Historia Da Matematica

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História da matemática

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Compêndio sobre Cálculo por Completude e Balanço de Muhammad ibn Mūsā al-Khwārizmī (c. 820 d.C.)

A história da matemática é uma área de estudo que busca explorar as diversas


práticas matemáticas que existiram ao longo do tempo e em diferentes territórios.
Embora muitos acreditam que seja dedicada à investigação sobre a origem das
descobertas da matemática, a historiografia atual tem se debruçado em
compreender os métodos matemáticos dentro do seu próprio contexto, valorizando
as diferenças entre como fazemos matemática hoje e como se fazia matemática em
outros períodos e lugares.
A historiografia da matemática ainda tem a difícil missão de superar os
discursos anacrônicos e teleológicos. Um deles amplamente difundido é que a
contribuição greco-helênica refinou grandiosamente os métodos (especialmente
através da introdução do raciocínio dedutivo e do rigor matemático em provas) e
expandiu o tema da matemática, isto é, aquilo de que ela trata.[1] Assim, é comum
defenderem que o estudo da matemática como um tópico em si mesmo começa
no século VI a.C. com os pitagóricos, os quais cunharam o termo "matemática" a
partir do termo μάθημα (mathema) do grego antigo, significando, então, "tema do
esclarecimento".[2] No entanto, são visões enviesadas pelos relatos de Heródoto e
pelos neopitagóricos, que defendiam uma matemática "pura" no sentido de que a
matemática (grega) é desenvolvida independente das demandas "práticas", como
nas construções, na mecânica dos corpos, na agricultura, etc. Esse discurso é
falacioso uma vez que a matemática, pelo menos até o século XVIII sempre esteve
associada com a prática, inclusive na Grécia Antiga. Por exemplo, historiadores mais
recentes defendem que a Escola Pitagórica não tinha como foco principal uma
matemática voltada para a geometria ou para a demonstração, como se faz n'Os
Elementos de Euclides. O teorema de Pitágoras para os pitagóricos estaria
associado a um caso particular de números figurados, portanto para eles seria um
resultado muito mais aritmético do que geométrico. Essas separações entre
matemática pura e aplicada, entre matemática e física (e as outras ciências), entre
teoria e prática se consolidam a partir do século XIX. Elas aparecem em muitas
narrativas históricas como resultados de um anacronismo do próprio historiador que
escreve sobre as práticas matemáticas do passado projetando a sua ideia do que
seja a matemática de hoje.
Papiro de Rhind do Antigo Egipto, cerca de 1650 a.C.

Índice

Matemática na pré-história
A origem do pensamento matemático jaz nos conceitos de número, magnitude e
forma.[3] Estudos modernos da cognição animal mostraram que tais conceitos não
são unicamente humanos. Eles teriam sido parte da vida cotidiana de sociedades de
indivíduos caçadores-coletores. Ademais, que o conceito de número tenha se
desenvolvido paulatinamente ao longo do tempo, isto fica evidente com o fato de que
algumas línguas atuais preservam a distinção entre "um", "dois" e "muitos", mas não
em relação a números maiores do que dois.[3]
O objeto matemático reconhecido como possivelmente o mais antigo é o osso de
Lebombo, descoberto nos montes Libombos, na Suazilândia, e datado de
aproximadamente 35000 anos a.C.[4][5] Tal osso consiste em 29 entalhes feitos em
uma fíbula (ou perônio) de um babuíno.[6][7] Também foram descobertos artefatos pré-
históricos na África e na França, datados de entre 35000 e 20000 anos atrás,[8] os
quais sugerem tentativas arcaicas de quantificação do tempo.[9] No livro How
Mathematics Happened: The First 50 000 Years (sem versão em português), por
exemplo, Peter Rudman argumenta que o desenvolvimento do conceito de números
primos apenas pôde ter surgido depois do conceito de divisão, a qual é por ele
datada de após 10.000 a.C., sendo que os números primos provavelmente não eram
entendidos até em torno de 500 a.C. Ele também escreve que "não foi feita nenhuma
tentativa de explicar por que razão uma talha de alguma coisa deve apresentar
múltiplos de dois, números primos entre 10 e 20 e alguns números que são quase
múltiplos de 10".[10]

