Monografia - Eng. Elet David Silva

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

EFICIÊNCIA OPERACIONAL EM SISTEMAS DE GRANDE CONSUMO

DAVID CARLOS ALBINO DA SILVA

RIO DE JANEIRO

NOVEMBRO / 2016
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

EFICIÊNCIA OPERACIONAL EM SISTEMAS DE GRANDE CONSUMO

DAVID CARLOS ALBINO DA SILVA

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Veiga de Almeida, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Engenheiro
Eletricista.

Profª Orientadora: Leny Medeiros

RIO DE JANEIRO

NOVEMBRO / 2016
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, a toda a minha família, meus companheiros de estudo e


todos que acreditaram em mim.
AGRADECIMENTOS:

Agradeço primeiramente a Deus, por permitir essa vitória em minha vida, sem
Ele nada seria possível.

Agradeço também, minha família, aos meus professores que transmitiram de


forma tão generosa seus conhecimentos, assim como meus amigos, que estiveram
sempre firmes e fortes nessa longa e prazerosa caminhada.
RESUMO

Nos dias atuais, a energia elétrica se apresenta como uma das commodities mais
valiosas que uma nação possui, além disso é um item de necessidade básica para a
sociedade e impacta diretamente na sua qualidade de vida e desenvolvimento
socioeconômico. Sendo um bem tão valioso para a sociedade moderna, a energia
elétrica deve ser utilizada de forma a obter o máximo benefício em eficiência energética
com um menor consumo, evitando os desperdícios ou seu uso inadequado, sem, no
entanto, diminuir a qualidade, o conforto e a segurança referentes ao produto final
esperado. O primeiro passo para obter-se níveis realmente significativos em relação à
economia de energia elétrica é a conscientização da importância e do valor da energia.
A economia de energia elétrica é considerada hoje uma fonte virtual de geração
de energia elétrica, pois a energia que deixa de ser desperdiçada também deixa de ser
produzida, aumentando a autonomia das Centrais Geradoras, destacando-se que o
kWh economizado é cerca de 6 vezes mais barato que o kWh gerado (pago pelo
consumidor).
Neste trabalho serão abordados os aspectos a serem estudados para que seja
possível obter-se o máximo rendimento de um sistema de alto consumo de energia,
tomando-se como base um Edifício Comercial Multiuso, tendo como foco principal o
seu sistema de climatização, que consome em média de 40% a 50% de sua potência
total, dependendo da região de implantação, desde a concepção do projeto até a
otimização dos procedimentos operacionais da edificação.

Palavras-chaves: Economia, Eficiência Energética, Consumo de Energia.


ABSTRACT

In the present day, the electricity bills itself as one of the most valuable
commodities that a nation has, in addition is an item of basic need for society and directly
impacts on their quality of life and socio-economic development. Being a well so
valuable to modern society, the electricity must be used in order to get the most benefit
in energy efficiency with a lower consumption, avoiding waste or its improper use,
without, however, diminishing the quality, comfort and safety for the final product
expected. The first step to get yourself really significant levels in relation to electric
energy saving is the awareness of the importance and value of energy.
The economy of electric energy is considered today a virtual source of electricity
generation, because the energy that ceases to be missed also ceases to be produced,
increasing the autonomy of the Generating Plants, including in this regard that the kWh
saved is about 6 times cheaper than the kWh generated (paid by the consumer).
This work will addressed aspects to be studied in order to obtain the maximum
performance of a system of high power consumption, taking as a basis a multiuse
commercial building, having as main focus your HVAC system, which consumes an
average of 40% to 50% of your total power, depending on the region of deployment,
since the conception of the design to the optimization of the operational procedures of
the building.

Keywords: economy, energy efficiency, energy consumption.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CFC Clorofluorcarbonetos

HCFC Hidroclorofluorcarbono

HFC Hidro-flúor-carbono

TR Tonelada de Refrigeração.

kW/TR Relação do consumo de energia com a produção de frio.

btu/h Potência medida pela unidade inglesa (British Thermal Unit)

CLTD/CLF Cooling Load Temperature Difference/Cooling Load Factor

TETD/TA Total Equivalent Temperature Diference/ Time Averaging

COP Coefficient of Performance

HVAC Heating, ventilation and air conditioning

ABRASCE Associação Brasileira de Shopping Centers

AHRI Air Conditioning, Heating and Refrigeration Institute

ASHRAE American Society of Heating, Refrigeration and Air-Conditioning


Engineers, Inc.,

ILPV Integrated Part Load Value (Eficiência em cargas parciais)

OPEX Operational Expenditure

CAPEX Capital expenditure


Sumário

1 Introdução.............................................................................................................. 1
2 Eficiência energética ............................................................................................ 2
2.1 Principais consumidores de energia ................................................................. 2
3 Conceitos fundamentais....................................................................................... 4
3.1 Condicionamento de ar ..................................................................................... 4
3.2 Calor 5
3.3 Temperatura ..................................................................................................... 5
3.4 Transmissão de calor........................................................................................ 6
3.5 Métodos de transmissão de calor ..................................................................... 6
3.5.1 Condução ............................................................................................. 6
3.5.2 Convecção ........................................................................................... 7
3.5.3 Radiação .............................................................................................. 8
3.6 Conforto térmico ............................................................................................... 8
3.7 Carga térmica ................................................................................................... 9
3.7.1 Carga de resfriamento residencial (simplificada) ............................... 10
3.7.2 Carga de resfriamento não residencial .............................................. 10
3.7.3 Carga térmica ou carga de resfriamento do ambiente ....................... 12
3.7.4 Considerações iniciais de projeto....................................................... 13
3.7.5 Software de apoio HAP 4.80 Carrier .................................................. 15
4 Tipos de sistemas de condicionamento de ar .................................................. 15
4.1 Expansão direta .............................................................................................. 16
4.1.1 Condicionador de ar individual (expansão direta) .............................. 17
4.1.2 Condicionador de ar Split ................................................................... 18
4.1.3 Package ............................................................................................. 19
4.1.4 Sistema VRF ...................................................................................... 20
4.2 Expansão indireta (água gelada) .................................................................... 22
4.2.1 Sistemas de grande porte .................................................................. 22
5 Apresentação do problema - Estudo de caso .................................................. 24
5.1 Edificação ....................................................................................................... 25
5.2 Construção ..................................................................................................... 25
5.3 Cargas internas .............................................................................................. 25
5.4 Equipamentos ................................................................................................. 25
5.5 Pessoas .......................................................................................................... 26
5.6 Iluminação ...................................................................................................... 26
5.7 Cronograma de Utilização do Prédio (Schedules) .......................................... 26
5.8 Análise dos dados da carga térmica ............................................................... 26
5.8.1 Dados climáticos (condições externas) .............................................. 27
5.8.2 Quadro de áreas da edificação .......................................................... 29
5.8.3 Cargas Internas (áreas climatizadas)................................................. 31
5.8.4 Parâmetros adotados para a edificação............................................. 31
5.8.5 Horário de Operação.......................................................................... 32
5.9 Resultados da Simulação ............................................................................... 33
6 Dimensionamento do Sistema ........................................................................... 36
6.1 Dimensionamento do sistema de expansão direta VRF ................................. 37
6.1.1 Resultado da seleção para o pavimento tipo ..................................... 38
6.1.2 Resultado da seleção para os halls sociais ....................................... 39
6.1.3 Resultado da seleção para o pavimento térreo .................................. 39
6.2 Dimensionamento do sistema de expansão indireta c/ água gelada .............. 40
6.2.1 Definição da capacidade total da CAG (Central de Água Gelada) ..... 41
6.2.2 Definição dos chillers ......................................................................... 42
6.2.3 Seleção das bombas de água gelada ................................................ 44
6.2.4 Fancoils .............................................................................................. 48
6.2.5 Demais periféricos do sistema ........................................................... 50
6.2.6 O consumo de energia nos sistemas de ar condicionado .................. 51
6.2.7 COP (Coeficiente de Performance).................................................... 51
6.3 Avaliação do consumo de energia do sistema VRF ....................................... 52
6.4 Avaliação do consumo de energia do sistema a água gelada ........................ 53
6.5 Comparação do consumo de energia entre os sistemas de ar condicionado . 54
6.6 Outros equipamentos de expansão indireta ................................................... 55
6.7 Alternativas para redução do consumo de energia ......................................... 58
6.7.1 Controle das taxas de CO2 nos ambientes ........................................ 58
6.7.2 Utilização de iluminação mais eficiente.............................................. 60
7 Conclusões .......................................................................................................... 62
8 Referências bibliográficas.................................................................................. 63
Sumário de Figuras

Figura 1 - Transmissão por condução ......................................................................... 7


Figura 2 - Transmissão por convecção. ...................................................................... 7
Figura 3 - Transmissão por radiação........................................................................... 8
Figura 4 – ASHRAE Zonas de Conforto para Verão e Inverno. .................................. 9
Figura 5 – Perfil de Carga Térmica ........................................................................... 11
Figura 6 – Efeito do armazenamento térmico............................................................ 12
Figura 7 – Processo de Compressão x Expansão de Gás ........................................ 16
Figura 8 – Diagrama de aparelho de janela. ............................................................. 18
Figura 9 – Diagrama esquemático de um split. ......................................................... 19
Figura 10 – Self Contained (site Carrier 2016) ......................................................... 20
Figura 11 – Rooftop (site Carrier 2016). .................................................................... 20
Figura 12 – Variação da temperatura ambiente ........................................................ 21
Figura 13 – Configuração básica de um sistema VRF .............................................. 21
Figura 14 – Fluxograma genérico de água gelada .................................................... 23
Figura 15 – Localização do Edifício Barão de Mauá ps. ........................................... 24
Figura 16 – Planta baixa pavimento tipo EBMII......................................................... 37
Figura 17 – Sistema VRF nos pavimentos tipo (ala1=ala2). ..................................... 38
Figura 18 – Unidade Resfriadora de Líquido ............................................................. 43
Figura 18 – Ilustração do detalhe construtivo de um inversor de frequência ............ 44
Figura 20 – Dados construtivos das bombas ............................................................ 47
Figura 21 – Fancolete hidrônico de embutir (built-in) ................................................ 49
Figura 22 – Fancoil de gabinete (air handling) .......................................................... 50
Figura 23 – Esquemático dos módulos Trocador e Ventilador (air handling) ............ 50
Figura 24 – Chiller com compressor tri-rotor com condensação a água ................... 56
Figura 25 – Chiller com compressor centrífugo com condensação a água ............... 56
Figura 26 – Chiller centrífugo com mancal magnético condensação a água ............ 56
Figura 27 – Chiller de absorção com queima direta (gás natural) ............................. 57
Figura 28 – Chiller de absorção a vapor ................................................................... 57
Figura 29 – Chiller de absorção a água quente......................................................... 57
Figura 30 – CAG equipada com Chillers de condensação a água ............................ 58
Sumário de Tabelas

