Boletim Técnico

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Bioinformática como Objeto de Aprendizagem

Digital (OAD) para o ensino da Biologia Molecular

Proteína insulina humana (51 aminoácidos)


Fonte: Servidor Swiss-Model

Jacqueline Araújo Castro


Marilúcia Campos dos Santos
Suyare Araújo Ramalho
James Lima Chaves

1ª Edição

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano


Campus Governador Mangabeira
Boletim Técnico
Ano 01 – Nº 01
ISBN 978-65-87749-09-9
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
Campus Governador Mangabeira

Bioinformática como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD)


para o ensino da Biologia Molecular

Jacqueline Araújo Castro


Marilúcia Campos dos Santos
Suyare Araújo Ramalho
James Lima Chaves

1ª Edição

Governador Mangabeira, BA
2020
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
Campus Governador Mangabeira
Boletim Técnico
Ano 01 – Nº 01
ISBN 978-65-87749-09-9

Rua Waldemar Mascarenhas, s/n – Portão - CEP 44350-000


www.ifbaiano.edu.br/unidades/gmb/
Telefones: (75) 3638-2012 / 3638-2081

Comitê de Publicação
Editor Chefe: Bethania Felix Miranda Ramos
Conselho Editorial: Alisson Jadavi Pereira da Silva
Brena Mota Moitinho Sant´Anna
Silvana Santos da Silva
Revisão de Texto e Normatização Bibliográfica: José Nilton Santos da Cruz Junior
Projeto Gráfico: Elísio José da Silva Filho
Ficha Catalográfica: Anderson Silva da Rocha

1ª Edição (2020)

B615 Bioinformática como objeto de aprendizagem digital


(OAD) para o ensino da biologia molecular/ Jacqueline
Araújo Castro... [et al.].-- Governador Mangabeira/BA :
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
- Campus Governador Mangabeira, 2020.
33 p.. -- (Boletim Técnico, n.01 ) --

ISBN 9786587749099

1. Bioinformática. 2. Biologia molecular. I.Castro,


Jacqueline Araújo. II. Título.

CDU: 57:004
OS AUTORES

Jacqueline Araújo Castro: Doutora em Genética e Biologia Molecular pela Universidade


Estadual de Santa Cruz (UESC). Mestre em Recursos Genéticos Vegetais pela Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Especialista em Tecnologias e Educação Aberta e
Digital na Modalidade EaD (UFRB/Universidade Aberta de Portugal - UAP). Licenciada em
Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Tem
experiência na área de Genética e Educação à Distância (EaD). Professora do Ensino Básico,
Técnico e Tecnológico (EBTT) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
(IFBaiano). E-mail: [email protected]

Marilúcia Campos dos Santos: Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência


Animal nos Trópicos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestra em Defesa
Agropecuária pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Especialista em
Educação a Distância (EaD) pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Graduada em
Ciências Biológicas, com Habilitação em Biologia pela Universidade do Estado da Bahia
(UNEB). Técnica em Laboratório na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB),
junto ao Hospital Veterinário. E-mail: [email protected]

Suyare Araújo Ramalho: Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS)
com intercâmbio de Doutorado na North Dakota StateUniversity - NDSU, EUA. Mestra em
Ciência e Tecnologia de Alimentos e Engenheira de Alimentos (2009) pela Universidade Federal
de Sergipe (UFS). Graduada em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Sergipe
(UFS). Tem experiência em Biotecnologia e Bioquímica dos Alimentos. Professora do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Baiano (IF Baiano). E-mail: [email protected]

James Lima Chaves: Mestrando do Programa de Pós-graduação em Planejamento Territorial


pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Especialista em Gestão Pública pela
Universidade Cândico Mendes (UCAN). Tecnólogo em Gestão Pública pela Universidade
Estácio de Sá (UNESA). Servidor Técnico da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
(UFRB), junto ao Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB). E-mail:
[email protected]

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PREFÁCIO
Nas salas de aulas, os professores de Biologia e diversas outras áreas falam de
genes, proteínas, moléculas e estruturas diminutas que requerem abstração dos
estudantes para imaginá-las, compreendê-las e conectá-las aos conhecimentos que já
povoam seus arcabouços teóricos. A Bioinformática usa conhecimentos
multidisciplinares e pode ser explorada como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD)
para o ensino da Biologia Molecular, pois na tela de um computador, proteínas e
sequências nucleotídicas podem ganhar forma, cor e movimento, alimentando assim a
criação de saberes e o prazer em conhecê-los.
Apresentamos aqui roteiros de aulas práticas, simples e explicativos, que
permitem o uso de computadores para visualizar estruturas mencionadas na Biologia
Molecular, além de permitir a investigação em bancos de dados, criando condições para
que o próprio aluno dê os comandos necessários para construção de sua aprendizagem.
Foi pensada também a distribuição deste material de forma gratuita, a fim de que o
acesso fosse o mais democrático possível entre os estudantes e docentes.
O esforço de elaboração deste boletim não seria possível sem a dedicação dos
autores. Por isso, agradecemos inicialmente a todos que contribuíram para este material
e acreditaram na proposta de um material gratuito e digital, em sua origem. Agradeço
aos avaliadores e revisadores do texto. Agradeço também aos órgãos de fomento como
CNPq e CAPES, que financiaram por anos os estudos destes autores.
Este reconhecimento se estende às Universidades e aos Institutos de Pesquisa nas
quais os autores estão sediados, com seu apoio físico, logístico e administrativo.
Nominalmente, estas instituições incluem: Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano (IF Baiano) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Assim, esperamos que a presente obra sirva de grande auxílio aos estudantes do
Ensino Médio e Superior e constitua, também, fonte de material e inspiração para
professores que desejam explorar de forma alternativa o tema Biologia Molecular.

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BIOINFORMÁTICA COMO OBJETO DE
APRENDIZAGEM DIGITAL (OAD) PARA O ENSINO
DA BIOLOGIA MOLECULAR
Dra. Jacqueline Araújo Castro1*,
Ma.Marilúcia Campos dos Santos2
Dra. Suyare Araújo Ramalho1
Esp.James Lima Chaves2
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano), Governador Mangabeira, Bahia, Brasil.
2
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cruz das Almas, Bahia, Brasil.
* [email protected]

RESUMO

A Biologia Molecular estuda estruturas moleculares e não visíveis a olho nu,


e a aprendizagem deste conteúdo requer abstração. Para facilitar o ensino
desses conceitos a Bioinformática pode ser aplicada, uma vez que o uso de
Objetos de Aprendizagem Digital (OAD) possibilita inserir o aluno na
construção do conhecimento de forma atraente. Além de conciliar teoria à
prática, a experimentação possibilita o desenvolvimento da pesquisa e da
problematização em sala de aula, e estimulao estudante a desenvolver
habilidades e competências específicas.Dessa forma, o presente trabalho
objetivou desenvolver roteiros de aulas práticas experimentais que orientem
o uso da Bioinformática como OAD para o ensino da Biologia Molecular, em
nível de ensino médio e graduação. Os roteiros foram preparados de forma a
apresentar em sua estrutura uma breve introdução do assunto a ser abordado,
uma metodologia simples e de baixo custo a ser aplicada, e os resultados
esperados, indicando assim quais são as competências que se deseja
desenvolver. Em alguns trechos da atividade foram inseridas perguntas sobre
o tema, pois o levantamento de dúvidas gera uma interação social entre os
grupos e desperta curiosidade, o que desencadeia o processo de
aprendizagem. Como resultados, foram gerados três roteiros de aula prática:
(1) “Localização do start códon e stop códon em uma sequência de
nucleotídeos”, (2) “Observação da estrutura tridimensional de proteínas” e
(3) “Análise de promotores gênicos”, que poderão ser utilizados por
professores das diversas modalidades e níveis de ensino, como estratégia para
dinamizar o ensino da Biologia Molecular com aplicação de OAD.

