APOSTILA BOTÂNICA
APOSTILA BOTÂNICA
APOSTILA BOTÂNICA
SUMÁRIO
BOTÂNICA......................................................................................................................... 03
BRIÓFITAS......................................................................................................................... 05
Diversidade das Briófitas.................................................................................................... 06
Organização corporal ........................................................................................................ 07
Ciclo de vida e reprodução ................................................................................................ 07
Importância econômica ..................................................................................................... 09
PTERIDÓFITAS.................................................................................................................. 09
Diversidade das Pteridófitas............................................................................................... 10
Organização corporal ........................................................................................................ 11
Reprodução ....................................................................................................................... 12
Importância econômica...................................................................................................... 13
GIMNOSPERMAS.............................................................................................................. 13
A semente.......................................................................................................................... 14
O grão de pólen.................................................................................................................. 15
Diversidade das Gimnospermas........................................................................................ 15
Reprodução ....................................................................................................................... 16
Importância econômica ..................................................................................................... 18
ANGIOSPERMAS.............................................................................................................. 18
FLOR................................................................................................................................. 18
Androceu e gineceu............................................................................................................ 20
Fecundação........................................................................................................................ 21
Polinização........................................................................................................................ 22
Diversidade das Angiospermas.......................................................................................... 22
Frutos................................................................................................................................. 24
Dispersão e germinação de sementes............................................................................... 26
RAÍZ................................................................................................................................... 27
Tipos de raízes .................................................................................................................. 28
CAULE................................................................................................................................ 30
Tipos de caule.................................................................................................................... 30
FOLHAS............................................................................................................................. 32
Adaptações das folhas....................................................................................................... 34
HISTOLOGIA VEGETAL.................................................................................................... 35
FISIOLOGIA VEGETAL...................................................................................................... 40
BOTÂNICA Os organismos do reino vegetal
As plantas são os organismos conquistaram o ambiente terrestre,
estudados pela botânica, fazem isso foi possível pelo surgimento de
parte do reino vegetal. Todas as diversas estratégias que reduzem a
plantas apresentam as seguintes perda de água para o ambiente.
características: Como por exemplo:
3
do gametófito feminino, uma A - O embrião maciço se
novidade evolutiva que facilita a desenvolve protegido no corpo do
sobrevivência do novo organismo. gametófito feminino / Presença de
Por isso as plantas são chamadas epiderme e cutícula / Tecido
de embriófitas. verdadeiro /;
Mais adiante vamos estudar os B - Vasos condutores / órgãos
diversos grupos que existem no verdadeiros / fase dominante é o
reino vegetal. Vamos perceber que esporófito.
a cada grupo, há novidades C - Semente e grão de pólen;
evolutivas, como por exemplo: o D - Flores e frutos.
surgimento de vasos condutores,
de sementes, flores e frutos. Com
base nisso, as plantas podem ser
classificadas em: briófitas,
pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.
Observe a imagem a seguir
com atenção:
4
Antes de começarmos a • Presença de vasos condutores:
estudar os grupos vegetais, existem maior tamanho das plantas;
alguns termos que são importantes • Pólen, flor e fruto: maior sucesso
para reconhecer as características reprodutivo e maiores as
do reino vegetal. Por isso, preste chances de dispersão da
atenção: semente;
• Presença da semente: proteção,
• Atraqueófitas (avasculares): são nutrição e dispersão do embrião.
as plantas que não apresentam
vasos condutores (briófitas); BRIÓFITAS
• Traqueófitas (vasculares): são as Estas são as primeiras plantas
plantas que apresentam vasos presentes no ambiente terrestre.
condutores (pteridófitas, Como exemplos podemos citar os
gimnospermas e angiospermas); musgos e as hepáticas. São plantas
• Criptógamas: são as plantas que avasculares, os vasos condutores
não apresentam sementes estão ausentes. Os gametas
(briófitas e pteridófitas); dependem da água para
• Espermatófitas: plantas com fecundação.
sementes (gimnospermas e Por não terem vasos
angiospermas). condutores, têm no máximo 5 cm
de altura, poucas espécies
As novidades evolutivas alcançam até 50 cm de altura. A
observadas nas plantas trouxeram água e os nutrientes passam de
vantagens para o grupo e uma célula para a outra, por isso
facilitaram a sua sobrevivência: não podem ter tamanhos grandes.
O caule, folha e raiz estão
• Fecundação e desenvolvimento ausentes. Apresentam estruturas
interno: proteção; similares: cauloide, filoide e rizoide.
5
São encontradas em ambientes
úmidos e sombreados. Mas existem
algumas espécies que podem
sobreviver em ambientes mais
secos, como na superfície de
rochas ou locais com maior
exposição ao Sol. Há espécies em Exemplares de Bryophytas
Bryophytas
• São os musgos;
• 9500 espécies;
• Os gametófitos crescem eretos. Exemplares de Antocerophytas
6
Organização corporal das envolvem a participação de
Briófitas gametas. Enquanto que no
O corpo das briófitas é processo assexuado não há
identificado como talo. O gametófito gametas e evento de fecundação.
é a parte verde e duradoura, onde
encontra-se o filoide, rizoide e Fragmentação do corpo
cauloide. Estas estruturas têm É um processo de reprodução
funções semelhantes às exercidas assexuada. Uma parte do corpo da
pelas folhas, raízes e caules. planta fragmenta-se e cai no chão.
O esporófito é a parte Se em condições ideais,
temporária e diploide. A sua desenvolve-se em um novo
estrutura é formada pela haste e gametófito.
pela cápsula. No interior da cápsula
são produzidos os esporos (n Gemulação
cromossomos). É um processo de reprodução
assexuado em que gemas ou
propágulos são formados.
