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Disponibilizado para: evandro sergio lopes da silva | [email protected] | CPF: 915.606.326-15
31/01/2024
2ª Edição
SUMÁRIO
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................................................................................... 2
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) ....................................................................................................................... 2
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: DECRETO-LEI 3.689/1941 .....................................................................................................................................2
CÓDIGO PENAL: DECRETO-LEI 2.848/1940 ............................................................................................................................................................9
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Juiz das Garantias
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder
Judiciário, competindo-lhe especialmente: (LEI 13.964/2019)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada,
quando formalizados durante a investigação; (LEI 13.964/2019)
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***
TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
a 4 anos, o Ministério Público PODERÁ (#MPERS/2023: poderá = não é um dever, e sim uma faculdade)
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos,
produto ou proveito do crime; (LEI 13.964/2019)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art.
46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (LEI 13.964/2019)
(Procurador PGDF 2022 Cespe incorreta, porque o prazo de duração da prestação de serviço é equivalente ao tempo da pena
mínima, reduzida de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução) Preenchidos os requisitos legais, o Minis-
tério Público poderá propor acordo de não persecução penal desde que suficiente e necessário para a prevenção e reprovação do
crime, oferecendo, como uma das obrigações a serem cumpridas pelo investigado, prestação de serviço à comunidade ou a enti-
dades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito.
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou (LEI 13.964/2019)
V - cumprir, por PRAZO DETERMINADO, OUTRA CONDIÇÃO indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada. (LEI 13.964/2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (LEI 13.964/2019)
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses (não será caso de ANPP...):
(LEI 13.964/2019)
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; (LEI
13.964/2019)
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; (LEI 13.964/2019)
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III - ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da infração, em (i) acordo de não
persecução penal, (ii) transação penal ou (iii) suspensão condicional do processo; e (LEI 13.964/2019)
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher
por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. (LEI 13.964/2019)
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Como podemos entender
a estrutura escalonada de negociação do CPP?
1) composição dos danos civis (art. 74 da Lei 9.099/95);
2) transação penal (art. 76 da Lei 9.099/95);
3) ANPP (art. 28-A do CPP);
4) suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95);
§ 3º O acordo de não persecução penal será FORMALIZADO por escrito e será firmado (i) pelo membro
do Ministério Público, (ii) pelo investigado e (iii) por seu defensor. (LEI 13.964/2019)
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada AUDIÊNCIA na qual o juiz
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua
legalidade. (LEI 13.964/2019)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para que inicie sua EXECUÇÃO perante o JUÍZO DE EXECUÇÃO PENAL. (LEI 13.964/2019)
§ 7º O juiz poderá RECUSAR HOMOLOGAÇÃO à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando
não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. (LEI 13.964/2019)
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua RESCISÃO e posterior OFERECIMENTO DE DENÚNCIA.
(LEI 13.964/2019)
(Defensor DPEPR 2022 AOCP correta) Descumpridos os termos do acordo de não persecução penal, o oferecimento da denúncia
dependerá da rescisão do negócio jurídico, sendo indispensável a prévia manifestação do investigado.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser
utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão
condicional do processo. (LEI 13.964/2019)
(Juiz TJMS 2023 FGV correta) Quanto aos institutos da transação penal, da suspensão condicional do processo e do acordo de não persecução penal, é correto
afirmar que: poderá o Ministério Público utilizar como justificativa para o não oferecimento de suspensão condicional do processo o descumprimento do acordo
de não persecução penal.
(Juiz TJPR 2023 FGV correta) O Ministério Público utilizar como justificativa para o não oferecimento de suspensão condicional do processo o descumprimento
do acordo de não persecução penal.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal NÃO CONSTARÃO de certidão
de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo [III - ter sido o
agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não
persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;]. (LEI 13.964/2019)
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§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a
extinção de punibilidade. (LEI 13.964/2019)
§ 14. No caso de RECUSA, por parte do Ministério Público (STJ: não há necessidade do Ministério Público,
ao entender pelo não cabimento do acordo de não persecução penal, intimar o acusado para que esta
O ANPP deve ser entendido como uma manifestação da denominada “justiça multiportas”?
STJ: SIM!
Segundo o STJ, o ANPP “consiste em um negócio jurídico pré-processual entre o Ministério Público e o in-
vestigado, juntamente com seu defensor, como alternativa à propositura de ação penal para certos tipos de
crimes, principalmente no momento presente, em que se faz necessária a otimização dos recursos públicos
e a efetivação da chamada Justiça multiportas, com a perspectiva restaurativa” (STJ. 5ª Turma. HC
607.003/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/11/2020).
