Tec6 0612
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caracterização socioeconômica1
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Malimiria Norico Otani
3
Adriana Renata Verdi
4
Carlos Eduardo Fredo
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Rejane Cecília Ramos
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1 - INTRODUÇÃO de vida e usos do solo urbanos, como os grandes
condomínios residenciais e de lazer, o comércio
O Estado de São Paulo é reconhecido de grandes redes etc.
principalmente pela sua expressiva produção Nesse processo de transformação, es-
agrícola em grandes extensões de terras. No tes espaços passam a ser denominados como
entanto, o território paulista é constituído também periurbanos e são passíveis de conflitos decor-
por parcela importante de produção agrícola em rentes dos diversos usos do solo. O poder eco-
pequenas áreas, que assumem importância não nômico dos empreendimentos imobiliários possi-
só econômica, mas também social, principalmen- bilita o seu avanço sobre as áreas das pequenas
te na esfera dos espaços municipais. Este é o propriedades agrícolas, com alguma complacên-
caso da fruticultura das áreas próximas às re- cia dos poderes municipais que têm o papel de
giões Metropolitanas de Campinas e São Paulo. ordenar a ocupação do solo (FLEURY, 2005,
Dada a peculiaridade de localização, esta ARRAES; VIEGAS, 2008).
região sofre com maior intensidade a pressão da Além da concorrência pelo espaço, a
expansão urbana e industrial, pois detém uma das expansão dos novos usos do solo também gera
mais avançadas infraestrutura logística do país. O disputa pela mão de obra. Os produtores agrícolas
circuito está localizado em uma região com rede de sofrem com a carência de trabalhadores especiali-
transporte privilegiada, servida pelas principais ro- zados, devido ao crescimento de novas atividades
dovias do Estado de São Paulo e do país, dentre emergentes, de outros setores da economia.
elas, a SP348-Rodovia dos Bandeirantes, SP330 Acresce-se, ainda, o contexto de crise
Rodovia Anhanguera e SP065 Rodovia Dom Pedro na rentabilidade dos produtos agrícolas com a
I. O circuito também está na área de influência do queda dos preços, de forma geral, que resulta na
Aeroporto Internacional de Viracopos, com grande redução da produtividade devido à falta de inves-
vocação cargueira, que está localizado a 14 quilô- timentos. Assim, a venda da terra torna-se a op-
metros de Campinas e a 99 quilômetros de São ção cada vez mais viável, principalmente com o
Paulo, tendo acesso pelas rodovias Santos Du- aumento crescente do preço da terra.
mont, Bandeirantes e Anhanguera, as quais tam- As melhores oportunidades e a redução
bém servem os municípios do circuito (Figura 1). de rentabilidade do produto agrícola levaram à
Nesse contexto, os espaços de produ- inserção de parte das gerações mais jovens de
ção agrícola, mantenedores de tradições culturais agricultores familiares ao mercado de trabalho
e de paisagens rurais, são compartilhados, de urbano. Eles participam das atividades na proprie-
forma cada vez mais intensa, com outros modos dade familiar somente nas horas vagas para auxi-
liar os mais velhos que persistem na lida agrícola
1
Registrado no CCTC, IE-24/2012. cotidiana. Nessas regiões, muitos deles procuram
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Socióloga, Mestre, Pesquisadora Científica do Instituto de alternativas para agregar valor ao produto gerado
Economia Agrícola (e-mail: [email protected]). na propriedade, para garantir a reprodução social
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Geógrafa, Doutora, Pesquisadora Científica do Instituto do grupo familiar (OTANI, 2010).
de Economia Agrícola (e-mail: [email protected]). Ao continuar na atividade agrícola,
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Engenheiro de Computação, Mestre, Pesquisador Cientí- estes produtores ainda prestam outro serviço,
fico do Instituto de Economia Agrícola (e-mail: cfredo@ muito valorizado em países europeus, apesar de
iea.sp.gov.br).
no Brasil ser muito comentado, pouco se valoriza
5
Engenheira Agrônoma, Pesquisadora Científica do Institu-
to de Economia Agrícola (e-mail: [email protected]).
