Egito - matemática
Egito - matemática
Egito - matemática
A civilização egípcia se desenvolveu no fértil vale do rio Nilo, no território que hoje
corresponde ao Egito. Embora elementos civilizatórios estivessem presentes desde o
início do quarto milênio a.C., considera-se que a civilização egípcia começou em 3150
a.C., com a unificação do Baixo e Alto Egito sob o primeiro faraó, marcando o início do
período dinástico.
A civilização egípcia atingiu seu auge de prosperidade e poder entre os séculos XVI e IX
a.C. Após esse período, entrou em uma fase de decadência progressiva, culminando com
a conquista do Egito por Alexandre, o Grande, em 332 a.C. Um de seus generais,
Ptolemeu Soter, tornou-se governante e iniciou a dinastia Ptolemaica, que governou o
Egito a partir de Alexandria até 30 a.C., quando a região se tornou uma província romana.
Muitos registros da civilização egípcia chegaram até nós em papiros, alguns com
conteúdo matemático. O papiro era produzido a partir do caule da planta de mesmo nome,
abundante no vale do Nilo. As tiras eram sobrepostas, cruzadas e prensadas para formar
folhas, que eram coladas para formar rolos. Os papiros eram escritos por escribas em
escrita hierática, uma forma simplificada da escrita hieroglífica, mais adequada para o
uso cotidiano.
O papiro matemático mais famoso é o Papiro de Rhind, adquirido pelo egiptólogo
Alexander Rhind em 1858 e datado de cerca de 1650 a.C. Com mais de 5 metros de
comprimento e 33 cm de largura, contém 84 problemas de geometria e aritmética,
incluindo estudos de frações unitárias e equações lineares, além de cálculos de volumes
e áreas. Outro documento importante é o Papiro de Moscou, adquirido pelo egiptólogo
Vladimir Golenishchev no final do século XIX. Menor que o Papiro de Rhind, mas mais
antigo, datado de cerca de 1850 a.C., contém 25 problemas com soluções, incluindo o
cálculo do volume de um tronco de pirâmide.
O historiador grego Heródoto (c. 484-420 a.C.) atribuiu a origem da geometria egípcia à
necessidade de redistribuir os campos cultiváveis após as inundações do rio Nilo.
Diferente da geometria grega, que valorizava demonstrações, a geometria egípcia era
prática e focada em métodos e regras eficazes para aplicações concretas. Os egípcios
calculavam áreas de figuras como quadrados, triângulos e trapézios. Por exemplo, no
Papiro de Rhind, a área de um triângulo isósceles era calculada multiplicando metade da
base pela altura. Eles também usavam a aproximação (\pi = (16/9)^2) para calcular a área
de círculos e fórmulas para volumes de cubos, prismas, cilindros e pirâmides.
O sistema de numeração egípcio era decimal e não posicional, com símbolos diferentes
para 1, 10, 100, etc. A notação hierática simplificava essa representação, economizando
símbolos. Os egípcios usavam frações unitárias (com numerador 1) para atender a
necessidades práticas, como contabilidade e impostos. O Papiro de Rhind inclui uma
tabela de decomposição de frações unitárias para números ímpares de 3 a 101.