Dissertao de Mestrado - KAREN REBECCA CAMURA DO NASCIMENTO
Dissertao de Mestrado - KAREN REBECCA CAMURA DO NASCIMENTO
Dissertao de Mestrado - KAREN REBECCA CAMURA DO NASCIMENTO
BOA VISTA, RR
2020
KAREN REBECCA CAMURÇA DO NASCIMENTO
BOA VISTA, RR
2020
BOA VISTA, RR
2020
Dedico esta dissertação a minha
família, pelo apoio e dedicação, pelo incentivo
em buscar maiores conhecimentos e me tornar
a pessoa que sou hoje. Obrigada por me
incentivarem a sair da minha zona de conforto.
AGRADECIMENTOS
% Porcentagem
BR Rodovia Federal
BV-8 Marco 8, na fronteira Brasil e Venezuela
KM Quilômetros
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO.................................................................................. 15
CAPÍTULO I – RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL: FRONTEIRA INTERNACIONAL COM
A REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA........................... 19
1.1 FRONTEIRA BRASIL-VENEZUELA: Pacaraima e Santa Elena de
Uairén................................................................................................ 21
1.2 FRONTEIRA: APORTES CONCEITUAIS......................................... 26
1.3 A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E AS DIRETRIZES EM
FRONTEIRAS INTERNACIONAIS.................................................... 29
1.4 TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS EM REGIÕES
DE FRONTEIRAS.............................................................................. 32
CAPÍTULO II – POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO: A
MIGRAÇÃO VENEZUELANA NO ESPAÇO ESCOLAR E
URBANO DO MUNICÍPIO DE PACARAIMA - RORAIMA
........................................................................................................... 39
2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E POLÍTICA EDUCACIONAL..................... 39
2.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA, CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E
HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE PACARAIMA – RR....................... 49
2.2.1 A MIGRAÇÃO VENEZUELANA NO ESPAÇO URBANO EM
PACARAIMA-RR.............................................................................. 52
CAPÍTULO III – A ESCOLA MUNICIPAL CASIMIRO DE
ABREU.... 60
3.1 A MIGRAÇÃO VENEZUELANA NO ESPAÇO ESCOLAR EM
PACARAIMA –
RR............................................................................. 63
CONCLUSÃO.................................................................................... 78
REFERÊNCIAS................................................................................. 82
15
INTRODUÇÃO
1
Protocolo de San Salvador, realizada em novembro de 1988, em El Salvador. Com o objetivo
de discutir sobre os direitos humanos em matéria de direitos econômicos, sociais e culturais, entre os
países partes da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos.
17
2
A medição do IDH é de 0 a 1, quanto mais próximo do 1 mais desenvolvido é o país. No ano
de 2019 o Brasil ficou em 79º no ranking mundial, com 0,761 (BRASIL, 2010).
22
3
“Bolívar é o maior Estado venezuelano, possuindo 233.498km², ou seja, 26% da área total do
país e sua capital denomina-se Ciudad Bolívar. Este Estado está inserido em uma região conhecida
como Guayana, localizado ao nordeste da América do Sul, compreendida entre o Oceano Atlântico e
os rios Orinoco, Casiquare, Negro e Amazonas” (QUEIROZ; VIANA; LIMA, 2010, p.2).
4
1 Bolívar equivale ao Real brasileiro cerca de R$ 0,4399 centavos conforme a taxa de câmbio
oficial (DÓLAR HOJE, 2019, online). Acesso 08 de marco 2020.
5
Conforme o ACNUR Brasil, a Agência da ONU para refugiados, a Colômbia é o que mais
recebe migrantes e refugiados da Venezuela, com mais de 1,1 milhão, o Brasil fica na quinta posição
com 96 mil (UNHCR, 2019).
23
6
Por estar trabalhando na Operação Acolhida, como Oficial de Registro e Dados da
Associação de Voluntários para o Serviço Internacional – Brasil (AVSI – Brasil) em parceria com o
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), há o conhecimento do
quantitativo que passa todos os dias pelos postos de triagem instalados em Pacaraima, em especial
do número de pessoas que pernoitam e de pessoas alojadas esperando viagem por abrigamento ou
interiorização.
7
Modalidade que corresponde a transferência do beneficiário, de um abrigo a um outro abrigo,
no caso sai de Pacaraima e vai para algum abrigo de Boa Vista, sendo o ACNUR responsável por
esse deslocamento.