Matemática egípcia
Ver artigo principal: Matemática egípcia
O osso de Ishango, descoberto perto das cabeceiras do rio Nilo, pode possuir algo
como 20000 anos de existência e consiste em uma série de talhas marcadas em três
colunas ao longo do comprimento do osso. As interpretações mais habituais a
respeito de tal osso dizem que ele mostra ou a mais antiga demonstração conhecida
de sequências de números primos[7] ou então um calendário lunar de seis meses.
[11]
 Há também egípcios do período pré-dinástico do quinto milênio a.C. que
representaram pictoricamente as figuras geométricas. Além disso, reivindica-se que
os monumentos megalíticos presentes na Inglaterra e na Escócia, datados do
terceiro milênio a.C., incorporam em suas formas ideias tais como a de círculo, a
de elipse e os triplos pitagóricos.[12]
Anteriormente à modernidade, os escritos matemáticos tornaram-se conhecidos em
apenas poucas localidades. Alguns textos matemáticos mais antigos, como o Papiro
de Ahmes (matemática egípcia, cerca de 2000-1800 a.C.)[13] e o Papiro de
Moscou (matemática egípcia, cerca de 1890 a.C.) -- assim como o tablete de
argila Plimpton 322 (matemática babilônica, cerca de 1800 a.C.)[14] -- todos eles se
tornaram conhecidos pela comunidade acadêmica apenas no século XIX.

Matemática babilônica
Esta seção é um excerto de Matemática babilônica[editar]

Tabuleta de argila babilônica com inscrições. A diagonal mostra uma aproximação da raiz quadrada de 2,
com seis casas decimais.
1 + 24/60 + 51/602 + 10/603 = 1.41421296...

A tabuleta Plimpton 322.

Matemática Babilônica (também conhecido como Matemática Assírio-Babilônica[15][16][17]


[18][19][20]
) se refere a qualquer forma de matemática desenvolvida pelos povos
da Mesopotâmia, desde os dias dos antigos Sumérios até a queda da Babilônia em
539 a.C. Os textos matemáticos da Mesopotâmia são abundantes e bem
documentados.[21] Em respeito a ordem cronológica eles são divididos em dois
grupos: uma da Primeira dinastia babilônica (1830-1531 a.C.), e a segunda
principalmente vai até o período do Império Selêucida nos últimos três ou quatro
séculos a.C. Em relação ao conteúdo, há apenas pequenas diferenças entre os dois
grupos de textos. Assim a matemática Babilônica se mantem constante, em seu
conteúdo por cerca de dois milénios.[21] Em contraste com a escassez de fontes
da Matemática Egípcia, o conhecimento sobre a matemática Babilônica é derivado
de 400 tábuas de argila, desenterrados desde meados do séc XIX. Gravadas
em escrita cuneiforme, as tábuas eram escritas quando a argila ainda estava úmida,
e depois cozinhadas em fornos ou sob o calor do sol. A maioria das tábuas de argila
datam de 1800 até 1600 a.C, e cobre tópicos a quais
incluem frações, álgebra, equações quadráticas e equações cúbicas além
do teorema de Pitágoras.

