Exercício Profissional Odonto - Farm2

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União das Faculdades do Mato Grosso - UNIFAMA

Lucas do Rio Verde

EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Enf. Laísa Karine da Silva

2023
• Toda lei do exercício profissional, de uma forma geral, atende
necessidades elementares da institucionalização de uma profissão, a
delimitação de seu campo de trabalho e a definição jurídica de sua
identidade profissional.
TRABALHO EM SAÚDE

• O TRABALHO EM SAÚDE É COLETIVO, POIS TEM FINALIDADE EM COMUM A DIVERSOS


TRABALHADORES DA SAÚDE. NÃO HÁ UMA FINALIDADE ESPECÍFICA PARA CADA PROFISSIONAL
E SIM UMA FINALIDADE EM COMUM QUE É CURAR E PREVENIR AS DOENÇAS. ESTA FINALIDADE
SÓ SERÁ ATINGIDA SE O TRABALHO FOR DESENVOLVIDO EM EQUIPE.
PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE

• VISÃO HEGEMÔNICA DA MEDICINA MODERNA, ONDE O MÉDICO É O PRINCIPAL


PROFISSIONAL DA ÁREA DA SAÚDE E OS OUTROS PROFISSIONAIS GRAVITAM EM TORNO DELE
PARA MELHOR POSSIBILITAR A CURA E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS.
Ética Profissional

Regra Moral  REGRA LEGAL

baseia-se em convicções  APLICAÇÃO COMPULSÓRIA


próprias  VALIDADE RESTRITA AO ESTADO
abrangência universal  CURTO PRAZO
longo prazo
 PRÁTICA
ideal
INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO
I - NOÇÕES BÁSICAS DO DIREITO

1) CONCEITO.

DIREITO: (LATIM) DIRECTUM


AQUILO QUE É RETO.

NUM SENTIDO FIGURADO, DIREITO PASSOU SER SINÔNIMO :


DE REGRA, DE NORMA, DE LEI.
Leis físicas indicam aquilo que, na natureza,
necessariamente é.

Leis jurídicas indicam apenas aquilo que na


sociedade deve ser.

Direito é a ciência do deve ser.


A sociedade é o berço do Direito:
Onde está o homem, está o Direito.
DIREITO POSITIVO/OBJETIVO :

“É o conjunto de normas de conduta e de organização


que consagradas pelo Estado, se impõem coativamente,
visando a disciplina da convivência social”.

"Direito é a regra de conduta, com força coativa".

Característica : COAÇÃO
HIERARQUIA DAS LEIS:
PIRÂMIDE
KELSENIANA
PROCESSO LEGISLATIVO:
É o conjunto de regras que informa a elaboração da
lei.

EMENDAS À CONSTITUIÇÃO:
_ São leis constitucionais que modificam parcialmente
a Constituição.
_ Discussão e votação: em cada Casa do Congresso,
em 2 turnos .
_ Aprovação: precisa de 3/5 dos votos dos respectivos
membros.
VIGÊNCIA DA LEI:

• CONHECIMENTO PÚBLICO: PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL.


• COSTUMAM INDICAR A DATA EM QUE ENTRARÃO EM
VIGOR
• CASO CONTRÁRIO, ENTRARÃO EM VIGOR 45 DIAS APÓS
PUBLICAÇÃO.
3) ATOS JURÍDICOS:-

“São manifestações da vontade produzindo efeitos


que o DIREITO regulamenta”.

Classificação : Quanto à natureza:


_ Unilaterais e Bilaterais
_ Lícitos e Ilícitos
3) ATOS JURÍDICOS:

ATO ILÍCITO: (Cód. Civil ) “É todo ato que por ação


ou omissão voluntária, negligência ou imprudência
violar o Direito ou causar prejuízos a outrem”.
DOLO : “Quando tem pleno conhecimento do mal e
o propósito consciente de o praticar”.

CULPA: “Imprevisão do previsível”.


LEGISLAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
ODONTOLOGIA
LEI Nº 5.081, DE 24 DE AGOSTO DE 1966
Regulação do exercício da Odontologia
Art. 1º. O Código de Ética Odontológica regula os direitos e deveres do cirurgião-dentista, profissionais
técnicos e auxiliares, e pessoas jurídicas que exerçam atividades na área da Odontologia, em âmbito
público e/ou privado, com a obrigação de inscrição nos Conselhos de Odontologia, segundo suas
atribuições específicas.

Art. 2º. A Odontologia é uma profissão que se exerce em benefício da saúde do ser humano, da coletividade
e do meio ambiente, sem discriminação de qualquer forma ou pretexto.

Art. 3º. O objetivo de toda a atenção odontológica é a saúde do ser humano. Caberá aos profissionais da
Odontologia, como integrantes da equipe de saúde, dirigir ações que visem satisfazer as necessidades de
saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam
a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência à saúde, preservação da
autonomia dos indivíduos, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-
administrativa dos serviços de saúde.

Art. 4º. A natureza personalíssima da relação paciente/profissional na atividade odontológica visa


demonstrar e reafirmar, através do cumprimento dos pressupostos estabelecidos por este Código de Ética, a
peculiaridade que reveste a prestação de tais serviços, diversos, portanto, das demais prestações,
bem como de atividade mercantil.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Art. 5º. Constituem direitos fundamentais dos profissionais inscritos, segundo suas
atribuições específicas:
I - diagnosticar, planejar e executar tratamentos, com liberdade de convicção, nos limites de
suas atribuições, observados o estado atual da Ciência e sua dignidade profissional;
II - guardar sigilo a respeito das informações adquiridas no desempenho de suas funções;
III - contratar serviços de outros profissionais da Odontologia, por escrito, de acordo com os
preceitos deste Código e demais legislações em vigor;
IV - recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições de
trabalho não sejam dignas, seguras e salubres;
V - renunciar ao atendimento do paciente, durante o tratamento, quando da constatação de
fatos que, a critério do profissional, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o
pleno desempenho profissional. Nestes casos tem o profissional o dever de comunicar
previamente, por escrito, ao paciente ou seu responsável legal, fornecendo ao cirurgião-
dentista que lhe suceder todas as informações necessárias para a continuidade do
tratamento;
VI - recusar qualquer disposição estatutária, regimental, de instituição pública ou privada,
que limite a escolha dos meios a serem postos em prática para o estabelecimento do
diagnóstico e para a execução do tratamento, bem como recusar-se a executar atividades
que não sejam de sua competência legal; e,
VII - decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e capacidade
profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente ou periciado, evitando que o acúmulo de
encargos, consultas, perícias ou outras avaliações venham prejudicar o exercício pleno da
Odontologia.

Art. 6º. Constitui direito fundamental das categorias técnicas e auxiliares recusarem-se a executar
atividades que não sejam de sua competência técnica, ética e legal, ainda que sob supervisão do
cirurgião dentista.

Art. 7º. Constituem direitos fundamentais dos técnicos em saúde bucal e auxiliares em saúde
bucal:
I - executar, sob a supervisão do cirurgião-dentista, os procedimentos constantes na Lei nº
11.889/2008 e nas Resoluções do Conselho Federal;
II - resguardar o segredo profissional; e,
III - recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições de trabalho
não sejam dignas, seguras e salubres.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS

Art. 8º. A fim de garantir a fiel aplicação deste Código, o cirurgião dentista, os profissionais técnicos e
auxiliares, e as pessoas jurídicas, que exerçam atividades no âmbito da Odontologia, devem cumprir e
fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profissão, e com discrição e fundamento, comunicar ao
Conselho Regional fatos de que tenham conhecimento e caracterizem possível infringência do presente
Código e das normas que regulam o exercício da Odontologia.