8
Modalidade que corresponde ao deslocamento voluntário do beneficiário a outras partes do
Brasil, a OIM e o Exército Brasileiro são os responsáveis.
25
9
“[...] ocorre quando uma cidade passa a absorver núcleos urbanos localizados a sua volta,
pertençam eles ou não a outros municípios. Uma cidade absorve outra quando passa a desenvolver
com ela uma ‘intensa vinculação socioeconômica’” (VILLAÇA, 1997, p. 06).
28
Além de que o Brasil, com sua dimensão continental, que se limita com
vários países da América do Sul, ainda tem presente, um sentimento de hostilidade,
na sociedade, com teor xenofóbico e racista com alguns grupos de imigrantes. Em
Roraima, muitos passaram a culpar os venezuelanos pela insuficiência de recursos
na educação, saúde e segurança, como será visto no próximo ponto sobre
migração.
10
Art. 3°: I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento
nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
30
Nesse contexto, Scherma (2016, p.73) cita que além das políticas do Plano
Estratégico de Fronteiras (PEF), a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas
Fronteiras (ENAFRON) e o SISFRON, outras iniciativas, foram implementadas como
o Policiamento Especializado de Fronteiras (PEFRON), o Grupo Especial de
Segurança de Fronteiras (GEFRON), o Departamento de Operações de Fronteira
(DOF) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da
Justiça (MJ), e também a partir da realização de seminários que contaram com a
participação de acadêmicos, civis e militares, foram base para o lançamento do PEF,
em 2011.
A Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON) é
um:
Sendo assim, fica evidente que os direitos atribuídos a pessoa humana são
superiores ao poder do Estado, no que tange a garantia legal desses direitos. Assim,
é dever do Brasil, juntamente com os demais Estados Nacionais pensarem e
repensarem a criação ou atualização de mecanismos que possam efetivar as
políticas migratórias que permeiam as relações de fronteiras entre o Brasil e seus
países vizinhos.
Dessa forma, a seguridade desses direitos é conferida mediante aos
Acordos e Relações Internacionais estabelecidos entre as partes. Logo, a presente
pesquisa parte dos estudos das Relações Internacionais, com destaque para a
indicação dos acordos internacionais a nível mundial e local no caso da região
fronteiriça Brasil (Pacaraima) e Venezuela (Santa Elena Uairén). Marinho (2008)
define as Relações Internacionais como uma interação externa entre os diversos
atores, as relações políticas, econômicas e sociais dos diferentes Estados que vão
36
13
Guimarães (2009) em seu livro define Protocolo, como um termo usado de forma indistinta,
seja ele um Tratado bilateral ou multilateral, consistindo em uma etapa complementar de um Tratado
Internacional. Ou seja, trata-se de um Tratado secundário que está ligado a um Tratado principal.
14
Foi sediada em São José da Costa Rica e que fica garantida a vigência da Convenção de
1969, que possui como proposito o respeito a pessoa humana, independentemente de ser um
nacional ou não.
15
“Órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), encarregado
da promoção e proteção dos Direitos Humanos no continente americano” (OEA, s/d).
37
sua situação no país, combatendo a segregação social a que muitos estão sujeitos
(NOVO, 2018).
No artigo primeiro, a Lei define para quem e para que essa lei foi criada, com
os deveres e direitos do migrante ou visitante no país, tendo em vista as diretrizes e
políticas públicas para o emigrante. O artigo 3° define, no inciso X a inclusão social
do migrante por meio de políticas públicas; o XI define que os migrantes devem
possuir acesso livre e igualitário nos serviços e benefícios sociais, assim como o
inciso XVI define que deve ocorrer integração e desenvolvimento na fronteira por
meio de políticas públicas. No artigo 4°, inciso X, são garantidos aos migrantes
acessos aos serviços públicos de saúde e educação (BRASIL, 2017).
Os migrantes precisam ser acolhidos, para que possam integrar na
sociedade brasileira, e, com a nova lei, está previsto abrir caminho com políticas
públicas específicas para essa população, com um acesso igualitário e livre aos
serviços públicos, benefícios, participação na formulação, execução e avaliação das
políticas migratórias, fato que a CIDH comemora, a aprovação e a sanção da nova
lei, sendo a primeira reforma migratória integral realizada no Brasil (NOVO, 2018).
Com essa nova Lei, o termo “estrangeiro” foi retirado, observando-se que o
direito de migrar se faz presente no Direito Internacional. Deixando o imigrante de
ser visto como uma ameaça à segurança nacional, mostrando que é uma pessoa de
direitos, com deveres e direitos nessa nação que é respaldada pelo seu espírito de
Estado democrático de direito (LESSA; OBREGON, 2018). Observando também que
o contato com outras culturas ajuda a quebrar preconceitos e a enriquecer a
diversidade cultural.
O Decreto 9.199 de 20 de novembro de 2017 regulamenta a Lei 13.445, que
institui a Lei de Migração, este insere alguns pontos como a definição de Refugiado,
como pessoa que recebe proteção do Estado brasileiro, deixando mais claro ao
imigrante seus deveres e direitos dentro do Brasil. Reconhecendo o migrante
independentemente da sua nacionalidade, comprometendo-se com as obrigações
assumidas por meio de Tratados assinados com relação aos Direitos Humanos.
39
se fala das políticas de educação”. Assim como resolver questões de grupos que
possuem interesses divergentes.
Em inglês há mais facilidade em diferenciar o termo política, com as palavras
politics e policy. A primeira está relacionada a uma pessoa fazendo a atividade,
buscando os recursos necessários para o exercício do poder e a segunda palavra é
mais decisão e ação. De uma forma geral, “políticas públicas tratam do conteúdo
conceito e do conteúdo simbólico de decisões políticas, do processo de construção e
atuação dessas decisões” (SECCHI, 2013, p.1).
Ramos (2013, p.16) define as Políticas Públicas como “[...] uma daquelas
expressões cujo uso foi apropriado por diversos atores sociais em diferentes
contextos de atuação, seja em instâncias estatais, da sociedade civil, da iniciativa
privada, da cooperação internacional, ou na mídia”. A sua eficácia e efetividade são
temas recorrentes sobre os problemas que afetam a população.
Alguns pesquisadores se dedicaram a explicar a história e a formação do
conceito de políticas públicas, podendo ser definida como “[…] o conjunto das
decisões e ações propostas geralmente por um ente estatal, em uma determinada
área […], de maneira discricionária ou pela combinação de esforços com
determinada comunidade ou setores da sociedade civil” (TUDE; FERRO; SANTANA,
2015, p. 11). A título de exemplo pode-se considerar a oferta de educação na cidade
de Pacaraima, fronteira com a Venezuela, como resultante de políticas públicas
direcionadas ao atendimento educacional da população.
Souza (2006) aponta que a política pública não possui uma única e melhor
definição, mas enfatiza que a mais conhecida é a de Harold Lasswell 16. Este buscou
organizar e sistematizar as decisões e análises para responderem as seguintes
questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz. Para Lasswell, o estudo
das políticas públicas carrega consigo uma forte preocupação em definir a si próprio,
sendo tudo que o governo faz.
17
Podem ser agentes estatais, que estão diretamente ligados a função pública no Estado. E
agentes privados, que não estão ligados com a estrutura administrativa do Estado, mas trazem
demandas para ele (SECCHI, 2013).
42
recebe alunos e profissionais de outros países. Deve haver um bom estudo sobre o
caso específico, para que quando seja implementada não seja ineficaz.
Dessa maneira, a formulação e finalização das políticas devem seguir alguns
métodos para que a sua formação consiga alcançar os resultados esperados,
começando pela tipologia “as tipologias de políticas públicas são formas de
classificar os conteúdos, os atores, os estilos, as instituições, dentro de um processo
de política pública” (SECCHI, 2013, p.24), sendo este o esquema para a
interpretação e análises que farão parte do esquema analítico.
Diante disso, podemos classificar a política para a educação, como política
majoritária, onde os seus custos e benefícios são distribuídas pela coletividade, isto
é, todos pagam, e todos podem utilizar. “A formulação da política, portanto, envolve
a identificação e a determinação das possíveis soluções para os problemas políticos
ou, para dizê-lo de outra maneira, a exploração das várias opções ou cursos
alternativos de ação disponíveis para enfrentá-los” (HOWLETT, 2013, p.123).
Por vezes, alguns problemas passam despercebidos pelos governos,
momento em que a comunicação de massa, se torna importante “o papel dos meios
de comunicação no processo político decorre de sua função de relatar problemas, o
que muitas vezes leva à análise do que está errado e as vezes se estende à defesa
de determinadas soluções” (HOWLETT, 2013, p.83), deixando visível a todos.
Assim, o governo analisa e considera que precisa fazer algo para solucionar
o problema, passando assim a fazer parte da agenda pelo fato de o governo ter
concordado que o assunto precisa de atenção, em outras palavras a agenda pública
é voltada a discussão, enquanto que a institucional a ação.
A escolha racional e eficiente dos meios para atingir os objetivos, é
necessária para evitar gastos desnecessários, normalmente as pessoas envolvidas
na formulação devem ter estudos na área, caso não, ficará fadado ao erro. “A
implementação política, muitas vezes, depende de servidores públicos e de
funcionários administrativos para estabelecer e gerenciar as ações necessárias”
(HOWLETT, 2013, p.179).
A administração se limita a fazer uma avaliação dos serviços
governamentais pelo meio do gasto, o que não é suficiente para verificar se a
política foi satisfatória ou não, de abordagem mais racional, “[…] pretende-se
garantir que as políticas estejam atingindo suas metas esperadas com o menor
46
1ª 2º 3º
IDENTIFICAÇÃO FORMAÇÃO DA FORMULAÇÃO DE
DO PROBLEMA AGENDA ALTERNATIVAS
6º
4º 5º
AVALIAÇÃO DA
TOMADA DE IMPLEMENTAÇÃO DA
POLÍTICA
DECISÃO POLÍTICA PÚBLICA
PÚBLICA
7º
EXTINÇÃO DA
POLÍTICA
PÚBLICA
Cada etapa deve ser feita e discutida, Secchi (2013) explica o passo a passo
da política, sendo a 1ª identificação do problema: uma situação pública se torna
insatisfatória para um grupo e os governantes analisam se é válido entrar para a
agenda; 2º formação da agenda: para a montagem da agenda é preciso que algum
assunto se torne relevante para ter atenção do governo; 3º formulação de
alternativas: estabelecimento dos objetivos e estratégias para chegar a uma solução.
Com o problema identificado e com prováveis opções temos o 4º passo, a
tomada de decisão: momento em que os atores avaliam qual serão o objeto e
método de enfrentamento; 5º implementação da política pública: as intenções se
tornam ação; 6º avaliação das políticas públicas: momento de avaliar se teve
47
sucesso ou falha; 7º quando percebe que o problema foi resolvido ou a política foi
ineficaz e perdeu a importância.
O governo deve observar as necessidades e prioridades do cidadão, para
assim fazer políticas públicas que sejam um conjunto de programas, ações e
decisões dos gestores políticos, que conta com a participação direta ou indireta da
população, principalmente daquela que irá usufruir. Para Pereira (2009), o Estado é
deficiente em políticas públicas, este assegura os direitos e o acesso aos serviços
básicos, mas não consegue atender satisfatoriamente.
E mesmo as políticas implementadas, podem alcançar resultados diferentes
do planejado, devido a falhas no momento da formulação em que são produzidos os
resultados esperados, assim como pelo fato de não ter profissionais adequados, da
verba não ser o suficiente ou até mesmo da política aplicada não ser adequada para
os habitantes.
As políticas sociais proporcionam benefícios para todos aqueles que vivem
em sociedade, mas esta, no ato da sua elaboração, deve demonstrar ser benéfica e
de custo adequado. Os direitos sociais, para serem efetivados, são necessários que
sejam discutidos e protegidos, para que possam ter uma máxima aplicação.
Evitando agentes públicos que venham prejudicar a eficácia das políticas no
atendimento das demandas sociais.
As políticas públicas voltadas para a área da educação, são investimentos
altos e que devem ser elaboradas por gestores que possuam conhecimento do
tema, de como funciona, para quem servirão as políticas, assim como uma boa
assessoria na sua elaboração, o que melhora a proposta e sai do campo do
achismo.
O processo participativo, dos gestores das políticas, seus assessores e
daqueles que irão utilizá-las, dão uma maior legitimidade para as políticas públicas
em uma área específica. E consequentemente, quando há a participação de todos,
ela fica mais fácil de ser aceita e ser cumprida. Desta maneira é levada em
consideração a cultura, a economia e até mesmo se é legalmente aceita no local.
É para a sociedade que o elaborador deve perguntar, interagir com eles para
conhecer suas necessidades, afinal é ela a maior interessada em ver as políticas
públicas funcionando. A fronteira com a Venezuela vem sofrendo transformações e
crescendo a necessidade para que sejam feitas políticas que contribuam para uma
48
maiores altitudes do estado e de toda a Região Norte do Brasil, com seus 920 m de
altitude.
A área territorial é de 8.028,428 km², com a estimativa da população em
17.401 (IBGE, 2020) possuindo uma densidade demográfica de 2,17 hab./Km²,
tendo limites com os municípios de Boa Vista, Amajarí, Normandia e Uiramutã, além
de manter limites com a República Bolivariana da Venezuela, país que mantém uma
fronteira viva, ligada através de uma rodovia que estabelece um intenso movimento
entre a cidade de Pacaraima e Santa Helena de Uairén (Venezuela).
O município de Pacaraima criado em 17 de novembro de 1995, pela Lei
Estadual 96, que criou em conjunto os municípios de Uiramutã e Normandia.
Conforme Silveira (2009), o município foi criado por meio de uma manobra
estratégica dos parlamentares roraimenses contra o processo de demarcação de
terras indígenas.
No ato a Assembleia Legislativa aprovou e o Governador do Estado de
Roraima sancionou a Lei nº 096, de 17/10/1995, que criou o Município de
Pacaraima, situado na região de fronteira do Brasil com a República Bolivariana da
Venezuela, no marco BV8. No qual a sede do Município passou a ser a Vila de
Pacaraima, e a sua instalação ocorreu no dia 01/01/97, com a efetiva posse do
Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores eleitos anteriormente, no dia 03/10/1996
(SANTOS, 1998).
Dessa forma, a criação do município de Pacaraima constitui-se num jogo de
interesse de atores como o Estado, instituições públicas privadas e/ou organizações
não governamentais que disputam pelo domínio de determinadas áreas do território
na defesa de seus interesses (SILVEIRA, 2009).
Por encontrar-se, localizada no interior da Terra Indígena (TI) São Marcos, a
sede do município precisou ser desmembrada da mesma, com definição territorial
datada de 2009 (IBGE, 2017). Quanto a sua organização espacial, o município, além
da sede urbana, possui 55 comunidades indígenas organizadas em duas regiões,
entre elas: Surumu e São Marcos. A maior comunidade indígena é a do Contão
(SESAI/DSEI-LESTE, 2019).
Porém a existência do núcleo urbano remonta a demarcação das fronteiras
entre Brasil e Venezuela no decorrer da década de 1920 e da instalação do terceiro
pelotão especial de fronteira por volta dos anos de 1995. O garimpo consistiu no
51
f) Professores 45
g) Assistente de alunos 7
h) Funcionários 21
TOTAL 79
Fonte: elaborado a partir da base de dados da Escola Municipal Casimiro de Abreu (2020).
A figura (10) a seguir, mostra a entrada principal da escola, por onde entram
os alunos, professores e funcionários. Ao entrar, há sempre um porteiro para
recepcionar:
18
Na LDB, no artigo 24, inciso II, alínea c: “independentemente de escolarização anterior,
mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do
respectivo sistema de ensino.”
64
Muitos pais optam pela prova de conhecimentos pelo fato de não ser paga,
diferente da tradução dos documentos, que é cara e às vezes demora em
receberem a tradução. Mas a prova por ser em português pode fazer com que o
estudante entre em uma série que já tenha cursado no seu país e o idioma pode ser
um dos motivos, isso mostra como a burocracia pode influenciar na escolha dos
pais.
Cabe ressaltar que essa demanda, do discente imigrante entrar na escola,
deveria ser atendida com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF). Em parceria com a Secretaria de Educação de Pacaraima e a prefeitura,
para tentar atender a todos os alunos da rede municipal, propôs a construção de
“casinhas”, padrão ONU, que serviriam como salas de aulas improvisadas para
atender aos alunos que estavam na lista de espera nas escolas municipais. O
município entraria com os professores e o lanche, enquanto que o Unicef com a
estrutura. Apesar das várias reuniões, até o ano de 2019, o projeto ainda não tinha
sido retirado do papel19.
19
Informações coletadas informalmente, conversando com pessoas do Unicef e professores.
65
diversidade social e cultural se tratará de uma retórica: para o ‘outro’ o diferente sou
eu” (PAZ, 2016, p.35). A escola que é por definição homogeneizada, tem dificuldade
em entender as diferenças.
Todos os envolvidos na área da educação precisam estar atentos às
diferenças e saber aproveitá-las de forma interdisciplinar, no sentido de garantir “o
papel da escola e o poder do docente, enquanto agente de transformação na
educação e no comportamento dos indivíduos [...]” (PAZ, 2016, p.12). O professor
que aproveita os diferentes em sala de aula acaba expandindo o leque de
conhecimento dos seus alunos.
A pluralidade é algo comum, ou deveria ser em escolas de fronteiras ou em
países que recebem muitos estrangeiros. Com isso, “A valorização da diversidade,
na pluralidade cultural é uma tendência na educação, usada pelo Estado, como
tópico fundamental nos conteúdos escolares [...]” (PAZ, 2016, p.13). Desde a
década de 1990, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) propõe que a educação
brasileira, desenvolva os currículos de forma que aproveite os diferentes que aqui
vivem.
Com esse objetivo, o Conselho Nacional de Educação20 estabeleceu na
década de 1990, com base na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) matérias que seriam
obrigatórias para todas as modalidades, tentando diminuir as diferenças e
proporcionando uma formação básica para todos. Mas essa integração só será
possível se forem observadas as especificidades da realidade regional do estudante,
ainda mais em um país como o Brasil que possui grande dimensão territorial.
O conteúdo impresso no livro deve ser sensível as especificidades regionais
e locais nos quais o aluno está inserido, sendo necessária sim, uma base de
conteúdos teóricos, mas que os subsistemas e as escolas possam ter autonomia
para adequá-los a realidade da sociedade local, principalmente quando se trata de
escolas em áreas de fronteiras. Para Pereira (2009, p.53) “É notório que aspectos
educativos da área de fronteira, até recentemente, tenham sido tratados nas
políticas educacionais, regionais e locais de forma unilateral e homogênea, isto é,
sem se considerar a singularidade fronteiriça que pressupõe, no mínimo, relações
bilaterais”.
20
Conselho que busca no âmbito de sua competência, a participação da sociedade no
desenvolvimento de uma educação de qualidade. Cabe ao Conselho formular e avaliar a política
nacional de educação, proporcionando uma relação do ensino com os segmentos sociais e
comprometidos com o Plano Nacional de Educação - PNE (BRASIL, online).
67
21
Nesse caso, especificamente a Certidão de nascimento ou o Registro Geral, para
atendimento nos serviços básicos como educação e saúde brasileira.
70
22
A Operação Acolhida é uma Força Tarefa Logística e Humanitária, que por meio das Forças
Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) prestam apoio com infraestrutura, segurança, saúde,
administração e transporte. Recepcionando, identificando e acolhendo aos venezuelanos que
atravessam a fronteira com o Estado de Roraima (MINISTÉRIO DA DEFESA, 2020).
23
Foi por meio de conversas informais, com professores e com pais de alunos que fiquei
sabendo que o acordo, que foi feito entre os prefeitos de Pacaraima e o de Santa Elena, tinha sido
desfeito, mas sem nenhuma justificativa. Em conversa com uma mãe de uma aluna, ambas
venezuelanas, ela comentou que antes o ônibus escolar brasileiro, ia buscar a filha dela em Santa
Elena, todos os dias. Mas deixaram de fazer o transporte e agora ela paga uma van particular, para
levar e trazer sua filha da Venezuela para o Brasil, para estudar.
72
Esse número varia bastante, pois a evasão é frequente por conta das
condições em que vivem esses migrantes, podendo, como dito acima, serem
transferidos a qualquer tempo, permanecendo os que conseguiram se estabelecer
na cidade.
As salas não possuem aparelhos de ar condicionado, a iluminação é
precária, há cadeiras para todos os alunos, mas não segue um padrão, sendo
carteiras e mesas. O quadro é o branco, mas no fundo das salas têm os quadros de
giz, que em algumas salas as professoras aproveitaram para fazer um mural
informativo. Sempre tem pessoas de apoio nos corredores para auxiliar os alunos e
os professores, e o fardamento não é padrão.
24
A qualidade das imagens foi alterada, para preservar a identidade dos estudantes.
73
Outro aspecto evidenciado pelo relato e observação in loco diz respeito aos
informativos que estão distribuídos pela escola. Todos são em português,
desconsiderando o grande número de alunos que falam o espanhol. Dessa forma,
quadros informativos bilíngues seriam bons para o crescimento pessoal dos alunos e
também dos professores e funcionários. De acordo com Paz (2016) a troca de
experiências nas escolas de fronteiras tem uma dinâmica social responsável pelo
processo permanente de construção, desconstrução e reconstrução do
conhecimento, logo a facilitação desse processo é fundamental para o
desenvolvimento educativo.
Cabe ressaltar que na hora do intervalo a escola oferece o lanche que
corresponde as refeições salgadas e doces (paçoca regional, macarronada à
bolonhesa, feijão tropeiro, filé de peixe, Maria Isabel (arroz com charque), guisado
de carne, biscoito com iogurte, arroz doce e achocolatado, entre outros); há uma
cantina onde os alunos podem comprar a comida, como sanduiches naturais, sucos,
bolos, chocolates, sorvete, mas alguns alunos trazem de casa o seu lanche. A
maioria dos alunos que levam o lanche de casa, eram os que comiam comidas que
não são típicas do Brasil, como a “arepa” (comida regional da Venezuela).
Foi possível perceber, também, o fato de que toda a alimentação servida na
escola se volta para os hábitos alimentares brasileiros, sem uma preocupação com a
população venezuelana presente no ambiente escolar. De forma que alguns
estudantes levavam o lanche (arepa) para a escola. Paz (2016) chama atenção para
a importância das trocas culturais presentes nos hábitos alimentares, que deveriam
estar dentro da dinâmica social das escolas de fronteira.
Conforme os relatos e observação, ficou evidente que os alunos na sala de
aula, por mais que em muitas salas os professores busquem facilitar a integração,
estes ficavam em grupinhos de acordo com o idioma. A língua pode ser um dos
motivos para a incompreensão de alguns alunos que não são brasileiros, na hora da
explicação do professor. Neste sentido, os professores deparavam-se com os dois
lados (brasileiros x venezuelanos) limitados com relação ao entendimento do
conteúdo.
Segundo Paz (2016) é fundamental que as escolas de fronteiras trabalhem a
pluralidade para isso é necessária a construção de currículos pedagógicos (incluindo
74
25
Os livros didáticos que contemplam as escolas municipais e estaduais são ofertados pelo
Ministério da Educação por meio do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) sendo
necessário que a escola pública participe do Censo Escolar do INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Esses livros são todos em português.
75
unilateral, por mais bem-intencionada que seja terá êxito ou durará por muito tempo,
caso não haja diálogo entre os países envolvidos.
Nesse sentido, há metas a serem atingidas, mas apesar de ser um município
localizado em fronteira, não há menção na formulação dessas metas, sobre alunos
de outros países e que estudam no Brasil. Destaca-se que em 2015, ano da
aprovação do PMEMP, a crise na Venezuela já estava perceptível e a entrada de
venezuelanos para o lado brasileiro estava crescente. E ainda assim, não se faz,
referencia, no plano, a questão da fronteira e intercambio entre os dois países.
Sabe-se que as políticas educacionais dependem da relação dinâmica da
sociedade na qual estão inseridas, é dela que virão as necessidades e demandas
para a instituição social, chamada escola.
Os professores que ministram aulas em escolas de fronteira, ao fazerem
parte da construção dos objetivos da política pública, tem a tarefa e a oportunidade
de agir, conforme Piaget (2005, p.76) escreve em seu livro, “[…] diante de um
problema internacional, é, pois, a de procurar adaptar o aluno a semelhante
situação, sem nada lhe omitir a respeito da sua complexidade”, aumentando assim,
as chances das políticas públicas alcançarem resultados positivos.
Ademais, os profissionais da área da educação precisam ter conhecimento
do que são políticas públicas, terem consciência de que a participação deles em
conjunto com os atores estatais na elaboração da agenda é de suma importância, já
que são eles que vivem a realidade da sala de aula heterogênea.
O compartilhamento dos conhecimentos na sala de aula ensinaria a
tolerância ao desconhecido, o respeito a cultura do outro, ampliaria o vocabulário
dos alunos, que aprenderiam mais um idioma, da mesma forma que conheceriam
um pouco mais da cultura do outro, empenhando-se dessa maneira para diminuir os
conflitos relacionados à grande procura por vagas nas escolas, as salas com lotação
máxima, o conteúdo didático a ser ministrado e como o governo está se
posicionando diante dessas questões.
A falta de comunicação e entendimento dos direitos dos alunos e do idioma
pode ser considerada como uma barreira inicial, para o início da vida escolar do
aluno migrante. É preciso fazer um mapeamento dos alunos que estão matriculados
e frequentando as escolas na área urbana de Pacaraima, já que o registro deles nas
escolas ocorre precariamente devido à falta de documentação.
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Conhecer quem são os alunos que estão nas salas de aulas das escolas de
Pacaraima, com a sua cultura, seu idioma, seus aspectos culturais, facilitaria na
identificação de possíveis dificuldades no dia a dia na escola, o que auxiliaria na
construção de uma política pedagógica que melhor atendesse a esses alunos.