Tabela 15 – Dados de consumo de shopping centers – ABRASCE e CHUFF ............. 4


Tabela 1 – Temperaturas de bulbo e seco e úmido (°C) Janeiro a Abril ..................... 27
Tabela 2 – Temperaturas de bulbo e seco e úmido (°C) Maio a Agosto ..................... 28
Tabela 3 – Temperaturas de bulbo e seco e úmido (°C) Setembro a Dezembro ........ 28
Tabela 4 – Base de dados do projeto (segundo ABNT – critérios básicos) ................ 31
Tabela 5 – Resumo dos dados do Sistema de Ar Condicionado open office .............. 33
Tabela 6 – Dimensionamento do Sistema de Ar Condicionado open office ................ 34
Tabela 7 – Perfil de Carga Térmica de Janeiro a Dezembro ...................................... 35
Tabela 8 – Cargas térmicas máximas dos ambientes ................................................. 36
Tabela 9 – Lista de equipamentos pavimento tipo ala1=ala2...................................... 38
Tabela 10 – Lista de equipamentos dos halls dos pavimentos tipo............................. 39
Tabela 11 – Lista de equipamentos pavimento térreo................................................. 40
Tabela 12 – Lista de equipamentos pavimento térreo (fancoils) ................................. 48
Tabela 13 – Lista de equipamentos pavimento tipo (fancoils) ..................................... 48
Tabela 14 – Lista de equipamentos halls dos elevadores pavimento tipo (fancoils) ... 49
Tabela 16 – Dados de consumo sistema VRF ............................................................ 52
Tabela 17 – Dados técnicos dos Chillers ................................................................... 53
Tabela 18 – Consumo sistema expansão indireta VRF .............................................. 53
Tabela 19 – Consumo sistema expansão indireta split ............................................... 54
Tabela 20 – Consumo sistema expansão indireta VRF com controle de CO2 ............ 59
Tabela 21 – Consumo lâmpadas LED T8 – Site GE ................................................... 60
Tabela 22 – Consumo sistema expansão indireta VRF com iluminação LED ............. 61
Sumário de Gráficos

Gráfico 7 – Consumo Energia no Brasil por Setor (2015) – O Setor Elétrico ................ 3
Gráfico 1 – schedule de ocupação do prédio .............................................................. 32
Gráfico 2 – schedule para iluminação e equipamentos ............................................... 32
Gráfico 3 – Representação Gráfica da Oscilação da Carga Térmica (hora a hora) .... 35
Gráfico 4 – Potência × Frequência do Motor acionado por conversor - Danfoss ........ 44
Gráfico 5 – Torque Quadrático Variável – relações matemáticas - Danfoss ............... 45
Gráfico 6 – Curvas de operação da bomba de água gelada – Catálogo KSB............. 47
Gráfico 8 – Consumo médio mensal dos sistemas de ar condicionado ...................... 55
1

1 Introdução

Nos dias atuais, principalmente nas grandes cidades, considerando-se


empreendimentos comerciais de grande porte, os sistemas de condicionamento de ar
são pontos cruciais para viabilidade econômica de suas atividades econômicas e de
conforto, além disso, nestes empreendimentos e em edificações voltadas para
atividades corporativas, os sistemas de condicionamento de ar são necessários a
manutenção de condições ambientais de qualidade do ar, níveis de ruído, temperatura
de conforto etc. exigidas por normas específicas que tratam deste assunto no Brasil e
no restante do mundo.
O condicionamento de um ambiente geralmente é considerado indispensável
quando é necessária melhoria ou controle de um processo industrial ou a manutenção
do conforto humano. Em um sistema industrial, as condições a serem mantidas são
estabelecidas pela natureza do processo, do material ou dos equipamentos envolvidos.
Em um sistema para conforto, entretanto, as condições são determinadas pelos
parâmetros referentes ao corpo humano.
Para realizar estas funções básicas o sistema de condicionamento de ar deve
ter condições de controlar, no local condicionado, as propriedades e parâmetros
relacionados ao ar, tais como temperatura, umidade, nível de ruído e qualidade do ar
interior. Estes parâmetros ambientais que devem mantidos e devidamente equalizados,
serão regulados a partir de equipamentos condicionadores de diversos tipos e
capacidades. Se uma potência imprópria for utilizada as condições ambientais podem
não ser satisfeitas, durante algumas horas do dia. Além disso, caso seja escolhido um
tipo errado de equipamento corre-se o risco de nunca se conseguir os valores de
projeto.
O fator economia também deve ser considerado, pois a seleção de um tipo
errado e/ou potência imprópria do equipamento causará um consumo de energia e/ou
água excessivo além de avaliar incorretamente o custo de aquisição.
O bom dimensionamento é primordial para a redução do consumo de energia e
água, para cálculo da carga térmica, para a especificação correta dos equipamentos,
para cálculo correto da rede de distribuição de ar aumentando a eficiência do sistema.
2

2 Eficiência energética

A grande maioria das atividades que fazem parte do cotidiano das sociedades,
são possíveis mediante a disponibilidade de uma matriz energética, em suas diversas
formas, tais como eletricidade, combustíveis, energia solar, energia eólica, maremotriz,
geotérmicas etc. Apesar disso, segundo apontamentos indicados mediante inúmeros
estudos, em tempos em que o aquecimento global e as mudanças climáticas são motivo
de preocupação no mundo, a melhoria da eficiência energética é a solução mais
econômica, eficaz e rápida para minimizar impactos ambientais acarretados pela
utilização da energia e reduzir emissões de dióxido de carbono (CO2).
Indo ao encontro de ideias cada vez mais sustentáveis, a tendência é que as
economias mundiais cresçam gradativamente, o que implica maior consumo de
energia, portanto, o foco das empresas deverá ser o de tornar esse consumo eficiente,
reduzindo desperdícios e perdas para o meio ambiente, poupando recursos naturais,
diminuindo custos de produção, possibilitando a produção de bens cada vez mais
baratos e competitivos, melhorando o desempenho econômico e, principalmente,
reduzindo a necessidade de investimento em infraestrutura e energia, pois é mais
barato conservar do que gerar energia. Além disso, “Nesse contexto, considerando
que, no mundo, hoje, 86% da energia consumida têm origem fóssil e não-renovável,
melhorar a eficiência energética significa, ainda, poupar recursos para as próximas
gerações”, segundo o gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras,
Mozart Schmitt de Queiroz.

2.1 Principais consumidores de energia

Pode-se dizer que a energia é um bem essencial e é utilizado em todos os


setores ou áreas da sociedade. Em certos setores produtivos, a energia representa não
somente um insumo essencial, mas também um dos elementos de maior peso na
estrutura de custos.
No setor de comércio e serviços, a energia é utilizada principalmente para a
iluminação e condicionamento de ar, e em menor escala, para o transporte vertical nos
elevadores e para ao funcionamento dos equipamentos elétricos em geral, com o
computador ocupando crescentemente esse segmento. No gráfico a seguir, são
apresentados os dados do consumo de energia elétrica no Brasil por setor, com a
3

participação de cada um deles no consumo global, onde percebe-se claramente o papel


dos setores residencial e comercial, com cerca de 40% do total.

Outros
12%

Comercial
Industrial 17%
48%

Residencial
23%

Gráfico 1 – Consumo Energia no Brasil por Setor (2015) – O Setor Elétrico

No segmento comercial (principal alvo deste estudo), os sistemas de iluminação


e de condicionamento de ar são os principais sistemas consumidores de energia,
representando cerca de 80% do consumo total das edificações.
Conforme poderá ser verificado mais adiante, as características funcionais,
operacionais, arquitetônicas, do clima local, de tempo de uso e de equipamentos
instalados, geram diferenças significativas no montante e no modo comum a energia
elétrica é consumida. Podemos observar uma grande variação na intensidade do
consumo e eficiência energética dos edifícios, em decorrência das diferenças nas
variáveis citadas acima. De forma geral, podemos afirmar que os edifícios eficientes
apresentam um índice de consumo na faixa de 10 à 20 W/m² e os menos eficientes
com índice acima de 50 W/m².
Como referência de edificações com alto consumo de energia em relação aos
sistemas de climatização, podemos citar os Shopping Centers. Segue abaixo, os dados
levantados pela empresa na qual trabalho em conjunto com a ABRASCE, referentes ao
consumo destes grandes centros.
4

BRASIL: MAIO 2016

Número Total de Shoppings * 547


Área Bruta Locável (Em milhões de
14.976
m²) *
Carga Térmica Total ESTIMADA (TR) 832.000

EMSISTEMAS HVAC DE
SHOPPINGS CENTERS
Consumo de Energia Elétrica ANUAL
ESTIMADA (MWh/ano) 3.644.160

Valor Médio de Custo de Energia


Elétrica (R$/MWh) 588,00

Valor ESTIMADO do Custo de


Energia Elétrica (Milhões R$/ano) 2.143

*
Tabela 1 – Dados de consumo de shopping centers – ABRASCE e CHUFF

Como podemos verificar, o consumo estimado de energia elétrica por instalações


de sistemas HVAC em shoppings centers no Brasil no ano de 2015 ficou em torno de
3,5 TWh, que representa mais de R$ 2 Bilhões. O elevado custo de operação e
manutenção destes sistemas, aliado ao cenário de crise econômica e energética em
nosso país são justificativas mais que consideráveis para o estudo de melhores
soluções para adoção de sistemas devidamente adequados aos respectivos
empreendimentos em que estes sistemas operam.

3 Conceitos fundamentais

3.1 Condicionamento de ar

Entende-se por condicionamento de ar o processo de tratamento do ar


atmosférico pelo qual são controladas simultaneamente a temperatura, umidade,
pureza e a movimentação do ar em recintos fechados (microclima). Denomina-se ar
condicionado ao resultado deste processo, através, principalmente, da transmissão de
calor (de fora para dentro ou de dentro para fora dos ambientes fechados).
Por definição, o condicionamento de ar, qualquer que seja a finalidade do recinto,
implica na determinação de valores que devem coexistir durante a aplicação do
processo, a saber:
• Temperatura
• Umidade relativa
• Pureza
5

• Movimentação
• Renovação
• Nível de ruído aceitável.