Palavras-Chave: Roteiros de aula prática; Promotores gênicos; Códons; Proteínas.

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Bioinformática como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD) para o ensino da Biologia Molecular

INTRODUÇÃO

A Biologia Molecular relaciona-se intimamente com a bioquímica e a genética e


ocupa-se do estudo de estruturas moleculares e submicroscópicas, tais como ácido
desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucleico (RNA) e proteínas. Trata-se de uma área
que permite a aplicação de ferramentas tecnológicas recentemente desenvolvidas, tais
como a Bioinformática, que também se dedica a elucidar estruturas e funções de
moléculas biológicas, utilizando conhecimentos multidisciplinares que abarcam a
bioquímica, evolução molecular, termodinâmica, matemática, biofísica e estatística, para
citar algunsexemplos (PINHO, 2006).
Os avanços atuais na Biologia Molecular apresentam à sociedade temas como
transgenia, terapia gênica e edição de genomas. Sendo assim, o sistema educacional
brasileiro tem necessidade de adequar-se à realidade, aproximando a escola dos novos
conceitos, permitindo a formação de cidadãos que possam emitir opiniões com base em
um arcabouço sólido de conhecimentos. Também é importante considerar que a Biologia
Molecular tem relação estreita com o progresso tecnológico. Então, estudá-la e
compreendê-la bem oportuniza visualizar a relação entre ciência e tecnologia, numa
possível geração de produtos que beneficiarão a sociedade, bem como em correlações
entre diferentes áreas do conhecimento. Segundo Casagrande (2006), para que a
população possa entender o grande espectro de aplicações e implicações da Biologia
Molecular, ela precisa de conhecimentos básicos que devem ser adquiridos na escola.
Por ocupar-se do estudo de estruturas moleculares, não visíveis a olho nu, a
aprendizagem dos conteúdos de Biologia Molecular requer abstração. Tendo em vista
essa complexidade, o seu ensino, principalmente para o público do nível médio,
constitui-se um desafio. Segundo Carabetta (2010), para a realização desta tarefa é
necessário que o educador planeje procedimentos didáticos que instiguem o aluno ao
interesse, reflexão e aplicação dos conteúdos na resolução de situações problemas. Ou
seja, o professor deve assumir o papel de agente facilitador e mediador do processo de
aprendizagem, apontar também as aplicações deste assunto e empregar ferramentas
capazes de auxiliar o ensino da Biologia Molecular.
A utilização de ferramentas para tornar o processo de aprendizagem desses
conceitos mais efetivo e dinâmico é importante, pois a dinamização dos meios de ensino

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Bioinformática como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD) para o ensino da Biologia Molecular

pode contribuir para o melhor entendimento dos estudantes, tanto quando se


proporciona o maior envolvimento dos alunos quanto na reestruturação da prática em
fuga ao tradicionalismo, este muitas vezes exacerbado, que pode contribuir
negativamente no aprendizado dos alunos (PAVAN et al., 1998). Em 2002, os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio já almejavam que a área de
Ciências da Natureza propiciasse um aprendizado útil à vida e ao trabalho, e
desenvolvesse no aluno da escola pública competências, habilidades e valores que lhes
permitissem uma visão crítica sobre a natureza das ciências e do conhecimento científico.
Nesse sentido, a Bioinformática pode ser aplicada para facilitar o ensino da Biologia
Molecular e, como atualmente vive-se a era da informação, o uso de OAD trazem a
possibilidade de inserir o aluno na construção do conhecimento de forma atraente e
tecnológica, perpassando por sua vivência no cotidiano.
Segundo Thampi (2009), a Bioinformática é uma área que está no cruzamento da
ciência experimental e teórica, e não é apenas sobre a modelagem de dados ou
“mineração”, trata-se de compreender o mundo molecular que alimenta a vida a partir
de perspectivas evolutivas. Adicionalmente, Griffiths et al.(2008) define a Bioinformática
como sistema de informação computacional e métodos analíticos aplicados a problemas
biológicos. O avanço desta ciência foi impulsionado, sobretudo, pela necessidade de
criação de bancos, como o GenBank e EMBL, que acomodassem os dados oriundos de
sequências de DNA, por exemplo, o Projeto Genoma Humano e os diversos
sequenciamentos genômicos de espécies animais, vegetais e microbianas que geraram
grande quantidade de informações. Atualmente, a Bioinformática abrange a análise da
estrutura de genes, promotores, proteínas, processamento alternativo dos genes
(splicing), genômica comparativa, interação proteína-proteína, modelagem de
fenômenos biológicos, desenvolvimento de algoritmos e estatísticas, entre outros.
Ribeiro (2005, p. 182) acrescenta que “a Bioinformática é um campo emergente da
pesquisa, que utiliza ferramentas computacionais avançadas para o armazenamento,
análise e apresentação de dados biológicos e moleculares”. Esta ciência também trouxe
para o mercado um novo profissional, com conhecimentos sobre os problemas
biológicos, capaz de analisá-los e, a partir dos resultados encontrados, criar métodos
para explicá-los: o bioinformata. Este possui familiaridade com os princípios e técnicas
laboratoriais da Biologia Molecular e domínio da ciência da computação, sendo um
profissional requisitado e raro em laboratórios desta área (ARAÚJO, 2004).

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Bioinformática como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD) para o ensino da Biologia Molecular

O uso de computadores e ferramentas da informática são aspectos positivos na


construção das relações de ensino/aprendizagem, pois tecnologias educacionais com base
na web têm obtido ótimos resultados nas ultimas décadas, permitindo que computadores
e pessoas trabalhem cooperativamente de maneira muito eficiente (ISOTANI et al.,
2009). Adicionalmente, os OAD também permitem a interatividade em um meio digital,
contribuindo com a dinâmica social de um grupo em estudo ou aprendizado (BOYLE,
2010). O professor da era da cibercultura deve estar consciente de que o uso da internet
e suas ferramentas tecnológicas provocaram mudanças na relação com o saber, na forma
de criação/apropriação do conhecimento. Sendo assim, com objetivo de exercer a
docência em prol da emancipação do estudante, o docente deve integrar métodos
pedagógicos com o uso da web 2.0 e 3.0 (LIVINGSTONE, 2009).
Diante do exposto, torna-se necessário explorar objetos virtuais de
aprendizagemque permitem trabalhar conteúdos e competências e que auxiliem no
planejamento de atividades educativas mais criativas, que desperte o interesse dos
estudantes. Espera-se aindaque essa ferramenta seja utilizada diretamente pelo estudante
e por seus familiares fora da escola.
O presente artigo teve como objetivodesenvolver roteiros que orientem o uso da
Bioinformática como objeto de aprendizagem digital para o ensino da Biologia
Molecular, em nível de ensino médio e graduação. Os objetivos específicos foram: (i)
empregar sites que disponibilizem ferramentas de bioinformática para o
desenvolvimento de atividades/roteiros de ensino do conteúdo Biologia Molecular, (ii)
desenvolver roteiros de atividades que permitam aos estudantes integrar conhecimento
teórico e prática e (iii) planejar atividades direcionadas ao público de ensino médio e
também a graduandos.