Consistem em pequenos pedaços
de plantas que se desprendem e
são transportados por gotas de
água. Quando encontram um local
adequado novas plantas são
Estrutura corporal das briófitas formadas.
7
observe a imagem a seguir com
atenção:
8
a cápsula, onde os esporócitos O musgo do gênero Sphagnum
por meiose formam os esporos tem propriedades importantes que
haploides (n); podem ser exploradas em diversos
• Os esporos são liberados e caso contextos:
encontrem um ambiente propício
germinam no protonema, que por • Agricultura: a capacidade de
sua fez foram um novo reter água pode ser usada para
gametófito haploide (n) aumentar a disponibilidade
masculino ou feminino. hídrica para as plantas
cultivadas;
Importância econômica • Medicina: o musgo tem
das Briófitas propriedades antissépticas, por
Os musgos são organismos isso foi muito utilizado para
com grande importância ecológica. curativos, inclusive durante a
Ajudam na conservação das primeira Guerra Mundial.
encostas ao manter o solo firme.
São organismos produtores e PTERIDÓFITAS
formam o primeiro nível nas As pteridófitas são as
cadeias alimentares. Além disso, samambaias e avencas. Foram as
são indicadores ambientais. primeiras plantas vasculares que
Participam da formação das surgiram, e por isso já são maiores
turfas, junto com outros vegetais. que as briófitas. Porém ainda
As turfas contribuem para a dependem da água para a
retenção de água nos ambientes. E movimentação dos gametas.
podem ser usadas como São encontradas em ambientes
combustível, já que possuem úmidos e sombreados. Algumas
grande quantidade de carbono. espécies são epífitas, ou seja,
Quando queimadas, as turfas vivem sobre outras plantas. Além
liberam grande quantidade de gás da presença dos vasos condutores,
carbônico. apresentam tecidos de sustentação,
9
outra característica que permite que Psilotophyta
sejam maiores. São conhecidas aproxima-
Os vasos condutores são de damente 15 espécies deste filo, que
dois tipos: xilema e floema, ambos estão organizadas em dois gêneros.
apresentam células unidas por Não apresentam raízes e folhas.
canais. O xilema é responsável pelo
transporte de água e sais minerais
(seiva mineral ou bruta) da raiz até
as folhas. O floema transporta uma
solução açucarada e outros
compostos orgânicos produzidos
pela planta, o sentido do fluxo da
seiva elaborada (ou orgânica) é das Lycophyta
folhas para o resto das plantas. São os licopódios e selaginelas.
No seu processo reprodutivo as Integram o filo cerca de 1300
pteridófitas não formam sementes. espécies. As suas folhas são
E assim como as briófitas são minúsculas e apresentam apenas
criptógamas. Durante o ciclo, a fase uma nervura.
predominante é o esporófito.
DIVERSIDADE DAS
PTERIDÓFITAS
As pteridófitas são classificadas
em 4 filos, a seguir vamos explorar
as características de cada um dos Exemplar de Lycophyta
grupos.
10
Sphenophyta ORGANIZAÇÃO CORPORAL
São conhecidas cerca de 18 DAS PTERIDÓFITAS
espécies, que possuem caules e Nas pteridófitas são observadas
raízes aéreas. Os caules as seguintes estruturas:
apresentam nós e entrenós.
Regiões de onde saem as • Raiz: estrutura responsável por
microfolhas ou ramos caulinares. fixar a planta, absorver água e
nutrientes;
• Caule: estrutura que cresce no
sentido oposto das raízes;
• Folhas: apresentam células ricas
em cloroplastos, estruturas que
realizam fotossíntese;
• Esporófito: fase diploide, verde
e duradoura;
Exemplares de Sphenophyta
• Gametófito: fase haploide,
Pterophyta pequena (1 cm) e fase
São as samambaias e avencas. temporária.
Fazem parte deste filo cerca de
8500 espécies. São as plantas mais
conhecidas das pteridófitas. Os
processos reprodutivos estudados
nas próximas páginas serão deste
filo.
11
REPRODUÇÃO DAS 1. Os esporófitos (2n) das
PTERIDÓFITAS samambaias formam na face
As Pteridófitas podem se anterior de suas folhas estruturas
reproduzir de forma assexuada ou identificadas por soros;
sexuada, ou seja, com a 2. Os soros são grupos de
participação ou não de gametas. esporângios;
Brotamento 3. Nos esporângios acontece a
É um processo reprodutivo formação de esporos por meiose
assexuado. Pequenos brotos espórica;
nascem em uma planta adulta. E se 4. Os esporos quando
desprendem da planta dando encontram condições favoráveis
origem a um novo indivíduo que vai germinam e originam os
crescer e formar um novo adulto. gametófitos (n) do tipo prótalo, que
tem o formato de coração;
Sexuada 5. O prótalo é uma estrutura
O processo de reprodução hermafrodita (monóico), a parte
sexuada estudado é do filo masculina é o anterídio, a parte
Pterophyta, para compreendê-lo feminina é o arquegônio;
veja a imagem a seguir e o passo a
passo na sequência.
12
6. A fecundação do gameta espécies que associam-se com
feminino acontece quando os cianobactérias fixadoras de
anterozóides (gametas masculinos) nitrogênio. Estratégia que é
nadam até a oosfera; aproveitada para a fertilização dos
7. O zigoto (2n) origina um novo pés de arroz.
esporófito diplóide e o ciclo
recomeça. GIMNOSPERMAS
Como exemplos de
gimnospermas podemos citar as
araucárias, pinheiros e sequóias.
