
direito subjetivo do investigado.
7. O Poder Judiciário não pode determinar ao Ministério Público a obrigação de ofertar ANPP...
“O Poder Judiciário não pode determinar ao Parquet a obrigação de ofertar acordo de não persecução pe-
nal” (STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 636.024/SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/09/2021).

“Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não cabe ao Poder Judiciário impor ao Mi-
nistério Público obrigação de ofertar acordo em âmbito penal” (STF. 2ª Turma. HC 194677, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 11/05/2021).

A possibilidade de oferecimento do ANPP é conferida exclusivamente ao Ministério Público, não cabendo


ao Poder Judiciário determinar ao Parquet que o oferte.
STJ. 5ª Turma. RHC 161.251-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 10/05/2022 (Info 739).
8. Em caso de concurso material de crimes, considerando as penas mínimas de tais crimes (somadas), o total
deve ser inferior a 4 anos.
“O paciente não preenche o requisito objetivo para aplicação do benefício legal, uma vez que a pena mínima
cominada aos crimes imputados em concurso material não é inferior a 4 anos. De fato, a pena mínima na
hipótese totaliza 4 anos, motivo pelo qual não há se falar em preenchimento dos requisitos legais” (STJ. 5ª
Turma. AgRg no RHC 152.756/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 14/09/2021).

Conforme exposto no acórdão atacado, o paciente não tem direito ao benefício, haja vista que as penas
mínimas dos crimes que lhe são imputados, somadas (concurso material – art. 69 do CP), totalizam exa-
tamente 4 anos de reclusão, quantum este superior ao limite previsto no art. 28-A do CPP, que estabelece
a ‘pena mínima inferior a 4 (quatro) anos’” (STF. 2ª Turma. HC 201610 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewan-
dowski, julgado em 21/06/2021).
9. É necessário considerar eventual causas de aumento ou de diminuição da pena (§ 1º do art. 28-A)...
“Isso porque, para tornar viável o acordo de não persecução penal seria necessário, primeiramente, que a
pena mínima cominada em abstrato, considerando eventuais causas de aumento ou de diminuição da
pena, não ultrapassasse 04 (quatro) anos, do contrário, o caput do artigo 28-A do Código de Processo Penal
torna inaplicável a medida” (STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 152.756/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fon-
seca, julgado em 14/09/2021).
10. Muito embora seja possível a rescisão do ANPP (§ 10 do art. 28-A), é necessário oportunizar à defesa a
manifestação acerca do pedido formulado pelo Ministério Público...
“Muito embora seja possível a rescisão do acordo de não persecução penal (§10 do art. 28-A do CPP), ne-
cessário, para preservação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, oportunizar à
defesa a manifestação acerca do pedido formulado pelo Ministério Público. (...) Ordem concedida de ofício

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para reconhecer a nulidade da decisão que rescindiu o acordo de não persecução penal, devendo outra ser
proferida, intimando-se, previamente, a defesa do paciente, em respeito aos princípios constitucionais da
ampla defesa e do contraditório” (STJ. 5ª Turma. HC 615.384/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca,
julgado em 09/02/2021).
11. O ANPP conduz à extinção da punibilidade (§13º do art. 28-A)...

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“O acordo de não persecução penal é instituto mediante o qual o órgão acusatório e o investigado celebram
negócio jurídico em que são impostas condições, as quais, se cumpridas em sua integralidade, conduzem à
extinção de punibilidade do agente” (STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1937513/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 14/09/2021).
12. Não há necessidade de o MP, ao entender pelo não cabimento de ANPP, intimar o acusado para que
possa recorrer da decisão...
“Não há necessidade do Ministério Público, ao entender pelo não cabimento do acordo de não persecução
penal, intimar o acusado para que esta possa recorrer da decisão, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.948.350-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios ), julgado em 09/11/2021 (Info 4 - Edição Especial).