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Bioinformática como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD) para o ensino da Biologia Molecular

DESENVOLVIMENTO

O presente artigo utilizou sites voltados a análises de bioinformática para elaborar


roteiros de aula prática que correlacionem conteúdos teóricos de Biologia Molecular a
atividades que permitam ao estudante visualizar sequências de DNA, sequências de
aminoácidos, estrutura tridimensional de proteínas e cis elementos em sequências
promotoras gênicas. Em cada roteiro foi adicionado um texto introdutório que explica
o assunto abordado, os procedimentos de análise que devem ser seguidos, passo a passo,
diretrizes para o professor orientador da atividade prática e resultados esperados.
A introdução das aulas práticas experimentais, guiadas por roteiros bem
elaborados, contrapondo-se ao antigo modelo de centralização apenas no livro didático,
gera um campo fértil para a aprendizagem significativa. Dessa forma, foram elaborados
três roteiros de aula prática (Apêndice 1), sendo intitulados, respectivamente,
“Localização do start códon e stop códon em uma sequência de nucleotídeos”,
“Observação da estrutura tridimensional de proteínas” e “Análise de promotores
gênicos” (Tabela 1).
Os roteiros de número 1,2 e 3 apresentam, respectivamente, 6, 8e 8 figuras, e
quadros de orientações para o professor que irá aplicar a prática (Tabela 1). Segundo
Alonso & Gallego(2000), existem diferentes estilos de aprendizagem, ou seja, diferentes
maneiras pessoais de processar informação, sentimentos e comportamentos em situações
de aprendizagem. Desta forma, é importante incluir, além do texto, figuras que
favorecem o entendimento do roteiro. Estas também se prestam a atender os estudantes
com diferentes estilos de aprendizagem.

Tabela 1. Composição dos roteiros de aula prática.


Nº de orientações para o
Atividade Nº de figuras Assunto
docente
Roteiro 1 6 Código genético 3
Roteiro 2 8 Proteínas 2
Roteiro 3 8 Promotores 1

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As atividades desenvolvidas foram planejadas com intuito de, por meio da prática
em Bioinformática, proporcionar aos alunos a oportunidade de construir conhecimentos
na área de Biologia Molecular. Tomou-se o cuidado para que os roteiros desenvolvidos
permitissem o desenvolvimento de habilidades, despertando o interesse no
saber/descobrir, fomentando uma atitude autônoma do estudante, uma vez que ele dará
todos os comandos necessários para execução da análise utilizando um computador.
Todos os roteiros se iniciam com uma breve introdução do assunto a ser
abordado, além de conter os resultados esperados, indicando assim quais são as
competências que se deseja desenvolver. Esse norteamento é importante, uma vez que o
planejamento de aula do professor é construído com base no que ele deseja alcançar.
Muitos conceitos da Biologia Molecular não são novos, apesar disso, é possível ensiná-
los de forma diferenciada. Nesse caso, inovar implica em modificar processos por fazer
mediações pedagógicas com emprego de OAD.
Quanto ao acesso dos estudantes às ferramentas virtuais, Almeida (2000) afirma:

Os alunos por crescerem em uma sociedade permeada de recursos


tecnológicos, são hábeis manipuladores da tecnologia e a
dominam com maior rapidez e desenvoltura que seus professores.
Mesmo os alunos pertencentes a camadas menos favorecidas têm
contato com recursos tecnológicos na rua, na televisão, etc., e sua
percepção sobre tais recursos é diferente da percepção de uma
pessoa que cresceu numa época em que o convívio com a
tecnologia era muito restrito. (Almeida, 2000, p. 108).

Dessa forma, o espaço virtual deve ser entendido não como empecilho, mas como
um ambiente formativo e educacional. É necessário que haja envolvimento do uso da
tecnologia dentro das escolas e das universidades públicas, afinal de contas, muitos
jovens em algum momento já tiveram contato remoto com as ferramentas tecnológicas.
No entanto, o desuso destas ferramentas nas instituições de ensino público favorece
também à desigualdade de conhecimento, comparado àqueles que acompanham mais de
perto a tecnologia.
A Bioinformática, em estudos realizados por Badottit et al (2013), se mostrou
promissora para o ensino de proteômica, de modo que, mesmo com o auxílio de
tutoriais, perceberam que os alunos tornaram-se mais ativos no processo e de fato
pensaram de forma analítica. Dessa forma, em alguns trechos da atividade foram
inseridas propositalmente perguntas, por exemplo, “Mas onde, em uma sequência de
nucleotídeos, estão localizadas as trincas indicativas de iniciação (start códon) e parada

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(stop códón)?” e “Quais funções as proteínas desempenham no organismo?” (Tabela 2).


A inclusão de um questionamento se fundamenta no princípio de que o levantamento de
dúvidas gera uma interação social e curiosidade que desencadeia o processo de
aprendizagem. Segundo Postman e Weingartner (1969):

“O conhecimento não está nos livros à espera de que alguém venha


aprendê-lo; o conhecimento é produzido em resposta a perguntas;
todo novo conhecimento resulta de novas perguntas, muitas vezes
novas perguntas sobre velhas perguntas”(Postman e Weingartner,
1969, pg. 23).

Tabela 2. Trecho dos roteiros um, dois e três, grifados em cinza, contendo questionamentos.
Atividade Trecho contendo questionamento

Roteiro 1

Roteiro 2

Roteiro 3

Segundo Libâneo (1999), as novas exigências educacionais exigem um professor


capaz de ajustar sua didática às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do
aluno, dos diversos universos culturais, dos meios de comunicação. Nesta visão, o novo
professor precisa saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e
multimídias. A Bioinformáticapode ser uma importante ferramenta para o ensino de
Biologia Molecular. Um estudo realizado por Mertz e Streu (2015) concluiu que as
metodologias ativas e a Bioinformática podem ser utilizadas para melhorar as
habilidades de escrita e raciocínio dos alunos. Em seu trabalho, os autores propuseram

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aos estudantes a escrita de um projeto com base em cursos de bioquímica fornecidos


previamente, sendo que os conteúdos foram mediados por ferramentas de
Bioinformática sob metodologia ativa, com finalidade de facilitar a compreensão dos
processos abordados. Assim, o aluno conseguiu pensar em diversas maneiras de utilizar
as ferramentas estudadas para a criação de vários projetos de pesquisa.
Esse trabalho trouxe uma abordagem diferenciada para o ensino de Biologia
Molecular.A experimentação possibilita ao estudante pensar sobre o mundo de forma
científica, ampliando seu aprendizado sobre a natureza e estimulando habilidades, como
a observação, a obtenção e a organização de dados, bem como a reflexão e a discussão,
tornando o aluno o sujeito da ação. Para Moreira (2018), as tecnologias têm um
potencial enorme para melhorar o processo pedagógico, devendo ajudar o estudante a
pensar, a resolver problemas, a criar e a colaborar com os outros.
Poucas vezes os estudantes utilizam dados em sua forma original, por exemplo,
uma sequência primária de nucleotídeos ou aminoácidos. Com base nisso, os roteiros
aqui apresentados foram preparados de forma a permitir que os estudantes possam
manipular dados da fonte, analisá-los e tirar suas próprias conclusões, sendo assim o
protagonista de sua própria aprendizagem. Esta prática é coerente com os princípios do
construtivismo, da autonomia, da flexibilidade, da inclusão e da interação, podendo ter
efeitos positivos na formação acadêmica dos estudantes. Segundo a corrente pedagógica
do construtivismo, cujos principais representantes são Piaget e Vygotsky, o saber é
construído pelo próprio aluno quando ele resolve problemas e cria hipóteses (VON
LINSINGEN, 2010).
A execução do roteiro 1 apresenta ao estudante o site do banco de dados do NCBI
(em português: Centro Nacional de Informação Biotecnológica) e suas características
básicas, assim como o site do ORFfinder que é um localizador de quadros de leitura
abertos (no inglês Open Reading Frame, sigla ORFs), ou seja, da sequência codificadora
de proteína em um gene, em umasequência de DNA. Além disso, o estudante pode
estabelecer a correspondência entre nucleotídeos e aminoácidos, bem como a localização
dos códons de iniciação e parada.
O roteiro 2 apresenta o site SWISS MODEL, um servidor que faz modelagem de
proteínas por homologia, tornando-a acessível a todos. O executor do roteiro pode
visualizar a conversão de uma sequência linear de aminoácidos em uma estrutura