Este é o grupo mais antigo de
plantas que apresentam sementes,
a sua grande novidade evolutiva.
As sementes são formadas por
um óvulo fecundado e no caso das
gimnospermas, elas não são
13
Outra novidade evolutiva das A SEMENTE
gimnospermas é o surgimento do O gametófito feminino é o óvulo
grão de pólen, a estrutura que envolvido por uma casca, o
contém o gametófito masculino tegumento protetor. A semente é
imaturo, protegido por um envoltório formada quando o óvulo é
resistente. O grão de pólen é fecundado e desenvolve-se.
transportado pelo vento. Por isso as No interior da semente
gimnospermas não dependem da encontra-se o embrião, e ao seu
água para o processo de redor está o endosperma. A
reprodução sexuada. substância nutritiva que o embrião
Este grupo de plantas utiliza durante o processo de
conquistou de forma definitiva o germinação como fonte de energia,
ambiente terrestre, e é encontrado até que passe a fazer fotossíntese.
principalmente em ambientes frios. O pinhão, comum no sul do
Assim como as pteridófitas, país, é uma semente de
apresentam vasos condutores de gimnosperma. Encontra-se na
seiva. E possui órgãos verdadeiros: pinha, o estróbilo feminino, onde
caule, raiz e folha. estão os óvulos.
Pinha e Pinhão
14
O GRÃO DE PÓLEN DIVERSIDADE DAS
O gameta masculino é GIMNOSPERMAS
carregado pelos grãos de pólen, e As gimnospermas são
se desenvolve no interior do classificadas em quatro filos, nos
esporófito (a árvore), em locais próximos tópicos você vai conhecer
identificados como estróbilos as principais características de
masculinos (pinha). Os grãos de cada um deles e seus exemplos.
pólen são transportados pelo vento,
até que encontrem plantas com
gametas femininos para reproduzir-
se.
Quando o grão de pólen
encontra um óvulo, este produz
uma estrutura, o tubo polínico, que
desce até a oosfera. A formação
desta estrutura garante que o
Exemplar de Sequoia
gameta masculino alcance a
oosfera sem precisar de água. Coniferophyta
São conhecidas cerca de 614
espécies. Estão entre os
organismos mais velhos e maiores
que existem na Terra. As sequóias
fazem parte deste filo e podem
alcançar 80 metros de altura.
Enquanto outras espécies de
coníferas podem ultrapassar os 100
metros.
Chegada no grão
de pólen ao óvulo
15
Cycadophyta Ginkgophyta
São as cicas, plantas muito Este filo também pode ser
utilizadas na ornamentação de identificado como gincófitas. São
jardins. São conhecidas 121 plantas decíduas, perdem as suas
espécies no mundo, e podem atingir folhas no inverno, característica que
até 14 metros. Fisicamente não aparece nos outros filhos de
lembram as palmeiras. gimnosperma. A única espécie
conhecida é a Ginkgo biloba.
Cica ornamental
Exemplar de Ginkgo
16
Em uma época do ano
específica, os estróbilos masculinos
liberam grande quantidade de grãos
de pólen. Estas estruturas chegam
até o estróbilo feminino com a ação
do vento. Neste momento o pólen
forma o tubo polínico e chega até o
óvulo. A oosfera é fecundada e o
embrião é formado.
O óvulo desenvolve-se e a
semente, o pinhão é formado. A
semente se espalha com o auxílio
de animais, e em um ambiente
favorável germina, formando um
novo esporófito.
Nas gimnospermas a parte
verde e duradoura é o esporófito. A
parte temporária é o gametófito.
Reprodução das Gimnospermas
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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA ANGIOSPERMAS
DAS GIMNOSPERMAS Este é o grupo mais
As gimnospermas podem ser diversificado entre as plantas,
utilizadas como plantas estima-se que existam cerca de 450
ornamentais, ou seja, na mil espécies. Assim como as
decoração de diversos ambientes. gimnospermas, produzem grãos de
Também podem ser usadas para a pólen e sementes, e apresentam
produção de lenha, papel, móveis, outras novidades evolutivas:
casas e instrumentos musicais.
Os óleos e resinas podem ser • Flores: facilitam o processo de
extraídos. E aplicados na produção polinização ao atrair agentes
de medicamentos e perfumes. O polinizadores;
pinhão, semente da espécie • Frutos: ajudam na proteção do
Araucaria angustifolia, é muito embrião e contribuem para a
explorado na alimentação. Podem dispersão de sementes.
ser consumidos cozidos com sal ou
em preparos mais complexos. FLOR
Para compreender a estrutura
de uma flor, vamos adotar como
modelo de estudo uma flor
hermafrodita. Ou seja, que
apresenta estruturas reprodutivas
masculinas e femininas. Mas na
natureza há flores que apresentam
apenas a estrutura reprodutiva
masculina ou feminina.
Veja a seguir cada uma das
partes que compõem a flor:
18
• Cálice: parte mais externa, é um • Gineceu: é a estrutura
conjunto de folhas modificadas, reprodutiva feminina, composta
as sépalas; pelo estigma, estilete e ovário
• Corola: é o conjunto de pétalas (carpelos). O seu formato é
da planta, podem ter cores, semelhante ao de uma garrafa;
texturas e odores diferentes, • Ovário: base dilatada do pistilo,
características que contribuem local de formação dos óvulos;
para a atração de agentes • Estigma: abertura que recebe os
polinizadores; grãos de pólen;
• Androceu: é a estrutura • Estilete: une o estigma ao
reprodutiva masculina formada ovário;
pelos estames. Cada estame • Receptáculo floral: base em
apresenta uma haste ou filete, na que há a união de todas as
sua extremidade está a antera, partes da flor;
local de formação dos grãos de • Pedúnculo floral: região em que
pólen; a flor se conecta ao caule da
planta.
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Diversas flores podem agrupar- Cada um dos esporos forma um
se em estruturas identificadas como grão de pólen, que corresponde ao
inflorescências. Como exemplo gametófito masculino. Cada pólen
clássico podemos citar o girassol. tem uma célula geradora, que se
As flores correspondem às divide e forma duas células
estruturas minúsculas que formam espermáticas e uma célula do tubo
o miolo. E as "pétalas" amarelas e para formar o tubo polínico.
vibrantes são na verdade brácteas,
folhas modificadas que ajudam a
atrair agentes polinizadores. O
girassol é uma inflorescência do
tipo capítulo.
Estrutura do Androceu
Gineceu
A estrutura reprodutiva feminina
apresenta o ovário, e no seu interior
podem ter um ou mais óvulos. As
O Girassol é uma inflorescência
células-mãe dos esporos, sofrem
Androceu meiose, e o processo resulta na
É a estrutura reprodutiva formação de 4 células haplóides.
masculina. Formada pela antera, Três dessas células regridem, e
suportada pelo filete. No interior de uma forma o esporo feminino, o
cada uma das anteras existem dois megásporo.
sacos polínicos, onde estão as O megásporo se divide e forma
células-mãe dos esporos. Estas uma estrutura com 7 células, o saco
células são diplóides e por meiose embrionário ou gametófito feminino.
originam quatro esporos cada uma. Uma das 7 células é a oosfera, o
gameta feminino. As 3 células do
20
lado oposto da oosfera são as
antípodas, enquanto que as duas
mais próximas são as sinérgides.
Na parte central do saco
embrionário há uma grande célula
com dois núcleos chamados de
polares.
Processo de fecundação
21
Polinização
A polinização é o processo de
transporte dos grãos de pólen dos
estames até os estigmas das flores.
Esse processo possibilita a
recombinação gênica entre os
organismos da mesma espécie, Abelha com grãos de
contribuindo para a variabilidade e pólen no seu corpo
22
magnólia e a vitória-régia.
Na tabela a seguir você pode
observar as diferenças existentes
entre as monocotiledôneas e
dicotiledôneas.
23
Fruto e Pseudofruto Frutos carnosos
O fruto é uma estrutura Drupa: frutos que apresentam
formada após a fecundação quando apenas uma semente. Exemplos:
o ovário se desenvolve. No interior azeitona, ameixa e pêssego;
do fruto está a semente, que Baga: com um grande número
contém o embrião e o endosperma. de sementes no seu interior.
O fruto é formado pelo pericarpo e Exemplos: tomate, mamão e
semente. O pericarpo forma-se a laranja;
partir das paredes do ovário, e é
composto por três camadas:
epicarpo, mesocarpo e endocarpo.
Os frutos podem ser
classificados em carnosos ou
secos. Os carnosos têm pericarpo
suculento, enquanto que os secos
têm pericarpo desidratado. Veja a Tipos de frutos carnosos
seguir os subtipos existentes.
Frutos secos
Deiscentes: são os frutos que
quando maduros abrem e liberam
as sementes. Exemplos: feijão e a
ervilha;
Indeiscentes: são os frutos
que não abrem para liberar a
semente. A liberação depende da
ajuda de animais, ou acontece
quando o processo de
Estrutura do fruto
decomposição do fruto acontece.
Exemplo: arroz;
24
Outros exemplos são o abacaxi, a
pêra e o caju.
Dispersão e germinação
de sementes
Os frutos são estruturas que
contribuem para a dispersão das
Fruto seco deiscente
sementes. Uma vez que podem
Frutos partenocárpicos atrair animais, que ao se alimentar
São os frutos que espalham as sementes pelo
desenvolvem-se sem a ambiente. Mas esta não é a única
necessidade de fecundação. Como maneira de dispersão de sementes,
por exemplo as bananas. Frutos conheça as outras:
deste tipo não apresentam
sementes. A indústria alimentícia • Anemocoria: pelo vento;
explora esse recurso da natureza. • Hidrocoria: pela água;
Diversos frutos são produzidos com • Zoocoria: por animais;
a aplicação de hormônios,
otimizando o processo. A germinação das sementes é
um evento que acontece em
Pseudofruto condições adequadas. O embrião
São os frutos falsos. retoma o seu desenvolvimento, ou
Originam-se de outras partes da flor seja, volta a crescer. Durante este
que não o ovário. A maçã é um processo os nutrientes que mantêm
exemplo de pseudofruto, ela é o embrião vivo são obtidos da
formada a partir do receptáculo reserva energética do endosperma.
floral. Outro exemplo é o morango,
a parte carnosa é o pseudofruto.
Enquanto que os pontos pretos são
os frutos verdadeiros.
25
Quando as primeiras folhas
são formadas o processo de
fotossíntese começa. E assim o
embrião não depende mais do
endosperma.
Veja o passo a passo do
processo de germinação:
26
Estrutura e germinação da semente
RAIZ
A raiz é a estrutura diferenciadas. É o local de
responsável pela fixação das formação dos pelos absoverntes,
plantas no solo. Também contribuiu que são ramificações da
para a absorção e armazenamento epiderme, que contribuem com a
de substâncias. É formada pelas absorção de nutrientes;
seguintes partes: • Zona de ramificação: onde há
epiderme, região de formação
• Zona meristemática: é a área de das raízes laterais que
multiplicação, onde acontecem contribuem para a fixação da
muitas divisões celulares que planta.
permitem o crescimento da raiz;
• Coifa: estrutura que reveste e
protege a zona meristemática;
• Zona de alongamento: as células
formadas aumetam de volume,
contribuindo para o crescimento
da raiz e da planta;
• Zona pilífera: é área de
maturação, as células estão Estrutura da raiz
27
Para analisar a estrutura características e principais
anatômica da raiz precisamos fazer exemplos de cada uma delas:
um corte vertical e utilizar técnicas
de preparo com corantes e Subterrâneas
fixadores. O resultado será algo As pivotantes ou axiais são as
semelhante ao que você pode raízes típicas das dicotiledôneas. O
observar na imagem a seguir: seu crescimento acontece em um
eixo principal que se destaca, e há
eixos secundários menos
desenvolvidos.
As fasciculadas, ou raízes do
tipo cabeleira são comuns nas
monocotiledôneas. O eixo principal
não está presente.
Existem raízes subterrâneas
Corte histológico da raiz
que são tuberosas. A estrutura é
A raiz é revestida pela dilatada pela presença de
epiderme. O córtex é formado pelas substâncias de reserva, que no
células do parênquima. Entre o caso das plantas é o amido. A
córtex e os vasos condutores cenoura, a batata-doce, a beterraba
encontra-se a endoderme. Os e a mandioca são exemplos de
vasos condutores são do tipo raízes tuberosas.
xilema e floema. E estão envolvidos
pelo periciclo, um revestimento de
células parenquimáticas.
Tipos de raízes
As raízes podem ser
classificadas em subterrâneas,
aéreas e aquáticas. Conheça as Sistema radicular pivotante
28
As estranguladoras são raízes
encontradas em plantas que vivem
sobre outros vegetais. São
estruturas que abraçam o tronco e
permitem que a planta mantenha-se
firme. Há casos em que estas
raízes crescem ao ponto de matar a
Sistema radicular fasciculado
planta sustentadora, por
interromper o fluzxo de seiva. É o
Aéreas caso da figueira-mata-pau.
São as raízes localizadas
acima do solo. As sugadoras ou Aquáticas
haustórios são exclusivas de São as raízes que
plantas parasitas ou hemiparasitas. permanecem submersas na água, e
Invadem o corpo da planta conseguem absorver o líquido e
hospedeira e sugam os nutrintes nutrientes presentes no ambiente.
produzidos pelo vegetal. São ricas em aerênquima, um tipo
As raízes tubulares têm o de parênquima de auxilia no
formato de tábuas perpendiculares processo de flutuação.
ao solo. São comuns em plantas de
grande porte e ajudam na CAULE
sustentação do peso. O caule é uma estrutura
As raízes respiratórias, ou geralmente áerea e elevada. Nele
pneumatóforos, são importantes encontram-se as folhas, flores e
para as trocas gasosas. Os frutos da planta. Alguns podem
pneumatódios facilitam a captação conter substâncias de reserva no
de gás oxigênio. São comuns em seu interior. E sua estrutura
plantas de ambientes lodosos, apresenta basicamente duas
como os manguezais. regiões: os nós e entrenós.
29
Os nós são os pontos de onde Tipos de caules
30
Os caules que crescem rentes
ao solo podem ter raízes em
diversos pontos, o que caracteriza o
caule do tipo estolho. Este caule é o
dos morangos, e por ter raiz em
diversos pontos é muito fácil
produzir mudas.
Caule do tipo estolho
Os caules trepadores são
aqueles que crescem
principalmente em comprimento, e Subterrâneos
quase nada em espessura. Podem Os caules subterrâneos
se enrolar em espiral para aumentar crescem abaixo da superfície do
o poder de fixação, para isto solo. Os rizomas são os caules
contam com a ajuda das gavinhas. subterrâneos das monocotiledôneas.
Os cladódios são os caules Crescem horizontalmente no solo,
fotossintetizantes. Dos seus nós mas são pouco profundos. É o caule
surgem ramos, folhas e flores das bananeiras.
pouco desenvolvidas. É comum Os do tipo tubérculo
nestas plantas que as folhas apresentam substância de reserva
modifiquem-se em espinhos, como acumulada na porção terminal. Ou
estratégia para proteção da seja, no final do caule há uma
herbívora. E também para estrutura maior e com amido no seu
economia de água. São caules interior. É o caso da batata-inglesa.
encontrados nos cactos, e outras Os bulbos são os caules
plantas xerófitas (ambiente seco). subterrâneos envolvidos por
catafilos, folhas modificadas que
acumulam substâncias nutritivas. É
o caule da cebola.
31
também nas trocas gasosas e
transpiração da planta.
Tipos de folhas
Aquáticos
São caules pouco
desenvolvidos. Na maioria dos São formadas pelas seguintes
casos são clorofilados e têm estruturas:
parênquima aerífero, que facilita o • Limbo: é a maior porção da folha,
processo de flutuação e as trocas pode ser formado por uma única
gasosas. lâmina (simples) ou ser composto
FOLHAS (quando o limbo apresenta
Estas estruturas na maioria folíolos);
das vezes apresentam formato • Pecíolo: estrutura de sustentação
laminar, ou seja, são achatadas. do limbo, exclusiva das
Quase sempre são verdes, cor que dicotiledôneas;
denuncia a presença de clorofila. • Bainha: região dilatada da folha,
Os formatos e tamanhos podem ser bem desenvolvida nas
diversos. monocotiledôneas;
As folhas são estruturas que • Estípulas: duas projeções
contribuem principalmente com a próximas a inserção das folhas;
fotossíntese. E além disso auxiliam • Nervuras: são as ramificações
no processo de respiração celular e dos vasos condutores de seiva.