Art. 9º. Constituem deveres fundamentais dos inscritos e sua violação caracteriza infração ética:
I - manter regularizadas suas obrigações financeiras junto ao Conselho Regional;
II - manter seus dados cadastrais atualizados junto ao Conselho Regional;
III - zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Odontologia e pelo prestígio e bom conceito da
Profissão;
IV - assegurar as condições adequadas para o desempenho ético-profissional da Odontologia, quando
investido em função de direção ou responsável técnico;
V - exercer a profissão mantendo comportamento digno;
VI - manter atualizados os conhecimentos profissionais, técnico-científicos e culturais, necessários
ao pleno desempenho do exercício profissional;
VII - zelar pela saúde e pela dignidade do paciente; VIII - resguardar o sigilo profissional;
IX - promover a saúde coletiva no desempenho de suas funções, cargos e cidadania,
independentemente de exercer a profissão no setor público ou privado;
X - elaborar e manter atualizados os prontuários na forma das normas em vigor, incluindo os
prontuários digitais;
XI - apontar falhas nos regulamentos e nas normas das instituições em que trabalhe, quando as
julgar indignas para o exercício da profissão ou prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se, nesses
casos, aos órgãos competentes;
XII - propugnar pela harmonia na classe;
XIII - abster-se da prática de atos que impliquem mercantilização da Odontologia ou sua má
Conceituação;
XIV - assumir responsabilidade pelos atos praticados, ainda que estes tenham sido solicitados ou
consentidos pelo paciente ou seu responsável;
XV - resguardar sempre a privacidade do paciente;
XVI - não manter vínculo com entidade, empresas ou outros desígnios que os caracterizem como
empregado, credenciado ou cooperado quando as mesmas se encontrarem em situação ilegal,
irregular ou inidônea;
XVII - comunicar aos Conselhos Regionais sobre atividades que caracterizem o exercício ilegal
da Odontologia e que sejam de seu conhecimento;
XVIII - encaminhar o material ao laboratório de prótese dentária devidamente acompanhado de
ficha específica assinada; e,
XIX - registrar os procedimentos técnico-laboratoriais efetuados, mantendo-os em arquivo
próprio, quando técnico em prótese dentária.
CAPÍTULO V
DO RELACIONAMENTO

SEÇÃO I
COM O PACIENTE

Art. 11. Constitui infração ética:


I - discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto;
II - aproveitar-se de situações decorrentes da relação profissional/ paciente para obter vantagem
física, emocional, financeira ou política;
III - exagerar em diagnóstico, prognóstico ou terapêutica;
IV - deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custos e alternativas do
tratamento;
V - executar ou propor tratamento desnecessário ou para o qual não esteja capacitado;
VI - abandonar paciente, salvo por motivo justificável, circunstância em que serão conciliados os
honorários e que deverá ser informado ao paciente ou ao seu responsável legal de necessidade da
continuidade do tratamento;
VII - deixar de atender paciente que procure cuidados profissionais em caso de urgência, quando
não haja outro cirurgião-dentista em condições de fazê-lo;
VIII - desrespeitar ou permitir que seja desrespeitado o paciente;
IX - adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva comprovação científica;
X - iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento prévio do
paciente ou do seu responsável legal, exceto em casos de urgência ou emergência;
XI - delegar a profissionais técnicos ou auxiliares atos ou atribuições exclusivas da profissão de
cirurgião dentista;
XII - opor-se a prestar esclarecimentos e/ou fornecer relatórios sobre diagnósticos e terapêuticas,
realizados no paciente, quando solicitados pelo mesmo, por seu representante legal ou nas formas
previstas em lei;
XIII - executar procedimentos como técnico em prótese dentária, técnico em saúde bucal, auxiliar
em saúde bucal e auxiliar em prótese dentária, além daqueles discriminados na Lei que
regulamenta a profissão e nas resoluções do Conselho Federal; e,
XIV - propor ou executar tratamento fora do âmbito da Odontologia.
SEÇÃO II
COM A EQUIPE DE SAÚDE

Art. 12. No relacionamento entre os inscritos, sejam pessoas físicas ou jurídicas, serão
mantidos o respeito, a lealdade e a colaboração técnico científica.