O que se entende por
“modelo de sistema de JUSTIÇA MULTIPORTAS”?
No viés da doutrina de Direito Processual Civil...
Quando se fala em meios plurais de tratamento de disputas, é importante lembrar da expressão “justiça
multiportas” (idealizada por Prof. Frank Sander, da Faculdade de Direito de Harvard), que defende méto-
dos/meios plurais de tratamento de disputas e adota o chamado multi-door courthouse, provocando con-
sequentemente a seguinte mudança prática: não é o conflito/disputa/dissenso que se adequa à justiça
(porta única), mas a justiça que se adequa ao conflito multiportas.
“Para cada tipo de controvérsia, seria adequada uma forma de solução, de modo que há casos em que a
melhor solução há de ser obtida pela mediação, enquanto outros, pela conciliação, outros, pela arbitragem
e, finalmente, os que se resolveriam pela decisão do juiz estatal. Há casos, então, em que o meio alternativo
é que seria o da justiça estatal. A expressão multiportas decorre de uma metáfora: seria como se houvesse,
no átrio do fórum, várias portas; a depender do problema apresentado, as partes seriam encaminhadas para
a porta da mediação, ou da conciliação, ou da arbitragem, ou da própria justiça estatal.”
CABRAL, Antonio do Passo; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Negociação direta ou resolução colaborativa de disputas (collabo-
rative law): mediação sem mediador. Revista de Processo. Vol. 259, set. 2016.
(Promotor MPESC 2019 Consulplan correta) O Código de Processo Civil adota o modelo multiportas, de
modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais adequado para a sua solução e
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devem ser adotados todos os esforços para que as partes cheguem a uma solução consensual do conflito.
Em regra, apenas se não for possível a solução consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa,
voltada para instrução e julgamento adjudicatório do caso.
(Promotor MPEGO 2019 correta) Tem-se a partir desse novo modelo de solução consensual de conflitos
o que se denomina de sistema multiportas, proposto pelo professor Frank Sander, da Faculdade de Direito
de Harvard, em palestra proferida em 1976 (“Multi-Door Courthouse System”), como forma de desafogar
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TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito (RESE), da decisão, despacho ou sentença:
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A
desta Lei. (LEI 13.964/2019)
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CÓDIGO PENAL:
DECRETO-LEI 2.848/1940
TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Causas impeditivas da prescrição
Questões
(Defensor DPERJ 2021 FGV incorreta) Sobre as alterações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anti-
crime), é correto afirmar que: o cumprimento e/ou rescisão do acordo de não persecução penal é/são
causa(s) interruptiva(s) da prescrição.
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NORMAS PROCEDIMENTAIS STF/STJ:
LEI 8.038/1990
TÍTULO I
Processos de Competência Originária
CAPÍTULO I
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INFORMATIVOS 2024
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INFORMATIVOS 2023
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O termo "bom comportamento público e privado", constante no art. 94, II, do CPP, refere-se à conduta
social e moral de um indivíduo, tanto em suas interações públicas quanto privadas. Ele engloba ações éticas,
respeitosas e socialmente aceitáveis em todas as áreas da vida, independentemente de estar em um ambi-
ente público, onde outras pessoas estão presentes, ou em situações privadas, mais íntimas e pessoais.
ANPP. A revogação do acordo de não persecução penal não exige que o investigado seja intimado para
justificar o descumprimento das condições impostas na avença. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 809.639-GO,
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descrito os fatos na denúncia de maneira imperfeita, pois o excesso de acusação (overcharging) não deve
prejudicar o acusado (é possível ANPP para o tráfico privilegiado, ainda que ocorra excesso de acusação /
overcharging).
É essencial garantir que o acusado possa usufruir do ANPP, independentemente das descrições exatas
dos fatos na denúncia. Afinal, a finalidade desse instituto é oferecer uma alternativa para a resolução de
casos penais, proporcionando uma solução negociada.