32
Podem ser paralelas A face superior, adaxial da
(monocotiledôneas) ou folha, é a que recebe mais
perpendiculares (dicotiledôneas). incidência de luz solar. Condição
que favorece a fotossíntese.
Próximo a face adaxial o
parênquima é paliçádico, o que
favorece a fotossíntese. Enquanto
que mais próximo da face abaxial
há mais parênquima lacunoso, que
favorece as trocas gasosas.
Estrutura das folhas Os vasos condutores, do tipo
xilema e floema encontram-se na
As folhas são revestidas pela estrutura foliar. Eles permitem a
epiderme. E na sua face inferior chegada da seiva bruta e a
(abaxial) encontram-se os distribuição da glicose, pela seiva
estômatos, estruturas que elaborada, para outras regiões da
contribuem para as trocas gasosas planta.
das plantas com o meio em que
vivem. As células-guarda dos
estômatos controlam a abertura e o
fechamento do orifício e
consequentemente as trocas que
acontecem.
Logo abaixo da epiderme,
encontra-se o parênquima
clorofiliano. Este pode ser
paliçádico, com as células
retangulares bem unidas entre si.
Ou do tipo lacunoso, quando há
Estrutura da folha em corte
grandes lacunas entre as células.
33
Adaptações das folhas As gavinhas são estruturas
Ao longo do processo que ajudam na fixação de plantas.
evolutivo, diversas espécies de São folhas modificadas encontradas
plantas tiveram suas folhas nas trepadeiras.
modificadas. Como por exemplo as As brácteas são as folhas
plantas carnívoras, que têm folhas coloridas. São encontradas perto
capazes de capturar insetos e até das flores das plantas. E também
mesmo pequenos anfíbios. Estas contribuem para a atração de
plantas são comuns em ambientes agentes polinizadores. É o que
carentes de nutrientes, acontece no girassol, as estruturas
principalmente o nitrogênio. amarelas e chamativas são
Outras plantas podem ter as brácteas, e não pétalas.
folhas modificadas em espinhos.
Esta é uma solução para espaçar
da herbívora. Desta maneira as
plantas não têm suas folhas
comidas por animais.
Folhas modificadas
de plantas carnívoras
34
HISTOLOGIA VEGETAL crescimento em tamanho das
As plantas, assim como os plantas ao longo do tempo.
animais, apresentam tecidos na sua Os tecidos vegetais podem
organização corporal. Quando a ser classificados da seguinte
fecundação acontece, o zigoto maneira:
formado passa por várias divisões
celulares até que o embrião seja Tecido meristemático
formado. (embrionário):
As células embrionárias • Primário
formam o primeiro tecido das • Secundário
plantas, o tecido meristemático.
Que também pode ser identificado Tecido permanente (adulto):
como embrionário. As células deste • Revestimento
tecido podem se diferenciar em • Fundamental
qualquer tipo de célula vegetal. • Vascular
O embrião desenvolve-se na
plântula. Nesta planta jovem, as Tecidos Meristemáticos
células meristemáticas já passaram São formados por células
por processos de diferenciação, indiferenciadas e que têm grande
assim formam-se os primeiros capacidade de divisão e
tecidos vegetais especializados ou diferenciação. Ou seja, podem
adultos. A diferenciação depende formar todos os tecidos da planta.
da temperatura, quantidade luz,
taxa de fotossíntese e presença de Tecido meristemático primário
hormônios vegetais e minerais O tecido meristemático
disponíveis. primário, ou meristema primário,
Mas não é todo tecido existe na planta desde o seu
meristemático que é diferenciado. nascimento. É responsável pelo
Uma parte permanece no seu crescimento longitudinal do vegetal
estado original, permitindo o como um todo, incluindo a raiz e o
35
caule. Tecido meristemático secundário
Encontra-se nas raízes e no O tecido meristemático
ápice do caule, nas gemas apicais. secundário é formado na planta
Ou nas gemas laterais localizadas adulta. É o que permite o
acima de cada folha, na região crescimento em espessura do
axilar. São estas as gemas que vegetal. É encontrada nas
permitem o crescimento de novos angiospermas eudicotiledôneas e
ramos (galhos) nas plantas. nas gimnospermas. É o tecido que
A protoderme é a região mais permite o surgimento de plantas de
externa do meristema primário, é grande porte. Não é encontrado nas
responsável por formar a epiderme angiospermas monocotiledôneas.
e todo o sistema de revestimento. A É classificado em dois tipos:
parte mais interna é a procâmbio, • Câmbio vascular: origina os
que formará os tecidos condutores vasos condutores, o xilema e
adultos: xilema e floema. floema secundários, deixando a
O espaço entre a protoderme planta mais espessa;
e o procâmbio é ocupado pelo • Felogênio: forma o súber e a
meristema fundamental. Este se feloderme, camadas de células
diferencia, no organismo adulto, nos de revestimento, também
tecidos de preenchimento, reserva identificadas como periderme. A
e sustentação. periderme, com a participação do
floema formam a casca das
árvores. O súber é um tecido
formado por células mortas.
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Tecido permanente ou adulto
Os tecidos adultos são de três
tipos: revestimento, fundamental ou
vascular. Cada um tem um papel
específico na planta e vamos
estudar separadamente as suas
características e funções.
