Doutrina 8 - Coisa Jlgada Nas Ações Coletivas
Doutrina 8 - Coisa Jlgada Nas Ações Coletivas
Doutrina 8 - Coisa Jlgada Nas Ações Coletivas
Abstract: This work has for scope the institute of res judicata
analysis in the collective process. The study begins from
collective rights and their species. The research focus will be
restricted by the subjective boundaries of res judicata’s
application with testing what are the limitations of the authority
of res judicata and its effects. The so-called res judicata
secundum eventum litis and secundum eventum probationes
will also be addressed as a central theme.
1
Mestrando e graduado em Direito pela UNESP. Professor da Faculdade de
Educação São Luis de Jaboticabal. Membro do Núcleo de Pesquisas Avançadas em
Direito Processual Civil Brasileiro e Comparado – NUPAD. Membro do Grupo
Mentalidades e Trabalho: do local ao global. Advogado.
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INTRODUÇÃO
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“É a instrumentalidade o núcleo síntese dos movimentos pelo aprimoramento do
sistema processual, sendo consciente ou inconscientemente tomada como pessimista
pelos que defendem o alargamento da via de acesso ao Judiciário e eliminação das
diferenças de oportunidade em função da situação econômica dos sujeitos, nos
estudos e propostas pela inafastabilidade do controle jurisdicional e efetividade do
processo, nas preocupações pela garantia da ampla defesa no processo criminal ou
pela igualdade em qualquer processo, no aumento da participação do juiz na
instrução da causa e da sua liberdade na apreciação do resultado da instrução.”
DINAMARCO, Candido Rangel. A instrumentalidade do processo. 6. ed. rev. e
atual. São Paulo: Malheiros, 1998. p. 24-25.
5390 | RIDB, Ano 1 (2012), nº 9
5
CAPPELETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Trad. Ellen Gracie
Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 1988. p. 12 e 50.
5392 | RIDB, Ano 1 (2012), nº 9
6
ADAMOVICH, Eduardo Henrique Raymundo von. A justiça geométrica e o
Anteprojeto de Código de Processos Coletivos: elementos para uma justificativa
histórico-filosófica, ou por uma visão atual do alcance e da função criadora da
jurisdição coletiva. In: GRINOVER, Ada Pellegrini (coord.) et al. Direito
Processual Coletivo e o Anteprojeto Brasileiro de Processos Coletivos. São Paulo:
RT, 2007. p. 55.
7
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva,
2004. p. 46.
8
SUNDFELD, Carlos Ari. Fundamentos de Direito Público. 4. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006. p. 142.
RIDB, Ano 1 (2012), nº 9 | 5393
9
LEÃO XIII, Rerum Novarum. apud MALUF, Said. Teoria Geral do Estado. 22. ed.
São Paulo: Saraiva, 1993. p. 311.
10
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Ação Civil Pública. In: DIDIER JUNIOR, Fredie
(Coord.). Ações constitucionais. Salvador: Juspodium, 2006. p. 283.
11
“Os interesses legítimos se apresentam a meio caminho: embora não se
constituam em prerrogativas ou títulos jurídicos oponíveis erga omnes, beneficiam
de uma proteção limitada, ao menos no sentido de não poderem ser ignorados ou
preteridos” (grifo do autor). MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos:
conceito e legitimação para agir. 5. ed. São Paulo: RT, 2000. p. 69.
12
Cf. ROUSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social. Trad. Vicente Sabino Júnior.
São Paulo: José Bushatsky, 1978.
5394 | RIDB, Ano 1 (2012), nº 9
15
GRINOVER, Ada Pellegrini. A tutela jurisdicional dos interesses difusos. Revista
de Processo, São Paulo, 14-5:28-44, 1979.
16
PRADE, Péricles. Conceito de Interesses Difusos. 2. ed. São Paulo: RT, 1987. p.
45-58.
17
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. 20. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007. p. 50.
RIDB, Ano 1 (2012), nº 9 | 5397
22
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 17. ed. São Paulo:
Saraiva, 2006. V. 2. p. 180.
RIDB, Ano 1 (2012), nº 9 | 5401
23
MARQUES, José Frederico. Manual de direito processual civil. 9. ed. São Paulo:
Saraiva, 1987. V. 3. p. 235.