3.2 Calor

Calor é uma forma de energia. Isto se mostra evidente pelo fato de que o calor
pode ser convertido em qualquer outra das formas de energia e que outras formas de
energia podem ser convertidas em calor.
Termodinamicamente, o calor é definido como energia em trânsito de um corpo
para outro como resultado de uma diferença de temperatura entre dois corpos. Toda
outra transmissão de energia ocorre como trabalho.
Sempre que um objeto fornece ou perde calor, outro objeto receberá o calor
envolvido no processo, não existindo o fenômeno do calor deixar e desaparecer de um
material qualquer. Quando uma barra de ferro quente resfria ao ar, o ar à sua volta
torna-se mais quente. Quando ar é resfriado por água fria circulando em um tubo, o
calor perdido pelo ar reaparece na água de resfriamento com um aumento
correspondente na temperatura da água.
Desta forma, percebe-se que o calor não pode ser criado nem destruído. O calor
nunca de perde. Sem exceção, o calor apenas pode se transferir de um objetivo para
outro. Quando o ar é resfriado, uma certa quantidade de calor é transferida do ar para
qualquer outra substância a uma temperatura inferior.

3.3 Temperatura

A temperatura é uma propriedade da matéria e é uma medida do nível da


intensidade calorífica de pressão térmica de um corpo. Uma elevada temperatura indica
um alto nível de pressão térmica, o que equivale a um corpo quente. Da mesma forma,
uma baixa temperatura indica um baixo nível de pressão térmica, o que equivale a um
corpo frio. Foi já determinado que a temperatura é uma função da energia cinética
interna de um material e, como tal, é um índice da velocidade média molecular.
6

3.4 Transmissão de calor

O calor passará de um corpo para outro quando e somente quando existir uma
diferença de temperatura entre ambos os corpos. Quando um corpo está em equilíbrio
térmico, isto é, à mesma temperatura que o ambiente circulante, não haverá
transferência de energia calorífica entre o corpo e o ambiente em questão. A
transmissão de calor realiza-se sempre da região de maior temperatura para a região
de menor temperatura (do corpo mais quente para o corpo mais frio) e nunca no sentido
oposto. Uma vez que o calor é energia e, consequentemente, não é destruído ou
consumido em qualquer processo, a energia em forma de calor que deixa um corpo
deverá passar e ser absorvida por outro corpo cuja temperatura seja menor que a
daquele que está cedendo a energia. A taxa ou regime de transmissão de calor é
sempre proporcional à diferença de temperatura que causa a transmissão.

3.5 Métodos de transmissão de calor

A transmissão do calor ocorre por meio de três formas: condução, convecção e


radiação.

3.5.1 Condução

A transmissão de calor por condução ocorre quando a energia se transmite por


contato direto entre as moléculas de um corpo ou mais, em perfeito contato térmico.
Em qualquer caso, as moléculas aquecidas comunicam sua energia às outras
que se encontram imediatamente adjacentes, conforme Figura 1.
A transmissão de energia por condução, é similar as bolas de mesa de bilhar,
onde toda ou parte da energia de movimento de uma bola, é transmitida no momento
do impacto às outras bolas.
7

Figura 1 - Transmissão por condução – http://roneirobson.xpg.uol.com.br/

3.5.2 Convecção

A transmissão por convecção ocorre quando há fluxo de calor de um lugar para


outro devido a correntes que se estabelecem no interior de um fluido, conforme figura
2. Estas correntes são conhecidas como correntes de convecção resultantes da
modificação da densidade produzida pela expansão da porção aquecida do fluido.

Figura 2 - Transmissão por convecção – http://www.fisica.net.


8

3.5.3 Radiação

A transmissão de calor por radiação apresenta-se na forma de um movimento


de onda similar às ondas de luz, onde a energia é transmitida de um corpo para outro
sem necessidade de intervenção da matéria, conforme Figura 3. A energia calorífica
transmitida por movimento ondulatório denomina-se de energia radiante.

Figura 3 - Transmissão por radiação – www.ebah.com.br/content/ABAAAA5WAAL/transferencia-calor

3.6 Conforto térmico

O clima da Terra varia de - 50 ºC a + 50 ºC, entretanto, o ser humano resiste


apenas a uma variação da temperatura corporal de 30 ºC a 42 ºC.
O corpo humano é uma máquina térmica que necessita consumir energia através
dos alimentos para produzir trabalho (interno ou externo). O calor gerado pelo
organismo humano é dissipado para o ambiente que o cerca a fim de manter a sua
temperatura corporal constante em torno de 36 ºC.
Para manter sua temperatura constante, o organismo possui um mecanismo de
termo regulação, localizado no hipotálamo, cujos sensores espalhados pelo corpo
detectam a temperatura da pele e do sangue.
Quanto maior a atividade física, maior será o calor gerado por metabolismo. Por
esse motivo, deve-se ter a preocupação de saber a função da arquitetura do ambiente
9

a fim de prever o nível de atividade que será realizada em seu interior, para proporcionar
a sensação de conforto às pessoas.
Segundo a ASHRAE a maioria das pessoas se sente confortável dentro das
faixas mostradas no gráfico abaixo:

Figura 4 – ASHRAE Zonas de Conforto para Verão e Inverno.

3.7 Carga térmica

Tomando-se como base os conceitos básicos indicados nos itens anteriores, o


cálculo de carga térmica dos ambientes a serem condicionados é a primeira etapa no
dimensionamento de um sistema de ar condicionado e podemos conceituar carga
térmica como sendo o fluxo de calor que deve ser continuamente transferido de/ou para
um ambiente, por um equipamento, de modo a atender as condições ambientais, dadas
as circunstâncias do ambiente em questão. Isto se dará através de um processo físico
de fluxo/transferência de calor seja ele por processo de condução, convecção ou
radiação), devendo existir, portanto, um gradiente de temperatura.
É de fundamental importância para o cálculo de carga térmica, o conhecimento
das condições externas (latitude, orientação em relação a linha norte-sul, influência de
outras construções, etc.), condições internas (condicionamento de ar para conforto ou
10

processo, natureza construtiva dos ambientes, etc.) bem como a operação da


instalação (pessoas, iluminação, equipamentos).
De modo a se definir o comportamento da carga térmica requerida pelos
ambientes a serem condicionados ao longo de todo um ano, devem ser utilizados dados
relativos aos diferentes meses para as condições de projeto normalmente especificadas
no cálculo das cargas térmicas de resfriamento.
Existem diversos métodos para cálculo da carga de resfriamento, de acordo com
a bibliografia ou a norma adotada. Entretanto, quanto maior a capacidade do sistema,
mais apurado deve ser o método de cálculo, considerando-se que erros, podem resultar
em custos de instalação excessivos.
Sistemas de pequeno porte destinados ao conforto humano, não necessitam
cálculos muito apurados, já que os condicionadores utilizados dentre os
disponibilizados no mercado, são padronizados pelos diversos fabricantes de
equipamentos.

3.7.1 Carga de resfriamento residencial (simplificada)

A ASHRAE apresenta um método de cálculo de carga de resfriamento a


sistemas de pequeno porte (até 5 TR1 ou 60.000 btu/h ou 17,5 kW), destinados ao
conforto humano, para ambientes beneficiados por apenas um condicionador de ar,
com controle simples de temperatura, tipo termostato liga-desliga. A NBR 5858,
cancelada em 2010, apresentava uma planilha de carga térmica simplificada para
ambientes a serem atendidos por aparelhos de janela, até 3 TR ou 36.000 btu/h ou 10,5
kW, sem renovação de ar.

3.7.2 Carga de resfriamento não residencial

Adotado para sistemas de maior porte, destinados tanto para conforto humano,
como para instalações industriais, os cálculos podem ser:

1 A Tonelada de Refrigeração ou TR, é uma medida de potência de refrigeração. Uma


TR é a medida da quantidade que pode congelar aproximadamente 907,1847 kg (2000
lb) de água em 24 horas.
11

a. Cálculo para a hora de pico (CLTD/CLF)

Realizado manualmente ou por meios computacionais, para apenas uma hora


do dia de um mês de verão (hora de pico ou hora máxima), e destina-se a estimativas
de carga para um único ambiente, ou um número não muito elevado de ambientes,
preferencialmente pertencentes a uma mesma zona térmica, beneficiados por um ou
mais condicionadores. É utilizado na determinação da capacidade de sistemas de
expansão direta, já que os condicionadores e o sistema devem ser dimensionados para
a carga de pico, ou ainda pequenos sistemas de expansão indireta (água gelada), nos
quais a carga máxima de quase todos ambientes ocorre aproximadamente na mesma
hora de cálculo.

b. Cálculo hora a hora (TETD/TA)

Para sistemas de grande porte, onde as cargas máximas dos ambientes ocorrem
em horários e meses diversos, devido à incidência solar diferenciada, a não
simultaneidade dos fluxos de calor incidentes, ou ao denominado schedule de operação
dos ambientes. Nestes casos, as cargas dos diversos ambientes são calculadas hora
a hora, sendo utilizados programas computacionais de forma a facilitar as totalizações
e a estimativa da carga máxima simultânea do sistema ou carga de bloco, necessária
ao dimensionamento da central de água gelada. O cálculo manual é complexo, e em
alguns casos praticamente impossível.

Figura 5 – Perfil de Carga Térmica – Apostila SINDRATAR (2015).

Este tipo de cálculo é necessário em projetos de grandes edificações cujos


contratos de fornecimento de energia elétrica possuem tarifação diferenciada de
12

consumo e demanda e com custos elevados durante o horário de ponta, geralmente


entre as 17:30 e as 20:30. Com a finalidade de se reduzir custos de operação, podem
ser adotadas alternativas, de forma a reduzir o consumo e a demanda contratada no
horário de ponta, ou em períodos pré-determinados. Alguns programas computacionais
permitem a análise energética do empreendimento, considerando-se diversas opções
de sistemas de condicionamento de ar.

3.7.3 Carga térmica ou carga de resfriamento do ambiente

A soma dos ganhos de calor instantâneos, em um determinado tempo, não é


necessariamente e frequentemente, igual à carga de resfriamento neste mesmo tempo,
devido ao efeito de armazenamento térmico dos ganhos de calor na estrutura do
ambiente.
Todos os ganhos de calor são constituídos de duas parcelas distintas: ganhos
por condução/convecção e por radiação.
Os ganhos por condução/convecção são imediatamente convertidos em carga
de resfriamento, enquanto os ganhos por radiação, não são imediatamente convertidos.
Primeiramente estes ganhos devem ser absorvidos pelas superfícies existentes
(paredes, piso, etc.) e objetos (mobiliário, etc.). Posteriormente, com o aquecimento
destas superfícies, o calor passa para o ambiente, por convecção, havendo, portanto,
um atraso térmico entre o ganho de calor e a carga térmica, em função do tipo e da
massividade da construção.
Este efeito, denominado armazenamento térmico, é importante para diferenciar
os ganhos de calor instantâneos do ambiente, e a carga de resfriamento naquele
momento.

Figura 6 – Efeito do armazenamento térmico – Apostila SINDRATAR (2015).


13

3.7.4 Considerações iniciais de projeto

A partir dos projetos de arquitetura, estrutura e instalações prediais, e/ou de


dados obtidos no local da construção, deve-se efetuar um detalhado levantamento dos
dados necessários à estimativa da carga de resfriamento, tais como:

a. Características dos ambientes e da construção:

 Localização, altitude (elevação), latitude e longitude da construção;


 Dimensões de todas as superfícies que limitam os ambientes condicionados;
 Materiais de construção, massa específica e coloração das superfícies externas;
 Sombreamentos externos sobre as superfícies da construção;
 Tipos de proteção interna para as superfícies translúcidas.

b. Condições climáticas (externas):

 Temperaturas de bulbo seco (TBS) e bulbo úmido (TBU)


 Variação diária da temperatura de bulbo seco (DR – daily range). Na falta de
maiores dados, as temperaturas de bulbo seco e úmido podem ser obtidas de
dados disponíveis na NBR 16401:2008. Esta Norma relaciona temperaturas
máximas de bulbo seco às 15:00 h, que só são ultrapassadas em até 0,4%, 1%
e 2% dos dias do ano, e as temperaturas médias coincidentes de búlbo úmido,
para o Rio de Janeiro.

A temperatura de bulbo seco é a temperatura medida na situação ambiente de


determinado local, medida com um termômetro convencional.
A temperatura de bulbo úmido é que se sente quando a pele está molhada e
exposta a movimentação de ar. Ao contrário da temperatura de bulbo seco, a
temperatura de bulbo úmido é uma indicação da quantidade de umidade no ar. Quanto
menor a umidade relativa do ar, maior o resfriamento.
A temperatura de bulbo úmido é medida por um termômetro de bulbo úmido, que
é coberto por uma malha porosa (geralmente de algodão), que fica mergulhada num
recipiente contendo água destilada. A evaporação da água contida na malha envolvente
retira calor do bulbo, fazendo com que o termômetro de bulbo úmido indique uma
temperatura mais baixa do que a do ar ambiente (medida por um termômetro de bulbo
seco). Essa evaporação, e consequente redução na temperatura de bulbo úmido, é
14

tanto maior quanto mais seco está o ar atmosférico e é nula quando a atmosfera está
saturada de vapor de água (humidade relativa do ar igual a 100%).
Exemplo: no dia 4 de fevereiro de 2010, no Rio de Janeiro, a temperatura do ar
alcançou 40ºC, a máxima do ano, por volta de 4 horas da tarde, mas a umidade relativa
do ar estava em 27%, e a pressão atmosférica estava em 1009 hPa;
consequentemente, a temperatura de bulbo úmido era de apenas 24,2ºC, sendo esta a
temperatura alcançada por uma superfície molhada exposta ao ar, como por exemplo,
a pele molhada, naquele dia mais quente do ano. Segue abaixo, um gráfico que
relaciona temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e umidade relativa
do ar.
A variação diária de temperatura (DR) para o Município do Rio de Janeiro, no
período de verão, usualmente se situa entre 6 a 10°C. Esta variável é importante para
se determinar a temperatura de bulbo seco externa (te), em horários distintos das 15:00
h, necessária para o cálculo de carga de resfriamento, pelos métodos de carga de pico
ou hora a hora. Esta variação diária de temperatura é igualmente denominada
Amplitude Térmica diária ou Daily Range (DR).
As temperaturas externas de bulbo seco (te) nas diversas horas do dia, função
da temperatura de bulbo seco externa às 15:00 (BS), e da variação de diária de
temperatura (DR) podem ser determinadas por:
te = BS – Fr x DR, sendo:
te = temperatura de bulbo seco, °C
BS = temperatura de bulbo seco às 15:00, °C (definida pela NBR 16401:2008)
Fr = fração do daily range ou variação diária de temperatura (ver TABELAS)
DR = daily range, °C

c. Condições internas:

Para a estimativa de carga de resfriamento, as condições internas devem ser


definidas em função da temperatura de bulbo seco interna e da umidade relativa.
Podem ser consideradas eventuais variações na temperatura interna durante o período
de operação do sistema.
De uma forma geral, para sistemas de conforto, são aceitáveis temperaturas de
bulbo seco entre 23 e 26°C, e umidades relativas (UR) entre 45 e 65%, sem controle.
15

d. Fontes internas e horários de operação (schedules):

Na falta de dados mais precisos, deverão ser consideradas as indicações da


NBR 16401: ocupação, calor dissipado por pessoas, iluminação, outras cargas
sensíveis e latentes para motores elétricos, equipamentos de escritórios, comerciais,
de laboratórios e médicos.

3.7.5 Software de apoio HAP 4.80 Carrier

O HAP (Hourly Analysis Program) é direcionado a engenheiros de diversas áreas


de consultoria, concepção/construção, prestadores de serviços de climatização,
engenheiros de instalações diversas e outros profissionais envolvidos no projeto e
análise de Sistemas HVAC de edificações comerciais. O programa é uma ferramenta
poderosa para a concepção de sistemas de refrigeração, para dimensionamento e
análise os componentes do sistema.
O HAP é amplamente difundido no mercado internacional e possui uma interface
gráfica que permite ao usuário definir em detalhes, os parâmetros a serem adotados no
projeto. A partir de uma abordagem modular, é utilizado para definir os componentes
do edifício e dos sistemas de ar condicionado para efetuar o cálculo de carga térmica,
considerando-se as condições e cenários operacionais definidos pelo usuário.
Como o objetivo deste trabalho é analisar os cenários de eficiência energética
de um Sistema de Ar Condicionado, trataremos como foco principal as variáveis mais
significativas para o Cálculo de Carga Térmica, pré-estabelecido no HAP, observando-
se que, para que seja possível a utilização do referido programa, é de suma importância
que o usuário tenha conhecimentos teóricos em relação a sistemas de climatização,
conforme descrito nos itens anteriores deste trabalho (de forma introdutória), para que
seja possível chegar a resultados reais e satisfatórios e permitir uma análise assertiva
do sistema que está sendo estudado.

4 Tipos de sistemas de condicionamento de ar

Os condicionadores de ar podem ser de Expansão Direta ou Indireta, todos


apresentam um sistema de transmissão de calor em comum, como poderá ser
observado adiante.
16

4.1 Expansão direta

Estes apresentam o sistema comum a todos de ciclo de calor através de um


processo de compressão x expansão de um gás específico, associado ao fenômeno
exotérmico e endotérmico, aqui denominado "fluido de trabalho" para transferir energia
de dentro de um ambiente para o exterior. O fluido de trabalho é um material que se
transforma facilmente de gás para líquido e vice-versa, sob um grande intervalo de
pressão e temperatura.
O fluido de trabalho se move através do ar condicionado em três componentes
principais, o compressor, o condensador e o evaporador em um ciclo contínuo.

Figura 7 – Processo de Compressão x Expansão de Gás – Carlos Bertulani UFRJ (1999)

O líquido de trabalho entra no evaporador dentro do quarto como um fluido sob


baixa pressão à temperatura aproximadamente igual à temperatura externa. (1) O
evaporador é tipicamente um cano em forma retorcida. O fluido imediatamente começa
a evaporar e expandir na forma de um gás. Ao fazer isso, ele usa a energia térmica do
ambiente para separar suas moléculas umas das outras e ele torna-se extremamente
frio. O calor flui do ambiente do quarto para este gás frio. O fluido de trabalho deixa o
17

evaporador como um gás sob baixa pressão com temperatura um pouco menor do que
a temperatura do quarto e vai para o compressor. (2) Ele entra no compressor como
um gás sob baixa pressão aproximadamente com a temperatura do quarto. O
compressor pressiona as moléculas do gás para mais perto uma das outras,
aumentando a pressão e densidade do gás. Como a compressão envolve trabalho, o
compressor transfere energia para o fluido de trabalho e o fluido fica mais quente. O
fluido de trabalho deixa o compressor sob uma alta pressão bem acima da temperatura
do ar externo ao quarto. (3) O fluido de trabalho entra no condensador do lado de fora
do quarto, que é praticamente um cano retorcido várias vezes. Como o fluido é mais
quente que o ar externo, o calor flui do fluido para o ar. O fluido começa então a
condensar em líquido e elimina mais energia térmica à medida em que ele condensa.
Esta energia térmica adicional também flui como calor para o ar do meio externo. O
fluido de trabalho deixa o condensador como um líquido sob alta pressão com a
temperatura aproximadamente igual à temperatura externa. (4) O fluido entra através
de um tubo estreito no evaporador. Ao fazer isso, sua pressão cai e ele entra no
evaporador como um fluido sob baixa pressão. O ciclo se repete. No final, calor é
extraído do quarto e jogado para fora. O compressor consome energia elétrica durante
o processo e esta energia também se transforma em energia térmica no ar do meio
externo.

4.1.1 Condicionador de ar individual (expansão direta)

O condicionador de ar individual incorpora a unidade evaporadora e a unidade


condensadora em único gabinete. A unidade evaporadora é aquela em há a sucção
do ar quente do ambiente e a devolução do ar refrigerado no caso do modo de
resfriamento.
A unidade condensadora, onde se localiza o compressor, é responsável pela
eliminação do ar quente para fora da residência (para o meio externo), conforme
Figura 8.
18

Figura 8 – Diagrama de aparelho de janela.

A versão a frio é adequada àqueles que vivem em cidades com altas


temperaturas, mas com um inverno ameno. Ela permite ventilar ou refrigerar o
ambiente. A versão quente/frio é ideal para pessoas que além de desejar um bom ar
refrigerado também necessitam de aquecimento nos períodos de frio. Esta versão
possibilita ventilar, refrigerar e também aquecer o ambiente.