Assis (2016, p.6) afirma que “A escola fronteiriça fecha-se no formalismo
burocrático emanado das legislações e não se abre à riqueza que lhe apresenta a
presença de alunos de outras nacionalidades em seu interior e, consequentemente,
reforça limites, dentre estes: da língua; da cultura, do preconceito e até da
xenofobia”. Por isso, programas entre as cidades de fronteiras, devem ser
estimulados para que o contato com o outro seja natural e principalmente com
respeito.
Em Pacaraima, foi implementado o projeto Programa Escolas Interculturais
de Fronteiras (PEIF), com apoio da Universidade Estadual de Roraima (UERR) e da
Secretaria de Educação do Estado. O PEIF foi iniciado no ano de 2005, na região da
fronteira sul do país, por meio de um acordo bilateral entre Brasil e Argentina. Em
junho de 2006, com o apoio pedagógico da Universidade Federal da Fronteira Sul no
Brasil e o Instituto Misiones na Argentina, o projeto se torna multilateral e é pautado
no setor educacional do Mercosul. Em 2009 outros membros do bloco, em especial
a Venezuela, começam a desenvolver as atividades em escolas de fronteira de
Pacaraima e Santa Elena de Uairén (QUEIROZ; VIANA; LIMA, 2010).
O objetivo principal do projeto é a troca de professores ou como também
ficou conhecido, o intercâmbio docente. Trabalho baseado na interculturalidade e o
intuito de aproximar dois países por meio da educação, já que as cidades são
próximas, mas o conhecimento da realidade que cada uma vive é muito distante
(QUEIROZ; VIANA; LIMA, 2010). Com isso, na fronteira Brasil-Venezuela, esse
projeto foi pensado para ser implementado nas cidades de Santa Helena do Uairén
e Pacaraima e, Venezuela e Brasil, respectivamente.
O projeto foi viabilizado nessa fronteira com a implantação, em 2008, do polo
da Universidade Estadual de Roraima na cidade de Pacaraima. Com o Projeto, os
alunos universitários podiam se deslocar diariamente na fronteira, entre as cidades
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CONCLUSÃO
não ser paga, mas esquecem que o filho possui apenas um mês para estudar um
assunto em outro idioma, e que essa prova que irá definir em qual série o aluno
ficará de acordo com a sua capacidade e classificação.
Logo, a tradução por ser cara, é um meio pouco escolhido pelos pais,
mesmo sabendo que os filhos podem regredir na série. Outro fator importante de ser
mencionado se refere à evasão que ocorre impulsionada pelas interiorizações que
ocorreram ao longo do ano, que dificultou para as escolas o acesso as
documentações dos alunos imigrantes que ficaram sem concluir cadastro. Pois
quando essas famílias foram interiorizadas muitos dos pais infelizmente não
informam a saída dos alunos da escola levando a instituição a adotar medidas como
o recebimento de arquivos via celular para realizarem as matriculas dos alunos ou
emitir transferência, mas poucos pais repassam essas informações.
Quanto às estruturas para receber esses alunos, a escola possui o seu
material didático, todo em português, que fica guardado no armário dentro de cada
sala de aula, que quando preciso o professor, retira distribui e depois recolhe. Além
de escrever no quadro e levar fotocopias de atividades para a sala de aula.
O professor ministra aula quatro vezes na semana com a turma, possuindo
um dia na semana para o seu planejamento, nesse dia em que o professor não vai à
sala de aula, os alunos recebem aulas de outros professores e de outras matérias.
São quatro tempos de aulas, divididos em arte, educação física, informática e
espanhol.
Além disso, apenas dois professores são formados em Letras-espanhol, e
mesmo formados não possuem o domínio do idioma, e acabam ministrando as aulas
apenas em português, alguns alunos tinham dúvidas com relação a tradução de
algumas palavras, para poder entender o conteúdo, mas a professora não sabia
dizer o significado da palavra em espanhol.
Sendo assim, ao identificar às principais políticas públicas da Educação na
fronteira Brasil-Venezuela, a pesquisa mostra segundo relato do diretor da escola,
que acompanha todo o processo da migração venezuelana em Pacaraima, não
haver, políticas específicas para o aluno estrangeiro que chega a escola, o que
existe é uma ação conjunta que envolve diversos órgãos internacionais, como a
UNICEF, que se manifesta a favor, apoiando a causa, com a disponibilidade de
espaço para as crianças que ficam na lista de espera como o objetivo das crianças e
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REFERÊNCIAS
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