O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, no artigo EDUCAÇÃO: UM TESOURO A DESCOBRIR dos autores Adriana Loss Zorzan e Idanir Ecco, apresenta os quatro pilares do conhecimento: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, mostrando a modificação profunda dos quadros tradicionais da existência humana, colocando perante ao novo empenho de compreender melhor o outro ser social e o mundo ao redor. E assim exposto, sobre os quatro pilares da educação Jacques Delors (2001) remete como orientação a atuação dos educadores a desenvolverem aprendizagens apropriadas às transformações vivenciadas da realidade. Nesse sentido, como você compreende o estudo dos quatro pilares como complemento plausível para quem se compromete com a educação de qualidade? Como você percebe a articulação entre o saber e fazer docente no cotidiano na sua escola-campo?
1 – De acordo com a leitura do artigo anexo, EDUCAÇÃO: UM TESOURO A
DESCOBRIR, construa sua visão num texto entre 2 a 4 parágrafos.
Aprender a conhecer, neste pilar está sedimentada a ideia de que a criança
deve construir seus saberes de forma ampla, de forma que os conteúdos apresentados façam sentido em suas vivências. Busca a cultura de forma o mais ampla possível para possibilitar a detecção dos pontos de maior interesse e neles debruçar maior aprofundamento. A maneira como se dará este aprofundamento é que traz a importância deste pilar. O ideal é que o professor não seja um mero “entregador de conteúdo”, mas que ele possibilite a pesquisa e a vivência dos conteúdos propostos. Fazer com que o aprendizado faça morada em nossa memória de forma vivenciada, assim como o cheiro do bolo de nossa infância ou as regras de nosso jogo favorito: por afeição ou interesse. Desta forma, é possível alcançar resultados mais relevantes inclusive no que diz respeito às possibilidades de compreensão e raciocínio. O afeto e o desejo tornam o aprendizado proporcionalmente mais interessante e agradável, e por consequência conduzem a criança no seu aprofundamento e entendimento. Aprender a fazer. O assunto aqui é o reconhecimento das capacidades individuais da pessoa humana. Não se trata de programá-lo para a execução de uma tarefa, porque isso se dedica às máquinas. O valor maior do aprender a fazer está no aproveitamento das potencialidades. A partir do aprender a aprender, há de se valorizar o conhecimento inteligente e a forma com que o aprendizado deve ser colocado em prática. Permitir e valorizar a criação e a inovação como possibilidades reais. No mundo em que vivemos, em que a informação e a tecnologia avançam a passas largos, é primordial que as crianças tenham as capacidades inventiva e criativa tratadas de forma atenta. Ouvi-las, fomentar seus pensamentos e validá-los são uma forma de construir seus conhecimentos de forma robusta. Vale lembrar que os ambientes corporativos buscam incessantemente por cabeças capazes de apresentar soluções inéditas e modernas para os problemas cotidianos, sejam eles dos mais simples aos mais complexos.
Aprender conviver. Provavelmente nunca foi tão importante o aprendizado
do convívio, do viver com os outros em harmonia e respeito. A apresentação de propostas a serem desenvolvidas em cooperação é uma excelente forma de introduzir o bom convívio. Não apenas o educador deve reconhecer e respeitar as capacidades e potencialidades individuais. É preciso que isso seja disseminado entre as crianças, para que reconheçam em seus pares suas habilidades pessoais e a respeitem, para que façam o melhor uso disso. As sociedades se constituem a partir de muitas diversidades e isso deve ser incorporado ao nosso cotidiano com respeito e cordialidade tanto para que no futuro estejamos mais ligados aos nossos interesses comuns, e menos às nossas diferenças, quanto para que se faça desaparecer o indesejado "bullying". Sendo assim, incrementar as atividades em que haja interação e cooperação certamente pode construir pessoas mais adeptas ao trabalho coletivo, a partir das demandas e em busca de um resultado comum, mais respeitosas com seus semelhantes e com suas habilidades ou dificuldades, minimizando conflitos. Aprender a ser tanto para tratar do “ser” humano como para entender o que somos. Este importante pilar da educação a que se refere a UNESCO nos conduz às duas reflexões. Reconhecer nossa individualidade e sua incompletude, que se molda e se constrói todos os dias. E também o que somos diante do mundo e de nossos semelhantes. Nossa condição humana e nossa capacidade de aprender e nos transformar ao longo da vida nos diferenciam dos outros seres. Não é, como no reino animal, o instinto que nos guia em nossas ações cotidianas. Precisamos e devemos nos reconstruir e nos moldar às transformações que o mundo nos apresenta, especialmente pelo fato de sermos seres sociais, cujo convívio não é apenas uma obrigação, é uma necessidade. Assim, essa construção não se resume aos ensinamentos escolares e pedagógicos. Ela deve avançar para todas as áreas: pessoais, interpessoais, profissionais, relacionais, espirituais, etc. Nossa preparação precisa ser integral, sem prejuízo de nenhuma de nossas habilidades. Aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser são os quatro pilares da UNESCO para a educação, mas eles podem ser também um objetivo de vida. O desejo pelo aprendizado não precisa habitar exclusivamente nossos ambientes escolares, ele pode viver dentro de cada um de nós. Há sempre algo a ser aprendido que pode contribuir na formação do nosso ser a nos conduzir para aquilo que desejamos ser.