4 Pilares Da Educação - Quais São e Como Aplicar
4 Pilares Da Educação - Quais São e Como Aplicar
4 Pilares Da Educação - Quais São e Como Aplicar
Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e a aprender a ser. Entenda os 4 pilares da
educação e veja como aplicá-los na prática na escola.
Práticas Pedagógicas
Ecossistema Educacional
- Publicado: 11/12/2023
Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e a aprender a ser. Esses são os 4 pilares da
educação, tão difundidos em artigos acadêmicos, documentos curriculares e projetos políticos-
pedagógicos.
Para entender melhor quando eles surgiram e o que eles significam na prática, continue a leitura do artigo.
Aproveite também para baixar o e-book gratuito para gestores: Como Implantar Tecnologias
Educacionais na Escola.
Sumário:
A origem dos pilares está no relatório Educação – Um Tesouro a Descobrir, que foi publicado pela
Unesco em 2010 e produzido pela Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, cujo
presidente foi Jacques Delors.
Aprender a conhecer
Como definiu o relatório da Unesco, aprender a conhecer é aprender a aprender. É ter a habilidade de
aproveitar as oportunidades oferecidas ao longo da vida para se capacitar, estudar vários assuntos e
ampliar sua rede de conhecimentos.
Esse pilar tem como objetivo a educação continuada (lifelong learning). Durante a Educação Básica, e até
no Ensino Superior, o estudante vai ter a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido
de assuntos.
Porém, ele vai continuar aprendendo ao longo da vida se ele for curioso, disposto a aprender coisas novas
e apto a explorar fontes de informação (online e offline), cursos de aprimoramento e outras formas de
educação continuada.
Assim, esse pilar tem a ver com autonomia intelectual e iniciativa de buscar por si mesmo novos
conhecimentos, além da capacidade de se adaptar às mudanças.
Aprender a fazer
Além de conhecer, o estudante deve estar apto a colocar sua rede de conhecimentos em prática, tanto no
trabalho quanto na vida cotidiana, inclusive em cooperação com outras pessoas.
Esse pilar enfatiza a importância da educação técnica-profissional, porque busca a qualificação dos
estudantes para o mercado de trabalho.
Mas ele também reforça a necessidade de unir teoria e prática no ensino, contextualizando os conteúdos
curriculares, problematizando questões sociais e levando os estudantes a refletirem sobre os seus papéis
na transformação da realidade.
A cultura maker também se relaciona com esse pilar, já que ela instiga os estudantes a “colocarem a mão
na massa” e trabalharem em equipe.
Aprender a conviver
O objetivo deste pilar, segundo o relatório da Unesco, é facilitar a realização de projetos coletivos e a
gestão inteligente e apaziguadora de conflitos, principalmente porque vivemos um mundo globalizado e
interdependente.
Para isso, precisamos reconhecer como precisamos uns dos outros. O respeito à pluralidade de valores,
tradições, culturas e religiões também se faz necessário aqui.
Aprender a ser
Neste ponto, é imprescindível que a escola ajude os estudantes a reconhecerem suas potencialidades, além
de fomentar o autoconhecimento, a responsabilidade pessoal, o discernimento e a autonomia.
Nas palavras do relatório da Unesco, o objetivo é “não deixar inexplorado nenhum dos talentos que, à
semelhança de tesouros, estão soterrados no interior de cada ser humano”.
Esse pilar tem uma forte relação com o Projeto de Vida do Ensino Médio, como iremos explicar mais
adiante.
Desde a formulação por Jacques Delors na década de 90, os 4 pilares têm sido citados em artigos, livros,
materiais didáticos e documentos curriculares do mundo todo.
Uma contribuição importante desse conceito é que ele evita uma visão incompleta da educação, limitada
somente à transmissão de informações e conteúdos.
Em vez disso, os 4 pilares apoiam uma educação integral, que busca a formação completa do estudante
em todas as suas dimensões (intelectual, emocional, social, física, estética e cultural), para que ele esteja
apto a viver em sociedade.
Essa perspectiva já norteava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1996, como
lemos no artigo 2º:
“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
No trecho abaixo, vemos uma referência aos pilares de aprender a conhecer e aprender a fazer:
“Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a
mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências
oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas
na BNCC”
Já as competências gerais da Educação Básica de nº 6, 8, 9 e 10 se aproximam dos pilares do aprender a
ser e aprender a conviver:
Além disso, tanto nos direitos de aprendizagem da Educação Infantil quanto nas competências específicas
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, vemos competências relacionadas a identidade,
autoconhecimento e construção do projeto de vida.
Aprender a conhecer
Para concretizar o primeiro pilar da educação, a escola deve:
Ao invés de entregar respostas prontas, a escola deve aguçar a curiosidade intelectual das crianças por
meio de perguntas provocadoras e situações-problema.
Outra habilidade essencial do primeiro pilar é a autonomia. O estudante deve ser capaz de buscar, por si
próprio, as fontes de informação e conhecimento.
Como mencionamos anteriormente, essa habilidade será necessária não só durante a escolarização como
também ao longo da vida, para aperfeiçoamento constante no campo acadêmico e profissional.
Nesse sentido, a escola deve criar oportunidades para o desenvolvimento dessa autonomia, como projetos
autorais, produções textuais de tema livre, seminários, debates e sala de aula invertida.
Personalizar o ensino
Para que os alunos aprendam, de forma eficaz, todos os conhecimentos previstos no currículo, é
importante personalizar o ensino para se adequar aos interesses, necessidades, níveis de proficiência e
estilo de aprendizagem de cada estudante.
Na sala de aula, antes de tudo, o professor deve conhecer o perfil dos alunos, por meio da observação e de
pequenas entrevistas.
Depois, o docente deve utilizar técnicas e recursos educacionais que sejam atraentes para os todos os
grupos de alunos, de forma alternada ou conjunta. Por exemplo, usando slides para atender os alunos com
estilo de aprendizagem visual e debates para engajar os que possuem estilo de aprendizagem auditiva.
Outra dica é realizar atividades em plataformas de aprendizagem adaptativa. Essas plataformas utilizam
Inteligência Artificial para ajustar os conteúdos de acordo com o ritmo e o nível de proficiência do
usuário.
Aprender a fazer
O segundo pilar da educação pode ser visto, na prática, nas seguintes estratégias:
Cultura maker
A cultura maker é uma abordagem educacional que incentiva os estudantes a aprender fazendo, colocando
a mão na massa. Os estudantes são desafiados a construir, consertar ou modificar objetos, aplicando
conhecimentos de diversas áreas e se apropriando de novas tecnologias.
Essa estratégia tem tudo a ver com o segundo pilar da educação, porque promove o desenvolvimento de
habilidades práticas e a resolução de problemas.
Robótica educacional
Alinhada com a cultura maker, a robótica educacional também dá a chance de os alunos aprenderem
fazendo, com a construção de robôs, sensores e circuitos elétricos.
Nas aulas de robótica, os alunos trabalham seu poder de análise, planejamento, criação e execução de
ideias. Eles também precisam testar as soluções e dialogar com os colegas no decorrer das atividades
práticas.
Além disso, a robótica integra conceitos de programação e computação, que são imprescindíveis para o
futuro mercado de trabalho. E os projetos de robótica são, em geral, interdisciplinares, fortalecendo outros
componentes curriculares, como Matemática, Geografia e Física.
Na sala de aula, o professor deve ter o cuidado de relacionar o conteúdo curricular com os desafios e
problemas da vida real. Além de facilitar a aprendizagem significativa, essa associação favorece o
protagonismo juvenil dentro e fora da escola.
Os estudantes devem ser desafiados a agirem e intervirem na realidade para a resolução de problemas
sociais, econômicos, políticos e ambientais.
As metodologias ativas são estratégicas para a promoção de uma aprendizagem ativa, autônoma e
protagonista. Afinal, com elas o estudante é compelido a aprender, apresentar ou produzir alguma coisa
por conta própria, sozinho ou em colaboração com os colegas.
O uso crescente dessas metodologias na escola tende a gerar alunos mais engajados, responsáveis e
confiantes. Essas características são essenciais para o enfrentamento de situações adversas na vida.
Ensino técnico-profissionalizante
O Ensino técnico-profissionalizante tem como diferencial o foco maior na preparação para o mercado de
trabalho. Algumas escolas de Ensino Médio oferecem essa modalidade de ensino, somando conteúdos do
currículo comum a aulas teóricas ou práticas de cunho profissionalizante.
Nessas aulas, é importante que a escola trabalhe as habilidades mais demandadas pelo mercado de
trabalho – tanto as hard skills (habilidades técnicas específicas de um setor ou área do conhecimento)
quanto as soft skills (habilidades socioemocionais).