Art. 13. Constitui infração ética:


I - agenciar, aliciar ou desviar paciente de colega, de instituição pública ou privada;
II - assumir emprego ou função sucedendo o profissional demitido ou afastado em represália
por atitude de defesa de movimento legítimo da categoria ou da aplicação deste Código;
III - praticar ou permitir que se pratique concorrência desleal;
IV - ser conivente em erros técnicos ou infrações éticas, ou com o exercício irregular ou ilegal
da Odontologia;
V - negar, injustificadamente, colaboração técnica de emergência ou serviços profissionais a
colega;
VI - criticar erro técnico-científico de colega ausente, salvo por meio de representação ao
Conselho Regional;
VII - explorar colega nas relações de emprego ou quando compartilhar honorários; descumprir
ou desrespeitar a legislação pertinente no tocante às relações de trabalho entre os
componentes da equipe de saúde;
VIII - ceder consultório ou laboratório, sem a observância da legislação pertinente; e,
IX - delegar funções e competências a profissionais não habilitados e/ou utilizar-se de serviços
prestados por profissionais e/ou empresas não habilitados legalmente ou não regularmente
inscritos no Conselho Regional de sua jurisdição.
CAPÍTULO VII
DOS DOCUMENTOS ODONTOLÓGICOS

Art. 14. Constitui infração ética:


I - revelar, sem justa causa, fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão do exercício de sua
profissão;
II - negligenciar na orientação de seus colaboradores quanto ao sigilo profissional; e,
III - fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir paciente, sua imagem ou qualquer outro
elemento que o identifique, em qualquer meio de comunicação ou sob qualquer pretexto, salvo se o
cirurgião-dentista estiver no exercício da docência ou em publicações científicas, nos quais, a
autorização do paciente ou seu responsável legal, lhe permite a exibição da imagem ou prontuários
com finalidade didático-acadêmicas.
Parágrafo Único. Compreende-se como justa causa, principalmente:
I - notificação compulsória de doença;
II - colaboração com a justiça nos casos previstos em lei;
III - perícia odontológica nos seus exatos limites;
IV - estrita defesa de interesse legítimo dos profissionais inscritos; e,
V - revelação de fato sigiloso ao responsável pelo incapaz.

Art. 15. Não constitui quebra de sigilo profissional a declinação do tratamento empreendido, na
cobrança judicial de honorários profissionais.

Art. 16. Não constitui, também, quebra do sigilo profissional a comunicação ao Conselho
Regional e às autoridades sanitárias as condições de trabalho indignas, inseguras e insalubres.
CAPÍTULO VIII
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

Art. 19. Na fixação dos honorários profissionais, serão considerados:


I - condição sócio-econômica do paciente e da comunidade;
II - o conceito do profissional;
III - o costume do lugar;
IV - a complexidade do caso;
V - o tempo utilizado no atendimento;
VI - o caráter de permanência, temporariedade ou eventualidade do trabalho;
VII - circunstância em que tenha sido prestado o tratamento;
VIII - a cooperação do paciente durante o tratamento;
IX - o custo operacional; e,
X - a liberdade para arbitrar seus honorários, sendo vedado o aviltamento profissional.
Parágrafo Único. O profissional deve arbitrar o valor da consulta e dos procedimentos
odontológicos, respeitando as disposições deste Código e comunicando previamente ao
paciente os custos dos honorários profissionais.

Art. 20. Constitui infração ética:


I - oferecer serviços gratuitos a quem possa remunerá-los adequadamente;
II - oferecer seus serviços profissionais como prêmio em concurso de qualquer natureza;
III - receber ou dar gratificação por encaminhamento de paciente;
IV - instituir cobrança através de procedimento mercantilista;
V - abusar da confiança do paciente submetendo-o a tratamento de custo inesperado;
VI - receber ou cobrar remuneração adicional de paciente atendido em instituição pública, ou
sob convênio ou contrato;
VII - agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, paciente de instituição pública ou privada
para clínica particular;
VIII - permitir o oferecimento, ainda que de forma indireta, de seus serviços, através de outros
meios como forma de brinde, premiação ou descontos;
IX - divulgar ou oferecer consultas e diagnósticos gratuitos ou sem compromisso; e,
X - a participação de cirurgião-dentista e entidades prestadoras de serviços odontológicos em
cartão de descontos, caderno de descontos, “gift card” ou “vale presente” e demais atividades
mercantilistas.
Art. 21. O cirurgião-dentista deve evitar o aviltamento ou submeter-se a tal situação, inclusive por
parte de convênios e credenciamentos, de valores dos serviços profissionais fixados de forma
irrisória ou inferior aos valores referenciais para procedimentos odontológicos.
FARMÁCIA