4.1.2 Condicionador de ar Split

O split é um conceito em equipamento de condicionamento de ar extremamente


versátil, projetado para condicionar pequenos, médios e grandes ambientes com
grande eficiência e baixo consumo de energia.
A principal característica desse sistema é a instalação das partes ruidosas do
equipamento em áreas externas, deixando apenas a unidade evaporadora no
interior dos ambientes, instalada no forro ou em paredes. Outras vantagens estão na
possibilidade de controle individual e nos compressores de alta eficiência. O
condicionador de ar split interliga a unidade evaporadora e a unidade condensadora
através da linha frigorígena (utilização de tubos de cobre). A unidade evaporadora
realiza a sucção do ar quente do ambiente e a devolução do ar refrigerado – no caso
do modo de resfriamento, é a unidade interna, aquela que fica no interior do ambiente.
A unidade condensadora, aquela instalada fora do seu ambiente interno,
succiona o ar externo e devolve mais quente e, por possuir o compressor em seu
interior, ao ser instalado no meio externo, não influenciará no nível de ruído interno do
ambiente climatizado. A Figura 9, mostra o diagrama esquemático de um split.
19

Figura 9 – Diagrama esquemático de um split.

A linha split traz muitas vantagens para os projetos, flexibilizando a escolha da


localização da unidade evaporadora, permitindo um aproveitamento melhor dos
espaços. O ideal é que a opção por utilizar split seja considerada na fase de projeto,
pois pode-se prever soluções mais eficientes para a saída de dreno e tubulação de gás.
Como exemplo das novas soluções possíveis com o split, podemos citar os projetos de
edifícios residenciais, que, atualmente, têm cômodos com dimensões reduzidas e com
previsão de colocação de aparelhos condicionadores de ar embaixo da esquadria, o
que limita muito a organização do espaço interno.

4.1.3 Package

Os condicionadores de ar tipo package têm como característica básica a


operação de todos os componentes do ciclo de refrigeração dentro de um único
gabinete. Como exemplos, tem-se as unidades condicionadoras de ar tipo self
contained (ar ou água) e unidades tipo rooftop. Self contained são aqueles
condicionadores de ar compactos ou divididos que encerram em seus gabinetes todos
os componentes necessários para efetuar o tratamento do ar, tais como: filtragem,
refrigeração, umidificação, aquecimento, desumidificação, movimentação do ar.
Possuem ainda sistemas de comando, controles e segurança embarcados,
portanto, são condicionadores que para operar necessitam somente de pontos de força
(energia elétrica) e de drenagem. Suas potências normalmente situam-se na faixa de
3TR a 30TR, sendo geralmente instalados como condicionadores Centrais, geralmente
distribuindo o ar tratado através de redes de dutos.
20

Os rooftops são também enquadrados nesta categoria, a grande maioria das


unidades self contained são construídos com sistemas de refrigeração por compressão
e expansão de fluido refrigerante e consomem grandes quantidades de energia elétrica.
Existem, porém, unidades de médio e grande porte cujo método de captação de calor
é a absorção, com brometo de lítio, que consomem gás natural, e a parcela de energia
elétrica é ínfima.

Figura 10 – Self Contained (site Carrier 2016). Figura 11 – Rooftop (site Carrier 2016).

4.1.4 Sistema VRF

O VRF é classificado como um sistema central em que o conjunto de unidades


de tratamento de ar de expansão direta, geralmente instaladas dentro do ambiente a
que servem (designadas unidades internas), cada uma operada e controlada
independentemente das demais, é suprido em fluido refrigerante líquido em vazão
variável (VRF - do inglês "variable refrigerant flow") por uma unidade condensadora
central, instalada externamente (designada unidade externa), (ABNT ,2008). Esse
sistema é comparado ao Split convencional, pois ambos possuem expansão direta e
contam com unidades condensadoras e evaporadoras. Porém são sistemas que
possuem limitações bem diferentes. Enquanto o VRF pode possuir várias unidades
evaporadoras conectadas a uma condensadora, o Split trabalha apenas na relação 1
para 1, ou seja, uma condensadora para uma evaporadora.
O sistema pode alcançar rapidamente a carga total, diminuindo assim o tempo
para atingir a temperatura desejada tanto no aquecimento quanto no resfriamento e
21

utilizando-se de um trocador de calor de alto desempenho, este tipo de equipamento


possui ótimos níveis de eficiência energética em aquecimento e resfriamento.
O grande diferencial do sistema VRF, em resumo, está na combinação entre
a tecnologia eletrônica e sistemas de controle microprocessados, além da
interligação de múltiplas unidades internas em um só ciclo de refrigeração.

Figura 12 – Variação da temperatura ambiente (Catálogo Carrier V5X 2016)

Figura 13 – Configuração básica de um sistema VRF (Catálogo Carrier V5X 2016)


22

4.2 Expansão indireta (água gelada)

Nos sistemas de expansão indireta é necessária a instalação de uma Central de


Água Gelada, com resfriadores de líquidos que são responsáveis pelo fornecimento de
água gelada para as unidades condicionadoras de ar tipo fancoil presentes em cada
ambiente a ser condicionado. Cada ambiente condicionado possuirá, de acordo com
sua área, um ou mais sensores de temperatura que transmitem um sinal elétrico para
o atuador da válvula instalada na tubulação que atenderá a cada unidade
condicionadora de ar, controlando o fluxo hidráulico nos mesmos.
Os sistemas de expansão indireta são geralmente encontrados em instalações
de grande porte, tais como shoppings centers e prédios comerciais e, na grande maioria
dos casos, este sistema é o mais eficiente no ponto de vista energético.
Sua produção de frio, que é separada da distribuição de frio, é composta e
devidamente interligada por linhas de água gelada. São caracterizados pelo uso de
fancoils de pequeno porte (no Brasil chamados de fancoletes) ou air handling units de
maior capacidade de resfriamento.
O fancoil é o componente do sistema provido de serpentina e ventilador, que
força o ar a passar através da serpentina, momento em que acontece o processo de
refrigeração do ar. Da serpentina, o ar é encaminhado aos ambientes através das redes
de dutos, sendo difundido através de difusores e grelhas.

4.2.1 Sistemas de grande porte

Os resfriadores de líquido são habitualmente utilizados em instalações de grande


capacidade, onde diversas vantagens podem ser obtidas, tais como a redução de
custos e facilidade de operação, o custo operacional kW/TR (relação consumo de
energia e produção de frio) mais baixo, controle eletrônico e boa eficiência energética
geral do sistema.
De acordo com a carga térmica requerida em um determinado horário, a unidade
condicionadora de ar precisará de quantidade variável de água gelada para “combater”
a carga térmica, necessitando assim de uma válvula para controlar o fluxo de água
gelada que circula pela serpentina e consequente modulação da carga térmica.
Com todos os fancoils operando desta forma, conclui-se que a vazão de água
gelada será proporcional à intensidade de carga térmica. Contudo, sabe-se também
que os resfriadores de líquidos (geralmente) necessitam de vazão constante em seus
23

evaporadores, para que tenham um funcionamento perfeito, conforme catálogos de


seus respectivos fabricantes.
Sendo assim, os sistemas podem operar com um (circuito primário) ou dois
circuitos hidráulicos (circuito primário e secundário) no sistema de água gelada. O
circuito primário de água gelada geralmente encontra-se nos limites de central de água
gelada, tendo como característica básica, uma vazão constante para cada unidade
resfriadora de líquido, intertravadas eletricamente com cada unidade, assegurando
assim não somente a vazão constante requerida, mas também a operacionalidade do
sistema, uma vez que a quantidade de unidades em funcionamento varia de acordo
com a carga térmica existente no horário em estudo.
Para cálculo da vazão máxima do circuito secundário, que efetivamente envia
água para o sistema, é considerada a carga térmica máxima, atendida por bombas de
água gelada secundárias adequadas para a condições, operando com inversores de
frequência, responsáveis pelo controle de vazão das mesmas.
Na medida em que a carga térmica requerida pelo ambiente varia, ocorre, por
parte da válvula de duas vias, a regulagem da vazão de água gelada na unidade
condicionadora de ar por meio de um sinal enviado aos atuadores, estas válvulas abrem
ou fecham, fazendo com que a pressão na tubulação do sistema aumente ou diminua.
Um sensor de pressão, localizado no anel secundário, verifica a pressão no sistema,
fazendo com que o inversor de frequência altere a rotação da bomba, regulando a
vazão no circuito de água gelada.

Figura 14 – Fluxograma genérico de água gelada


24

Um fato a ser ressaltado é que para permitir o funcionamento em conjunto


desses dois circuitos, deverá ser prevista uma tubulação de “by-pass” interligando a
sucção das bombas primárias à sucção das bombas secundárias. Como o circuito de
água gelada primário exige vazão constante e o circuito secundário varia sua vazão,
esta tubulação de “by-pass” funcionará como meio de equilíbrio no sistema.
A implantação do bombeamento em anéis primário e secundário pode beneficiar-
se da redução de vazão de água no anel secundário (que varia de acordo com a carga
térmica), reduzindo, deste modo, o consumo de energia elétrica.

5 Apresentação do problema - Estudo de caso

O caso apresentado neste trabalho detalha um prédio comercial, localizado no


Centro do Rio de Janeiro, na rua Graça Aranha, nº26. O edifício Barão de Mauá foi
projetado no início da década de 1960 por Oscar Niemeyer, que teve então como
colaborador o arquiteto Sabino Barroso. Mas essa primeira versão da construção foi
gravemente afetada pelo fogo, num incêndio ocorrido em 1981. Quase tudo se perdeu.
Entretanto a sua estrutura pôde ser reforçada e reaproveitada em uma nova versão,
também projetada por Niemeyer e executada logo a seguir.

Figura 15 – Localização do Edifício Barão de Mauá – Google Maps.

Nos dias de hoje, passados mais de 30 anos, o edifício projetado por Niemeyer
não apresenta as qualificações técnicas atualmente desejadas sob o ponto de vista da
eficiência energética. Além de não atender a exigências de novas regras de segurança
postas em vigor.
25

Por isso, uma revisão e reformulação de sua infraestrutura são necessárias. Mas
também é importante trazer para a edificação os parâmetros contemporâneos de
conforto, acessibilidade e sustentabilidade, dotando-a de novos requisitos de eficiência
e de tecnologia avançada.

5.1 Edificação

Em sua nova fisionomia, a construção se apresenta com empenas cegas de


mármore branco, esquadrias de alumínio na cor preta e vidro fumê na fachada voltada
para nascente e esquadrias protegidas por lâminas verticais de brise-soleil na fachada
voltada para poente.
No estudo de renovação foram estabelecidos alguns critérios básicos com vistas
a alcançar para o Barão de Mauá, o padrão ideal para um edifício de escritórios.

5.2 Construção

As informações referentes aos elementos de construção como paredes,


telhados, vidros, pisos, janelas e portas foram obtidas a partir das informações contidas
nas plantas-baixas e cortes da edificação, além de informações cedidas pelas equipes
de arquitetura envolvidas no processo, assim como pela equipe responsável pela
manutenção atual do prédio.

5.3 Cargas internas

As cargas internas correspondem a uma grande parcela do calor liberado ao


ambiente. Essas cargas correspondem ao calor liberado por pessoas, equipamentos
elétricos, iluminação e infiltrações de ar.

5.4 Equipamentos

Os equipamentos são responsáveis por grande parte da carga térmica de um


ambiente. Para as diversas zonas da edificação citam-se equipamentos como:
computadores, impressoras, televisores, cafeteiras, refrigeradores. Para a carga dos
equipamentos seguiram-se as recomendações propostas pela ABNT (2008). O
apêndice A apresenta uma tabela com as informações das cargas de equipamentos
utilizadas para cada ambiente do prédio.
26

5.5 Pessoas

Para a determinação do nível de ocupação dos ambientes do prédio utilizaram-


se as recomendações propostas pela ABNT (2008). O apêndice B apresenta uma
tabela com os valores utilizados para cada zona da edificação. Foi considerada uma
taxa de renovação de ar para os ambientes de 27 m³/h por pessoa, conforme a ANVISA
(2008).

5.6 Iluminação

Para a iluminação foram utilizadas as recomendações propostas na ABNT


(2008). O apêndice C apresenta para cada ambiente do prédio a potência de iluminação
utilizada.

5.7 Cronograma de Utilização do Prédio (Schedules)

Nessa etapa são declarados ao sistema itens como horários de ocupação do


prédio, período de uso da iluminação e equipamentos e horários de funcionamento do
ar condicionado.
Esses schedules são representados no programa de forma percentual, onde o
valor um representa a máxima utilização ou ocupação e zero corresponde ao valor
mínimo. Essa descrição é feita para todos os dias da semana abrangendo 24h,
podendo-se ainda estabelecer exceções para os fins de semana e feriados.

5.8 Análise dos dados da carga térmica

Para realizar o dimensionamento dos sistemas de condicionamento de ar de um


Empreendimento, necessitamos analisar os resultados da carga térmica afim de
obtermos a capacidade de resfriamento total requerida.
A seguir serão indicados os dados inseridos para modelagem do prédio, assim
como os resultados provenientes da simulação executada no software HAP CARRIER.
27

5.8.1 Dados climáticos (condições externas)

City Name ...................................................... Rio de Janeiro


Location ....................................................................... Brazil
Latitude ......................................................................... -22,8 Deg.
Longitude ....................................................................... 43,3 Deg.
Elevation .......................................................................... 5,8 m
Summer Design Dry-Bulb .............................................. 38,9 °C
Summer Coincident Wet-Bulb ........................................ 26,1 °C
Summer Daily Range ..................................................... 10,7 °K
Winter Design Dry-Bulb ................................................. 15,0 °C
Winter Design Wet-Bulb ................................................... 9,7 °C
Soil Conductivity 2 ......................................................... 1,385 W/(m-°K)
Local Time Zone (GMT +/- N hours) ................................ 3,0 hours
Simulation Weather Data ..................... Rio de Janeiro (Avg)
Current Data is ............................. 2001 ASHRAE Handbook
Design Cooling Months ....................... January to December

January February March April


Hr
DB WB DB WB DB WB DB WB
00:00 30,10 23,90 30,10 23,90 29,00 23,30 27,90 22,60
01:00 29,60 23,70 29,60 23,70 28,40 23,10 27,30 22,50
02:00 29,00 23,60 29,00 23,60 27,90 23,00 26,80 22,30
03:00 28,60 23,50 28,60 23,50 27,50 22,80 26,40 22,20
04:00 28,30 23,40 28,30 23,40 27,20 22,70 26,10 22,10
05:00 28,20 23,30 28,20 23,30 27,10 22,70 25,90 22,10
06:00 28,40 23,40 28,40 23,40 27,30 22,80 26,20 22,20
07:00 28,90 23,50 28,90 23,50 27,80 22,90 26,70 22,30
08:00 29,90 23,80 29,90 23,80 28,80 23,20 27,70 22,60
09:00 31,30 24,20 31,30 24,20 30,20 23,60 29,10 23,00
10:00 32,90 24,60 32,90 24,60 31,80 24,00 30,70 23,40
11:00 34,70 25,10 34,70 25,10 33,60 24,50 32,50 23,90
12:00 36,40 25,50 36,40 25,50 35,30 24,90 34,20 24,40
13:00 37,70 25,80 37,70 25,80 36,60 25,30 35,50 24,70
14:00 38,60 26,00 38,60 26,00 37,50 25,50 36,30 24,90
15:00 38,90 26,10 38,90 26,10 37,80 25,60 36,70 25,00
16:00 38,60 26,00 38,60 26,00 37,50 25,50 36,30 24,90
17:00 37,80 25,80 37,80 25,80 36,70 25,30 35,60 24,70
18:00 36,60 25,60 36,60 25,60 35,50 25,00 34,40 24,40
19:00 35,20 25,20 35,20 25,20 34,10 24,60 33,00 24,10
20:00 33,80 24,90 33,80 24,90 32,70 24,30 31,60 23,70
21:00 32,70 24,50 32,70 24,50 31,60 24,00 30,40 23,40
22:00 31,60 24,30 31,60 24,30 30,50 23,70 29,40 23,10
23:00 30,70 24,00 30,70 24,00 29,60 23,40 28,50 22,80

Tabela 2 – Temperaturas de bulbo e seco e úmido (°C) Janeiro a Abril

2 O watt por metro por kelvin é uma unidade de medida de condutividade térmica. É a
unidade padrão do Sistema Internacional de Unidades para esta grandeza. Seu
símbolo é W/(m·K).
28

May June July August


Hr
DB WB DB WB DB WB DB WB
00:00 26,20 22,00 25,10 20,80 24,50 20,20 25,70 20,80
01:00 25,70 21,90 24,60 20,70 24,00 20,00 25,10 20,70
02:00 25,10 21,70 24,00 20,50 23,50 19,90 24,60 20,50
03:00 24,70 21,60 23,60 20,40 23,00 19,70 24,20 20,40
04:00 24,40 21,50 23,30 20,30 22,70 19,60 23,80 20,30
05:00 24,30 21,50 23,20 20,20 22,60 19,60 23,70 20,20
06:00 24,50 21,50 23,40 20,30 22,80 19,70 23,90 20,30
07:00 25,00 21,70 23,90 20,50 23,40 19,80 24,50 20,50
08:00 26,00 22,00 24,90 20,70 24,30 20,10 25,40 20,80
09:00 27,40 22,40 26,30 21,20 25,70 20,60 26,80 21,20
10:00 29,00 22,80 27,90 21,60 27,30 21,00 28,40 21,60
11:00 30,80 23,30 29,70 22,20 29,20 21,60 30,30 22,20
12:00 32,50 23,80 31,40 22,70 30,90 22,10 32,00 22,70
13:00 33,80 24,10 32,70 23,00 32,20 22,40 33,30 23,00
14:00 34,70 24,40 33,60 23,20 33,00 22,70 34,10 23,20
15:00 35,00 24,40 33,90 23,30 33,30 22,80 34,40 23,30
16:00 34,70 24,40 33,60 23,20 33,00 22,70 34,10 23,20
17:00 33,90 24,20 32,80 23,00 32,30 22,50 33,40 23,00
18:00 32,70 23,90 31,60 22,70 31,10 22,10 32,20 22,70
19:00 31,40 23,50 30,20 22,30 29,70 21,70 30,80 22,30
20:00 30,00 23,10 28,80 21,90 28,30 21,30 29,40 21,90
21:00 28,80 22,80 27,70 21,60 27,10 21,00 28,20 21,60
22:00 27,70 22,50 26,60 21,30 26,00 20,70 27,20 21,30
23:00 26,90 22,20 25,70 21,00 25,20 20,40 26,30 21,00

Tabela 3 – Temperaturas de bulbo e seco e úmido (°C) Maio a Agosto

September October November December


Hr
DB WB DB WB DB WB DB WB
00:00 27,30 22,00 27,90 22,60 28,40 23,30 29,50 23,90
01:00 26,80 21,90 27,30 22,50 27,90 23,10 29,00 23,70
02:00 26,20 21,70 26,80 22,30 27,40 23,00 28,50 23,60
03:00 25,80 21,60 26,40 22,20 26,90 22,80 28,00 23,50
04:00 25,50 21,50 26,10 22,10 26,60 22,80 27,70 23,40
05:00 25,40 21,50 25,90 22,10 26,50 22,70 27,60 23,30
06:00 25,60 21,50 26,20 22,20 26,70 22,80 27,80 23,40
07:00 26,10 21,70 26,70 22,30 27,30 22,90 28,40 23,50
08:00 27,10 22,00 27,70 22,60 28,20 23,20 29,30 23,80
09:00 28,50 22,40 29,10 23,00 29,60 23,60 30,70 24,20
10:00 30,10 22,80 30,70 23,40 31,20 24,00 32,30 24,60
11:00 31,90 23,30 32,50 23,90 33,00 24,50 34,20 25,10
12:00 33,60 23,80 34,20 24,40 34,80 24,90 35,90 25,50
13:00 34,90 24,10 35,50 24,70 36,00 25,30 37,20 25,80
14:00 35,80 24,40 36,30 24,90 36,90 25,50 38,00 26,00
15:00 36,10 24,40 36,70 25,00 37,20 25,60 38,30 26,10
16:00 35,80 24,40 36,30 24,90 36,90 25,50 38,00 26,00
17:00 35,00 24,20 35,60 24,70 36,20 25,30 37,30 25,80
18:00 33,90 23,90 34,40 24,40 35,00 25,00 36,10 25,60
19:00 32,50 23,50 33,00 24,10 33,60 24,60 34,70 25,20
20:00 31,10 23,10 31,60 23,70 32,20 24,30 33,30 24,80
21:00 29,90 22,80 30,40 23,40 31,00 24,00 32,10 24,50
22:00 28,80 22,50 29,40 23,10 29,90 23,70 31,00 24,30
23:00 28,00 22,20 28,50 22,80 29,10 23,40 30,20 24,00

Tabela 4 – Temperaturas de bulbo e seco e úmido (°C) Setembro a Dezembro


29

5.8.2 Quadro de áreas da edificação

a) 2º Subsolo
Área de Garagem ........................................... 616,20 m²
Lixo .................................................................... 17,95 m²
Depósito ............................................................ 21,36 m²
Circulação de Serviço ....................................... 29,82 m²
Circulação Vertical ............................................ 16,22 m²
Área Técnica .................................................... 81,85 m²

b) 1º Subsolo
Área de Garagem ........................................... 663,38 m²
Brigada de Incêndio........................................... 12,51 m²
Circulação Social ................................................. 7,65 m²
Circulação de Serviço........................................ 25,46 m²
Área Técnica .................................................... 72,00 m²
Depósito ............................................................. 9,30 m²
Controle .............................................................. 8,68 m²
Motoristas ......................................................... 21,98 m²
Sanitários ........................................................... 5,00 m²

c) Térreo
Auditório .......................................................... 103,03 m²
Malote ............................................................... 24,03 m²
Recepção .......................................................... 19,13 m²
Hall Social ...................................................... 111,09 m²
Caixas Eletrônicos ............................................ 19,12 m²
Administração .................................................... 16,42 m²
Circulação de Serviço ....................................... 37,03 m²
Circulação Vertical ............................................ 28,38 m²
Segurança ........................................................ 10,66 m²
Sala de Controle ............................................... 10,68 m²
Aut. Predial/Telefonia ....................................... 10,82 m²
Foyer ................................................................ 26,06 m²
30

Ar Condicionado ................................................. 7,51 m²


Loja (Restaurante) .......................................... 116,93 m²
Loja ................................................................. 244,42 m²
Sala de Reunião ............................................... 20,00 m²
Copa ................................................................... 6,62 m²
Lixo ..................................................................... 4,25 m²
Almoxarifado ..................................................... 17,48 m²
Sanitários ......................................................... 11,28 m²

d) Pavimento Tipo
Área de Carpete ............................................. 737,00 m²
Depósito ............................................................. 2,47 m²
Sanitários ......................................................... 24,54 m²
Lixo ..................................................................... 4,25 m²
Hall Social ........................................................ 45,65 m²
Circulação de Serviço ....................................... 27,76 m²
Circulação Vertical ............................................ 28,25 m²
Ar Condicionado ............................................... 22,98 m²

e) Cobertura
Vestiários .......................................................... 76,46 m²
Área Técnica .................................................. 685,83 m²
Circulação de Serviço ....................................... 35,33 m²
Circulação Vertical ............................................ 16,44 m²
Refeitório .......................................................... 56,43 m²
Depósito ............................................................. 8,65 m²
Ar Condicionado ................................................. 6,00 m²
Oficinas de Manutenção .................................... 22,36m²
31

5.8.3 Cargas Internas (áreas climatizadas)

Mapa de Ocupação - NBR 16401-3


parâmetros ocupação potência elétrica
Local
iluminação equipamentos iluminação equipamentos
Área (m²) m²/pessoa ocupação nº adotado
(W/m²) (W/m²) (W) (W)

Auditório 103,30 1,42 15,00 20,00 72,75 75,00 1.549,50 2.066,00


Loja 1 (Restaurante - salão) 87,00 1,42 25,00 30,00 61,27 65,00 2.175,00 2.610,00
Hall Social 111,09 10,00 12,00 17,00 11,11 15,00 1.333,08 1.888,53
Loja 2 244,42 7,00 25,00 10,00 34,92 40,00 6.110,50 2.444,20
Recepção 19,13 10,00 15,00 10,00 1,91 3,00 286,95 191,30
Foyer 26,06 3,30 20,00 10,00 7,90 8,00 521,20 260,60
Sala de Reunião 20,00 2,00 15,00 10,00 10,00 10,00 300,00 200,00
Almoxarifado 17,48 - 15,00 10,00 - 2,00 262,20 174,80
Segurança 10,66 16,60 15,00 10,00 0,64 2,00 159,90 106,60
Sala de Controle 10,68 - 15,00 25,00 - 2,00 160,20 267,00
Automação Predial/Telefonia 10,82 - 15,00 25,00 - 1,00 162,30 270,50
Administração 16,42 9,09 20,00 20,00 1,81 3,00 328,40 328,40
Malote 24,03 - 15,00 10,00 - 7,00 360,45 240,30
Caixas Eletronicos 19,12 2,40 20,00 25,00 7,97 8,00 382,40 478,00
Escritórios (Tipo) 737,00 5,20 16,00 30,00 141,73 140,00 11.792,00 22.110,00
Halls dos Elevadores (Tipo) 45,65 9,00 10,00 16,00 5,07 6,00 456,50 730,40
Sanitários (Tipo) 44,50 9,00 10,00 10,00 4,94 5,00 445,00 445,00

Tabela 5 – Base de dados do projeto (segundo ABNT – critérios básicos)

5.8.4 Parâmetros adotados para a edificação

a. Vazão de Ar Exterior

Foi adotado o maior valor entre os métodos de cálculo, conforme RE nº9


ANVISA, de acordo com os parâmetros abaixo:
 27 m³/h-pessoa, para todos os ambientes climatizados;
 17 m³/h-pessoa, para casos específicos de ambientes com alta rotatividade de
pessoas.

b. Outras Considerações

 Não foram considerados vãos permanentemente abertos para o exterior ou para


ambientes não condicionados, tendo sido qualquer porta ou janela considerada
normalmente fechada.
 Não foi considerado Jirau condicionado para as Lojas Localizadas no nível
Térreo.
32

 Foi considerado que as Fachadas possuem vidros dotados de fator de


sombreamento (Shade Coefficient – “SC”) igual a 0,54 e fachada voltada para o
Oeste com brise.

5.8.5 Horário de Operação

Foram considerados os seguintes horários (Schedules) de operação para


determinação do Perfil de Carga Térmica do Empreendimento:

ocupação do prédio - dias úteis


110%

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Gráfico 2 – schedule de ocupação do prédio

iluminação e equipamentos- dias úteis


110%

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Gráfico 3 – schedule para iluminação e equipamentos


33

5.9 Resultados da Simulação

Tomando-se como base os dados indicados no item 4.8, foram inseridas as


informações cabíveis no software HAP para execução da simulação da carga térmica
do Empreendimento. Segue abaixo, tela exemplo com a apresentação dos resultados
referente às áreas de open office nos pavimentos tipo.

Air System Information


Air System Name ............................ Escritorios-Pav(1) Number of zones .............................................................. 1
Equipment Class ............................................ CW AHU Floor Area ................................................................. 737,0 m²
Air System Type ................................................ SZCAV Location ........................................ Rio de Janeiro, Brazil

Sizing Calculation Information

Calculation Months ...................................... Jan to Dec Zone L/s Sizing ........................ Peak zone sensible load
Sizing Data .................................................. Calculated Space L/s Sizing ................ Individual peak space loads

Central Cooling Coil Sizing Data

Total coil load ........................................................ 167,3 kW Load occurs at .................................................... Feb 1600
Sensible coil load .................................................. 133,0 kW OA DB / WB ...................................................... 38,6 / 26,0 °C
Coil L/s at Feb 1600 .............................................. 7486 L/s Entering DB / WB ............................................. 26,6 / 18,1 °C
Max block L/s at Jan 1600 .................................... 7486 L/s Leaving DB / WB .............................................. 11,8 / 11,1 °C
Sum of peak zone L/s ............................................ 7639 L/s Coil ADP ...................................................................... 10,2 °C
Sensible heat ratio ................................................ 0,795 Bypass Factor ........................................................... 0,100
m²/kW ........................................................................ 4,4 Resulting RH .................................................................. 43 %
W/m² ...................................................................... 226,9 Design supply temp. .................................................... 12,0 °C
Water flow @ 5,6 °K rise ........................................ 7,21 L/s Zone T-stat Check .................................................... 1 of 1 OK
Max zone temperature deviation .................................. 0,0 °K

Supply Fan Sizing Data

Actual max L/s at Jan 1600 ................................... 7486 L/s Fan motor BHP ............................................................ 0,00 BHP
Standard L/s .......................................................... 7481 L/s Fan motor kW .............................................................. 0,00 kW
Actual max L/(s-m²) .............................................. 10,16 L/(s-m²) Fan static .......................................................................... 0 Pa

Tabela 6 – Resumo dos dados do Sistema de Ar Condicionado open office


34

DESIGN COOLING DESIGN HEATING


COOLING DATA AT Feb 1600 HEATING DATA AT DES HTG
COOLING OA DB / WB 38,6 °C / 26,0 °C HEATING OA DB / WB 15,0 °C / 9,7 °C
Sensible Latent Sensible Latent
ZONE LOADS Details (W) (W) Details (W) (W)
Window & Skylight Solar Loads 221 m² 21744 - 221 m² - -
Wall Transmission 187 m² 15671 - 187 m² 1909 -
Roof Transmission 0 m² 0 - 0 m² 0 -
Window Transmission 221 m² 16040 - 221 m² 7548 -
Skylight Transmission 0 m² 0 - 0 m² 0 -
Door Loads 0 m² 0 - 0 m² 0 -
Floor Transmission 0 m² 0 - 0 m² 0 -
Partitions 0 m² 0 - 0 m² 0 -
Ceiling 0 m² 0 - 0 m² 0 -
Overhead Lighting 0W 0 - 0 0 -
Task Lighting 17246 W 15951 - 0 0 -
Electric Equipment 22110 W 20777 - 0 0 -
People 135 7799 8114 0 0 0
Infiltration - 0 0 - 0 0
Miscellaneous - 0 0 - 0 0
Safety Factor 5% / 5% 4899 406 0% 0 0
>> Total Zone Loads - 102881 8519 - 9457 0
Zone Conditioning - 114208 8519 - -379 0
Plenum Wall Load 0% 0 - 0 0 -
Plenum Roof Load 0% 0 - 0 0 -
Plenum Lighting Load 0% 0 - 0 0 -
Return Fan Load 7486 L/s 0 - 7486 L/s 0 -
Ventilation Load 1120 L/s 19065 25692 1120 L/s 391 0
Supply Fan Load 7486 L/s 0 - 7486 L/s 0 -
Space Fan Coil Fans - 0 - - 0 -
Duct Heat Gain / Loss 2% 2058 - 2% 189 -
>> Total System Loads - 135331 34211 - 201 0
Central Cooling Coil - 133047 34213 - 0 0
>> Total Conditioning - 133047 34213 - 0 0
Key: Positive values are clg loads Positive values are htg loads
Negative values are htg loads Negative values are clg loads