efetivamente, que é a preservação do meio am- definido pelo Projeto Circuito das Frutas instituído
biente e da paisagem agrícola/rural, ou seja, a pelo Decreto Estadual n. 47.180, de 2 de outubro
preservação de qualidade de vida, principalmente de 2002, e atualmente é composto por dez muni-
dos municípios. cípios: Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu,
Apesar desse panorama desfavorável, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhe-
este espaço em ebulição também traz algumas do. A definição dos municípios componentes do
mudanças que podem, por outro lado, servir de circuito seguiu os critérios do Decreto e da Reso-
alento para os produtores agrícolas melhorarem lução Conjunta de 2004, estabelecidos entre as
a rentabilidade da sua atividade. Utilizar as facili- Secretaria de Estado da Agricultura e Abasteci-
dades de infraestrutura instalada na região, para mento e a da Ciência, Tecnologia, Desenvolvi-
potencializar novos negócios, e agora não só mento Econômico e Turismo. De acordo com a
para a exploração agrícola, mas também para o Resolução, a adesão deve respeitar os seguintes
turismo rural, com área de lazer, de preservação parâmetros: existência de plantio de frutas no
das tradições locais, do usufruto da paisagem município com comprovada relevância na produ-
rural e contribuir para consolidar a multifunciona- ção da agropecuária municipal; existência de
lidade e o desenvolvimento do espaço rural plantio de frutas com comprovada relevância no
(GALVÃO; VARETA, 2010). valor da produção estadual de frutas; e o municí-
Para melhor reconhecer este espaço, a pio deve ser limítrofe com os constantes do Pro-
proposta deste trabalho é realizar uma caracteri- jeto Circuito das Frutas.
zação socioeconômica dos municípios que com- A caracterização socioeconômica focará
põem o Circuito das Frutas, principalmente, é os seguintes aspectos e suas respectivas fontes
claro, no que se refere à fruticultura regional. de informação: Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados (SEADE, 2011), Fundo de Ex-
pansão do Agronegócio Paulista - O Banco do
2 - METODOLOGIA Agronegócio Familiar (FEAP/BANAGRO, 2005/06-
2011), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE,
O aglomerado frutícola em questão foi 2011a, 2011b), Levantamento Censitário de Uni-
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Otani, M. N. et al.
dades de Produção Agropecuária - Projeto LUPA de São Paulo. Segundo o relatório, a produção
(TORRES et al., 2009), informações estatísticas de uva já se desenvolvia em pequenas proprie-
do Instituto de Economia Agrícola (IEA, 2011) e dades agrícolas dedicadas exclusivamente à
valor da produção agrícola paulista (TSUNECHI- viticultura.
RO et al., 2011). Quanto às outras frutas, os colonos
Além dos dados secundários, este italianos iniciaram a produção do morango na
trabalho contou com informações de entrevistas década de 1930, enquanto o cultivo do pêssego
realizadas com representantes institucionais inse- começou em 1952 e a cultura da ameixeira em
ridos na Região do Circuito das Frutas. 1955. Assim, ao final da década de 1960, Jundiaí
já registrava 20.000 pés de pêssego de mesa,
6.000 pés de pêssego para indústria, 4.000 pés
3 - ORIGEM E ESTRUTURAÇÃO DO CIRCUI- de caqui, 18.000 pés de maçã, 5.000 pés de
TO DAS FRUTAS ameixa, 8.000.000 pés de uva de mesa e
600.000 pés de uva para vinho (INGLEZ DE
As crises econômicas do café do início SOUSA, 1970).
do século XX desmantelaram a estrutura fundiá- O desenvolvimento da fruticultura na
ria da região de Jundiaí, calcada na grande pro- Região de Jundiaí mereceu a instituição do Proje-
priedade monocultora. Inicia-se a fase de frag- to “Circuito das Frutas” pelo Decreto n. 47.180
mentação da propriedade e diversificação da (SÃO PAULO, 2002). Além disso, a mobilização
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agricultura regional. dos prefeitos de oito municípios da região, Indai-
Aos poucos, as economias dos colonos atuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira,
de café proporcionam a expansão da fruticultura Valinhos e Vinhedo, possibilitou a criação do
em pequenas propriedades. A fruticultura ganha Consórcio Intermunicipal do Polo Turístico Circui-
expressão paralelamente à emergência das chá- to das Frutas em 12 de dezembro de 2003. O
caras e sítios. Tais eventos transformam a fisio- objetivo principal desta articulação política entre
nomia da paisagem rural da região de Jundiaí os municípios é proporcionar a representação
(INGLEZ DE SOUSA, 1970, p. 35): jurídica comum e gerar ações coletivas voltadas
Socializa-se a posse da terra e uma nova riqueza para o desenvolvimento da fruticultura regional
rural, mais disseminada e coletiva, transmuda a mediante associação das atividades agroindus-
fisionomia de nossa estrutura agrária, na multipli- triais com o turismo.