Matemática grega
Ver artigo principal: Matemática grega
Egípcios, babilônicos e chineses, muito antes do século VI a.C., eram já capazes de
efetuar cálculos e medidas de ordem prática com grande precisão. Foram os gregos,
no entanto, que introduziram as rigorosas provas dedutivas e o encadeamento
sistemático de teoremas demonstrativos que tornaram a Matemática uma ciência.
A palavra "matemática" (μαθηματική), que é de origem grega, englobava uma gama
diversa de atuações como a aritmética, a geometria, a astronomia, a música,
a mecânica, entre outros. As primeiras gerações de filósofos gregos como Tales de
Mileto (625 a.C. - 545 a.C.), Pitágoras de Samos (570 a.C. - 495 a.C.) e Demócrito
de Abdera (c. 460 a.C.) jamais se limitaram à geometria, mas se dedicaram também
à aritmética, à astronomia, à musica, à filosofia, à ética, à religião etc. Alguns
matemáticos como Euclides (c. 295 a.C.) e Apolônio de Perga (c. 200 a.C.) são mais
conhecidos por seus textos em geometria, enquanto outros como Diofanto de
Alexandria (~214 d.C.) notabilizou-se por seus estudos em aritmética. Outros
matemáticos não trabalhavam dentro do estilo dedutivo como Arquimedes (287 a.C.
- 212 a.C.), ou como Pitágoras e Tales já citados. Portanto, o que chamamos de
matemática grega não deve se limitar a uma fronteira clara entre a matemática e as
demais disciplinas e jamais ser reduzida ao estilo dedutivo exposto n'Os Elementos
de Euclides. Ela foi um complexo de disciplinas multifacetadas trabalhada de
diversas formas.
A contribuição dos filósofos pré-socráticos à matemática são discutíveis e em grande
parte fruto de tradição mal documentada. As mais antigas evidências concretas
sobre as atividades de um matemático propriamente dito referem-se a Hipócrates de
Quios (c. 470 a.C. - 400 a.C.). Nossos conhecimentos sobre Hipócrates de Quios e
outros matemáticos anteriores ao século IV a.C., no entanto, baseiam-se em
fragmentos de suas obras e em tradições conservadas nos séculos posteriores. O
mais antigo tratado matemático que chegou até nós é o "Da esfera móvel",
de Autólico (360 a.C. - 290 a.C.), um estudo a respeito da piramidia da esfera. Dos
matemáticos posteriores restam-nos diversas obras de valor desigual, dentre as
quais destaca-se Os Elementos, de Euclides, cuja influência persiste até hoje.
O interesse pela História da Matemática iniciou, também, na Grécia Antiga. Eudemo
de Rodes (século IV a.C.), um dos discípulos de Aristóteles, escreveu histórias da
aritmética, da geometria e da astronomia que, infelizmente, não foram conservadas.
Durante o período greco-romano, matemáticos como Papo de Alexandria e Teon, pai
da filósofa Hipatia, discutiram e comentaram a obra de seus predecessores.

Matemática chinesa
Esta seção é um excerto de Matemática chinesa[editar]

Os nove capítulos da arte matemática.

A matemática na China surgiu de forma independente por volta do século XI a.C.


[22]
 Os chineses desenvolveram de forma independente números muito
grandes e negativos, decimais, um sistema decimal de valor posicional, um sistema
binário, álgebra, geometria e trigonometria.
Os matemáticos chineses antigos fizeram avanços no desenvolvimento
de algoritmos e na álgebra. Enquanto a matemática grega declinou no oeste durante
os tempos medievais, a conquista da álgebra chinesa alcançou o auge no século
XIII, quando Zhu Shijie inventou o método de quatro incógnitas.
Como resultado de óbvias barreiras linguísticas e geográficas, bem como de
conteúdo, a matemática chinesa e a matemática do antigo mundo mediterrânico são
assumidas como se tendo desenvolvido mais ou menos independentemente até ao
momento em que Os nove capítulos da arte matemática atingiram a sua forma final,
enquanto o Livro sobre Números e Cálculo e o Huainanzi são mais ou menos
contemporâneos com a matemática grega clássica. É provável que tenha havido
troca de ideias em toda a Ásia através de intercâmbios culturais conhecidos desde
pelo menos os tempos romanos. Frequentemente, os elementos da matemática das
sociedades primitivas correspondem a resultados rudimentares encontrados mais
tarde em ramos da matemática moderna, como a geometria ou a teoria dos
números. O teorema de Pitágoras, por exemplo, foi atestado no tempo do duque de
Zhou. O conhecimento do triângulo de Pascal também mostrou ter existido na China,
séculos antes de Pascal, como na dinastia Song, pelo polímata chinês Shen Kuo.[23]

Matemática hindu
Esta seção é um excerto de Matemática indiana[editar]
A matemática indiana surgiu no subcontinente indiano[24] a partir de 1 200 a.C. [25] e
desenvolveu-se relativamente isolada, sem influência exterior, mas exportando seu
conhecimento, até o final do século XVIII. No período clássico da matemática indiana
(400 a 1600), importantes contribuições foram feitas por estudiosos
como Ariabata, Brahmagupta, Mahavira, Bhaskara II, Madhava de
Sangamagrama e Nilakantha Somayaji. O sistema de numeração decimal em uso
hoje [26] foi primeiramente registrado na matemática indiana.[27] Matemáticos indianos
fizeram contribuições iniciais para o estudo do conceito de zero como um
número, [28] números negativos, [29] aritmética e álgebra.[30] Além
disso, trigonometria era mais avançada na Índia,[31] e, em particular, as definições
modernas de seno e cosseno foram desenvolvidas lá.[32] Estes conceitos matemáticos
foram transmitidos para o Oriente Médio, China e Europa [30] e levaram a novos
desenvolvimentos que agora formam os fundamentos de muitas áreas da
matemática.
Trabalhos matemáticos indianos antigos e medievais, todos compostas
em sânscrito, geralmente consistiam de uma seção de sutras em que um conjunto
de regras ou problemas eram apresentadas com grande economia nos versos, a fim
de ajudar a memorização por um estudante. Isto era seguido por uma segunda
seção que consistia de um comentário em prosa (às vezes vários comentários de
diferentes estudiosos) que explicavam o problema mais detalhadamente e
apresentavam uma justificação para a solução. Na seção prosa, a forma (e, portanto,
sua memorização) não era considerada tão importante quanto as ideias envolvidas.[24]
[33]
 Todos os trabalhos matemáticos foram transmitidos oralmente até cerca de 500
a.C.; depois, foram transmitidos oralmente e em forma manuscrita. O mais antigo
documentos matemático produzido existente no subcontinente indiano é a casca de
bétula Manuscrito Bakhshali, descoberto em 1881 na aldeia de Bakhshali, perto
de Pexauar (atual Paquistão) e é provável que seja do século VII.[34][35]
Um marco posterior na matemática indiana foi o desenvolvimento dos expansões
em séries para funções trigonométricas (seno, cosseno e arco tangente) por
matemáticos da escola de Querala, no século XV. Seu trabalho notável, completou
dois séculos antes da invenção do cálculo na Europa, sendo o que hoje é
considerado o primeiro exemplo de uma série de potências (com exceção da série
geométrica).[36] No entanto, eles não formularam uma teoria sistemática
de diferenciação e integração, nem há qualquer evidência direta de seus resultados
serem transmitidos fora de Querala.[37][38][39][40]

Matemática islâmica
Ver artigo principal: Matemática islâmica

Matemática africana
Esta seção é um excerto de Matemática africana[editar]
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por favor, verifique e melhore a coerência e o rigor deste artigo.

Muitos acreditam que a Matemática teve seu início com os egípcios e babilônios há


cerca de 2000 a.C., porém há registros matemáticos de mais de 35000 anos
na África Central.
Antes da invenção dos números, os primeiros homens tinham que resolver
problemas cotidianos, tais como, medir, quantificar, comparar, classificar, entre
outros. Eram contados dias do mês, distribuição de água ou número de instrumentos
e animais. Uma das primeiras maneiras de se realizar contagem foi associando cada
objeto que se queria quantificar com outro (associação biunívoca). Poderia associar
uma pedra a cada animal de rebanho, por exemplo.
Outro modo que antecedeu a escrita foram as marcações em paus, pedras e ossos
de animais. O registro mais antigo desse tipo de contagem é o osso de Lebombo. O
objeto foi utilizado há, aproximadamente, 35000 a.C. e foi encontrado, em 1970, nas
montanhas do Reino da Suazilândia. Contém uma sequência de 29 marcas usadas
hoje em dia por tribos Bosquímanos.[41]
Nos anos 50 um objeto ainda mais interessante foi encontrado. Trata-se do osso de
Ishango. Um artefato de 10 cm de comprimento que traz um cristal de quartzo em
uma das extremidades com, aproximadamente, 20000 anos que traz três colunas de
entalhes agrupados. Aparentemente o objeto era utilizado para a escrita, pois o
cristal não pode ser separado do osso.
O responsável pelo achado foi o arqueólogo belga Jean de Heinzelin. Ele fazia
escavações na República Democrática do Congo, às margens do lago Rutanzige. O
osso foi conservado, pois ficou enterrado sob a lava de um vulcão. Além do bastão
encontraram-se outros instrumentos, restos de fauna e até ossadas humanas.
Alguns acreditam que o osso traz, somente, alguma contagem realizada. Outros
creem que os povos da época já se divertiam usando matemática e que o osso seria
algum tipo de jogo aritmético. Mas em 1972, o jornalista americano Alexander
Marshack disse que o bastão seria um calendário lunar. A soma de cada uma das
duas últimas colunas dá 60, ou seja, dois meses lunares. Já a primeira coluna com
48 traços, seria um mês e meio lunar.

