Direito Das Sucessões4
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MÓDULO 4.
DA SUCESSÃO LEGÍTIMA
Título II do Livro V, CC/2002 - Da sucessão legítima, que opera por força de lei e
que ocorre quando o de cujus falece sem deixar testamento, ou quando seu
testamento caducou, ou foi julgado ineficaz.
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Art. 5º, XXXI – CF: a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
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Da evolução histórica.
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Da sucessão do descendente.
Art. 1.829, I do CC: não haverá tal concorrência se o cônjuge tiver sido casado
com o falecido o regime da comunhão universal (art. 1.667) ou da separação
obrigatória (art. 1.641), ou se no regime da comunhão parcial (art. 1.658) o autor
da herança não houver deixado bens particulares.
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Ainda, como os filhos incestuosos e adulterinos não podiam ser reconhecidos (art.
358 do CC/1916), não podiam suceder.
Leis posteriores mudaram tal situação. Ex.: Lei do Divórcio e art. 227, §6º da CF
acabaram com a distinção.
Mas se fosse filho natural reconhecido após o casamento de seu pai, recebia ele
apenas a metade do que coubesse a seu irmão legítimo ou legitimado (art. 1.605,
§1º)[5].
Isso era progresso em face do regime anterior ao CC/1916, em que o filho natural,
reconhecido pelo pai na constância do casamento, não desfrutava de direito à
herança.
A Lei do Divórcio revogou expressamente o art. 1.605, §1º do CC/1916. E tal lei
equiparou os filhos, qualquer que seja a natureza da filiação.
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Da sucessão do ascendente.
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materna.
Mas, tendo os ascendentes o mesmo grau de parentesco, pode ter mais pessoas
em uma linha que na outra. Ex.: há como herdeiros o avô paterno e os dois avós
maternos. A divisão por linhas faz com que o avô paterno receba metade, e os
avós maternos a outra metade.
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Sucessão do cônjuge.
Se o morto não deixa descendente ou ascendente, fica tudo para o cônjuge (art.
1.838, CC).
A lei Feliciano Penna (Decr. n. 1.839, de 31.12.1907) colocou o cônjuge antes dos
colaterais, na ordem de vocação hereditária.
Obs.: se está divorciado não herda, não é mais cônjuge (art. 1.571, §1º, CC).
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História:
- O assunto era tratado pelo direito das obrigações, e, portanto a ação tramitava
perante vara cível. A situação mudou em 1996, com a lei n. 9.278, que
determinou o trâmite perante a vara de família competente, c/ segredo de justiça
(art. 9º). O art. 1º desta lei define união estável. Tal lei dispensa o lapso temporal
para caracterizar a união estável, e ainda deixa de considerar o estado civil da
pessoa envolvida na união estável. O que interessa é a durabilidade e a
notoriedade da união (da entidade familiar).
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*** obs.: tem o(a) companheiro(a) direito a meação, pois é tratado como o
cônjuge casado em regime de separação parcial de bens - a menos que haja
contrato escrito dispondo diferentemente. As regras abaixo são sobre a parte do
de cujus.
I. Se concorrer com filhos comuns, tem direito a uma quota equivalente à que por
lei for atribuída ao filho.
Obs.: este inc. rebaixa o companheiro, que na Lei n. 8.971/1994 era colocado na
frente dos colaterais (art. 2º, III).
IV. Não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança (tal
inciso pode ser entendido de forma desprendida do caput, ainda que demonstre a
má técnica legislativa – se não houver outros herdeiros, o companheiro recebe a
totalidade dos bens do autor da herança, ainda que adquiridos gratuitamente).
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Porque, fora uma exceção na lei, na sucessão dos colaterais não há direito de
representação. Só se dá o direito de representação em favor de filhos de irmãos,
que concorrem com seus tios. Ex.: morto deixou 2 irmãos e sobrinhos, filhos de
outro irmão pré-morto - a herança se divide em 3 partes, cabem as 2 primeiras
aos irmãos e a 3ª aos sobrinhos, que a dividirão entre si (art. 1.840, CC).
A lei distingue irmão germano (bilateral), filho do mesmo pai e mesma mãe, e
irmão unilateral (só um dos pais é o mesmo): a herança do unilateral é a metade
do que couber ao irmão germano (art. 1.841, CC).
Art. 1.843, caput, CC: na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os
havendo, os tios. Então, se o morto deixa parentes do mesmo grau, tios e
sobrinhos (3º grau), os sobrinhos (por lei) têm preferência – isto afasta o princípio
de que os colaterais do mesmo grau devem suceder em igualdade de condições,
dividindo-se entre todos a herança. A lei presume que a afeição é maior em
relação aos sobrinhos que em relação aos tios.
Os colaterais até 4º grau (irmãos, tios, sobrinhos, primos) são herdeiros legítimos
(art. 1.829, IV, CC), mas não são herdeiros necessários (art. 1.845, CC).
Portanto, o autor da herança pode excluí-los da sucessão, sem limitação
alguma, bastando que faça testamento dispondo de todo seu patrimônio,
sem os contemplar (art. 1.850, CC).
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Uma vez transitada em julgado a sentença que declara a vacância, os bens são
incorporados ao patrimônio do Município, ou do DF, se localizados nas respectivas
circunscrições, ou ao da União, quando situados em território federal.
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Cf. a lei, o testador não pode, se tiver herdeiro necessário, dispor, por testamento,
de mais da metade de seus bens. Porque tendo em vista a proteção dos herdeiros
necessários, a lei defere-lhes de pleno direito a outra metade, que se denomina
reserva ou legítima desses herdeiros (art. 1.846, CC).
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Cálculo da legítima.
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Da clausulação da legítima.
Art. 1.848, CC/02 – salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não
pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de
incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.
Então, cf. CC/02, as cláusulas restritivas à legítima não podem mais ser impostas
livremente pelo testador, que só está autorizado a estabelecer as referidas
cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade sobre os
bens da legítima, se houver justa causa, expressamente declarada no testamento.
Não basta que o testador aponte causa – ela precisa ser justa, e tal definição é
muito subjetiva.
b) Cláusula de impenhorabilidade.
Finalidade: impedir que tais bens sejam executados e levados a penhora por
dívidas contraídas pelo herdeiro. Causa restrição à atuação dos credores.
Por tal cláusula, o testador determina que o bem transmitido ao beneficiário não
pode ser vendido, permutado, doado ou dado em pagamento, durante certo
período, ou durante a vida inteira do donatário ou herdeiro.
A inalienabilidade não pode ser perpétua, não pode estender-se além da vida do
herdeiro.
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Sub-rogação do vínculo.
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Art. 1.850, CC: para o testador excluir da sucessão os colaterais, basta-lhe dispor
do seu patrimônio sem os contemplar.
O testador que tiver herdeiros necessários não pode dispor senão da metade de
seus bens, pois a outra metade é dos herdeiros necessários (cf. as normas da
sucessão legítima). Então, a contrário sensu, se o testador não tiver herdeiros
necessários, pode dispor de seu patrimônio sem restrição. Para afastar da sua
sucessão os colaterais, basta o testador dispor, em favor de terceiros, da
totalidade do seu patrimônio.
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DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO.
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A sucessão se dá por:
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O representado por morte ou indignidade não foi herdeiro, então o herdeiro será o
representante. Os netos que representam o pai ocupam o seu lugar, concorrem à
herança do avô, e não do pai.
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ascendente, o parente mais próximo exclui o mais remoto (art. 1852 e 1.853, CC).
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Obs.: com o herdeiro renunciante é diferente - ocorre como se nunca tivesse sido
herdeiro. Os herdeiros do renunciante não podem representá-lo (art. 1.811).
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Ex.: filho que renunciou à herança do seu pai ou que foi julgado indigno
de recebê-la, pode representar o pai para receber a herança do avô.
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Aqui os filhos (do de cujus) herdam por cabeça, enquanto os outros descendentes
(netos, por representação) herdam por estirpe, se não estiverem no mesmo grau.
Ex.: dois netos (filhos do mesmo pai, sendo que este pai morreu antes do avô)
recebem as suas quotas (cada um recebe metade do que caberia ao pai);
enquanto o tio (filho do de cujus) recebe a outra metade da herança (o tio recebe
por cabeça).
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Ex.: o morto deixa 2 filhos – estes herdam por cabeça, a herança se divide
em 2 partes iguais.