Exemplo prático
Exemplificando, nas palavras de Renato Brasileiro de Lima (Manual de processo penal..., Juspodivm, 2023,
p. 1468):
“A título de exemplo, basta imaginar hipótese em que, por evidente excesso da acusação, veja-se o acu-
sado denunciado pela prática do crime de tráfico de drogas. Ora, supondo que o juiz visualize, desde logo,
a possível desclassificação do delito de tráfico para porte de drogas para consumo pessoal, seja em virtude
da natureza e quantidade da substância apreendida, local e condições em que se desenvolveu a ação,
circunstâncias sociais e pessoais, seja em virtude da conduta e antecedentes do agente (Lei nº 11.343/06,
art. 28, § 2º), estaria o juiz obrigado a determinar o prosseguimento do feito com a classificação de tráfico
de drogas pelo simples fato de não se admitir a realização da emendatio libelli por ocasião do juízo de
admissibilidade da peça acusatória? A nosso ver, não se cuida de rejeição da peça acusatória, nem de adi-
tamento pelo Ministério Público, mas sim de atuação jurisdicional objetivando assegurar ao acusado a
garantia constitucional da liberdade provisória. Nesse caso, incumbe ao juiz receber a denúncia, o que, no
entanto, não o impede de apreciar o excesso na capitulação para admitir a liberdade provisória, fazendo-
o por meio de um juízo provisório e não de prejulgamento do mérito da acusação. Nesse caso, como a
análise da classificação está inserida no caminho a ser percorrido pelo juiz para resolver tal questão, torna-
se impossível impedi-lo de corrigir a adequação do fato feita pelo promotor, embora o faça de maneira
incidental e provisória, apenas para decidir quanto ao cabimento da liberdade provisória. Não faria sentido
manter o acusado preso ao longo de toda a instrução processual penal para, ao final, desclassificar a im-
putação para porte de drogas para consumo pessoal, e somente então poder colocar o acusado em liber-
dade”.
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da imputação de fato idoneamente formulada, também é possível que o juiz, sem antecipar formalmente
a desclassificação, afaste de imediato as consequências processuais ou procedimentais oriundas do equí-
voco e prejudiciais ao acusado. Nessa hipótese de erro de direito na tipificação do fato contido na peça
acusatória, também é possível, de logo, proceder-se à desclassificação, recebendo-se a exordial com a
classificação adequada à imputação fática, caso da qualificação jurídica dependa a fixação da competência
ou do procedimento a ser observado. Solução diversa, todavia, deve ser aplicada quando a imputação de
ANPP. No caso de recusa de oferecimento do acordo de não persecução penal pelo representante do Mi-
nistério Público, o recurso dirigido às instâncias administrativas contra o parecer da instância superior do
Ministério Público não detém efeito suspensivo capaz de sustar o andamento de ação penal. STJ. 5ª
Turma. Processo em segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 5/6/2023 (Info
780).
O § 14 do art. 28-A do Código de Processo Penal garantiu a possibilidade de o investigado requerer a
remessa dos autos a órgão superior do Ministério Público nas hipóteses em que a acusação tenha se recu-
sado a oferecer a proposta de Acordo de Não Persecução Penal na origem.
CPP, art. 28-A, § 14: “No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28
deste Código” (§ 14, portanto, não detém efeito suspensivo capaz de sustar o andamento de ação penal).
Lembrando que não constitui direito subjetivo do acusado a oferta do acordo. Por fim, também não cabe
ao Poder Judiciário impor ao Ministério Público a obrigação de ofertá-lo.
ANPP. Nos casos em que houver a modificação do quadro fático-jurídico, e, ainda, em situações em que
houver a desclassificação do delito - seja por emendatio ou mutatio libelli -, uma vez preenchidos os re-
quisitos legais exigidos para o Acordo de Não Persecução Penal, torna-se cabível o instituto negocial. STJ.
5ª Turma. AgRg no REsp 2.016.905-SP, Rel. Min. Messod Azulay Neto, julgado em 7/3/2023 (Info 772).
No caso, houve uma relevante alteração do quadro fático-jurídico, tornando-se potencialmente cabível
o instituto negocial do Acordo de Não Persecução Penal - ANPP. Afinal, o Tribunal a quo, ao julgar o recurso
de apelação interposto pela defesa, deu-lhe parcial provimento, a fim de reconhecer a continuidade delitiva
entre os crimes de falsidade ideológica (CP, art. 299), tornando, assim, objetivamente viável a realização do
referido acordo, em razão do novo patamar de apenamento - pena mínima cominada inferior a 4 (quatro)
anos. Trata-se, mutatis mutandis, de raciocínio similar àquele constante da Súmula n. 337 desta Corte Su-
perior, a saber: "É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedên-
cia parcial da pretensão punitiva".