Por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é obrigado a notificar o investigado acerca da
proposta do Acordo de Não Persecução Penal. STJ. 6ª Turma. REsp 2.024.381-TO, Rel. Min. Jesuíno Rissato
(Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 7/3/2023 (Info 766).
13. O Poder Judiciário não pode impor ao MP a obrigação de ofertar ANPP...
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo de não persecução
penal (ANPP).
Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição para participar de negociações na seara investiga-
tória, impor ao MP a celebração de acordos.
Não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame
de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário con-
trole o ato de recusa, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque
a redação do art. 28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação.
STF. 2ª Turma. HC 194677/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2021 (Info 1017).
14. ANPP não se aplica aos crimes militares previstos na legislação penal militar.
O ANPP não se aplica aos crimes militares previstos na legislação penal militar.
STM. Plenário. HC 700374-06.2020.7.00.0000, Rel. Min. Péricles Aurélio Lima de Queiroz, j. 26/08/2020).
15. ANPP não se aplica quando presente a existência de vários registros policiais e infracionais, embora o
réu seja tecnicamente primário, bem como a utilização de posição de liderança religiosa para a prática de
delito de violação sexual mediante fraude.
Constitui fundamentação idônea para o não oferecimento de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) a
existência de vários registros policiais e infracionais, embora o réu seja tecnicamente primário, bem como
a utilização de posição de liderança religiosa para a prática de delito de violação sexual mediante fraude.
STJ. 5ª Turma. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
02/08/2022 (Info 750).
16. Competência para a execução do ANPP é do juízo que o homologou
A competência para a execução do acordo de não persecução penal é do Juízo que o homologou.
STJ. 3ª Seção. CC 192.158-MT, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/11/2022 (Info 757).
 Sendo assim, em se tratando de cumprimento das condições impostas em acordo de não persecução penal, a competência
para a sua execução é do Juízo que o homologou, o qual poderá deprecar a fiscalização do cumprimento do ajuste e a prática de
atos processuais para o atual domicílio do apenado.
 (Defensor DPESP 2023 FCC correta) De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o acordo de não persecução penal deve ser executado
perante o juízo que o homologou, o qual poderá deprecar a fiscalização do cumprimento do ajuste e a prática de atos processuais para o atual domicílio do
acusado.

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17. Não é compatível com a via do habeas corpus a pretensão de declaração de inconstitucionalidade do
art. 28-A do CPP
Não é compatível com a via do habeas corpus a pretensão de declaração de inconstitucionalidade do art.
28-A do Código de Processo Penal.
STJ. 6ª Turma. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 04/10/2022 (Info 758).

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ENUNCIADOS CJF/STJ

Enunciados CJF/STJ
I Jornada de Direito e Processo Penal - Enunciado 10
Recomenda-se a realização de práticas restaurativas nos acordos de não persecução penal, observada a

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principiologia das Resoluções n. 225 do CNJ e 118/2014 do CNMP.
I Jornada de Direito e Processo Penal - Enunciado 12
A proposta de acordo de não persecução penal representa um poder-dever do Ministério Público, com ex-
clusividade, desde que cumpridos os requisitos do art. 28-A do CPP, cuja recusa deve ser fundamentada,
para propiciar o controle previsto no §14 do mesmo artigo.
I Jornada de Direito e Processo Penal - Enunciado 13
A inexistência de confissão do investigado antes da formação da opinio delicti do Ministério Público não
pode ser interpretada como desinteresse em entabular eventual acordo de não persecução penal.

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QUESTÕES SOBRE ANPP

Questões
 (Delegado PCRR 2022 Vunesp correta) O Juiz não participa da celebração dos termos do acordo de não
persecução penal, mas, por ocasião da homologação, poderá considerar inadequadas, insuficientes ou abu-