24
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 1983 V. 3. p. 43.
25
LIEBMAN, Enrico Tullio. Eficácia e autoridade da sentença. Trad. Alfredo
Buzaid e Benvindo Aires. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1984.
5402 | RIDB, Ano 1 (2012), nº 9
26
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini;
DINAMARCO, Candido Rangel. Teoria Geral do Processo. 23. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2007. p. 326-327.
27
DINAMARCO, Cândido Rangel. Relativizar a coisa julgada material. São Paulo:
Revista da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. n. 55-56, p. 1-421, jan./dez.
2001.
RIDB, Ano 1 (2012), nº 9 | 5403
31
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini;
DINAMARCO, Candido Rangel. Teoria Geral do Processo. 23. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2007. p. 329.
32
“Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa,
se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os
interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.”
RIDB, Ano 1 (2012), nº 9 | 5405
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GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 17. ed. São Paulo:
Saraiva, 2006. V. 2 p. 280-282.
34
“Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, o
Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de
direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). § 1o Nos casos previstos
neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação;
não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. § 2o Não se aplica o
disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de
5406 | RIDB, Ano 1 (2012), nº 9
valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de
procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada
em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste
Tribunal ou do tribunal superior competente.” (com as modificações da Lei nº
10.352, de 26.12.2001)
35
Dinamarco elenca os seguintes parâmetros para a relativização da coisa julgada
material: “I - o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade como
condicionantes da imunização dos julgados pela autoridade da coisa julgada
material; II - a moralidade administrativa como valor constitucionalmente
proclamado e cuja efetivação é óbice a essa autoridade em relação a julgados
absurdamente lesivos ao Estado; III - o imperativo constitucional do justo valor das
indenizações em desapropriação imobiliária, o qual tanto é transgredido quando o
ente público é chamado a pagar mais, como quando ele é autorizado a pagar menos
que o correto; IV - o zelo pela cidadania e direitos do homem, também residente na
Constituição Federal, como impedimento à perenização de decisões inaceitáveis em
detrimento dos particulares; V - a fraude e o erro grosseiro como fatores que,
contaminando o resultado do processo, autorizam a revisão da coisa julgada; VI- a
garantia constitucional do meio ambiente ecologicamente equilibrado, que não deve
ficar desconsiderada mesmo na presença de sentença passada em julgado; VII - a
garantia constitucional do acesso à ordem jurídica justa, que repele a perenização de
julgados aberrantemente discrepantes dos ditames da justiça e da eqüidade; VIII - o
caráter excepcional da disposição a flexibilizar a autoridade da coisa julgada, sem o
qual o sistema processual perderia utilidade e confiabilidade, mercê da insegurança
que isso geraria.” DINAMARCO, Cândido Rangel. Relativizar a coisa julgada
material. São Paulo: Revista da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. n. 55-
56, p. 1-421, jan./dez. 2001.
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MENDES, Aluísio Gonçalves de Castro. Ações Coletivas nos países Ibero-
Americanos: situação atual, Código Modelo e perspectivas. In: PRADO, Geraldo
Luiz Mascarenhas (coord.). Acesso à Justiça e efetividade do processo. Rio de
Janeiro: Lúmen Júris, 2005. p. 09.
40
Cf. ZAVASCKI, Teori Albino. Processo Coletivo: tutela de direitos coletivos e
tutela coletiva de direitos. São Paulo: RT, 2006.
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43
GRINOVER, Ada Pellegrini. Direito Processual Coletivo: aspectos gerais. In:
GRINOVER, Ada Pellegrini (coord.) et al. Direito Processual Coletivo e o
Anteprojeto Brasileiro de Processos Coletivos. São Paulo: RT, 2007. p. 14.
44
“Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto
no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste
caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.”
45
“Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, exceto se a ação for
julgada improcedente por deficiência de provas, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova
prova.” (redação original)
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“Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado
improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
5412 | RIDB, Ano 1 (2012), nº 9
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.”
(Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
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MAZZILI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente,
consumidor, patrimônio cultural, patrimônio público e outros interesses. 20. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007. p. 536.
RIDB, Ano 1 (2012), nº 9 | 5413
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS