4-RESUMO DE HUMANISTA

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 113

EU E TU

MARTIN BUBER

 Martin Buber – o filósofo do diálogo


 Nasceu em Viena, na Áustria, em fevereiro de 1878
 Formado em Filosofia, psiquiatria e sociologia
 Buber experimentou, aos seis anos de idade a separação dos seus pais
 Questão: porque pessoas esclarecidas não conseguem dialogar?
 Inventou as palavras-princípio: combinações estranhas (pronomes com
pronomes)
 EU-ISSO (PRONOME PESSSOAL + PRONOME DEMONSTRATIVO) =
para se referir as relações objetais. As nossas relações comuns com as
coisas.
 EU-TU (PRONOMES PESSOAIS) = para reger todas as relações entre
seres humanos.
 EU-TU ETERNO = Buber viveu nos princípios do judaísmo tradicionalista
e também no Haskalá (movimento iluminista do povo judeu que se dá na Alemanha
do século XVIII. Programa compreensivo de mudanças tanto na vida prática quanto na
vida cultural da sociedade judaica
 Diz Buber: nós temos três níveis de relacionamento:
- 1º) o nível da vida com a natureza
- 2º) o nível da vida com os homens
- 3º) o nível da vida com o Absoluto

 A primeira experiência EU-ISSO que nós temos, é a nossa experiência


com o nosso ambiente geográfico, com a nossa paisagem geográfica.
 Segundo nível, ainda do EU-ISSO é a nossa relação com os objetos
próximos. São relações objetais.
 Buber compreende que existe algo muito estranho nas relações entre os
seres humanos. Muitas vezes a relação se dá entre o EU-ISSO. Ou seja,
são relações objetais.
 Para Buber, não há como o homem existir sem o diálogo e a comunicação
e, para isso, é necessária a interação entre as pessoas.
 Teoria do dialogismo: perspectiva dialógicas realizam a terapia em forma de diálogo, em forma de conversa. Sem teorias dadas antes
da pessoa e do encontro terapeuta-paciente. A verdade não está na interpretação
Martin Buber (Áustria 1878-Jerusalém1965)

�Filósofo (do
relacionamento)
�Escritor
�Pedagogo
Martin Buber (Áustria 1878-Jerusalém1965)

�Seus pais se separaram quando era criança.


�Foi educado pelos avós paternos.
�Judeu ortodoxo de tendência sionista.
�Se encontrou com a mãe depois
de 20 anos, o encontro não
atendeu às expectativas.
Martin Buber (Áustria 1878-Jerusalém1965)

�Dedicou sua vida a estudar as relações.


�Professor de ciência da religião na
Universidade de Frankfurt (1923-1933).
�Professor de Antropologia e Sociologia na
Universidade Hebraica de Jerusalém (1938-
1951).
Palavras-princípio
Eu-Tu / Eu-Isso

“O mundo é duplo para o homem, segundo a


dualidade de sua ATITUDE”.
“Não há um Eu em si, mas o Eu de uma das
palavras-princípio Eu-Tu / Eu-Isso”
“Quando usamos a palavra Eu, queremos dizer
um dos dois”.
p. 51
Palavra-princípio
Eu-Isso

Eu percebo alguma COISA, represento alguma


COISA, experimento alguma COISA, sinto
alguma COISA, penso em alguma COISA.

p. 52
Palavra-princípio
Eu-Tu

“Aquele que diz Tu não tem coisa alguma por


objeto”.
“O Tu não se confina a nada”.
“Quem diz Tu não possui coisa alguma,
não possui nada, Ele permanece
EM RELAÇÃO”.

p. 52
“O mundo como experiência diz respeito
à palavra-princípio Eu-Isso.
A palavra-princípio Eu-Tu fundamenta o
mundo da relação”.
Eu-Tu apenas acontece por graça. Não é
possível fazer acontecer. A única
possibilidade é a abertura à graça.
Três esferas do mundo da relação
1. Vida com a natureza

�A relação Eu-Tu ocorre em momentos


contemplativos, em que a natureza se dá para
nós, se mostra a nós.
2. Vida com os homens (outras pessoas)

�Ocorre quando as pessoas se mostram


inteiras umas às outras, sem finalidade, sem
objetivos, sem necessidades. Apenas
presença.
3. Vida com os seres espirituais

�Ocorre, assim como na relação com a


natureza, no momentos de contemplação, de
admiração.
Eu-Tu

�Relação Imediata
�Relação essencial
�De reciprocidade
�Sem finalidade
Eu-Isso

�Relação Mediada
�Necessária
�Banal/quotidiana
Eu-Tu

�Toda palavra-princípio Eu-Tu, se transforma


na palavra-princípio Eu-Isso.
�Nem toda palavra-princípio Eu-Isso, se
transforma na palavra-princípio Eu-Tu.
Como pensar essas relações na terapia
Como pensar essas relações na terapia

�Relação Eu-Isso
�Temos uma finalidade, um objetivo terapêutico
que media a relação
�Utilizamos as técnicas de alguma abordagem para
mediar os encontros

Como pensar essas relações na terapia

�Relação Eu-Tu
�Quando nos abrimos verdadeiramente ao
encontro, nos dispomos a nos mostrarmos sem
máscaras, sem o papel, pode ser que em algum
momento ocorra, se a outra pessoa também
estiver disponível.
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO SER
Abraham H. Maslow
Capítulo 5
A Necessidade do Saber e o Medo do Conhecimento

 Medo de conhecermo-nos a nós próprios — as nossas emoções,


impulsos, recordações, capacidades, potencialidades, o nosso próprio
destino.
 Problemas internos e os problemas externos tendem a ser profundamente
semelhantes e a correlacionar-se entre si.
 A verdade dolorosa, às formas pelas quais combatemos os esforços do
terapeuta para ajudarnos a ver a verdade, damos o nome de
“resistências”.
 Todas as técnicas do terapeuta são, de uma forma ou de outra,
reveladoras da verdade ou são estratégias para fortalecer o paciente, de
modo que ele possa suportar a verdade.
 “Ser completamente honesto consigo próprio é o melhor esforço que um
ser humano pode realizar.” S. Freud.)
 Outro gênero de resistência: uma negação do nosso lado melhor, dos
nossos talentos, dos nossos mais delicados impulsos, das nossas mais
altas potencialidades, da nossa criatividade.
 Nosso próprio mito de Adão e Eva, com a sua perigosa Árvore do Saber
que não deve ser tocada, tem paralelo em muitas outras culturas que
também crêem que o saber fundamental é algo reservado aos deuses.
 A maioria das religiões tem tido um veio de antiintelectualismo (a par de
outros veios; é claro), certos traços de preferência pela fé ou crença ou
pietismo, em lugar do conhecimento racional; ou o pressentimento de que
algumas formas de conhecimento são demasiado perigosas e é melhor
proibi-las ou reservá-las para um número restrito de pessoas especiais.
 Saber para Redução de Ansiedade e para Crescimento: Há muitas
maneiras de enfrentar e combater essas ansiedades e algumas delas são
cognitivas. Para uma tal pessoa, o insólito, o vagamente percebido,o
misterioso, o oculto, o inesperado, são coisas suscetíveis de
representar ameaças. Uma forma de torná-las familiares, previsíveis,
controláveis, isto é, não-assustadoras e inofensivas, é conhecê-las e
compreendê-las.
 A Evitação de Conhecimento Como Evitação de Responsabilidade:
podemos procurar saber a fim de reduzir a ansiedade e também podemos
evitar saber para reduzir a ansiedade. Usando a linguagem freudiana, a
incuriosidade, as dificuldades de aprendizagem e a pseudoestupidez
podem constituir uma defesa.
 Resumo: Parece muito claro que a necessidade de saber, se for bem
entendida, deve ser integrada com o medo de conhecimento, com a
ansiedade, com as necessidades de segurança e proteção. Chegamos a
uma relação dialética de vaivém que, simultaneamente, é uma luta entre
o medo e a coragem. Todos aqueles fatores psicológicos e sociais que
aumentam o medo sufocarão o nosso impulso para saber; todos os fatores
que permitem a coragem, a liberdade e a audácia libertarão também, por
conseguinte, a nossa necessidade de saber.
Psicologia Clínica Humanista
Aula 03
Conceitos Básicos da Teoria: Maslow
Profa Me Fabiane V. Orengo
[email protected] / (41) 99641-8787
Necessidade de saber e medo do
conhecimento
�Para Freud, a grande causa de muitaa doença
psicológica é o medo de conhecermos a nós
próprios.
�O medo de nos conhecermos é semelhante ao
medo do mundo exterior.
�Esse medo-do-íntimo é defensivo, com a função de
proteção da auto-estima, do amor e do respeito por
nós próprios.
Necessidade de saber X medo do
conhecimento
�Protegemo-nos e à imagem ideal que temos de nós
próprios pela repressão e outras defesas
semelhantes, as quais são, essencialmente,
técnicas pelas quais evitamos ficar cônscios de
verdades perigosas ou desagradáveis.
Fortalecer o paciente

�Todas as técnicas do terapeuta são, de uma forma


ou de outra, reveladoras da verdade ou são
estratégias para fortalecer o paciente, de modo que
ele possa suportar a verdade.
Medo de mudar

�Nos esquivamos também do desenvolvimento


pessoal, porque este também pode acarretar outra
espécie de medo, de temor, de sentimentos de
fraqueza e inadequação.
Medo de mudar

� E, assim, descobrimos outro gênero de


resistência, uma negação do nosso
lado melhor, dos nossos talentos, dos
nossos mais delicados impulsos, das
nossas mais altas potencialidades, da
nossa criatividade. Em resumo, isso é a
luta contra a nossa própria grandeza, o
medo de hubris.
Saber per se

� O saber torna a pessoa maior, mais sábia e mais


prudente, mais rica e mais forte, mais evoluída e mais
madura. Representa a concretização de uma
potencialidade humana, a realização daquele destino
humano preconizado pelas possibilidades humanas.
� Exemplos do autor: mulheres – ameaçam o masculino
(frágil)
� Alunos – ameaçam o professor
� Fieis/súditos que ameaçam seus opressores
Saber per se – erotismo no saber

O saber pode significar, inconscientemente,


dominação, controle e, talvez, até desacato,
pode ser também observado no caso do escopofílico,
aquele que é capaz de experimentar uma certa
sensação do poder sobre o corpo da mulher nua que
ele espreita, como se os seus olhos fossem um
instrumento de dominação que ele pode usar para
violação.
Segurança

�Mas também sabemos que a curiosidade e a


exploração constituem necessidades superiores, à
segurança, isto é, que a necessidade de se sentir
seguro, tranquilo, sem receio, é prepotente e mais
forte do que a curiosidade.
Segurança

�A criança só explora na certeza


de contar com um porto seguro
onde se refugiar a qualquer
momento.
Ansiedade

�O ser humano adulto é muito mais sutil e


dissimulado em suas ansiedades e temores. Se
estes não o vencem completamente, ele é muito
capaz de reprimi-los, de negar até, para si próprio,
que existam. Frequentemente, não sabe que está
com medo.
Conhecer para diminuir a
ansiedade/medo
�Quando vamos verificar um barulho suspeito e
descobrimos que não oferece risco >> retorno à
segurança
Conhecer para desbravar

�Quando nos deparamos com um conhecimento novo


temos a sensação de grandeza, de capacidade, de
força.
O que ocorre na psicoterapia

�Um misto dos dois:


�o resultado da necessidade de
compreender e da necessidade de
segurança, em diversas proporções.
Por vezes, as necessidades de
segurança podem dobrar quase
inteiramente as necessidades cognitivas
aos seus propósitos de alívio de
ansiedade.
Evitação do conhecimento como
evitação da responsabilidade
�Quando sabemos plena e completamente, uma ação
adequada segue-se de forma automática e reflexa.
As escolhas são então feitas, sem conflito e com
total espontaneidade.
Saber – fazer – poder

�Essa estreita relação entre saber e fazer poder-nos-


á ajudar a interpretar uma causa do medo de saber
como um profundo receio de fazer, um medo das
consequências decorrentes do conhecimento, um
medo das suas perigosas responsabilidades.
As pessoas querem conhecer

�Não concordamos com os que sustentam que as


pessoas distorcem seletivamente o seu
funcionamento cognitivo, de forma a verem,
recordarem e pensarem somente o que querem.
� Pelo contrário, sustentamos a opinião de que as
pessoas só farão isso na medida em que tiverem de
fazê-lo e nada mais.
Resumo

�Parece muito claro que a necessidade de saber, se


for bem entendida, deve ser integrada com o medo
de conhecimento, com a ansiedade, com as
necessidades de segurança e proteção.
�Chegamos a uma relação dialética de vaivém
que,simultaneamente, é uma luta entre o medo e a
coragem.
Resumo

�Todos aqueles fatores psicológicos e sociais que


aumentam o medo sufocarão o nosso impulso para
saber; todos os fatores que permitem a coragem, a
liberdade e a audácia libertarão também, por
conseguinte, a nossa necessidade de saber.
Texto Próxima aula

Amatuzzi, Mauro (2012). A Abordagem Centrada na


Pessoa como ética das relações humanas. In:
Amatuzzi, M., Rogers: Ética humanista e
psicoterapia pp. 11-58. Alínea.
Psicologia Clínica Humanista
Aula 05
ACP e Psicoterapia
Profa Me Fabiane V. Orengo
[email protected] / (41) 99641-8787
2 Campo de autação

Rogers teve papel decisivo no sentido de trazer


a psicoterapia para o campo de atuação da
Psicologia.
Ao Psicólogo só era permitido aplicar testes e
fazer aconselhamento.
A psicoterapia era um campo da medicina.
3 Psicoterapia X Aconselhamento

A psicoterapia é mais profunda e radical.


O aconselhamento mais superficial. Trata de
questões específicas.
Em alguns países, ainda se aplica essa distinção.
No Brasil, adotamos o modelo dos Estados Unidos,
que possibilita ao psicólogo o exercício da
psicoterapia, sob concessão da medicina.
4 A transição do aconselhamento para a
psicoterapia

Rogers começou praticando aconselhamento


(counseling). Com o tempo descobriu que a
técnica não era muito diferente da psicoterapia.
E que a profundidade alcançada dependia muito
mais da disposição do sujeito na sua relação
com o profissional do que de uma definição
prévia.
5 A transição do aconselhamento para a
psicoterapia

Da parte do psicólogo, o modo de estar em relação


não varia entre o aconselhamento e a
psicoterapia. As atitudes e os valores são os
mesmos. E foi o conjunto dessas atitudes e
valores que Rogers chamou de Abordagem
Centrada na Pessoa (ACP). E ele também
percebeu que esse escopo não se limitava à
psicoterapia.
6 ACP não é só psicoterapia

ACP, então, não e sinónimo de psicoterapia. É algo


mais geral, um modo de ser, uma atitude diante
da ajuda ou diante das relações que
construímos. Psicoterapia é um dos tipos de
relação de ajuda psicológica, na prática do qual
podemos ser orientados pelos princípios da ACP.
A psicoterapia é uma das aplicações da ACP na
psicologia.
7 O que é Psicoterapia

A psicoterapia é um processo intensivo de contato


consigo próprio, com vistas ao desenvolvimento
pessoal. Esse processo pode se dar mediante o
encontro com uma outra pessoa, que tem sua
atenção voltada para a primeira, especialmente
para seus sentimentos e intenções.
8 O que é psicoterapia

Pode-se dar mediante esse encontro, mas também


de outros modos. O próprio sujeito pode
desencadear em si esse processo por meditações
sistemáticas acompanhadas, de vez em quando,
por conversas significativas, por exemplo. Mas
esse processo é um caminho mais difícil.
9 O que é psicoterapia

Repare que psicoterapia foi definida como um


processo pessoal intensivo de encontro consigo
próprio, e não algo que o profissional faz com
um cliente/paciente.
O psicólogo não faz terapia com ninguém. Quem
faz isso é a própria pessoa, e às vezes, com
nossa ajuda.
10 O que é psicoterapia

Muitas vezes, nossa função se limita a ser


testemunha do esforço da pessoa. E isso NÃO É
POUCO, porque diante de uma testemunha
qualificada, ela se compromete mais e melhor
com aquilo a que SE propõe.
11 Como SER uma ajuda qualificada

Estando com nossa atenção voltada para os


sentimentos e intenções daquele que nos
procura, automaticamente facilitaremos seu
processo de encontro consigo próprio.
Para se pentear, um espelho ajuda. Para se
conhecer melhor, um espelho humano é a
melhor ajuda.
12 Como SER uma ajuda qualificada

Ao nos abrirmos pessoalmente para aquela pessoa,


colocando a serviço dela tudo o que se passa
conosco E diz respeito a ela, potencializamos a
relação que ali acontece no que se refere ao
processo dela se conhecer melhor e desencadear
seus recursos internos de desenvolvimento.
13 O tripé da psicoterapia

• Acolher com simpatia


• Compreender com empatia
• Eventualmente, dizer uma palavra que faça
pensar.
14 Acolher

O primeiro esforço do psicólogo será o de criar


condições para que a pessoa se sinta à vontade
para falar livremente com ele, e também o
psicólogo se sinta à vontade com aquela pessoa.
Ao mesmo tempo em que dispõe o local da melhor
forma possível e conversa com a pessoa, ele já
procura compreendê-la, os motivos que a
trouxeram ali, o que veio dizer.
15 Compreender

Compreender vai além de apropriar-se dos


significados literais do que a pessoa diz;
transporta-nos ao sentido novo apontado por
esses significados no contexto daquela fala.
É muito mais um aproximar-se do que a pessoa
quer dizer do que daquilo que ela materialmente
diz.
16 Compreender

Uma segunda característica é que isso se faz de


modo direto, não por deduções e raciocínios. A
compreensão não é um pensamento, mas um
contato intuitivo direto com o centro da pessoa,
com a origem da comunicação precisamente
naquele momento.
17 Compreender

Em terceiro lugar, implica numa saída da atitude


cotidiana (que é encaixar o que o outro diz nos
nossos esquemas de pensamento).
Na verdadeira compreensão, é preciso estar aberto
ao novo, ao diferente, ao que não se encaixa nos
nossos esquemas.
18 Compreender

Em quarto lugar, a compreensão será uma


transformação do nosso Ser, juntamente com a
transformação que está acontecendo no outro.
Por isso, implica numa reciprocidade entre os
interlocutores: quando compreendo
profundamente alguém, além de eu mesmo me
abro para possibilidades novas de significado
vivido, algo novo acontece no outro, >>
19 Compreender

>> pois ele se sente ouvido e pode dar andamento


ao seu processo interior.
A compreensão é um contato profundo de alma
para alma. Cabe ao terapeuta compreender a
profundidade e dizer sua compreensão à pessoa
que o procura, passo a passo, em todo o
decorrer do encontro
20 Compreender

Quem faz muitas perguntas não quer compreender


passo a passo, mas matar sua própria
curiosidade, ou encaixar a pessoa em um
esquema prévio (e assim centralizar o poder, o
que se afasta da intenção de facilitar o processo
autodirigido).
21 Dizer uma palavra que faça pensar

Nem sempre é preciso dizer uma palavra que faça


pensar.
Se existe acolhimento e compreensão ,
praticamente todo trabalho está feito. Isso deve
bastar para desencadear o movimento
terapêutico de encontro consigo próprio.
22 Dizer uma palavra que faça pensar

ÀS VEZES, pode ser oportuno dizer alguma coisa


que faça pensar. Essa palavra tem que estar
fundada no acolhimento e na compreensão, ou
então vai atrapalhar mais do que ajudar.
O que fundamenta, então, a possibilidade e
conveniência de uma palavra assim? É por ela
que a relação deixa de ser impessoal.
23 Dizer uma palavra que faça pensar

Isso quer dizer que é no contexto de uma


relação pessoal que se facilita o processo da
pessoa, E se o terapeuta não diz ao cliente o que
se passa com ele, terapeuta, no que diz respeito
àquele encontro, então não haverá uma relação
pessoal, mas, no máximo, uma relação técnica-
instrumental.
24 Dizer uma palavra que faça pensar

Uma relação técnica pode ser útil, sem dúvida, mas


é limitada em seu alcance. Ume psicoterapia é
um processo intensivo de encontro consigo
mesmo, potencializado no contexto de uma
relação pessoal (mesmo que seja com um
profssional).
25 O que importa

Temos, então, gestos e palavras que acolhem, gestos e


palavras que expressam compreensão; gestos e
palavras que suscitam um questionamento ou um
pensamento diferente no cliente.
Para Rogers, o mais importante na relação terapêutica
não é o que o terapeuta faz; ele procura as raízes
desse fazer e nos convida a pensar nelas.
26 O que importa

A ACP propõe valores, e não atos técnicos


determinados. Mas valores possuídos,
vivenciados, não apenas declarados.
A qualidade humana do terapeuta é mais
importante do que seus atos específicos. Isso
livra o terapeuta de atos padronizados, mas traz
uma responsabilidade muito grande.
27 Três atitudes rogerianas

1. Gestos e palavras de acolhimento: a


predisposição do terapeuta em aceitar a pessoa
do paciente da forma como ele se manifesta. E
aceitá-la porque está enxergando o valor da
pessoa. O Rogers dá a essa atitude o nome de
consideração positiva incondicional.
28 Três atitudes rogerianas

2. Gestos e palavras de compreensão: a


predisposição do terapeuta em mergulhar no
mundo dos sentimentos e intenções do paciente,
numa tentativa de ver e sentir o mundo como ele
sente, e nadar nesse mundo com ele. Faz isso
porque acredita no valor da comunhão humana.
O que Rogers chamava de Empatia.
29 Três atitudes rogerianas

3. Dizer uma palavra que faça pensar: a


predisposição do terapeuta em ser autêntico,
genuíno e sem máscaras. É sua vontade de ser
aberto. Rogers chamava isso de congruência e
autenticidade.
Psicologia Clínica Humanista
Aula 06
Análise dos filmes
Profa Me Fabiane V. Orengo
[email protected] / (41) 99641-8787
2 O que é Psicoterapia

A psicoterapia é um processo intensivo de contato


consigo próprio, com vistas ao desenvolvimento
pessoal. Esse processo pode se dar mediante o
encontro com uma outra pessoa, que tem sua
atenção voltada para a primeira, especialmente
para seus sentimentos e intenções.
3 O que é psicoterapia

Repare que psicoterapia foi definida como um


processo pessoal intensivo de encontro consigo
próprio, e não algo que o profissional faz com
um cliente/paciente.
O psicólogo não faz terapia com ninguém. Quem
faz isso é a própria pessoa, e às vezes, com
nossa ajuda.
4 Como SER uma ajuda qualificada

Ao nos abrirmos pessoalmente para aquela pessoa,


colocando a serviço dela tudo o que se passa
conosco E diz respeito a ela, potencializamos a
relação que ali acontece no que se refere ao
processo dela se conhecer melhor e desencadear
seus recursos internos de desenvolvimento.
5 Três atitudes rogerianas

1. Gestos e palavras de acolhimento: a


predisposição do terapeuta em aceitar a pessoa
do paciente da forma como ele se manifesta. E
aceitá-la porque está enxergando o valor da
pessoa. O Rogers dá a essa atitude o nome de
consideração positiva incondicional.
6 Três atitudes rogerianas

2. Gestos e palavras de compreensão: a


predisposição do terapeuta em mergulhar no
mundo dos sentimentos e intenções do paciente,
numa tentativa de ver e sentir o mundo como ele
sente, e nadar nesse mundo com ele. Faz isso
porque acredita no valor da comunhão humana.
O que Rogers chamava de Empatia.
7 Três atitudes rogerianas

3. Dizer uma palavra que faça pensar: a


predisposição do terapeuta em ser autêntico,
genuíno e sem máscaras. É sua vontade de ser
aberto. Rogers chamava isso de congruência e
autenticidade.
8 O que importa

Temos, então, gestos e palavras que acolhem, gestos e


palavras que expressam compreensão; gestos e
palavras que suscitam um questionamento ou um
pensamento diferente no cliente.
Para Rogers, o mais importante na relação terapêutica
não é o que o terapeuta faz; ele procura as raízes
desse fazer e nos convida a pensar nelas.
9 O que importa

A ACP propõe valores, e não atos técnicos


determinados. Mas valores possuídos,
vivenciados, não apenas declarados.
A qualidade humana do terapeuta é mais
importante do que seus atos específicos. Isso
livra o terapeuta de atos padronizados, mas traz
uma responsabilidade muito grande.
11

Eu só vim telefonar
1º atendimento c/ médico (4’20”
Grupo 6’
Pcte terninal 36’ e 41’34”
Sala do reitor: mesmo nível que pctes 45’30
12 Texto para próxima aula

Rogers, Carl R. (1980). A modificação da


personalidade em psicoterapia (cap. 11). In:
Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes.
Psicologia Clínica Humanista
Aula 07
A modificação da personalidade em psicoterapia
Profa Me Fabiane V. Orengo
[email protected] / (41) 99641-8787
2 Como comprovar que a ACP é eficaz
como método de psicoterapia?

Convicção de que a psicoterapia é uma


experiência existencial profundamente
subjetiva tanto para o cliente como para o
terapeuta, repleta de sutilezas complexas e
englobando inúmeros matizes de interação
pessoal.
3 Como comprovar que a ACP é eficaz
como método de psicoterapia?

Certeza de que, se essa experiência significa


alguma coisa, se nela surgem profundos
ensinamentos que provocam uma
modificação da personalidade, nesse caso
essas alterações devem poder ser verificadas
pela investigação experimental.
4 Como comprovar que a ACP é eficaz
como método de psicoterapia?

Pesquisas feitas na Universidade de Chicago ao


longo de 14 anos, investigando tanto o
processo quanto os resultados dessa
modalidade de terapia.
Por 5 anos (1955-1960), após definidos
critérios para essa comprovação, foram feitas
pesquisas específicas destinadas a esclarecer
os resultados dessa forma de psicoterapia.
5 Como comprovar que a ACP é eficaz
como método de psicoterapia?

Dos diversos aspectos estudados, três seriam


especialmente significativos:
1. Critérios para o estudo, que são diversos da
maneira de pensar convencional nesse campo;
2. Elaboração do plano da pesquisa para sanar as
dificuldades com relação à nitidez dos
resultados
3. Os progressos na medição objetiva de
fenômenos subjetivos e sutis.
6 Os critérios de investigação

Qual é o critério de investigação em


psicoterapia? Eis uma questão difícil que
tivemos de enfrentar no início do nosso
planejamento. É largamente aceita a ideia de
que o objetivo da investigação neste domínio
é medir o grau de “êxito” em psicoterapia, ou
o grau de “cura” alcançado.
7 Os critérios de investigação

Não existe um acordo geral sobre o que se deve


entender por “êxito” o desaparecimento dos
sintomas, a solução dos conflitos, a melhoria do
comportamento social ou qualquer outro tipo de
alteração. O conceito de “cura” é absolutamente
inadequado, uma vez que, na maior parte dos
distúrbios em questão, temos de lidar com um
comportamento aprendido e não com uma
doença.
8 Os critérios de investigação

Em conseqüência da nossa maneira de pensar,


não perguntamos durante a investigação:
“Tivemos êxito? Curamos a doença?”. Em vez
disso, colocamos uma questão que é,
cientificamente, muito mais defensável, ou
seja: “Quais são as modificações
concomitantes da terapia?”.
9 Os critérios de investigação

Foi assim que, a partir da teoria centrada no


cliente, estabelecemos hipóteses como estas:
1. durante o tratamento, sentimentos que
anteriormente tinham sido negados à
consciência são vivenciados e são
assimilados ao conceito de eu;
10 Os critérios de investigação

2. durante a terapia, o conceito do eu toma-se


mais congruente com o conceito do eu-ideal;
3. ao longo e depois da terapia o comportamento
observado do cliente torna-se mais socializado
e mais amadurecido;
4. durante e depois da terapia, o cliente mostra
uma atitude de maior autoaceitação, atitude que
está em correlação com uma maior aceitação
dos outros
11 Os critérios de investigação

Estas são algumas das hipóteses que foram


investigadas. A ideia de um critério geral para os
estudos foi abandonada e substituída por um
determinado número de variáveis claramente
definidas, cada uma específica da hipótese que
estávamos analisando.
Em vez do critério global de “êxito”, vários critérios
específicos variáveis, cada um extraído da teoria
da terapia e definido operacionalmente.
12 Os critérios de investigação

Qual é o instrumento capaz de medir o conceito


que o indivíduo tem do seu eu?
Qual é o instrumento que pode dar uma medida
satisfatória da maturidade do
comportamento?
Como é que podemos calcular o grau da
aceitação dos outros pelo indivíduo?
13 Plano da investigação

O estudo devia processar-se de um modo


suficientemente rigoroso para que a confirmação
ou refutação de nossas hipóteses pudesse
demonstrar dois pontos:
a) que uma alteração significativa ocorreu ou não
ocorreu, e
b) que essa modificação, tendo sido verificada,
pode ser atribuída à terapia e não a nenhum
outro fator.
14 Plano da investigação
Instrumento de pesquisa

Técnica Q:
Grupo de cartões com declarações auto descritivas de entrevistas
gravas e de outras fontes. Exemplo:
“Não tenho confiança nas minhas emoções”
“Sinto-me à vontade e nada me incomoda”
“Tenho medo das questões sexuais”
“De uma maneira geral gosto das pessoas”
“Tenho uma personalidade atraente”
“Tenho receio do que as outras pessoas pensam de mim”
15 Plano da investigação
Instrumento de pesquisa

Técnica Q:
Foram elaboradas uma centena de cartões cada um
com uma dessas declarações.
Esses cartões foram dados aos participantes,
pedindo-lhes para agrupar os cartões que os
represente “tal como ele é agora” em nove pilhas
com grau decrescente de concordância. Cada
pilha deveria um certo número de cartões.
16 Plano da investigação
Instrumento de pesquisa

Da mesma maneira, para agrupar os cartões de


acordo com o que ele “gostaria de ser”.
Esse processo foi repetido antes da terapia, em
alguns momentos específicos durante a
terapia, imediatamente depois do término da
terapia e alguns meses depois.
Plano da investigação
18
Instrumento de pesquisa
Como sou agora
Mais característicos

característicos
Mais ou menos

Menos característicos
Ilustração da prof.ª
19 Plano da investigação
participantes da pesquisa

Público que procurava a clínica-escola da


Universidade de Chicago.
Mesma proporção entre homens e mulheres,
estudantes e não estudantes etc.
Os participantes foram divididos em 4 grupos,
conforme figura abaixo:
Os grupos foram equivalentes nas condições
socioeconômicas e de idade
20

Figura 1 – Plano de investigação


21 Conclusões

� ocorrem profundas alterações durante e depois da terapia,


no eu que o cliente percebe;
� há uma modificação construtiva nas características e na
estrutura da personalidade do cliente, modificação que o
aproxima das características da personalidade de um
indivíduo que “funcione bem”;
� há uma alteração em direções definidas como integração e
adaptação pessoais;
� verificam-se alterações na maturidade do comportamento
do cliente, como os amigos o observam.
22 Conclusões

Em relação à psicoterapia centrada no cliente, há


agora uma prova objetiva de modificações
positivas na personalidade e no comportamento
em direções que são habitualmente
consideradas como construtivas, e essas
alterações podem ser atribuídas à terapia.
Foi a adoção de múltiplos critérios específicos de
investigação e a utilização de um plano de
investigações rigorosamente controlado que
tornou possível chegar a tal conclusão.
23 Conclusões

A terapia em ACP proporcionou às pessoas:


� Aumento de confiança em si
� Sente-se mais segura de si
� Compreende-se melhor
� Sente maior tranquilidade interior
� Tem relações mais confiáveis com os outros
� Diminuição da sensação de culpa, de ressentimento,
de ameaça
24 Conclusões

Essa alteração também foi atestada por


psicólogos que não participaram da
pesquisa.
A pessoa torna-se substancialmente aquilo que
desejava vir a ser quando iniciou a terapia.
O avaliador externo percebe a modificação da
pessoa em grau maior que a própria pessoa.
25 Conclusões

O avaliador externo avaliou algumas pessoas do


grupo.
Aplicou o Teste de Apercepção Temática TAT
antes, imediatamente após o término da
terapia e decorrido tempo após o término.
26

Figura 1 – Plano de investigação


27 Exemplo de alterações

I7 I25 IA IF1 IF2


28 Sobre a Prova

�Em duplas
�Com consulta: 1 folha A4 F/V escrita à mão
por dupla
�Online, no laboratório de informática
�10 questões objetivas
29 Sobre a Prova: textos que vão cair

Buber, Martin (2001). Primeira parte. In: Buber, M., Eu e Tu, pp. 51-72. São Paulo:
Centauro. (PDF: pp. 43-63)
Maslow, Abraham H. (S/D). A Necessidade de Saber e o Medo do Conhecimento
(cap. 5). In: Maslow, Abraham H., Introdução à psicologia do ser. Rio de Janeiro:
Eldorado. (PDF: pp.78-86)
Amatuzzi, Mauro (2012). A Abordagem Centrada na Pessoa como ética das
relações humanas. In: Amatuzzi, M., Rogers: Ética humanista e psicoterapia pp.
11-58. Alínea. (PDF: pp. 6-31)
Amatuzzi, Mauro (2012). Abordagem Centrada na Pessoa e psicoterapia. In:
Amatuzzi, M., Rogers: Ética humanista e psicoterapia, pp. 60-81. Alínea. (PDF:
pp. 31-42)
Rogers, Carl R. (1980). A modificação da personalidade em psicoterapia (cap. 11).
In: Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes. (PDF: pp. 136-145)
30 Próxima aula: PROVA
Turma 7MB: Lab. Inform. 214B e 216B

https://forms.office.com/r/YDP51q8aE1

Você também pode gostar