A cutícula ajuda a prevenir
a desidratação
Tecidos de revestimento
Formam o sistema de
revestimento da planta, são Na epiderme encontram-se os
compostos por uma ou mais estômatos, estruturas que abrem e
camadas de células que revestem fecham para permitir as trocas
todo o organismo. São importantes gasosas. São formados por células-
na proteção da planta contra a guarda e uma abertura, o ostíolo.
perda de água e a invasão do corpo Por onde passa gás oxigênio, gás
por organismos patogênicos. carbônico e água (processo de
O primeiro tecido de transpiração). Quando há escassez
revestimento formado é a epiderme. de água os estômatos ficam
Nas folhas e nos caules de cor fechados. A incidência de luz, a
verde é uma estrutura delgada. Que taxa de gás carbônico e a
nas raízes e caules mais espessos quantidade de água influenciam na
é substituída pela periderme. As abertura ou fechamento destas
células da epiderme são estruturas.
justapostas e não apresentam Plantas como os cactos
clorofila. mantêm os estômatos fechados ao
A epiderme apresenta uma longo de todo o dia, uma adaptação
camada externa de cera, a cutícula. para a vida em ambientes secos.
A cera é hidrofóbica, e ajuda a Abrem os ostíolos no período
prevenir a desidratação do vegetal. noturno para fixar gás carbônico
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que durante o dia é usado na
fotossíntese. São as plantas que
têm metabolismo do tipo CAM.
Tricomas
A periderme é o tecido de
revestimento encontrado em raízes
Estrutura e funcionamento e caules de plantas. É formado pelo
do estômato
súber e pela feloderme. Em alguns
pontos da periderme as células
podem estar mais espaçadas,
Na epiderme também são formando as lenticelas, para trocas
encontrados os acúleos, estruturas gasosas.
muito similares aos espinhos. Não
tem sistema vascular e podem ser
arrancados com facilidade. Ajudam
a proteger a planta da herbívora.
São encontrados nos caules das
roseiras.
Os tricomas são como pelos Estrutura da periderme
que ajudam a proteger o vegetal da
desidratação. São estruturas
encontradas na epiderme de
plantas de clima quente. Também
podem secretar substâncias.
Lenticela
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Tecidos fundamentais Os tecidos de sustentação são
Estes são os tecidos de dois tipos principais:
responsáveis pelo preenchimento, • Colênquima: formado por
armazenamento ou sustentação. células com paredes espessas, é
Os parênquimas são os um tecido firme e elástico.
tecidos de preenchimento e podem Encontrado em plantas jovens e
ser classificados em: nos pecíolos das folhas;
• Parênquima clorofiliano: • Esclerênquima: formado por
células cheias de cloroplastos, células que podem estar isoladas
quando são justapostas é o ou associadas a vasos
parênquima clorofiliano condutores de seiva. As suas
paliçádico. Se as células estão células podem ser longas (fibras)
distribuídas irregularmente é o ou curtas (esclereídes). As
parênquima clorofiliano lacunoso. paredes das células apresentam
grande quantidade de lignina e
por isso as células morrem. É um
tecido pouco flexível e muito
resistente.
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• Floema: responsável pelo FISIOLOGIA VEGETAL
transporte de matéria orgânica Agora é hora de estudar os
(seiva elaborada ou seiva processos biológicos que
orgânica) das folhas para o resto acontecem nos vegetais e ajudam
da planta. na sua sobrevivência. Vamos
No tronco de uma árvore, o aprender sobre nutrição,
floema é mais externo, enquanto crescimento das plantas e ação dos
que o xilema é mais central. Ao hormônios vegetais.
fazer um corte ao redor da árvore e
remover um anel de Malpighi, o Nutrição vegetal
resultado é a morte do vegetal, já As plantas são organismos
que a seiva elaborada não chega que fazem fotossíntese. E para isso
na raiz. precisam captar gás carbônico,
água e sais minerais do ambiente.
No módulo sobre metabolismo
celular você encontra conteúdos
completos sobre a fotossíntese.
Os nutrientes utilizados pelas
plantas podem ser classificados
em:
• Macronutrientes: são necessários
em grandes quantidades.
Exemplo: fósforo, potássio,
enxofre, magnésio e nitrogênio.
• Micronutrientes: não são
necessários em grandes
quantidades. Exemplo: cloro,
boro, manganês, ferro.
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Veja na imagem o que a
carência nutricional pode causar em
um vegetal:
Distribuição da seiva
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A esses dois mecanismos A condução da seiva elaborada
damos o nome de “teoria da A seiva elaborada é formada
tensão-coesão”. É ela que explica quando a fotossíntese acontece e a
como a seiva chega ao topo das planta produz glicose. A sua
árvores. distribuição é feita pelo floema e o
A pressão da raiz também fluxo é descendente.
contribui. Em muitas plantas os A condução da seiva
sais entram para o xilema de forma elaborada tem a gravidade como a
ativa (com gasto de energia). Isso sua aliada. Mas um mecanismo
torna o xilema hipertônico em complementar garante a sua
relação ao ambiente, favorecendo a chegada em todas as partes da
entrada de água para o xilema, por planta, incluindo flores e frutos: o
osmose. Em algumas plantas de fluxo de massa. Os órgãos que são
pequeno porte, essa pressão é tão fonte de seiva elaborada/glicose
grande que faz a seiva bruta transmitem estes compostos para
extravasar pelas folhas através dos os órgãos do tipo dreno, que não
hidatódios, processo chamado de fazem fotossíntese. A passagem se
gutação ou sudação, comum no dá por transporte ativo.
período matutino .
Transpiração
A transpiração das plantas
pode ser de dois tipos: cuticular ou
estomática. A maior quantidade de
água é perdida pela transpiração
estomática.
A transpiração estomática
pode ser regulada, entenda:
• Abertura dos estômatos acontece
quando há bombeamento de
Condução de seiva bruta
potássio para as células-guarda,
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que se tornam hipertônicas. Há ramos e mantém as folhas presas
entrada de água nas células, que ao caule.
incham e o ostíolo se abre; O ácido indolacético é a
• A luminosidade, a concentração auxina mais importante, a AIA. É
de gás carbônico e a responsável por estimular o
disponibilidade de água na planta crescimento da planta por
influenciam na abertura ou alongamento celular. Em grandes
fechamento dos estômatos. concentrações pode ter efeito
contrário e inibir o crescimento. Na
Hormônios vegetais raiz uma pequena concentração de
Os fitohormônios são AIA já é suficiente para inibir o
substâncias que influenciam no crescimento, no caule, é necessário
processo de germinação, floração, maior concentração, como mostra o
quedas de folhas e crescimento das gráfico.
plantas. Sua produção, liberação e
ação pode ser influenciada por
fatores externos como intensidade
de luz ou período luminoso.
São diversos tipos de
hormônios e vamos estudá-los
individualmente.
Crescimento do caule e da
raiz por influência da auxina
Auxina As auxinas promovem a
Produzida no ápice do caule, dominância apical. O meristema
nas sementes e folhas jovens. apical ao produzir auxinas inibe o
Estimulam o alongamento das desenvolvimento das gemas
células meristemáticas, o que laterais, mas quanto mais distante
promove o crescimento da planta e está a gema lateral, em relação a
também o desenvolvimento de gema apical, menor o efeito inibidor
frutos e raízes. Inibe a formação de desse hormônio. O ramo também
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produz auxina no seu ápice O alongamento celular
caulinar, inibindo a sua própria associado à giberelina acontece em
ramificação. Por esse motivo, a todas as células do caule. Por isso
maioria das árvores possui esse que plantas que liberam grandes
padrão de crescimento: ramos quantidades desse hormônio têm
baixos maiores que os ramos altos. uma distância maior entre nós.
Este hormônio está associado
Citocininas à formação de frutos
São produzidas no ápice partenocárpicos. Ou seja, frutos
caulinar, nas sementes em produzidos sem fecundação e que
processo de germinação e nas não apresentam sementes.
folhas jovens. Estimulam a divisão
celular e o crescimento da planta, Ácido Abscísico (ABA)
inclusive o desenvolvimento de É produzido no ápice
novos ramos. radicular, no caule e nas folhas. É
É o hormônio da juventude. um inibidor do crescimento das
Retarda o envelhecimento da plantas. E leva a dormência das
planta, já que estimula a produção gemas apicais e laterais, assim
de proteínas e RNA. como das sementes.
Giberelinas Etileno
São produzidas nos É produzido nos tecidos
meristemas e sementes. Incentiva o maduros da planta. Promove o
crescimento pelo alongamento das amadurecimento dos frutos, e
células ou pela divisão celular, e também a queda de folhas, flores e
promove o desenvolvimento de frutos.
frutos. Também é responsável por Frutos maduros produzem
estimular a germinação das etileno. Por isso, uma boa
sementes. estratégia para amadurecer algum
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fruto é deixar perto de um fruto já oposto da fonte luminosa,
maduro. Experimente deixar o seu causado também pela produção
abacate verde ao lado das bananas de auxinas;
maduras. • Geotropismo positivo: a raiz
Se a produção de etileno for cresce em direção a força
maior que a de auxina, as folhas da gravitacional, permanecendo
árvore caem. Esta é uma situação abaixo do solo;
comum em tempos de seca, • Geotropismo negativo: o caule
quando a planta adota estratégias possui crescimento em direção
para a economia de água. contrária a força da gravidade,
assim cresce oposto ao solo.
Movimentos da planta • Tigmotropismo: crescimento
Os movimentos das plantas estimulado pelo contato, é o que
podem ser induzidos por fatores acontece nas videiras. Quando
ambientais ou pela ação dos encostam em um objeto crescem
hormônios vegetais. Existem dois ao seu redor, fixando-se.
tipos principais: os tropismos e
nastismos. Nastismos
• Nictinastismo: há plantas que
Tropismos fecham as suas folhas no
• Fototropismo positivo: quando o período noturno e abrem durante
crescimento das folhas e caule o dia, ou movem as folhas para
se dá em direção à luz. baixo durante a noite e para cima
Movimento estimulado pela durante o dia;
produção de auxina do lado • Tigmonastismo: movimentos
oposto à fonte luminosa. O estimulados pelo toque, como na
alongamento celular acontece planta dormideira que fecha suas
apenas de um lado da planta; folhas ao ser tocada, também
• Fototropismo negativo: acontece nas plantas carnívoras.
crescimento das raízes para o
lado
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A luz e o desenvolvimento período), que ela identifica esse
da planta curto período de iluminação como
A luz é um fator ambiental que sendo o fim da noite, ou seja, uma
influencia significativamente em noite curta.
como os vegetais se desenvolvem. Observe com a atenção a
A fotoblastia é a influência da luz na imagem e entenda a influência da
germinação. As sementes podem luz na floração.
ser fotoblásticas positivas:
germinam na presença de luz. Ou
fotoblásticas negativas: germinam
na ausência de luz.
Há também o fotoperiodismo,
a floração das plantas depende da
duração do período de luz e de
escuridão:
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