Cabe salientar, ainda, que, no caso, não se faz necessária a discussão acerca da questão da retroatividade
do ANPP, mas, sim, unicamente a circunstância de que a alteração do quadro fático-jurídico tornou poten-
cialmente cabível o instituto negocial, de maneira que o entendimento externado na presente decisão não
entra em confronto com a jurisprudência desta Corte Superior.
ANPP. Por constituir um poder-dever do Ministério Público, o não oferecimento tempestivo do acordo de
não persecução penal desacompanhado de motivação idônea constitui nulidade absoluta. STJ. 6ª Turma.
AgRg no HC 762.049-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/3/2023 (Info 769).
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ANPP. Por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é obrigado a notificar o investigado acerca
da proposta do Acordo de Não Persecução Penal. STJ. 6ª Turma. REsp 2.024.381-TO, Rel. Min. Jesuíno Ris-
sato (Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 7/3/2023 (Info 766).
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OUTROS JULGADOS
“Esta Corte Superior sedimentou a compreensão de que a possibilidade de oferecimento do acordo de não
persecução penal, previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal, inserido pela Lei n. 13.964/2019, é
restrita aos processos em curso até o recebimento da denúncia, o que não se enquadra na hipótese em
apreço” (STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1909408/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/10/2021).
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“Se, por um lado, a lei nova mais benéfica deve retroagir para alcançar aqueles crimes cometidos antes da
sua entrada em vigor - princípio da retroatividade da lex mitior, por outro lado, há de se considerar o mo-
mento processual adequado para perquirir sua incidência - princípio tempus regit actum, sob pena de se
desvirtuar o instituto despenalizador. Ao conjugar esses dois princípios, tem-se que é possível a aplicação
retroativa do acordo de não persecução penal, desde que não recebida a denúncia. A partir daí, iniciada a
persecução penal em juízo, não há falar em retroceder na marcha processual” (STJ. 6ª Turma. AgRg no HC
STJ:
- 5ª e 6ª Turmas: é possível a aplicação retroativa de ANPP, desde que não recebida a denúncia.
4. No caso de recusa por parte do MP em propor ANPP, não há remessa automática ao órgão máximo do
Ministério Público...
A Lei n. 13.964/2019, ao incluir o § 14 no art. 28-A do Código de Processo Penal, garantiu a possibilidade de
o investigado requerer a remessa dos autos ao Órgão Superior do Ministério Público nas hipóteses em que
a acusação tenha se recusado a oferecer a proposta de acordo de não persecução penal na origem. Nada
obstante, tal requerimento, por si só, não impõe ao Juízo de primeiro grau a remessa automática do pro-
cesso ao órgão máximo do Ministério Publico, considerando-se que o controle do Poder Judiciário quanto à
remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Publico deve se limitar a questões relacionadas aos
requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame do mérito a fim de impedir a remessa dos autos ao órgão
superior do Ministério Público (STJ. 5ª Turma. HC 668.520/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, jul-
gado em 10/08/2021).
5. A remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público deve se limitar a questões relacionadas aos
requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame de mérito...
“O controle do Poder Judiciário quanto à remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público deve
se limitar a questões relacionadas aos requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame do mérito a fim de
impedir a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público. Nesse sentido, a Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente que não se tratando de hipótese de manifesta inadmissi-
bilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do
Código de Processo Penal (CPP) (2), não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle o ato de recusa,
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quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. (HC n. 194.677/SP, julgado em 11
de maio de 2021. Informativo n. 1017)” (STJ. 5ª Turma. HC 668.520/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fon-
seca, julgado em 10/08/2021).
6. O acordo de não persecução penal (ANPP) não constitui direito subjetivo do investigado, mas sim facul-
dade do órgão acusador...
“Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não cabe ao Poder Judiciário impor ao Mi-
nistério Público obrigação de ofertar acordo em âmbito penal” (STF. 2ª Turma. HC 194677, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 11/05/2021).
Conforme exposto no acórdão atacado, o paciente não tem direito ao benefício, haja vista que as penas
mínimas dos crimes que lhe são imputados, somadas (concurso material – art. 69 do CP), totalizam exa-
tamente 4 anos de reclusão, quantum este superior ao limite previsto no art. 28-A do CPP, que estabelece
a ‘pena mínima inferior a 4 (quatro) anos’” (STF. 2ª Turma. HC 201610 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewan-
dowski, julgado em 21/06/2021).