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tridimensional, que pode ser movimentada, examinada e apresentada em diferentes


formas. Adicionalmente, é possível estabelecer relação entre forma e função proteica.
O site PlantCARE é apresentado no roteiro 3. Trata-se de um banco de dados de
elementos reguladores, intensificadores e repressores de ação cis presentes nos
promotores de vegetais. Segundo Ibraheemet al (2010), os elementos regulatórios em
cissão sequências de DNA presentes nos promotores e essenciais para a regulação
transcricional do gene.
Utilizando o PlantCARE é possível identificar cis elementos que reagem a
diferentes estímulos e assim entender melhor a regulação de um dado gene. O estudante
pode inserir uma sequência de nucleotídeos e ter como retorno a marcação dos locais
onde ocorre cada elemento regulador. É possível conhecer e quantificar os elementos
reguladores responsivos a fatores como luz, salinidade, déficit hídrico e outros.
A Bioinformática cresceu em paralelo com a internet e seus avanços, sendo
possível analisar e simular dados muito rapidamente. A sua aplicação no ensino de
conceitos de Biologia Molecular permite experiências mais interativas, capazes de atrair
estudantes da era digital. Lévy (2007) defende que é necessário explorar as
potencialidades mais positivas do ciberespaço e, adicionalmente, Teixeira & Da Silva
(2014) consideram que na cultura da Web semânticao educador torna-se mediador das
atividades educativas e um incentivador da aprendizagem.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os roteiros de práticas em Bioinformática desenvolvidos neste trabalho


posicionam o estudante como construtor da própria aprendizagem, seja ele de ensino
médio ou superior, ampliando o pensamento crítico e reflexivo dos mesmos.
Foram desenvolvidos três roteiros de práticas em Bioinformática, que fazem
conexão entre conhecimentos teóricos e práticos, com procedimentos direcionados a
tornar o estudante construtor de sua própria aprendizagem.Outro ponto positivo é que
os roteiros práticos são de fácil linguagem e aplicação e isso se contrapõe ao fato de que
os bancos de dados e sites mais utilizados na Bioinformática se encontram na língua
inglesa e com terminologias específicas, barreiras que podem se configurar como desafios
para desenvolvimento de novas aplicações didáticas. Além disso, professores das diversas
modalidades e níveis de ensino podem fazer uso dos roteiros de aula prática aqui
apresentados, como estratégia para dinamizar o ensino da Biologia Molecular aplicando
o Objeto Digital de Aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

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BADOTTI F, BARBOSA AS, REIS ALM, BITAR M. Comparative modeling of


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BiochemMolBiol Educ., v. 42, p. 68–78, 2014.

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LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e


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Bioinformática como Objeto de Aprendizagem Digital (OAD) para o ensino da Biologia Molecular

LIVINGSTONE, S. Las redes sociales online – una oportunidadconriesgos para


adolescentes. In: Grané, M., Willem, C. (Orgs.). Web 2.0: Nuevas formas de aprender e
participar. Barcelona: Laertes Educacion. p. 87-106, 2009.

MERTZ, P.; STREU C. Writing throughout the biochemistry curriculum: Synergistic


inquiry-based writing projects for biochemistry students.Biochem Mol Biol Educ.,
43(6), p. 408–16, 2015.

MOREIRA, A. Reconfigurando ecossistemas digitais de aprendizagem com tecnologias


audiovisuais. Revista de Educação a Distância. v.5, n.1, 2018.

PAVAN, O. H. O. et al. Evoluindo genética: um jogo educativo. 1. ed. Campinas: Ed.


Unicamp, 1998.

PINHO, M. S. L. Pesquisa em Biologia Molecular: Como fazer? Revista Brasileira


Coloproct, v. 26, n. 3, p. 331-336, 2006.

POSTMAN, N; WEINGARTNER, C. Teaching as a subversive activity. New York:


Dell Publishing Co, 1969.

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recuperação de regiões flanqueadoras de um alvo. IX Encontro Latino Americano de
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THAMPI, S. M. Introduction to Bioinformatics.arXiv preprint arXiv.


ComputationalEngineering, Financeand Science, 2009.

TEIXEIRA, M. M.; DA SILVA, M. H. O. Hiperligações no ciberespaço: Interatividade,


comunicação e educação. Temática, v. 9, n. 10, 2014.

VON LINSINGEN, L. Ciências Biológicas e os PCNs. Centro Universitário Leonardo


da Vinci – Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2010.

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APÊNDICE 1

ROTEIRO1: LOCALIZAÇÃO DO START CÓDON E STOP CÓDON EM UMA


SEQUÊNCIA DE NUCLEOTÍDEOS

INTRODUÇÃO
A sequência de bases no DNA atua como um código genético que determinará a
sequência de aminoácidos em uma dada proteína, que pode ser entendida como
sequência específica de aminoácidos ligados entre si por meio de ligações peptídicas. A
leitura do código genético contido no DNA é feita a partir de uma sequência de três bases
nitrogenadas consecutivas, chamadas códon. O código genético é formado por 64
códons diferentes, os quais especificam 20 tipos de aminoácidos que podem ser
combinados de várias maneiras para formar as mais variadas proteínas. Além disso,
existem códons que não especificam nenhum aminoácido e são chamados códons de fim
ou de parada (PETSKO, 2009).
Mas onde, em uma sequência de nucleotídeos, estão localizadas as trincas
indicativas de iniciação (start códon) e parada (stop códón)? Na prática, a ORF (do
inglês "open reading frame"), ou seja, "fase de leitura aberta”, é a sequência de DNA
que fica entre a trinca de iniciação e a trinca de parada.No DNA, o códon de iniciação
é ATG, enquanto que os códons de parada são três: TAG (chamados de cóndon
"âmbar"), TAA (chamados de cóndon "ocre") e TGA (chamados de cóndon "opala")
(GARRATT, 2008).
O processo de tradução consiste em converter (traduzir) uma sequência de
nucleotídeos em sequência de aminoácidos, mas essa conversão obedece ao local de início
no start cóndon e ao local de fim em um dos stop códons (PETSKO, 2009).
Nesse sentido, o ORFfinder é um localizador de ORF que pesquisa por quadros
de leitura abertos (no inglês sigla ORFs) na sequência de DNA que você insere. O
programa retorna o intervalo de cada ORF, juntamente com sua tradução de proteína.
O localizador de ORF torna viável pesquisar o DNA recém sequenciado quanto a
possíveis segmentos de codificação de proteína e verificar a proteína prevista usando o
SMART BLAST recém-desenvolvido ou o BLASTP regular.