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sivas as condições e devolver os autos ao Ministério Público para reformulação.
 (Promotor MPEAC 2022 Cespe correta) Não é cabível o ANPP na prática de crime cometido com grave
ameaça, ainda que a pena mínima seja inferior a quatro anos.
 (Promotor MPEAC 2022 Cespe incorreta) O Ministério Público é obrigado a notificar o investigado no
caso de recusa do oferecimento do ANPP.
 (Promotor MPEAC 2022 Cespe incorreta) O magistrado pode determinar compulsoriamente que o Mi-
nistério Público ofereça o acordo, caso verifique a presença dos requisitos legais para tanto.
 (Promotor MPEAC 2022 Cespe adaptada correta) O ANPP não constitui direito subjetivo do investigado.
 (Defensor DPEMS 2022 FGV correta) Em relação ao controle sobre a legalidade do conteúdo do acordo
de não persecução penal, cabe ao juiz: devolver os autos ao Ministério Público para reformulação da pro-
posta ilegal de acordo.
 (Defensor DPERS 2022 Cespe incorreta) Presentes os requisitos para a realização do acordo de não per-
secução penal, a autoridade judiciária poderá impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar o acordo.
 (Defensor DPEBA 2021 FCC correta) O acordo de não persecução penal poderá ser oferecido em casos
de crimes contra a Administração pública.
 (Juiz TJGO 2021 FCC correta) Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições
dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja refor-
mulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
 (Promotor MPDFT 2021 FCC correta) Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo
competente decretará a extinção de punibilidade.
 (Promotor MPDFT 2021 FCC correta) Não há previsão de controle interno do Ministério Público quanto
às cláusulas do acordo, mas apenas quanto à recusa do órgão de execução em propô-lo.
 (Promotor MPEMG 2021 FCC correta) O Supremo Tribunal Federal firmou tese de retroatividade do
acordo de não persecução penal a fatos anteriores à Lei 13.964/19, desde que não recebida a denúncia.
 (Promotor MPEMG 2021 FCC correta) As decisões do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal
de Justiça têm sido no sentido de negar a existência de direito subjetivo do indiciado à celebração do acordo,
ainda que preenchidos os requisitos, reforçando seu caráter negocial e de estratégia político-criminal.
 (Escrivão PCCE 2021 IDECAN adaptada correta) Para ANPP, o agente não pode ter sido beneficiado nos
últimos 5 anos com o acordo de não persecução penal, transação ou suspensão condicional do processo.
 (Escrivão PCCE 2021 IDECAN adaptada correta) Para ANPP, a acusação não pode ser crime praticado com
violência ou grave ameaça contra pessoa.
 (Promotor MPEMG 2021 FCC correta) A despeito da dicção legal, é cabível a celebração de acordo de
não persecução penal nos crimes com resultado violento, se esse componente (violência) não se manifesta
na conduta.
 (Promotor MPEMG 2021 Fundep correta) O art. 28-A do CPP condiciona a celebração do ANPP à confis-
são do indiciado, que deverá ser não apenas formal, como circunstanciada, mas não define o momento de
sua realização ou a autoridade com atribuição ou competência para colhê-la.
 (Promotor MPDFT 2021 FCC correta) O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e
será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
 (Promotor MPDFT 2021 FCC correta) Recusada a homologação do acordo de não persecução penal, o
juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das inves-
tigações ou o oferecimento da denúncia.
 (Delegado PCPR 2021 NC/UFPR correta) Não é cabível a realização do acordo de não persecução penal
em favor do agressor nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica e familiar, ou praticados con-
tra a mulher, por razões da condição de sexo feminino.
 (Defensor DPERR 2021 FCC correta) Sobre o acordo de não persecução penal e a suspensão condicional
do processo: Podem ser oferecidos na ação penal pública incondicionada, na ação penal pública condicio-
nada à representação e na ação penal privada.
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 (Escrivão PCPA 2021 AOCP correta) Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denún-
cia.
 (Agente DEPEN 2021 Cespe correta) A confissão formal e circunstanciada do investigado é um dos requi-
sitos para a propositura de acordo de não persecução penal pelo Ministério Público.
 (Investigador PCPA 2021 AOCP correta) Havendo possibilidade de celebrar transação penal e acordo de

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não persecução penal, deve o primeiro ser priorizado, por ser mais benéfico ao réu.
 (Perito PCMS 2021 FAPEC correta) Será cabível quando o investigado tiver confessado formal e circuns-
tancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4
(quatro) anos, dentre outros requisitos.
 (Investigador PCPA 2021 AOCP correta) Após investigação preliminar, apurou-se que Beltrano, habitante
de Santarém-PA e réu primário de bons antecedentes, cometeu crime de furto qualificado após quebrar
uma janela residencial e subtrair para si um aparelho televisor albergado no local. Pela atual legislação pro-
cessual penal e considerando a situação hipotética descrita, Beltrano poderá celebrar acordo de não perse-
cução penal, pois a pena mínima do crime de furto qualificado não supera quatro anos de prisão.
 (Delegado PCRN 2021 FGV correta) Concluídas investigações de inquérito policial, a autoridade policial
indiciou Francisco, sem envolvimento anterior com o aparato policial ou judicial pela prática de crimes,
como incurso nas sanções penais do delito de lesão corporal de natureza gravíssima (Art. 129, §2º, CP –
pena: reclusão de 2 a 8 anos). Tendo Francisco confessado formal e circunstancialmente a prática da infra-
ção penal na delegacia, o acordo de não persecução penal, no caso em tela: não poderá ser proposto, diante
da natureza do delito imputado.
 (Defensor DPERS 2022 Cespe correta) A confissão exigida no acordo de não persecução penal não pode
ser considerada como meio de prova apto a condenar o corréu que não se submeta ao acordo.
 (Agente SERIS/AL 2021 Cespe correta) Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juiz
declarará a extinção da punibilidade, não podendo esse acordo ser utilizado em futuro processo para fins
de reincidência.
 (Juiz TJGO 2021 FCC incorreta) É cabível acordo de não persecução penal para infração penal praticada
sem violência ou grave ameaça, com pena mínima igual ou inferior a quatro anos.
 (Promotor MPESC 2021 Cespe incorreta) O acordo de não persecução penal terá cabimento quando
estiverem presentes os requisitos para a denúncia por crime cuja pena mínima cominada seja inferior a
quatro anos, independentemente de este ter sido praticado com violência ou grave ameaça, quando o autor
da conduta tiver confessado o crime e quando as condições impostas nesse negócio jurídico processual
forem suficientes para a reprovação e a prevenção do crime.
 (Defensor DPEBA 2021 FCC incorreta) O descumprimento prévio de acordo de não persecução penal
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos na sentença.
 Questões 2023 estão inseridas no conteúdo do material.

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