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Ex.: morto deixou dois irmãos e sobrinhos, filhos de um irmão pré-morto. Como
os parentes mais próximos excluem os mais remotos, os sobrinhos seriam
afastados da sucessão, por causa da pré-morte do seu pai. Para evitar tal solução,
que a lei acha injusta, os sobrinhos podem herdar por direito de representação.
Neste exemplo, a herança se divide em três partes, cabendo as duas primeiras aos
dois irmãos, e a 3ª aos filhos do irmão pré-morto.
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Efeitos da representação.
- Permite que o representante receba herança da qual seria afastado, por força da
regra de que o parente mais próximo exclui o mais remoto.
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São duas sucessões diferentes: o filho renunciou à herança do pai[9], mas pode
representar o pai na sucessão do avô, se o pai morreu antes do avô ou foi indigno.
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Na representação, recebe não por direito próprio, mas por representação (a essa
sucessão não houve renúncia).
[2] Assim defende Roberto Senise Lisboa, in Manual de Direito Civil 5 – Direito de
Família e Sucessões, 5ª ed. reformulada, Editora Saraiva, p. 335. Afirma esse
autor: “O cônjuge sobrevivente que era casado com o autor da herança, à época
da morte, sob o regime de comunhão parcial de bens, se o de cujus deixou bens
particulares (o que não se afigura de tão difícil ocorrência em face da relação de
bens incomunicáveis ou particulares que o Código traz) terá o direito à sucessão
por inteiro, como se descendente fosse (herda como direito próprio), porém
observando-se as normas específicas previstas na Lei Civil”.
[3] Conforme Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, vol. 7, 6ª ed.,
2012, Ed. Saraiva, pp. 171 e 172.
[5] Para que os filhos naturais reconhecidos pelo pai concorressem à sucessão
com os filhos legítimos ou seus representantes era necessário que o
reconhecimento, feito por qualquer meio, fosse anterior ao casamento de que
proveio a prole legítima, ou se refira a filhos concebidos e nascidos depois de
dissolvido tal casamento.
[6] Silvio Rodrigues, Direito Civil – Direito das Sucessões, vol. 7, 26ª ed. Editora
Saraiva. P. 130.
[8] Silvio de Salvo Venosa, Código Civil Interpretado, 2ª edição. Ed. Atlas, p.
1942.
[9] Por achá-la onerosa, ou por querer beneficiar um irmão mais necessitado, por
exemplo.
Exercício 1:
A)
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Todo o seu patrimônio é deferido à mãe viva, nada cabendo aos ascendentes do
seu pai.
B)
Metade da herança fica para a mãe e a outra metade para os dois avós paternos.
C)
A herança é dividida em três partes: 1/3 para a mãe, e 1/3 para cada avó
paterno.
D)
Recebem a herança apenas os avôs paternos, porque são mais idosos que a mãe.
E)
Exercício 2:
A)
B)
C)
D)
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E)
Exercício 3:
A)
B)
C)
D)
E)
Recebe de herança 100% dos bens adquiridos a título oneroso durante a união
estável.
Exercício 4:
A)
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B)
C)
D)
E)
Não se pode clausular bens que serão herdados pelos colaterais sem justificativa.
Exercício 5:
A)
Cônjuge e convivente.
B)
Ascendentes.
C)
Descendentes.
D)
E)
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Exercício 6:
A)
B)
C)
D)
E)
Exercício 7:
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A)
B)
C)
D)
E)
Exercício 8:
III. A inalienabilidade não pode ser perpétua, não pode estender-se além da vida
do herdeiro.
São corretas:
A)
Somente I, II e IV.
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B)
Somente I, II e III.
C)
D)
Somente II e III.
E)
Todas as afirmativas.
Exercício 9:
II. A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
III. A sucessão se rege pela lei em vigor na data da morte do de cujus, apurando-
se, neste momento, quais são os legitimados para suceder.
É (são) correta(s):
A)
Somente I e II.
B)
Somente II e III.
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C)
Somente I e III.
D)
E)
Todas as proposições.
Exercício 10:
A)
B)
C)
D)
E)
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Exercício 11:
A)
filho.
B)
neto.
C)
pais.
D)
irmão.
E)
avós.
Exercício 12:
A)
B)
C)
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D)
E)
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