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PROCEDIMENTOS

1. Acessar o link https://www.ncbi.nlm.nih.gov/orffinder/

2. Inserir a sequência do gene de interesse. Segue a sequência do gene oxidase alternativa


de tangerina (Citros clementina), que pode ser utilizado:
CTTTAATCCTGACGTCGATAATTACGAAGCCCAATCAAGATCGATCCCCGAGCACCGAATTA
ATAAATTACCAAAATTGCCTATTTCTTTGTCTGCTAGTCTGTACTTTTGAGCAGCGTTTTGA
CTGACCGAAGAAACAAAAAACAAAGAAAATGAATCAATTAGTAGCGATGTCGGTGATGCGAG
GGCTGATTAACGGCGGGAAGCACAGTATCGGCTACGCAAGGACGGTGGTGAGATGTCATCCG
AACGTTTGGGACGGAGATGACATGCCGTTATTGGGGTTGAGAATGATGGTGATGATGAGTAG
TTATTCTTCTTCTTCGGAATCGGTGCCTGAGAAAGTGAAGGAGAAAGGAGAGAACGGAATTG
TACCGTCGAGTTATTGGGGTATTTCGAGGCCAAAGATCACTAGAGAGGATGGCAGTCCATGG
CCTTGGAATTGTTTCATGCCTTGGGAAACTTATCGGGCAGATTTATCAATTGATTTGAAGAA
GCACCATGTGCCCACAACCTTCCTTGACAAAGTTGCTTACCGGACGGTCAAACTCCTCCGAA
TTCCCACTGATTTGTTTTTTCAGAGACGATATGGATGTCGTGCAATGATGCTGGAAACAGTG
GCGGCTGTACCTGGAATGGTTGGAGGAATGTTGCTACACCTCAAGTCTCTGCGTAAGTTCCA
GCATAGTGGTGGTTGGATCAAAGCTCTGCTTGAAGAAGCAGAGAATGAGAGGATGCATCTGA
TGACCATGGTGGAGCTTGTGAAGCCCAAATGGTATGAGAGGATGCTTGTTCTGACTGTGCAG
GGTGTCTTTTTCAATGCATTCTTTGTGCTTTATCTACTCTCACCTAAACTGGCTCATAGAGT
TGTTGGCTACTTGGAGGAGGAGGCTATACACTCTTACACTGAATATCTCAAGGATATTGATA
GTGGATCTATTGAAAATGTTCCAGCCCCTGCTATTGCTATTGACTATTGGAGGTTACCTAAG
GATGCTACACTCAAGGATGTTATTACTGTTATTCGTGCTGACGAAGCTCATCATCGGGATGT
CAACCATTTTGCTTCTGATATACAGTTTCAGGGGAAGGAATTAAGAGATGCTCCTGCCCCTC
TTGGTTACCACTGAGATGGGATGAATTTGAGATTGTTTGTCAGATTTGTGGTTGAGGTACTT
CTACATGGATTGGTCTGAGATAATGAGGTTTCTGTATATGCTGAGAATAGTACACTAGGAGT
ATGAAATCTCAAGCTAAATGAAAAAGGGGTATAGAGTTTTCTGTATATGCTGAGAATAGTAC
ACTAGGAGTATGAAGTGTCAAGCTAAATGAAAAAGGGGTATAGACTAAATAAACACATCTGA
CTTTCTAAACCCAATTTGGTTGAATTTTATAAGCTTTGAGATTAGACTGCTTTTGTTTCTGT
ATGATAAGCAAGTAGCATGTTCCCAGTAGCTCCTCAGTACATCACCATTTATTTATTTTACT
TGTGCTAGCATTTTCTATTACACATTCATATGAAGGAGACAGGGAGATGGAGACATCTTGAG
TGGAAGGGAATCGTTGCTTCATAGATGATATTACTGCAAGTTTCTCCAAAAGCAGCATGCAA
AAGGTCAGGATTTCTTCTTGAACTCCCAATATGTTCCCTGATATGAGTGAAGTGTTGTTGGT
GAGAACCCCCAATTGTGCTTTATCCATGTAGTCATAAAAGAAATCGAAGTGTGGTGCTGGTA
GCTCAAAAGGTTGTAAGTTAAGATCTCTCATAGTCATATGACGTACCAATTCTGTATAATGA
TGAGGCTGGCAGCTCTATAATTTTACTGCAAACATATATTATATAGGTGCTTTAATGTAACT
GAAGATATATATGACTGATCGCTAGCATGAGCAAAAGCTATTAAATTAAATGATTAGATAAA
CAAAAATAAGTAATCTTATTTGAAATGTGTTTATGGTGGCAGTGGATGGAGATGGTACTGTC
AGCGAATACACTATTATTATGTGTTTAACTTTGGGATTGTGTATCTTTGCTAGAAAGTTCTT
CTTGATGGTGAGTTAAATGAGAAAATGGTTAGAAGGGAAATTTTTTTTATTCCCGCCTTGTT
AGAAAATGCTGCCTTGTTAGAAAATGCTCTCTGTTGGTAACTTAAAAATAAAAAGCTCACTG
TTTGGAAATGACATTAAGGACCTCATGCAAGATCTTCCAAGTTTCAAGTTTCAACCAATTAG
TATGCAAATCGCTTTATGCCTAGGATTGAATAAATAAAAAATAAAAAAGATAAAACGTATCG
TCGTTACTTCTGAAGAAGCATGTG

3. Colocar a sequência no formato fasta. Para isso, basta inserir o sinal “>” no início
dela, e também inserir um nome ou sigla para identificação da sequência. Podemos
abreviar oxidase alternativa como “OA”,ficando assim:

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>OA
CTTTAATCCTGACGTCGATAATTACGAAGCCCAATCAAGATCGATCCCCGAGCACCGAATTA
ATAAATTACCAAAATTGCCTATTTCTTTGTCTGCTAGTCTGTACTTTTGAGCAGCGTTTTGA
CTGACCGAAGAAACAAAAAACAAAGAAAATGAATCAATTAGTAGCGATGTCGGTGATGCGAG
GGCTGATTAACGGCGGGAAGCACAGTATCGGCTACGCAAGGACGGTGGTGAGATGTCATCCG
AACGTTTGGGACGGAGATGACATGCCGTTATTGGGGTTGAGAATGATGGTGATGATGAGTAG
TTATTCTTCTTCTTCGGAATCGGTGCCTGAGAAAGTGAAGGAGAAAGGAGAGAACGGAATTG
TACCGTCGAGTTATTGGGGTATTTCGAGGCCAAAGATCACTAGAGAGGATGGCAGTCCATGG
CCTTGGAATTGTTTCATGCCTTGGGAAACTTATCGGGCAGATTTATCAATTGATTTGAAGAA
GCACCATGTGCCCACAACCTTCCTTGACAAAGTTGCTTACCGGACGGTCAAACTCCTCCGAA
TTCCCACTGATTTGTTTTTTCAGAGACGATATGGATGTCGTGCAATGATGCTGGAAACAGTG
GCGGCTGTACCTGGAATGGTTGGAGGAATGTTGCTACACCTCAAGTCTCTGCGTAAGTTCCA
GCATAGTGGTGGTTGGATCAAAGCTCTGCTTGAAGAAGCAGAGAATGAGAGGATGCATCTGA
TGACCATGGTGGAGCTTGTGAAGCCCAAATGGTATGAGAGGATGCTTGTTCTGACTGTGCAG
GGTGTCTTTTTCAATGCATTCTTTGTGCTTTATCTACTCTCACCTAAACTGGCTCATAGAGT
TGTTGGCTACTTGGAGGAGGAGGCTATACACTCTTACACTGAATATCTCAAGGATATTGATA
GTGGATCTATTGAAAATGTTCCAGCCCCTGCTATTGCTATTGACTATTGGAGGTTACCTAAG
GATGCTACACTCAAGGATGTTATTACTGTTATTCGTGCTGACGAAGCTCATCATCGGGATGT
CAACCATTTTGCTTCTGATATACAGTTTCAGGGGAAGGAATTAAGAGATGCTCCTGCCCCTC
TTGGTTACCACTGAGATGGGATGAATTTGAGATTGTTTGTCAGATTTGTGGTTGAGGTACTT
CTACATGGATTGGTCTGAGATAATGAGGTTTCTGTATATGCTGAGAATAGTACACTAGGAGT
ATGAAATCTCAAGCTAAATGAAAAAGGGGTATAGAGTTTTCTGTATATGCTGAGAATAGTAC
ACTAGGAGTATGAAGTGTCAAGCTAAATGAAAAAGGGGTATAGACTAAATAAACACATCTGA
CTTTCTAAACCCAATTTGGTTGAATTTTATAAGCTTTGAGATTAGACTGCTTTTGTTTCTGT
ATGATAAGCAAGTAGCATGTTCCCAGTAGCTCCTCAGTACATCACCATTTATTTATTTTACT
TGTGCTAGCATTTTCTATTACACATTCATATGAAGGAGACAGGGAGATGGAGACATCTTGAG
TGGAAGGGAATCGTTGCTTCATAGATGATATTACTGCAAGTTTCTCCAAAAGCAGCATGCAA
AAGGTCAGGATTTCTTCTTGAACTCCCAATATGTTCCCTGATATGAGTGAAGTGTTGTTGGT
GAGAACCCCCAATTGTGCTTTATCCATGTAGTCATAAAAGAAATCGAAGTGTGGTGCTGGTA
GCTCAAAAGGTTGTAAGTTAAGATCTCTCATAGTCATATGACGTACCAATTCTGTATAATGA
TGAGGCTGGCAGCTCTATAATTTTACTGCAAACATATATTATATAGGTGCTTTAATGTAACT
GAAGATATATATGACTGATCGCTAGCATGAGCAAAAGCTATTAAATTAAATGATTAGATAAA
CAAAAATAAGTAATCTTATTTGAAATGTGTTTATGGTGGCAGTGGATGGAGATGGTACTGTC
AGCGAATACACTATTATTATGTGTTTAACTTTGGGATTGTGTATCTTTGCTAGAAAGTTCTT
CTTGATGGTGAGTTAAATGAGAAAATGGTTAGAAGGGAAATTTTTTTTATTCCCGCCTTGTT
AGAAAATGCTGCCTTGTTAGAAAATGCTCTCTGTTGGTAACTTAAAAATAAAAAGCTCACTG
TTTGGAAATGACATTAAGGACCTCATGCAAGATCTTCCAAGTTTCAAGTTTCAACCAATTAG
TATGCAAATCGCTTTATGCCTAGGATTGAATAAATAAAAAATAAAAAAGATAAAACGTATCG
TCGTTACTTCTGAAGAAGCATGTG

4. A sequência devidamente identificada e no formato fasta deve ser inserida na caixa do


ORFfinder (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/orffinder/), como na figura abaixo:

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5. O comando “Submit” (indicado pela seta vermelha na figura abaixo) deve ser
escolhido; assim você disponibiliza a sequência de nucleotídeos para análise:

6. Deve-se aguardar alguns segundos até que a análise seja concluída, conforme figura
abaixo:

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7. Obtenção e interpretação da análise:

ORIENTAÇÃO PARA O PROFESSOR:


Aqui a interpretação dos resultados deve ser direcionada pelo professor, que
indicará: A direita, conforme indicado pela seta 1 na figura acima, é
apresentado o resultado da análise da possível fase de leitura do gene
avaliado, começando no nucleotídeo 153 e se estendendo até o 1130. A seta
2 na esquerda da figura acima indica a apresentação da sequência de
aminoácidos da proteína resultante do quadro de leitura indicado, totalizando
325 aminoácidos (aa).

8. Identificação do start e stop códon na sequência disponibilizada:

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>OA
CTTTAATCCTGACGTCGATAATTACGAAGCCCAATCAAGATCGATCCCCGAGCACCGAATTA
ATAAATTACCAAAATTGCCTATTTCTTTGTCTGCTAGTCTGTACTTTTGAGCAGCGTTTTGA
CTGACCGAAGAAACAAAAAACAAAGAAAATGAATCAATTAGTAGCGATGTCGGTGATGCGAG
GGCTGATTAACGGCGGGAAGCACAGTATCGGCTACGCAAGGACGGTGGTGAGATGTCATCCG
AACGTTTGGGACGGAGATGACATGCCGTTATTGGGGTTGAGAATGATGGTGATGATGAGTAG
TTATTCTTCTTCTTCGGAATCGGTGCCTGAGAAAGTGAAGGAGAAAGGAGAGAACGGAATTG
TACCGTCGAGTTATTGGGGTATTTCGAGGCCAAAGATCACTAGAGAGGATGGCAGTCCATGG
CCTTGGAATTGTTTCATGCCTTGGGAAACTTATCGGGCAGATTTATCAATTGATTTGAAGAA
GCACCATGTGCCCACAACCTTCCTTGACAAAGTTGCTTACCGGACGGTCAAACTCCTCCGAA
TTCCCACTGATTTGTTTTTTCAGAGACGATATGGATGTCGTGCAATGATGCTGGAAACAGTG
GCGGCTGTACCTGGAATGGTTGGAGGAATGTTGCTACACCTCAAGTCTCTGCGTAAGTTCCA
GCATAGTGGTGGTTGGATCAAAGCTCTGCTTGAAGAAGCAGAGAATGAGAGGATGCATCTGA
TGACCATGGTGGAGCTTGTGAAGCCCAAATGGTATGAGAGGATGCTTGTTCTGACTGTGCAG
GGTGTCTTTTTCAATGCATTCTTTGTGCTTTATCTACTCTCACCTAAACTGGCTCATAGAGT
TGTTGGCTACTTGGAGGAGGAGGCTATACACTCTTACACTGAATATCTCAAGGATATTGATA
GTGGATCTATTGAAAATGTTCCAGCCCCTGCTATTGCTATTGACTATTGGAGGTTACCTAAG
GATGCTACACTCAAGGATGTTATTACTGTTATTCGTGCTGACGAAGCTCATCATCGGGATGT
CAACCATTTTGCTTCTGATATACAGTTTCAGGGGAAGGAATTAAGAGATGCTCCTGCCCCTC
TTGGTTACCACTGAGATGGGATGAATTTGAGATTGTTTGTCAGATTTGTGGTTGAGGTACTT
CTACATGGATTGGTCTGAGATAATGAGGTTTCTGTATATGCTGAGAATAGTACACTAGGAGT
ATGAAATCTCAAGCTAAATGAAAAAGGGGTATAGAGTTTTCTGTATATGCTGAGAATAGTAC
ACTAGGAGTATGAAGTGTCAAGCTAAATGAAAAAGGGGTATAGACTAAATAAACACATCTGA
CTTTCTAAACCCAATTTGGTTGAATTTTATAAGCTTTGAGATTAGACTGCTTTTGTTTCTGT
ATGATAAGCAAGTAGCATGTTCCCAGTAGCTCCTCAGTACATCACCATTTATTTATTTTACT
TGTGCTAGCATTTTCTATTACACATTCATATGAAGGAGACAGGGAGATGGAGACATCTTGAG
TGGAAGGGAATCGTTGCTTCATAGATGATATTACTGCAAGTTTCTCCAAAAGCAGCATGCAA
AAGGTCAGGATTTCTTCTTGAACTCCCAATATGTTCCCTGATATGAGTGAAGTGTTGTTGGT
GAGAACCCCCAATTGTGCTTTATCCATGTAGTCATAAAAGAAATCGAAGTGTGGTGCTGGTA
GCTCAAAAGGTTGTAAGTTAAGATCTCTCATAGTCATATGACGTACCAATTCTGTATAATGA
TGAGGCTGGCAGCTCTATAATTTTACTGCAAACATATATTATATAGGTGCTTTAATGTAACT
GAAGATATATATGACTGATCGCTAGCATGAGCAAAAGCTATTAAATTAAATGATTAGATAAA
CAAAAATAAGTAATCTTATTTGAAATGTGTTTATGGTGGCAGTGGATGGAGATGGTACTGTC
AGCGAATACACTATTATTATGTGTTTAACTTTGGGATTGTGTATCTTTGCTAGAAAGTTCTT
CTTGATGGTGAGTTAAATGAGAAAATGGTTAGAAGGGAAATTTTTTTTATTCCCGCCTTGTT
AGAAAATGCTGCCTTGTTAGAAAATGCTCTCTGTTGGTAACTTAAAAATAAAAAGCTCACTG
TTTGGAAATGACATTAAGGACCTCATGCAAGATCTTCCAAGTTTCAAGTTTCAACCAATTAG
TATGCAAATCGCTTTATGCCTAGGATTGAATAAATAAAAAATAAAAAAGATAAAACGTATCG
TCGTTACTTCTGAAGAAGCATGTG

ORIENTAÇÃO PARA O PROFESSOR:


Deve-se utilizar a ferramenta “revisão” do word e escolher a opção contar
palavras, para determinar o local de início do gene no caractere de número
153, 154 e 155, que será a trinca ATG marcada de vermelho na sequência
acima. Com a mesma ferramenta do word deve-se localizar os caracteres de
número 1128, 1129 e 1130, que coincidirão com o códon de parada TGA,
também marcado de vermelho na sequência acima.

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Abaixo a localização feita no word:

9. Construção de tabela indicando o número de nucleotídeos do gene e de aminoácidos


da proteína.
ATGAATCAATTAGTAGCGATGTCGGTGATGCGAGGGCTGATTAAC 978 nucleotídeos
GGCGGGAAGCACAGTATCGGCTACGCAAGGACGGTGGTGAGATGT
CATCCGAACGTTTGGGACGGAGATGACATGCCGTTATTGGGGTTG
AGAATGATGGTGATGATGAGTAGTTATTCTTCTTCTTCGGAATCG
GTGCCTGAGAAAGTGAAGGAGAAAGGAGAGAACGGAATTGTACCG
TCGAGTTATTGGGGTATTTCGAGGCCAAAGATCACTAGAGAGGAT
GGCAGTCCATGGCCTTGGAATTGTTTCATGCCTTGGGAAACTTAT
CGGGCAGATTTATCAATTGATTTGAAGAAGCACCATGTGCCCACA
ACCTTCCTTGACAAAGTTGCTTACCGGACGGTCAAACTCCTCCGA
ATTCCCACTGATTTGTTTTTTCAGAGACGATATGGATGTCGTGCA
ATGATGCTGGAAACAGTGGCGGCTGTACCTGGAATGGTTGGAGGA
ATGTTGCTACACCTCAAGTCTCTGCGTAAGTTCCAGCATAGTGGT
GGTTGGATCAAAGCTCTGCTTGAAGAAGCAGAGAATGAGAGGATG
CATCTGATGACCATGGTGGAGCTTGTGAAGCCCAAATGGTATGAG
AGGATGCTTGTTCTGACTGTGCAGGGTGTCTTTTTCAATGCATTC
TTTGTGCTTTATCTACTCTCACCTAAACTGGCTCATAGAGTTGTT
GGCTACTTGGAGGAGGAGGCTATACACTCTTACACTGAATATCTC
AAGGATATTGATAGTGGATCTATTGAAAATGTTCCAGCCCCTGCT
ATTGCTATTGACTATTGGAGGTTACCTAAGGATGCTACACTCAAG

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GATGTTATTACTGTTATTCGTGCTGACGAAGCTCATCATCGGGAT
GTCAACCATTTTGCTTCTGATATACAGTTTCAGGGGAAGGAATTA
AGAGATGCTCCTGCCCCTCTTGGTTACCACTGA
MNQLVAMSVMRGLINGGKHSIGYARTVVRCHPNVWDGDDMPLLGL 325 aminoácidos
RMMVMMSSYSSSSESVPEKVKEKGENGIVPSSYWGISRPKITRED
GSPWPWNCFMPWETYRADLSIDLKKHHVPTTFLDKVAYRTVKLLR
IPTDLFFQRRYGCRAMMLETVAAVPGMVGGMLLHLKSLRKFQHSG
GWIKALLEEAENERMHLMTMVELVKPKWYERMLVLTVQGVFFNAF
FVLYLLSPKLAHRVVGYLEEEAIHSYTEYLKDIDSGSIENVPAPA
IAIDYWRLPKDATLKDVITVIRADEAHHRDVNHFASDIQFQGKEL
RDAPAPLGYH

ORIENTAÇÃO PARA O PROFESSOR:


O professor deve levantar a reflexão sobre o motivo pelo qual o número de
aminoácidos é menor que o de nucleotídeos. Para isso pode pedir ao
estudante que divida os 978 caracteres (presentes do start até o stop códon)
por três (pois cada trinca resulta em um aminoácido): o resultado será 326. No
entanto, o último códon não codifica nada, por isso existe um aminoácido a
menos, sendo 325 o número real de aminoácidos.

RESULTADOS ESPERADOS
Ao final desta prática, espera-se que os estudantes compreendam a
correspondência entre as sequências nucleotídicas e de aminoácidos, assimilem o
conceito de códon de iniciação (start códon) e parada (stop códon), compreendam a
codificação genética e notem a importância de ferramentas de informática para auxiliar
estudos biológicos.

REFERÊNCIAS
GARRATT, R. C.; ORENGO, C. A.The Protein Chart. Nova Iorque: Wiley-VCH, 2008.
PETSKO, G. A.; RINGE, D. Protein Structure and Function. New York: Oxford
University Press, 2009.

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ROTEIRO 2: OBSERVAÇÃO DA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE


PROTEÍNAS

INTRODUÇÃO
Quando as proteínas são liberadas pelos ribossomos ainda não estão prontas para
desempenhar suas funções biológicas, pois são necessárias algumas modificações que
incluem dobramentos da molécula e adição e de fosfato. O dobramento da proteína é a
modificação pós traducional mais importante, pois sua estrutura tridimensional interfere
diretamente no papel desempenhado por essas moléculas no organismo (Ogo& Godoy,
2016).
Quais funções as proteínas desempenham no organismo? Elas possuem função
hormonal, estrutural, catalítica e atuação como anticorpos. Dentre as proteínas, a
insulina é muito estudada, ela tem função hormonal e é responsável pela redução da
glicemia (taxa de glicose no sangue), ao promover a entrada de glicose nas células.
Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose acumula-se no sangue ao mesmo
tempo em que células são destruídas por falta de abastecimento, gerando uma doença
conhecida como diabetes mellitus.
A sequência exata de aminoácidos contida na molécula de insulina foi
determinada pelo biólogo britânico Frederick Sangerem 1955. Foi a primeira vez que a
estrutura de uma proteína fora completamente determinada. Por isso, ele recebeu
o Prêmio Nobel de Química em 1958. Sendo assim, hoje sabemos que a insulina é
formada por um total de cinquenta e um aminoácidos e possui duas cadeias de
polipeptídios ligadas por duas pontes dissulfídicas.
Sabendo a sequência de aminoácidos da insulina, é possível visualizar a sua forma
tridimensional, que é tão importante para desempenho de sua função. Também é possível
determinar em quais aminoácidos ela recebe a adição de grupos fosfato, processo
conhecido como fosforilação.
O SWISS-MODEL é um servidor de modelagem de homologia de estrutura
protéica totalmente automatizado, acessível através do servidor web ExPASy, ou do
programa DeepView (SwissPdb-Viewer). O objetivo deste servidor é tornar a modelagem
de proteínas acessível a todos os pesquisadores de ciências da vida em todo o mundo.

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PROCEDIMENTOS

1. Acessar o site SWISS MODEL no link: https://swissmodel.expasy.org/

2. Selecionar a opção Start Modelling (Iniciar modelagem, em português), apontada pela


seta vermelha na figura abaixo.

3. Inserir a sequência de aminoácidos da proteína insulina no quadro indicado pela seta


vermelha abaixo. Sendo a sequência:
GIVEQCCTSICSLYQLENYCNFVNQHLCGSHLVEALYLVCGERGFFYTPKA

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4. Observar se a sequência inserida apresenta mudança de cor, como indicado pela seta
vermelha na figura abaixo.

5. Clicar em “Search for templates” para pesquisar o modelo tridimensional da insulina,


conforme mostrado abaixo:

6. Aguarde a análise da sequência:

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7. Observe os resultados apresentados e clique no modelo à direita da tela (destacado na


figura abaixo). É possível clicar no botão esquerdo do mouse, permanecer com ele
clicado e então movimentar para visualizar as diferentes faces da proteína.

8. Escolha a opção “surface” (indicado pela seta na figura abaixo) para ver a superfície
tridimensional da proteína.

9. Agora escolha a opção “Ballandstick” para visualizar a proteína a partir dos átomos
que a formam, como na figura abaixo.

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ORIENTAÇÃO PARA O PROFESSOR:


O professor deve mostrar aos alunos que a partir de uma sequência linear de
aminoácidos se forma uma proteína tridimensional. E quea sequência primária
determina como será a estrutura tridimensional.