cação da pequena casa de sítio, clara e limpa, Com a crescente mobilização do grupo,
aparecendo às centenas pelos vales e encostas, outros municípios pleiteiam a inclusão no Circuito
com seu pedaço de vinha, suas plantações de fi- e no Consórcio. A mais polêmica foi a demanda
go, pêra, maçã e outras frutas, suas criações pe- de Campinas que teve a solicitação negada pelos
quenas e seus diminutos rebanhos, sorrindo na membros do Consórcio, com a justificativa de que
paisagem campesina. o município já tem fortes características urbanas
As primeiras notícias sobre a fruticultu- e industriais, enquanto o objetivo do Consórcio é
ra em Jundiaí foram expressas no relatório da preservar a peculiaridade rural e agrícola (SOA-
Comissão Central de Estatística de 31 de de- RES, 2011).
zembro de 1887 (apud INGLEZ DE SOUSA, Apesar dos conflitos de interesses que
1970), encaminhado ao Presidente da Província afloram nessa organização, coordenada de forma
escalonada, via mandato, pelos prefeitos dos mu-
6
Levantamento Censitário de Unidades de Produção nicípios membros, houve inclusão de Morungaba
Agropecuária (Projeto LUPA) para o ano agrícola 2007/08, em 2004 e de Atibaia em 2007. Atualmente, o
realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento
(SAA), por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica
Circuito das Frutas é constituído por 10 municípios.
Integral (CATI) e do Instituto de Economia Agrícola (IEA) O projeto assume importância estratégi-
(TORRES et al., 2009). A unidade básica de levantamento é ca como política para o desenvolvimento da fruti-
a Unidade de Produção Agropecuária (UPA) que coincide,
na maioria das vezes, com o imóvel rural, entendido como cultura ligada às atividades de turismo rural na
o conjunto de propriedades contíguas e pertencentes ao
mesmo proprietário localizadas inteiramente dentro de um
7
mesmo município, com área total igual ou superiora 0,1 Originalmente, o Projeto Circuito das Frutas era formado
ha, não destinada exclusivamente para o lazer. por oito municípios.
TABELA 1 - Aspectos Demográficos no Circuito das Frutas, Estado de São Paulo, 2006
População Densidade demográfica Grau de urbanização
Município
(hab.) (hab./km²) (%)
Atibaia 128.089 267,9 91,0
Indaiatuba 207.959 669,6 99,0
Itatiba 103.577 321,2 84,4
Itupeva 47.117 235,0 86,9
Jarinu 24.593 118,4 77,3
Jundiaí 374.962 868,0 95,7
Louveira 38.726 699,7 96,2
Morungaba 11.955 81,6 85,4
Valinhos 109.533 737,5 95,2
Vinhedo 65.485 801,1 96,9
Fonte: SEADE (2011).
TABELA 5 - Participação Percentual dos Setores Econômicos sobre o Valor Adicionado, Circuito das
Frutas, 2008
Município Agropecuária Indústria Serviços
Atibaia 2,6 33,1 64,3
Indaiatuba 0,4 46,5 53,1
Itatiba 0,8 50,0 49,2
Itupeva 1,2 56,8 41,9
Jarinu 3,5 23,1 73,3
Jundiaí 0,2 34,0 65,8
Louveira 0,3 38,3 61,4
Morungaba 4,5 40,5 55,0
Valinhos 0,7 42,9 56,4
Vinhedo 0,2 39,3 60,5
Total 0,5 39,0 60,5
Estado de São Paulo 1,4 29,5 69,0
Fonte: SEADE (2011).