Matemática moderna
Esta seção é um excerto de Matemática Moderna[editar]
O Movimento da Matemática Moderna foi um movimento internacional do ensino de
matemática que surgiu na década de 1960 e se baseava na formalidade e no rigor
dos fundamentos da teoria dos conjuntos e da álgebra para o ensino e a
aprendizagem de Matemática .[42] A introdução da matemática moderna é objeto de
críticas e controvérsias. Morris Kline foi um dos críticos que ajudou a cunhar o termo
"Matemática Moderna” ao publicar em 1973, o livro Why Johnny can’t add: The
failure of the new math[1], no qual apresenta a origem, o porquê e as deformações
do movimento de reforma do currículo tradicional no ensino de matemática nos
Estados Unidos, que depois teve repercussão em todo o mundo.
[1] Este livro foi traduzido em 1976 para o português com o nome O fracasso da
matemática moderna e teve grande repercussão no meio acadêmico brasileiro.
O Movimento da Matemática Moderna, foi um movimento que teve grande força
após a Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 60 houve maior preocupação
nas áreas relacionadas com a educação, a Matemática foi uma delas e pode tratar
de temas que moldam área atual, realizou-se unificações de disciplinas e foi
elencado temas pelos quais seriam debatidos e a partir de então ocorrem reuniões
frequentes para que o tema seja debatido e postos a análise.
Segundo Lima (2011) , o ensino da matemática é embasado em três
pilares: conceituação, manipulação e aplicações. A conceituação é constituída por
definições, demonstrações e correlações (conexões). A manipulação compreende o
manuseio de fórmulas algébricas, de operações aritméticas, de soluções de
equações por meio de algoritmos. A manipulação tem um papel preponderante no
ensino da matemática. Na década de 60, surgiu o movimento denominado
Matemática Moderna que enfatizava a conceituação, em detrimento da manipulação.
O aluno aprendia que 3 + 5 = 5 + 3, pela propriedade comutativa da adição, mas não
sabia que é 8. O movimento acabou caindo no descrédito, porque 3 + 5 = 5 + 3, não
resolve o problema. As aplicações consistem na utilização de noções e teorias da
matemática na resolução de problemas para obter resultados, tirar conclusões e
fazer previsões[43].
Para ÁVILA (1993), a Matemática Moderna foi uma reforma profunda no ensino da
matemática. Enfatizava acentuadamente a linguagem de conjuntos e abordava as
diferentes partes da matemática de modo excessivamente formal. Inicialmente,
contou com muitos adeptos, mas com a constatação de sua ineficiência, foi
aumentando o número de opositores. Em muitos países, a Matemática Moderna foi
sendo deixada de lado, com o aparecimento de novas mudanças. No Brasil, esse
processo foi mais demorado, deixando resquícios que se perpetuam. O conteúdo era
carregado de simbolismo e linguagem de conjunto, o que dificulta a aprendizagem.
Em vez de dizer que as raízes da equação x² + 2x – 3 = 0 são 1 e -3, se dizia que o
conjunto verdade da sentença x² + 2x – 3 = 0 é V = {-3,1}. A matemática depende de
linguagem e simbolismo próprios. Como essas ferramentas são o que torna a
matemática tão difícil, mas são inevitáveis, devem ser utilizadas com o necessário
cuidado[[44].

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