Experimentação vocacional
Ainda no que tange à preparação para o mercado de trabalho, no Ensino Médio, os estudantes têm o
grande desafio de decidirem o que irão fazer após a conclusão da Educação Básica.
Para auxiliar os estudantes nessa descoberta, é aconselhável que a escola convide alguns profissionais
para fazerem palestras e rodas de conversa com os alunos.
Outra opção é utilizar a Suíte Educacional, que possui uma plataforma de experimentação vocacional, na
qual os estudantes conversam ao vivo com especialistas de diferentes áreas de atuação.
Aprender a conviver
Cuide para que a sua escola seja um ambiente acolhedor, onde as pessoas são bem recebidas e se sentem
confortáveis. A criação de um grupo de acolhimento, responsável por apresentar as pessoas novas na
escola e organizar a recepção de calouros, é uma boa pedida.
Além disso, promova a prática de rodas de conversa e escuta ativa. Eles são úteis para apoiar a
comunidade escolar diante dos dilemas, problemas e dificuldades.
Tanto o professor quanto o gestor escolar atuam na mediação de conflitos na escola, que podem envolver
estudantes, pais e profissionais da instituição.
Se, por um lado, o surgimento do conflito é fruto de algum equívoco na convivência entre as partes, a
resolução da disputa é uma oportunidade de aprendizado para todos os lados.
Ao conversar com as partes envolvidas, tente fazê-los chegar a um acordo e enxergarem a situação pelo
olhar do outro. Assim, você incentiva a empatia, a compreensão mútua, o autocontrole e a comunicação
não violenta.
É essencial, para uma boa convivência, saber como lidar com as diferenças entre as pessoas.
Antes de tudo, é necessário que a criança reconheça a sua cultura, suas tradições e valores, habilidades e
características físicas. Depois, é preciso reconhecer o lugar do outro e entender a pluralidade de ideias,
crenças, fisionomias e assim por diante.
Por mais que esse processo pareça simples, ele é fundamental para a formação do estudante e ocupa, não
por coincidência, boa parte das aulas de Educação Infantil.
A escola deve desenvolver as habilidades socioemocionais dos estudantes por meio de trabalhos em
grupo, atividades de educação socioemocional e avaliações diagnósticas.
Essas habilidades são divididas em dois grupos: interpessoais e intrapessoais. O primeiro grupo
corresponde às aptidões para se relacionar com pessoas, como a demonstração de empatia, a resolução
colaborativa de problemas e a defesa dos direitos do outro.
O segundo grupo diz respeito à relação do indivíduo consigo mesmo, como veremos a seguir.
Aprender a ser
As habilidades socioemocionais intrapessoais incluem a identificação dos próprios interesses, a gestão das
emoções e o reconhecimento de qualidades e defeitos.
Uma das formas de fazer isso é realizando atividades online de educação socioemocional em plataformas
como a Suíte Educacional.
A Suíte é uma plataforma educacional completa que reúne 30 soluções da área pedagógica e de gestão
escolar. Tudo isso em um único ambiente virtual, seguro e intuitivo, para que sua escola tire o melhor
proveito da tecnologia.
Entre em contato com um dos consultores do Educacional para obter mais informações sobre a
plataforma.
Separar um horário da grade curricular para o Projeto de Vida, fazendo dele também um componente
curricular, é uma forma de aprofundar os temas relacionados a identidade, autoestima, planejamento,
resiliência, protagonismo e cidadania.
Valorizar as diferenças
Outra forma de fortalecer o quarto pilar da educação é valorizando, como diz a BNCC, “a diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza”.
Isso pode ser feito por meio de aulas expositivas sobre diferentes culturas e tradições, palestras sobre
bullying e discriminação e a contratação de profissionais de variadas etnias, raças, religiões, gêneros e
orientações sexuais.
Todavia, algumas soluções atuam, com mais veemência, em um pilar específico. É o caso do Inventura,
do Tivy e do Gomaker, por exemplo, que fortalecem principalmente o aprender a fazer.
Já a Suíte Educacional colabora com os pilares de aprender a conhecer e aprender a conviver, por meio
das atividades de educação socioemocional e aprendizagem adaptativa.
Qual dos 4 pilares da educação sua escola precisa aprimorar? Entre em contato com um dos consultores
do Educacional para conhecer as soluções mais indicadas à sua instituição.