maior para o Circuito, os números são ainda O que pode se perceber, portanto, é a
menores. No Circuito são totalizados 548 postos necessidade de uma complementação para o
de trabalho com carteira assinada, sendo a uva e entendimento do mercado de trabalho, pois nú-
um mix de frutas (não captáveis na base de da- meros baixos informados pela RAIS significam
dos) as responsáveis pela geração de empregos principalmente a existência de trabalho informal
(Tabela 6). ou outras relações de trabalho não captadas
Esse tipo de análise permite identificar pelas estatísticas oficiais.
também que, por exemplo, Atibaia integrante do Estudos indicam que na região, as
circuito, é o município com a maior geração de propriedades agrícolas produtoras de frutas são
empregos, porém, em uma atividade não ligada em sua maioria conduzidas pelo trabalho predo-
ao circuito que é o cultivo de flores e plantas or- minante da própria família, devido à escassez de
namentais (1.582 postos de trabalho com carteira mão de obra qualificada e de trabalhadores dis-
assinada). postos a assumir a relação contratual de parceria
Para complementar essa caracteriza- ou arrendamento (VERDI, 2010; OTANI, 2010).
ção do emprego formal no Circuito observou-se Devido ao tamanho das áreas onde a
também a movimentação dos trabalhadores ao uva é cultivada, muitas propriedades são familia-
longo de um período por meio da base de infor- res, conduzidas única e exclusivamente pelo
mações CAGED. Essa movimentação de admis- proprietário e seus familiares, mas a utilização de
sões e demissões no setor permite, por exemplo, meeiros está presente em parte delas. Os meei-
identificar a sazonalidade do emprego. ros constituem elementos representativos da tra-
Ao que tudo indica, não há padrão dição da vitivinicultura regional. Na década de
visível de sazonalidade, onde o fluxo de admis- 1950, Inglêz de Sousa já reconhecia a meação
sões ocorre simultaneamente com o de demis- como o contrato de trabalho predominante na
sões, porém há uma intensificação de contrata- viticultura regional, característica que resistiu ao
ções entre março e setembro, com poucas de- tempo, sendo mantida até os dias atuais. Segun-
missões no mês de novembro, o que causa es- do o autor, tanto a formação como o custeio de
tranheza por ser o período que se inicia a colheita um vinhedo podem ser diretamente geridos pela
da uva em municípios como Jundiaí, Itupeva, administração do proprietário, como podem ser
Louveira, etc. (Figura 2). entregues a terceiros, quer por empreitada, quer
A faixa no número de admissões indica por contrato de meação ou parceria.
para o período que ocorra entre 100 e 250, mas A participação dos proprietários em
novamente, movimentação principalmente feita Jarinu é de 48,6% na ocupação de mão de obra
no município de Atibaia por conta das flores. pela viticultura e de 30,13% em Jundiaí. A parce-
300
250
200
número
150
100
50
Admitidos Desligados
Figura 2 - Movimentação dos Postos de Trabalho, Circuito das Frutas, Estado de São Paulo, Janeiro de 2007 a Novembro de 2011.
Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados do CAGED (MTE, 2011b).
TABELA 7 - Valor da Produção das Principais Frutas no EDR de Campinas, Estado de São Paulo, 2009
EDR Campinas Estado de São Paulo EDR/Estado
Fruta Unidade
(R$ milhão) (R$ milhão) (%)
Uva comum cx. 6kg 131,2 381,3 34,5
Figo engr. 1,6kg 40,6 42,7 95,1
Goiaba cx. 3,5kg 30,7 73,7 41,6
Caqui cx. 26kg 27,1 157,0 17,3
Pêssego cx. 3,5kg 16,7 49,1 33,8
Morango cx. 4kg 15,2 75,7 20,1
Total 261,7 779,5 34,5
Fonte: Elaborada pelos autores com base em Tsunechiro et al. (2011).
TABELA 9 - Área e Total de Unidades de Produção Agropecuária (UPA) no Circuito das Frutas, 2007/08
UPA Área
Fruta
n. % ha %
Caqui 337 13,4 576 8,7
Figo da europa 111 4,4 346,7 5,3
Goiaba 260 10,4 463,4 7,0
Morango 168 6,7 392,7 5,9
Pessego 253 10,1 477,7 7,2
Uva fina 32 1,3 80,3 1,2
Uva rústica 1350 53,8 4.267,0 64,6
Total 2511 100,0 6.603,8 100,0
Fonte: Torres et al. (2009).
