Contrarrazões Agravo Victória

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORA

RELATORA DRA. NILZA MARIA POSSAS DE CARVALHO - 1ª

CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MATO GROSSO

Recurso de Agravo de Instrumento de nº 1022894-33.2024.8.11.0000

1ª Câmara Cível

Agravante: Victória de Souza Paz

Agravada: Daniela Rodrigues Gomes Borges

DANIELA RODRIGUES GOMES BORGES, já

devidamente qualificada nos autos à epígrafe, vem tempestivamente a

presença de Vossa Excelência, com espeque no Regimento Interno deste

Egrégio Tribunal, via de seu advogado infra assinado, ofertar a presente

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CONTRA-RAZÕES AO AGRAVO DE INSTRUMENTO

contra o Interposto pela Agravante Victória de

Souza Paz, com o consequente reconhecimento de improcedência pelos

fundamentos fáticos e jurídicos adiante arrazoados.

PRELIMINARMENTE – CUSTAS DO RESCURSO

Em sede preliminar Exa. e demais Pares, entende pela

necessidade, ante o não deferimento da gratuidade pretendida, pela

imposição do pagamento das custas recursais, pena de deserção.

Assim, requer-se seja não somente determinado o

pagamento das custas devidas, como analisado a questão aqui posta em

sede preliminar.

DOS FATOS

Douta Relatora, trata-se de agravo interposto visando,

unicamente de dois pontos distintos, quais sejam:

1.- Gratuidade de justiça e com requerimento de efeitos

retroativos;

2.- Excesso de Execução por erro de cálculo.

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Nobres Desembargadores, conforme bem analisado o

primeiro tema – gratuidade de justiça, realmente não houve qualquer prova

concreta de alteração da capacidade financeira da ora Agravante.

Ao contrário, como demonstrado nos autos, o que ocorre

é simplesmente a sonegação de informações feita pela parte Agravante no

sentido de levar a erro este Colendo Tribunal.

Restou provado que os fatos que alegam não espelham a

realidade da Agravante, a qual, inclusive, está neste período de alta

temporada, ressalve-se, passando férias no Chile, conforme se prova pelas

publicações feitas pela mesma junto ao Instagram.

Tal não somente prova que a mesma possui sim plena

capacidade financeira, como também põe por terra as alegações montadas

pela parte com o fito unicamente de induzir a erro o Tribunal.

E como bem lançada na decisão da Douta Relatora, que “o

indeferimento da justiça gratuita é recentíssimo, de 28/03/2023 (id 233647158, p.

158), proferida na sentença que transitou em julgado sem recursos (p. 178),

de modo que não vejo situação de 03/2023 para cá a alterar o entendimento firmado

em decisão não recorrida, que precluiu” (sic – grifo nosso).

Tem-se desta decisão, não somente ponto que não fora

provado alteração de capacidade financeira da Agravante, bem como ponto

ainda destacado – preclusão da matéria pelo trânsito em julgado de

sentença sem recurso algum interposto !!

Possui a Agravante veículo em seu nome o qual, inclusive,

sequer impugnou a Agravante até a presente data e novamente ocorrendo

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preclusão da matéria, da ordem de penhora e avaliação deste, com

consequente remoção e depósito em mãos da ora Agravada.

Tal bem móvel é totalmente suficiente, neste momento

processual para a garantia da dívida que se busca receber nos autos

principais.

Trata-se de tema já pacificado pelos Tribunais Pátrios e

pelo próprio TJMT que reconhece em casos análogos, a preclusão da

matéria.

Assim em face da gratuidade de justiça, entende-se

prefeita a decisão proferida, pelo que se requer seja integralmente mantida,

julgando-se improcedente o agravo neste quesito, inclusive no sentido de

efeitos retroativos.

O segundo ponto que se recorre seria em relação ao

excesso de execução e/ou erro de cálculo executado.

Novamente Eminente Relatora e demais Pares, entende-

se assim fora reconhecido pelo Juízo de Piso a ocorrência também da

preclusão, em face de que, devidamente intimada a Parte a se manifestar

sobre os cálculos apresentados.

E tem-se a própria análise da Eminente Relatora que

transcreveu decisão do STJ em razão de reconhecimento da preclusão em

excesso de execução.

Esta Colenda 1ª Câmara Cível inclusive já assim de

posicionou:

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Julgado em: 09/07/2024
Publicado em: 15/07/2024
Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Privado
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Classe Feito: CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO
PRIVADO
Relator: JOAO FERREIRA FILHO
Ação: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826)
\ Liquidação / Cumprimento / Execução (9148) \ Causas
Supervenientes à Sentença (9517)
Tipo do Processo: Cível
Assunto: Causas Supervenientes à Sentença
Tipo de julgamento: NÃO INFORMADO
Julgado em: 09/07/2024
Publicado em: 15/07/2024
Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Privado
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Classe Feito: CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO
PRIVADO
Relator: JOAO FERREIRA FILHO
Tipo do Processo: Cível
Assunto: Causas Supervenientes à Sentença
Ação: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826)
\ Liquidação / Cumprimento / Execução (9148) \ Causas
Supervenientes à Sentença (9517)

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AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO REVISIONAL DE
CONTRATO BANCÁRIO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
– CRÉDITO EM FAVOR DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA –
POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO NOS PRÓPRIOS AUTOS –
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇÃ –
EXCESSO DE EXECUÇÃO – PRECLUSÃO – MATÉRIA NÃO
ARGUIDA NO MOMENTO PROCESSUAL OPORTUNO –
EXECUTADO QUE TAMBÉM NÃO INDICIOU O VALOR
QUE ENTENDIA CORRETO – DECISÃO MANTIDA –
RECURSO DESPROVIDO.
1. Não se admite a rediscussão de matérias não arguida no
momento processual oportuno e/ou que já foi objeto de decisão
judicial anterior nos autos.
2. Merece pronta rejeição a impugnação ao cumprimento de
sentença fundada em alegação de excesso de execução, porém,
desacompanhada da indicação do valor que o executado
entende correto e de demonstrativo discriminado e atualizado
de cálculo. Inteligência do art. 525, §§ 4º e 5º, do CPC.
(N.U 1008015-21.2024.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS
CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, JOAO FERREIRA FILHO,
Primeira Câmara de Direito Privado, Julgado em 09/07/2024,
Publicado no DJE 15/07/2024)

Julgado em: 08/08/2023


Publicado em: 10/08/2023
Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Privado
Classe: AGRAVO REGIMENTAL CÍVEL
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Classe Feito: CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO
PRIVADO
Relator: JOAO FERREIRA FILHO
Ação: DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Espécies de
Contratos (9580) \ Contratos Bancários (9607)
Tipo do Processo: Cível
Assunto: Contratos Bancários
Tipo de julgamento: Não-Provimento
Julgado em: 08/08/2023
Publicado em: 10/08/2023
Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Privado
Classe: AGRAVO REGIMENTAL CÍVEL
Classe Feito: CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO
PRIVADO
Relator: JOAO FERREIRA FILHO
Tipo do Processo: Cível
Assunto: Contratos Bancários
Ação: DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \ Espécies de
Contratos (9580) \ Contratos Bancários (9607)
AGRAVO INTERNO – AGRAVO DE INSTRUMENTO –
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM FASE DE
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – REJEIÇÃO DA
IMPUGNAÇÃO OPOSTA AO CÁLCULO ELABORADO
PELA CONTADORIA JUDICIAL – FASE DE LIQUIDAÇÃO
DE SENTENÇA JÁ FINALIZADA COM A
HOMOLOGAÇÃO DO CÁLCULO EM DECISÃO
TRANSITADA EM JULGADO – ARGUIÇÃO TARDIA DE
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EXCESSO DE EXECUÇÃO – DECISÃO MANTIDA -
RECURSO DESPROVIDO.
1. Eventual existência de excesso de execução não decorre de erro
material nos cálculos apresentados, não podendo ser corrigido
a qualquer momento. Ademais, trata-se de título executivo
transitado em julgado e passível de preclusão do direito de
questioná-lo. (AgInt no AREsp 885.425/DF, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/06/2016, DJe 23/06/2016). 2. Se as razões recursais nada de
novo acrescentam, o agravo interno deve ser desprovido diante
do intuito de rediscussão dos fatos e fundamentos.
(N.U 1003849-77.2023.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS
CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, JOAO FERREIRA FILHO,
Primeira Câmara de Direito Privado, Julgado em 08/08/2023,
Publicado no DJE 10/08/2023)

Inclusive este Colenda Turma assim já decidiu:

Julgado em: 30/05/2023

Publicado em: 05/06/2023

Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Privado

Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO

Classe Feito: CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO

PRIVADO

Relator: NILZA MARIA POSSAS DE CARVALHO

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Ação: DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \

Adimplemento e Extinção (7690)

Tipo do Processo: Cível

Assunto: Adimplemento e Extinção

Tipo de julgamento: Não-Acolhimento de Embargos de

Declaração

Julgado em: 30/05/2023

Publicado em: 05/06/2023

Órgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Privado

Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO

Classe Feito: CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO

PRIVADO

Relator: NILZA MARIA POSSAS DE CARVALHO

Tipo do Processo: Cível

Assunto: Adimplemento e Extinção

Ação: DIREITO CIVIL (899) \ Obrigações (7681) \

Adimplemento e Extinção (7690)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AGRAVO DE