9. É necessário considerar eventual causas de aumento ou de diminuição da pena (§ 1º do art. 28-A)...
“Isso porque, para tornar viável o acordo de não persecução penal seria necessário, primeiramente, que a
pena mínima cominada em abstrato, considerando eventuais causas de aumento ou de diminuição da
pena, não ultrapassasse 04 (quatro) anos, do contrário, o caput do artigo 28-A do Código de Processo Penal
torna inaplicável a medida” (STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 152.756/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fon-
seca, julgado em 14/09/2021).
10. Muito embora seja possível a rescisão do ANPP (§ 10 do art. 28-A), é necessário oportunizar à defesa a
manifestação acerca do pedido formulado pelo Ministério Público...
“Muito embora seja possível a rescisão do acordo de não persecução penal (§10 do art. 28-A do CPP), ne-
cessário, para preservação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, oportunizar à
defesa a manifestação acerca do pedido formulado pelo Ministério Público. (...) Ordem concedida de ofício
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para reconhecer a nulidade da decisão que rescindiu o acordo de não persecução penal, devendo outra ser
proferida, intimando-se, previamente, a defesa do paciente, em respeito aos princípios constitucionais da
ampla defesa e do contraditório” (STJ. 5ª Turma. HC 615.384/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca,
julgado em 09/02/2021).
11. O ANPP conduz à extinção da punibilidade (§13º do art. 28-A)...
Por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é obrigado a notificar o investigado acerca da
proposta do Acordo de Não Persecução Penal. STJ. 6ª Turma. REsp 2.024.381-TO, Rel. Min. Jesuíno Rissato
(Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 7/3/2023 (Info 766).
13. O Poder Judiciário não pode impor ao MP a obrigação de ofertar ANPP...
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo de não persecução
penal (ANPP).
Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição para participar de negociações na seara investiga-
tória, impor ao MP a celebração de acordos.
Não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame
de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário con-
trole o ato de recusa, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque
a redação do art. 28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação.
STF. 2ª Turma. HC 194677/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2021 (Info 1017).
14. ANPP não se aplica aos crimes militares previstos na legislação penal militar.
O ANPP não se aplica aos crimes militares previstos na legislação penal militar.
STM. Plenário. HC 700374-06.2020.7.00.0000, Rel. Min. Péricles Aurélio Lima de Queiroz, j. 26/08/2020).
15. ANPP não se aplica quando presente a existência de vários registros policiais e infracionais, embora o
réu seja tecnicamente primário, bem como a utilização de posição de liderança religiosa para a prática de
delito de violação sexual mediante fraude.
Constitui fundamentação idônea para o não oferecimento de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) a
existência de vários registros policiais e infracionais, embora o réu seja tecnicamente primário, bem como
a utilização de posição de liderança religiosa para a prática de delito de violação sexual mediante fraude.
STJ. 5ª Turma. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
02/08/2022 (Info 750).
16. Competência para a execução do ANPP é do juízo que o homologou
A competência para a execução do acordo de não persecução penal é do Juízo que o homologou.
STJ. 3ª Seção. CC 192.158-MT, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/11/2022 (Info 757).
Sendo assim, em se tratando de cumprimento das condições impostas em acordo de não persecução penal, a competência
para a sua execução é do Juízo que o homologou, o qual poderá deprecar a fiscalização do cumprimento do ajuste e a prática de
atos processuais para o atual domicílio do apenado.
(Defensor DPESP 2023 FCC correta) De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o acordo de não persecução penal deve ser executado
perante o juízo que o homologou, o qual poderá deprecar a fiscalização do cumprimento do ajuste e a prática de atos processuais para o atual domicílio do
acusado.
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17. Não é compatível com a via do habeas corpus a pretensão de declaração de inconstitucionalidade do
art. 28-A do CPP
Não é compatível com a via do habeas corpus a pretensão de declaração de inconstitucionalidade do art.
28-A do Código de Processo Penal.
STJ. 6ª Turma. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 04/10/2022 (Info 758).
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ENUNCIADOS CJF/STJ
Enunciados CJF/STJ
I Jornada de Direito e Processo Penal - Enunciado 10
Recomenda-se a realização de práticas restaurativas nos acordos de não persecução penal, observada a
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QUESTÕES SOBRE ANPP
Questões
(Delegado PCRR 2022 Vunesp correta) O Juiz não participa da celebração dos termos do acordo de não
persecução penal, mas, por ocasião da homologação, poderá considerar inadequadas, insuficientes ou abu-
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