43,2% da área e 40,8% das propriedades do do seguro rural ciclo agrícola 2003/04, foram
Circuito das Frutas. O município também se des- concedidas quatro subvenções, das quais três
taca em número de UPAs com cultivo do caqui para produtores de uva para mesa do município
(27%), do pêssego (22,1%) e do morango de Jundiaí (RAMOS, 2007).
(20,8%) (TORRES et al., 2009). No ciclo agrícola 2005/06, do total das
Valinhos, por sua vez, monopoliza o apólices emitidas no EDR de Campinas, 88,2%
cultivo da goiaba e do figo Europa. De acordo foram de produtores dos municípios estudados,
com dados do LUPA 2007/08 (TORRES et al., destacando-se a uva de mesa com 276 apólices
2009), a goiaba do município está presente em e novamente destacaram-se os municípios de
82,23% das unidades produtivas e 88,6% da Jundiaí e de Indaiatuba, com 32,2% e 28,6%
área do Circuito das Frutas, enquanto o cultivo respectivamente (Tabela 12). No ciclo agrícola
do figo detém 68,4% da área e 82,0% das uni- 2006/07, 93,4% das apólices deste EDR foram
dades produtivas da região. para estes municípios, também com destaque
para a uva de mesa, com 580 apólices, ficando
29,8% com o município de Jundiaí, 24,8% para
6 - POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRODU- Indaiatuba e 18,4% para Louveira.
ÇÃO: seguro rural no circuito das frutas Já no ciclo agrícola 2007/08, 90,1% do
total das apólices emitidas no EDR de Campinas
O governo de São Paulo, tendo como foram para os municípios estudados e das 787
uma de suas prioridades para a agricultura o apólices para uva de mesa, 28,3% foram para
seguro rural, que é um dos mais importantes Indaiatuba, 27,4% para Jundiaí, 17,3% para Lou-
instrumentos de política agrícola, instituiu o Proje- veira e 12,3% para Itupeva.
to Estadual de Subvenção ao Prêmio do Seguro Em 2008, o FEAP/BANAGRO passou
Rural, por meio do Fundo de Expansão do Agro- a controlar as concessões não mais pelo ano
negócio Paulista - O Banco do Agronegócio Fa- agrícola, mas pelo ano civil, para acompanhar a
miliar (FEAP/BANAGRO), vinculado à Secretaria forma do governo federal, aprimorando assim o
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São controle das concessões, pois o produtor paulista
Paulo. Seu objetivo é garantir ao produtor segu- se beneficia tanto da subvenção federal como da
rado cobertura das perdas das culturas ocasio- estadual ao prêmio do seguro rural.
nadas por fenômenos naturais adversos; propor- Como pode se observar à medida que
cionar aos produtores e suas famílias maior esta- o produtor se beneficia das vantagens de ter o
bilidade de renda e universalizar o seguro agríco- seguro rural, como instrumento de proteção à sua
la. produção, há uma maior adesão, pois a frequên-
Dessa forma, já no primeiro ano de cia de granizo nesta região tem sido relevante.
implantação do projeto de subvenção ao prêmio Neste semestre foram emitidas 7.710 apólices
3.000
2.500
2.000
número
1.500
1.000
500
0
2005/2006
2005/06 2006/2007
2006/07 2007/08
2007/2008 2ºsem. 2008 2009 2010 2011
Figura 3 - Evolução do Número de Apólices de Seguro Rural no Circuito das Frutas, Estado de São Paulo, 2005/06 a 2011.
Fonte: Elaborada pelos autores segundo FEAP/BANAGRO (2005/06-2011).
LITERATURA CITADA
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RESUMO: Este trabalho tem como objetivo realizar uma caracterização socioeconômica dos
municípios que compõem o Circuito das Frutas, para pesquisar a importância da fruticultura para o setor
agrícola municipal e regional. Para obter este perfil, organizaram-se os dados secundários disponíveis e
dispersos em várias fontes de informação. Estes dados possibilitaram mostrar a relevância das frutas na
produção agrícola dos municípios e, portanto, o forte potencial desta política pública, Circuito das Frutas,
para o desenvolvimento do setor .