10. Assistir ao vídeo denominado “Como a insulina age no organismo/ Animação #09”,
disponibilizado no link: https://www.youtube.com/watch?v=vAUbt17h6Co

ORIENTAÇÃO PARA O PROFESSOR:


O professor deve mencionar que a importante função desempenhada pela
insulina só é possível devido a sua estrutura tridimensional, conforme
observada no SWISS-MODEL.
O docente pode acessar o PDB (Protein Data Bank) para buscar outras
sequências proteicas. Trata-se de um banco de dados em 3D de proteínas e
ácidos nucléicos. Link:https://www.rcsb.org/

RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que o estudante compreenda como ocorre o dobramento da cadeia de
aminoácidos para gerar uma proteína tridimensional, associe a forma da proteína a
função por ela desempenhada e aprenda a manipular o SWISS-MODEL.

REFERÊNCIAS
OGO, M. Y.; GODOY, L.P. Contato Biologia. Volume 1. São Paulo: Quinteto Editorial,
2016.

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ROTEIRO 3: ANÁLISE DO PROMOTORES GÊNICOS

INTRODUÇÃO
Genes de humanos, vegetais e de bactérias respondem a estímulos ambientais e
tem sua expressão regulada. Sendo assim, todosos genes necessitam de alguma regulação
para funcionarem da maneira correta e responderem aos mais diversos estímulos
ambientais, como luz, salinidade, e presença de hormônios.
Em genética, o promotor é uma região localizada perto do sítio de início da
transcrição de genes do DNA que inicia a transcrição de um determinado gene. Eles
participam promovendo a transcrição de uma sequência de DNA em RNA. Os elementos
regulatórios em cissãosequências de DNA presentes nos promotores e essenciais para a
regulação transcricional do gene, controlando muitos processos biológicos e respostas a
estresses (IBRAHEEMet al., 2010).
É possível analisar os promotores utilizando o PlantCARE(LESCOT et al., 2002),
mas, o que é isso? Trata-se de um banco de dados de elementos reguladores,
intensificadores e repressores de ação cispresentes nos promotores de vegetais. Utilizando
o PlantCARE é possível identificar cis elementos que reagem a diferentes estímulos e
assim entender melhor a regulação de um dado gene.

PROCEDIMENTOS
1. Acesse o site PlantCARE:
http://bioinformatics.psb.ugent.be/webtools/plantcare/html/

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2. Clique em “Search for CARE”, como na figura abaixo.

3. Adicione e-mail no local indicado pela seta 1 e a sequência do promotor gênico. Aqui
pode ser usado o promotor do gene oxidase alternativa de tangerina (Citrusclementina),
cuja sequência é:
CTAGACCGGTGGGTTGTTTAAACTCTCTTAATCTTTCGCTCTGATGAATCATAAATAGAAGT
TCAATATAATCTAGTAATACTTTATTTTAAAATACGTGTATAATTGGCCTTGCCGTTTTCGC
CTTTTGGGGAGCCGGGAGCCCCTTCCAGAATAAGGTGACCCACAACTAGTCAGTTTTTGCCA
CTTGTTTTTAAACTGGCGATGATGCCGCTTTTTTATTGCCGTTTTCTTTCCCTACCACGAAT
TTTTTCTACCCCTTTTTGCGTCCGTTTAACATAACTTTTACAAATAAAATTTATTTAAACAG
AACTTTTAGTTAAGAGATTTTATACGGAGAATTTTTATTAAAAGTAATTAAATTATTTAGTT
GTCGATAAAATTTTTTTTAAAAAATAATAAAACTATTTTAATAGATAATTTTTTAAAAATTA
TATTATTAAAAAATGAATAAGATTGTAAAATAAATTAAAGACACTTTAGGATAATTTAACTC
TTTAATACATTGTACAACTTTTATCTTTAATGATTTTAAATTTAAAATTTTACTAATAAAGA
CAAAATAACTTATTTCATCTCAAAAATTATACTCAAAATATAACTAAACAATATTAAAATGA
TTAACAGACTTATAAAACTAAAAAAGTATTGATGACAATCAAATAAATTATATCGGACATGC
ACTAGTATTCAAAAAAAAAAAAAAAATTGGATGCAACATATTTTAATTGATTTTGGAAAAAA
AAATCTATTGTCAAATCTTTACACTTTGCTTAAAAAAAATCCTTTTATAATTGTGATTAAAA
GAAAAAATGTAACACGGCACATCAAAATCTTGTAAGTGATTGTCTAAGACGCGATGCGCCGA
TGTCTACATGGCCACATTTTGAAGGCAACTTTAAAAGGGAACCCTTGATACAATAAATATGC
GTGAGCGTGTCCAGATAACCTTCACATGATGCTCGCAAGAATTTCTATCTTCAATTTTCTTG
AGAAAACCGTGTGAAGGCTGTTTCTAACTTTCTGTAAAGCTAAATTCACTGTTTAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAACCTTTGAACAAGGCAACAGGCGTGGATAAGAAATTGTTTACAGCTAAT
TTGGTTGCAGACGTAAGAAAAGGATGACCATTGCAACTGGACAATAATGTGGATGACAGGTC
GGTTGAAGTTGACGTCGACAGGAATCCACCGTTCAAGCTTTCCGACTCGGAATAAGCTTCTG
TTGTCCACAAAGATTAAATTAAATTAAATTATATTATACGTGAAGCAAGTACATTTAATTTA
GACTTTAAATCCATTTTTAATGTTGGTGTGTTGACATCAAGCGATTGCGTCATTGTTGTTCG
TCGTCGGGCCATATTCTTGTGGGCTGCCATATCCTCCAGAAATGTAAAACGGTCTATTTAAA
TGATTCGGCCCAGTCAGGTCATTGGGCTATAAAATGGAGTCATTTGTCGAGCTTTAACAATA
GAATGGGCTCAA

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4. Submeter a sequência para análise clicando em “Search”.

5. Aguardar a conclusão da análise.

6. Acesse o link enviado por e-mail para ver o resultado.

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7. Veja a lista de cis elementos encontrados:

8. Ao clicar no sinal “+” ao lado de cada elemento, aparecem as especificações e


informações sobre o referido cis elemento (figura abaixo).

ORIENTAÇÃO PARA O PROFESSOR:


O professor deve orientar o aluno na abertura de cada especificação,
esclarecendo sobre a função mencionada. Por exemplo, o ácido abscísico é
um hormônio vegetal que regula respostas ao estresse hídrico, inibição da
germinação de sementes e o desenvolvimento dos gomos.
Podem ser indicados cis elementos responsivos à seca, ao frio, ao ataque de
patógenos, etc. Em todos eles o professor deve destacar a importância de
fatores externos para modular a resposta do vegetal.

9. Ao clicar no sinal “+” ao lado de cada elemento, a sequência de DNA do promotor é


marcada para indicar a localização do elemento nela (conforme figura abaixo).

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RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que o aluno compreenda como manipular o PlantCARE, bem como a
importância do promotor para regular a expressão do gene, a variedade de ciselementos
reguladores existentes e a diversidade de fatores ambientais que podem modular a
expressão gênica.

REFERÊNCIAS
LESCOT, M.; DÉHAIS, P.; THIJS, G.; MARCHAL, K.; MOREAU, Y.; VAN DE PEER,
Y.; ROUZÉ, P.; ROMBAUTS, S. PlantCARE, a database of plant cis-acting regulatory
elements and a portal to tools for in silico analysis of promoter sequences. Nucleic Acids
Research, v. 30, p. 325-327, 2002.

IBRAHEEM, O.; BOTHA, C. E. J.; BRADLEY, G.In silico analysis of cis-acting


regulatory elements in 5_ regulatory regions of sucrose transporter gene families in rice
(Oryza sativa Japonica) and Arabidopsis thaliana. Computational Biology and
Chemistry, Oxford, v. 34, n. 5/6, p. 268–283, 2010.

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