INSTRUMENTO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA –

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE – ALEGAÇÃO DE

EXCESSO DE EXECUÇÃO – MATÉRIA QUE NÃO DIZ

RESPEITO ÀS QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA E QUE

DESAFIA DILAÇÃO PROBATÓRIA - INADEQUAÇÃO DA

VIA ELEITA - AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DO

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EXECUTADO NO MOMENTO OPORTUNO E PELA VIA

ADEQUADA – PRECLUSÃO EFETIVADA – INEXISTÊNCIA

DE OFENSA A COISA JULGADA – AUSÊNCIA DAS

HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 1.022 DO CPC - OMISSÃO

NÃO CONFIGURADA - PRETENSÃO RECURSAL

LIMITADA À REDISCUSSÃO DA CAUSA E AO

PREQUESTIONAMENTO – INADMISSIBILIDADE VICIOS

DO ART. 1.022 DO CPC NÃO VERIFICADOS – EMBARGOS

DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.

Os Embargos de Declaração têm por objeto o esclarecimento ou

a complementação da decisão. Não se mostra apto à mera

rediscussão de matérias previamente analisadas.

Não se configura a violação ao art. 1.022, do CPC, na medida

em que o acórdão dirimiu, fundamentadamente, as questões

que lhe foram submetidas e conquanto não acolhidos os

argumentos suscitados pela parte recorrente, o v. acórdão

manifestou-se acerca dos temas necessários à solução da lide.

A rediscussão da matéria já enfrentada no acórdão e

consequente rejulgamento do feito não se amolda às hipóteses

do art. 1022, do CPC.

Transcorrido o prazo para impugnação ao cumprimento de

sentença, como aconteceu no caso em apreço em que o

executado foi intimado, porém, se manteve inerte, todas as

matérias defensivas elencadas no art. 525, § 1º, do CPC, dentre

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elas a relativa a excesso de execução, tal como previsto no

inciso V do dispositivo, passível de ser impugnada pelo

executado, foram atingidas pela preclusão. Ademais, não há que

se falar em ofensa a coisa julgada, quando o MM. Juízo do feito sempre

prezou em sua decisões pela remessa dos autos para Contadoria

Judicial ou, pela feitura da Perícia Contábil, com base na sentença

firmada, deixando, inclusive, de considerar o laudo elaborado pela

Contadoria Judicial, justamente em razão do cálculo confeccionado

não ter observado os termos fixados em sentença, além não se fez

possível aferir os parâmetros vertidos da quantia devida apresentada.

A decisão embargada, enfrentando a matéria de maneira clara e

suficientemente fundamentada, não está “obrigada a emitir juízo de

valor expresso a respeito de todas as teses e dispositivos legais

invocados pelas partes”, valendo rememorar também que “o simples

descontentamento como o decisum não tem o condão de tornar cabíveis

os embargos de declaração, que servem ao aprimoramento da decisão,

mas não à sua modificação, que só muito excepcionalmente é admitida”

(STJ, EDcl no AgRg no AREsp 663955/AL, 1ª Turma, Rel. Min.

Olindo Menezes, Desembargador convocado do TRF 1ª Região,

julgamento em 04/08/2015, DJe 13/08/2015).

“A ausência de manifestação expressa sobre dispositivos de lei não é

suficiente para caracterizar omissão, mesmo porque o julgador não está

obrigado a examinar ponto por ponto das teses suscitadas pelas partes

ou todos os dispositivos legais arguidos, se já encontrou razões

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suficientes para formar sua convicção. (N.U 1000211-

46.2018.8.11.0021, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO

PRIVADO, GUIOMAR TEODORO BORGES, Quarta Câmara de

Direito Privado, Julgado em 19/06/2019, Publicado no DJE

25/06/2019)

Os embargos, mesmo para fins de prequestionamento, devem ser

fundados em uma das hipóteses do artigo 1.022 do CPC/2015.

(N.U 1021465-02.2022.8.11.0000, CÂMARAS ISOLADAS

CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO, NILZA MARIA POSSAS DE

CARVALHO, Primeira Câmara de Direito Privado, Julgado em

30/05/2023, Publicado no DJE 05/06/2023)

DO PEDIDO

Por todo o exposto, ante os fatos e demais alegações

constantes dos autos, entende pelo indeferimento integral da pretensão

recursal ora apresentada, mantendo-se a decisão recorrida, com

determinação, inclusive, de condenação em honorários advocatícios neste

recurso.

Respeitosamente,

P. deferimento.

P.p. Ravel Maldi Borges/OAB.MG 62.248

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