O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DA SAÚDE, CUMPRINDO-LHE


EXECUTAR TODAS AS ATIVIDADES INERENTES AO ÂMBITO PROFISSIONAL
FARMACÊUTICO, DE MODO A CONTRIBUIR PARA A SALVAGUARDA DA
SAÚDE E, AINDA, TODAS AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO DIRIGIDAS À
COLETIVIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE.
Art. 1º - O exercício da profissão farmacêutica tem dimensões de valores éticos e morais que
são reguladas por este Código, além de atos regulatórios e diplomas legais vigentes, cuja
transgressão poderá resultar em sanções disciplinares por parte do Conselho Regional de
Farmácia (CRF), após apuração de sua Comissão de Ética, observado o direito ao devido
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, independentemente das demais
penalidades estabelecidas pela legislação em vigor no país.

Art. 2º - O farmacêutico atuará com respeito à vida humana, ao meio ambiente e à liberdade
de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos e garantias fundamentais
previstos na Constituição Federal.

Art. 3º - A dimensão ética farmacêutica é determinada em todos os seus atos, sem qualquer
discriminação, pelo benefício ao ser humano, ao meio ambiente e pela responsabilidade
social.

Art. 4º - O farmacêutico responde individual ou solidariamente, ainda que por omissão, pelos
atos que praticar, autorizar ou delegar no exercício da profissão.
Art. 6º - O farmacêutico deve zelar pelo desempenho ético, mantendo o prestígio e o elevado
conceito de sua profissão.

Art. 7º - O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e científicos


para aprimorar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade profissional.

Art. 8º - A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância, não pode ser exercida sobrepondo-
se à promoção, prevenção e recuperação da saúde e com fins meramente comerciais.

Art. 9º - O trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autonomia técnica e sem a
inadequada interferência de terceiros, tampouco com objetivo meramente de lucro, finalidade
política, religiosa ou outra forma de exploração em desfavor da sociedade.

Art. 10 - O farmacêutico deve cumprir as disposições legais e regulamentares que regem a


prática profissional no país, sob pena de aplicação de sanções disciplinares e éticas regidas por
este regulamento.
CAPÍTULO II - Dos Direitos

Art. 11 – É direito do farmacêutico:


I - exercer a sua profissão sem qualquer discriminação, seja por motivo de religião, etnia, orientação
sexual, raça, nacionalidade, idade, condição social, opinião política, deficiência ou de qualquer outra
natureza vedada por lei;
II - interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a segurança e a eficácia da
terapêutica, observado o uso racional de medicamentos;
III - exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação sanitária vigente, em especial quanto
à legibilidade da prescrição;
IV - recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada sem condições dignas de trabalho
ou que possam prejudicar o usuário, com direito a representação às autoridades sanitárias e
profissionais;
V - opor-se a exercer a profissão ou suspender a sua atividade em instituição pública ou privada sem
remuneração ou condições dignas de trabalho, ressalvadas as situações de urgência ou emergência,
devendo comunicá-las imediatamente às autoridades sanitárias e profissionais;
VI - negar-se a realizar atos farmacêuticos que sejam contrários aos ditames da ciência, da
ética e da técnica, comunicando o fato, quando for o caso, ao usuário, a outros profissionais
envolvidos e ao respectivo Conselho Regional de Farmácia;
VII - ser fiscalizado no âmbito profissional e sanitário, obrigatoriamente por farmacêutico;
VIII - exercer sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que
contrariem os ditames da legislação vigente;
IX - ser valorizado e respeitado no exercício da profissão, independentemente da função que
exerce ou cargo que ocupe;
X - ter acesso a todas as informações técnicas relacionadas ao seu local de trabalho e ao pleno
exercício da profissão;
XI - decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer prescrição, bem como
fornecer as informações solicitadas pelo usuário;
XII - não ser limitado, por disposição estatutária ou regimental de estabelecimento
farmacêutico, tampouco de instituição pública ou privada, na escolha dos meios cientificamente
reconhecidos a serem utilizados no exercício da sua profissão.
CAPÍTULO III - Dos Deveres
Art. 12 - O farmacêutico, durante o tempo em que permanecer inscrito em um Conselho Regional
de Farmácia, independentemente de estar ou não no exercício efetivo da profissão, deve:
I - comunicar ao Conselho Regional de Farmácia e às demais autoridades competentes os fatos
que caracterizem infringência a este Código e às normas que regulam o exercício das atividades
farmacêuticas;
II - dispor seus serviços profissionais às autoridades constituídas, ainda que sem remuneração ou
qualquer outra vantagem pessoal, em caso de conflito social interno, catástrofe ou epidemia;
III - exercer a profissão farmacêutica respeitando os atos, as diretrizes, as normas técnicas e a
legislação vigentes;
IV - respeitar o direito de decisão do usuário sobre seu tratamento, sua própria saúde e bem-estar,
excetuando-se aquele que, mediante laudo médico ou determinação judicial, for considerado
incapaz de discernir sobre opções de tratamento ou decidir sobre sua própria saúde e bem-estar;
V - comunicar ao Conselho Regional de Farmácia e às demais autoridades competentes a recusa
em se submeter à prática de atividade contrária à lei ou regulamento, bem como a desvinculação
do cargo, função ou emprego, motivadas pela necessidade de preservar os legítimos interesses da
profissão e da saúde;
VI - guardar sigilo de fatos e informações de que tenha conhecimento no exercício
da profissão, excetuando-se os casos amparados pela legislação vigente, cujo dever legal
exija comunicação, denúncia ou relato a quem de direito;
VII - respeitar a vida, jamais cooperando com atos que intencionalmente atentem
contra ela ou que coloquem em risco a integridade do ser humano ou da coletividade;
VIII - assumir, com responsabilidade social, ética, sanitária, ambiental e educativa, sua
função na determinação de padrões desejáveis em todo o âmbito profissional;
IX - contribuir para a promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva,
sobretudo quando, nessa área, ocupar cargo ou desempenhar função pública;
X - garantir ao usuário o acesso à informação independente sobre as práticas
terapêuticas oficialmente reconhecidas no país, de modo a possibilitar a sua livre escolha;
XI - selecionar e supervisionar, nos limites da lei, os colaboradores para atuarem no auxílio ao
exercício das suas atividades;
XII - denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de agressão ao meio ambiente e
riscos inerentes ao trabalho, que sejam prejudiciais à saúde e à vida;
XIII - comunicar ao Conselho Regional de Farmácia, em 5 (cinco) dias, o encerramento de seu
vínculo profissional de qualquer natureza, independentemente de retenção de documentos pelo
empregador;
XIV - recusar o recebimento de mercadorias ou produtos sem rastreabilidade de sua origem, sem
nota fiscal ou em desacordo com a legislação vigente;
XV - basear suas relações com os demais profissionais, farmacêuticos ou não, na urbanidade, no
respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada um;
XVI - respeitar as normas éticas nacionais vigentes, bem como proteger a vulnerabilidade dos
envolvidos, ao participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou animais.
Art. 13 - O farmacêutico deve comunicar previamente ao Conselho Regional de Farmácia, por
escrito, o afastamento temporário das atividades profissionais pelas quais detém
responsabilidade técnica, quando não houver outro farmacêutico que, legalmente, o substitua.

§ 1º - Na hipótese de afastamento por motivo de doença, acidente pessoal, óbito familiar ou por
outro imprevisível, que requeira avaliação pelo Conselho Regional de Farmácia, a comunicação
formal e documentada deverá ocorrer em 5 (cinco) dias úteis após o fato.

§ 2º - Quando o afastamento ocorrer por motivo de férias, congressos, cursos de


aperfeiçoamento, atividades administrativas ou outras previamente agendadas, a comunicação
ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrer com antecedência mínima de 48 (quarenta e
oito) horas.
CAPÍTULO IV - Das Proibições

Art. 14 - É proibido ao farmacêutico:


I - participar de qualquer tipo de experiência com fins bélicos, raciais ou eugênicos, bem como de
pesquisa não aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CEP/CONEP) ou Comissão de Ética no Uso de Animais;
II - exercer simultaneamente a Medicina;
III - exercer atividade farmacêutica com fundamento em procedimento não reconhecido pelo CFF;
IV - praticar ato profissional que cause dano material, físico, moral ou psicológico, que possa ser
caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência;
V - deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o qual mantém vínculo
profissional, ou permitir a utilização do seu nome por qualquer estabelecimento ou instituição onde
não exerça pessoal e efetivamente sua função;
VI - realizar ou participar de atos fraudulentos em qualquer área da profissão farmacêutica;
VII - fornecer meio, instrumento, substância ou conhecimento para induzir à prática, ou dela
participar, de tortura, eutanásia, aborto ilegal, toxicomania ou de quaisquer outras formas de
procedimento degradante ou cruel em relação ao ser humano e aos animais;
VIII - produzir, fornecer, dispensar ou permitir que sejam dispensados meio, instrumento,
substância, conhecimento, medicamento, fórmula magistral ou especialidade farmacêutica,
fracionada ou não, que não inclua a identificação clara e precisa sobre a(s) substância(s) ativa(s)
nela contida(s), bem como suas respectivas quantidades, contrariando as normas legais e
técnicas, excetuando-se a dispensação hospitalar interna, em que poderá haver a codificação do
medicamento que for fracionado sem, contudo, omitir o seu nome ou fórmula;
IX – obstar ou dificultar a ação fiscalizadora ou desacatar as autoridades sanitárias ou
profissionais, quando no exercício das suas funções;
X - aceitar remuneração abaixo do estabelecido como o piso salarial oriundo de acordo,
convenção coletiva ou dissídio da categoria;
XI - declarar possuir títulos científicos ou especialização que não possa comprovar, nos termos
da lei;
XII - aceitar ser perito, auditor ou relator de qualquer processo ou procedimento, quando houver
interesse, envolvimento pessoal ou institucional;
XIII - permitir interferência nos resultados apresentados como perito ou auditor;
XIV - exercer a profissão farmacêutica quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
XV - extrair, produzir, fabricar, transformar, beneficiar, preparar, distribuir, transportar, manipular,
purificar, fracionar, importar, exportar, embalar, reembalar, manter em depósito, expor,
comercializar, dispensar ou entregar ao consumo medicamento, produto sujeito ao controle
sanitário, ou substância, em contrariedade à legislação vigente, ou permitir que tais práticas sejam
realizadas;
XVI - exercer a profissão em estabelecimento não registrado, cadastrado e licenciado nos órgãos
de fiscalização sanitária, do exercício profissional, na Junta Comercial e na Secretaria de Fazenda
da localidade de seu funcionamento
XVII - aceitar a interferência de leigos em seus trabalhos e em suas decisões de natureza
profissional;
XVIII - delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão farmacêutica;
XIX - omitir-se ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Farmácia ou com profissionais
ou instituições que pratiquem atos ilícitos relacionados à atividade farmacêutica, em qualquer das
suas áreas de abrangência;
XX - assinar trabalho realizado por outrem, alheio à sua execução, orientação, supervisão ou
fiscalização ou, ainda, assumir responsabilidade por ato farmacêutico que não praticou ou do qual
não participou;
XXI - prevalecer-se de cargo de chefia ou empregador para desrespeitar a dignidade de
subordinados;
XXII - pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função exercidos por
outro farmacêutico, bem como praticar atos de concorrência desleal;
XXIII - fornecer, dispensar ou permitir que sejam dispensados, sob qualquer forma, substância,
medicamento ou fármaco para uso diverso da indicação para a qual foi licenciado, salvo quando
baseado em evidência ou mediante entendimento formal com o prescritor;
XXIV - exercer atividade no âmbito da profissão farmacêutica em interação com outras
profissões, concedendo vantagem ou não aos demais profissionais habilitados para
direcionamento de usuário, visando ao interesse econômico e ferindo o direito deste de escolher
livremente o serviço e o profissional;
XXV - receber remuneração por serviços que não tenha efetivamente prestado;
XXVI - coordenar, supervisionar, assessorar ou exercer a fiscalização sanitária ou profissional
quando for sócio ou acionista de qualquer categoria, ou interessado por qualquer forma, bem
como prestar serviços a empresa ou estabelecimento que forneça drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos, laboratórios, distribuidoras ou indústrias, com ou sem
vínculo empregatício;
XXVII - submeter-se a fins meramente mercantilistas que venham a comprometer o seu
desempenho técnico, em prejuízo da sua atividade profissional;
XXVIII - deixar de obter de participante de pesquisa ou de seu representante legal o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para sua realização envolvendo seres humanos, após
as devidas explicações sobre a sua natureza e as suas consequências;
XXIX - utilizar-se de conhecimentos da profissão com a finalidade de cometer ou favorecer atos
ilícitos de qualquer espécie;
XXX - fazer uso de documento, atestado, certidão ou declaração falsos ou alterados;
XXXI - permitir que terceiros tenham acesso a senhas pessoais, sigilosas e intransferíveis,
utilizadas em sistemas informatizados e inerentes à sua atividade profissional;
XXXII - exercer interação com outros estabelecimentos, farmacêuticos ou não, de forma a
viabilizar a realização de prática vedada em lei ou regulamento;
XXXIII - assinar laudo ou qualquer outro documento farmacêutico em branco, de forma a
possibilitar, ainda que por negligência, o uso indevido do seu nome ou atividade profissional;
XXXIV - intitular-se responsável técnico por qualquer estabelecimento sem a autorização prévia
do Conselho Regional de Farmácia, comprovada mediante a Certidão de Regularidade
correspondente;
XXXV - divulgar informação sobre temas farmacêuticos de conteúdo inverídico, sensacionalista,
promocional ou que contrarie a legislação vigente;
XXXVI - promover a utilização de substâncias ou a comercialização de produtos que não
tenham a indicação terapêutica analisada e aprovada, bem como que não estejam descritos em
literatura ou compêndio nacionais ou internacionais reconhecidos pelo órgão sanitário federal;
XXXVII - utilizar-se de qualquer meio ou forma para difamar, caluniar, injuriar ou divulgar
preconceitos e apologia a atos ilícitos ou vedados por lei específica;
XXXVIII - exercer sem a qualificação necessária o magistério, bem como utilizar esta prática
para aproveitar-se de terceiros em benefício próprio ou para obter quaisquer vantagens
pessoais;
XXXIX - exercer a profissão e funções relacionadas à Farmácia, exclusivas ou não, sem a
necessária habilitação legal;
XL - aviar receitas com prescrições médicas ou de outras profissões, em desacordo com a
técnica farmacêutica e a legislação vigentes;
XLI - produzir, fabricar, fornecer, em desacordo com a legislação vigente, radiofármacos e
conjuntos de reativos ou reagentes, destinados às diferentes análises complementares do
diagnóstico clínico;
XLII - alterar o processo de fabricação de produtos sujeitos a controle sanitário, modificar os
seus componentes básicos, nomes e demais elementos objeto do registro, contrariando as
disposições legais e regulamentares;
REPASSES, P/S- CRO, 2012
CRF MT, 2022
F I M ! ! !
REFERÊNCIAS
Congresso Nacional. Lei nº 5.081, de 24/08/1966. Regula o exercício da Odontologia. Diário Oficial da União, de
26/08/1966. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?legislacao=550122. Acesso em: 08 jul. 2023.

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 08 jul. 2023.
BRASIL. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. . Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Executivo,
Brasília, DF, 11 ago. 2014. Edição extra Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l13021.htm . Acesso em: 08 jul. 2023.

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Dados 2015. Em: http://www.cff.org.br/pagina.php?id=801&titulo=Boletins,


acesso em 18/09/2017. Acesso em: 08 jul. 2023.

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