Tabela 7 – Dimensionamento do Sistema de Ar Condicionado open office

Os resultados indicados acima, representam sempre as condições de pico, onde


as cargas se apresentam simultaneamente em um determinado período, considerando-
se as temperaturas externas, taxa de ocupação, níveis de incidência solar direta, taxas
de ar exterior, fator de utilização da iluminação e equipamentos etc.
Para cada ambiente, o software HAP faz cálculo de carga térmica para cada hora
do dia de forma detalhada, sendo possível verificarmos qual a demanda máxima de
carga térmica em cada mês. Isso nos possibilita, dimensionar qual a demanda de
energia elétrica referente ao Sistema de Condicionamento de Ar ao longo de todo ano,
prever como cada tipo de Sistema comportar-se-á e qual será a variação de carga
térmica, afim de definir qual melhor alternativa de climatização para o Empreendimento,
dadas todas as variáveis envolvidas neste processo.
Segue abaixo, o resultado da carga térmica para o Edifício Barão de Mauá II,
considerando-se os picos de carga térmica observados ao logo de cada mês do ano.
35

JANUARY FEBRUARY MARCH APRIL MAY JUNE JULY AUGUST SEPTEMBER OCTOBER NOVEMBER DECEMBER

TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
Hour
COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING COOLING

[kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW] [kW]
00:00 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4

01:00 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4

02:00 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

03:00 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

04:00 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

05:00 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

06:00 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

07:00 2.411,0 2.280,6 2.052,1 1.810,2 1.442,9 1.179,3 1.112,2 1.315,1 1.787,6 1.926,9 2.140,8 2.324,7

08:00 2.695,6 2.643,4 2.456,5 2.112,2 1.863,2 1.606,7 1.533,9 1.757,1 2.086,1 2.265,9 2.430,7 2.630,9

09:00 3.145,0 3.105,9 2.935,6 2.669,3 2.332,9 2.086,5 1.905,1 2.126,2 2.556,4 2.797,8 2.874,7 3.030,0

10:00 3.326,1 3.319,7 3.132,3 2.820,7 2.560,1 2.285,1 2.185,6 2.389,1 2.745,4 2.879,3 3.085,3 3.229,9

11:00 3.449,1 3.401,2 3.171,3 2.997,9 2.777,4 2.441,3 2.371,3 2.536,6 2.853,3 3.010,2 3.163,2 3.331,7

12:00 3.401,1 3.373,9 3.211,3 2.975,5 2.717,7 2.451,9 2.397,1 2.528,6 2.867,4 3.017,3 3.152,9 3.330,3

13:00 3.536,6 3.529,4 3.304,2 3.139,9 2.874,1 2.618,3 2.567,2 2.716,9 2.990,6 3.217,8 3.347,4 3.528,1

14:00 3.760,8 3.708,4 3.466,3 3.254,7 2.989,5 2.730,4 2.613,1 2.782,5 3.158,6 3.437,7 3.573,3 3.761,0

15:00 3.840,9 3.823,8 3.557,4 3.276,7 3.014,1 2.756,0 2.689,7 2.851,6 3.247,7 3.437,0 3.690,5 3.833,6

16:00 3.879,0 3.812,1 3.561,3 3.295,6 3.015,3 2.743,7 2.610,2 2.872,2 3.229,9 3.430,4 3.652,5 3.868,7

17:00 3.749,7 3.750,1 3.423,5 3.110,2 2.884,2 2.620,7 2.469,6 2.729,6 3.100,3 3.285,4 3.514,2 3.765,2

18:00 3.448,1 3.433,0 3.219,1 2.928,1 2.699,3 2.440,4 2.340,9 2.567,6 2.895,8 3.031,5 3.244,6 3.427,1

19:00 3.235,4 3.208,2 2.996,0 2.676,7 2.421,9 2.168,4 2.065,8 2.310,1 2.589,4 2.811,2 2.980,4 3.195,0

20:00 2.962,5 2.939,6 2.731,9 2.471,8 2.173,7 1.930,5 1.840,4 2.039,7 2.440,8 2.553,2 2.764,6 2.924,0

21:00 2.746,5 2.726,4 2.449,2 2.203,7 2.030,2 1.789,7 1.672,6 1.788,2 2.140,9 2.383,6 2.468,6 2.710,6

22:00 2.454,9 2.435,0 2.175,6 1.981,4 1.731,0 1.524,3 1.371,6 1.587,6 1.838,8 2.085,7 2.226,1 2.415,7

23:00 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4

TOTAL 52.046,0 51.494,4 47.847,3 43.728,3 39.531,2 35.376,9 33.750,0 36.902,4 42.532,7 45.574,6 48.313,5 51.310,2

Tabela 8 – Perfil de Carga Térmica de Janeiro a Dezembro

Gráfico 4 – Representação Gráfica da Oscilação da Carga Térmica (hora a hora)


36

6 Dimensionamento do Sistema

A partir dos dados obtidos, podemos analisar a melhor alternativa para o Sistema
de Condicionamento de Ar da Edificação e, como já visto no item 3, existem várias
tecnologias disponíveis para serem analisadas, porém, quando analisamos a filosofia
proposta para o Empreendimento, que representa o produto final esperado pelo gestor
do projeto descrito no item 4, vemos que é esperado certo nível de sofisticação e
eficiência para o Edifício. Este fato nos leva a considerar no estudo sistemas mais
modernos, em detrimento de sistemas mais simples e convencionais como splits, selfs
ou aparelhos de janela.
Sendo assim, nos limitaremos a avaliar como alternativas aplicáveis os sistemas
de expansão direta do tipo VRF e os sistemas de expansão indireta com água gelada,
ambos com condensação a ar, porém, observamos que não estamos contemplando a
certificação LEED para o Empreendimento, pois, se fosse o caso teríamos que
selecionar os sistemas em função de outras variáveis.
O valor de pico de carga térmica é que irá estabelecer a capacidade máxima de
geração de frio do sistema a ser projetado. Este valor está indicado na tabela 7, que
corresponde ao mês de Janeiro às 16:00, tendo como resultado uma carga térmica
máxima de 3.879 kW. Seguem abaixo as cargas térmicas resumidas dos ambientes
climatizados no EBMII.

Carga Carga Carga


Ambiente Ambiente Ambiente
[kW] [kW] [kW]
Escritorios-Pav 1 152,9 WC-Tipo-Pav 1 23,2 Hall-Pav 1 8,2
Escritorios-Pav 2 152,3 WC-Tipo-Pav 2 23,2 Hall-Pav 2 8,2
Escritorios-Pav 3 152,3 WC-Tipo-Pav 3 23,2 Hall-Pav 3 8,3
Escritorios-Pav 4 152,6 WC-Tipo-Pav 4 23,2 Hall-Pav 4 8,3
Escritorios-Pav 5 152,3 WC-Tipo-Pav 5 23,2 Hall-Pav 5 8,3
Carga
Escritorios-Pav 6 152,3 WC-Tipo-Pav 6 23,2 Hall-Pav 6 8,3 Ambiente
[kW]
Escritorios-Pav 7 152,3 WC-Tipo-Pav 7 23,2 Hall-Pav 7 8,3 Térreo-Adm 2,8
Escritorios-Pav 8 152,3 WC-Tipo-Pav 8 23,2 Hall-Pav 8 8,3 Térreo-Almoxarife 1,8
Escritorios-Pav 9 152,3 WC-Tipo-Pav 9 23,2 Hall-Pav 9 8,3 Térreo-Auditório 40,1
Escritorios-Pav 10 152,9 WC-Tipo-Pav 10 23,2 Hall-Pav 10 8,3 Térreo-Caixas 9,5
Escritorios-Pav 11 152,9 WC-Tipo-Pav 11 23,2 Hall-Pav 11 8,3 Térreo-Foyer 4,7
Escritorios-Pav 12 152,9 WC-Tipo-Pav 12 23,2 Hall-Pav 12 8,3 Térreo-Hall Social 32,1
Escritorios-Pav 13 152,9 WC-Tipo-Pav 13 23,2 Hall-Pav 13 8,3 Térreo-Loja1-Rest 42,8
Escritorios-Pav 14 152,9 WC-Tipo-Pav 14 23,2 Hall-Pav 14 8,3 Térreo-Loja2 38,3
Escritorios-Pav 15 152,9 WC-Tipo-Pav 15 23,2 Hall-Pav 15 8,3 Térreo-Malote 4
Escritorios-Pav 16 152,9 WC-Tipo-Pav 16 23,2 Hall-Pav 16 8,3 Térreo-Recepção 2,4
Escritorios-Pav 17 152,9 WC-Tipo-Pav 17 23,2 Hall-Pav 17 8,3 Térreo-S.Controle 1,6
Escritorios-Pav 18 152,9 WC-Tipo-Pav 18 23,2 Hall-Pav 18 8,3 Térreo-S.Reunião 4,4
Escritorios-Pav 19 152,9 WC-Tipo-Pav 19 23,2 Hall-Pav 19 8,3 Térreo-Segurança 1,5
Escritorios-Pav 20 152,9 WC-Tipo-Pav 20 23,2 Hall-Pav 20 8,3 Térreo-TI 11,2

Tabela 9 – Cargas térmicas máximas dos ambientes


37

Vale dar destaque ao fato de que os andares tipo serão ocupados por múltiplos
usuários, portanto, todo o dimensionamento previsto para cada andar, seja para
sistema de condicionamento de ar, elétrica, rede de dados, redes hidrossanitárias,
incêndio etc., deverá permitir a ocupação destes espaços de maneira independente, ou
seja, a operação estabelecida em um andar por determinado usuário, não poderá
influenciar na operação dos demais.
Destacamos ainda que o pavimento térreo é de uso comum e também deverá
operar de forma autônoma.

6.1 Dimensionamento do sistema de expansão direta VRF

O dimensionamento dos sistemas VRF é feito basicamente a partir dos dados


de carga térmica de cada espaço a ser atendido pelo mesmo, assim como para splits
e demais equipamentos de expansão direta. Para seleção de cada sistema,
utilizaremos o software de seleção MIDEA/CARRIER, selecionando as unidades
internas de acordo com a potência de refrigeração necessária, calculada no HAP.
Para efeito de estudo, consideraremos os pavimentos tipo, com características
de multiusuário, divididos em duas alas (1e 2) independentes, portanto, teremos para
cada pavimento dois sistemas com capacidade de refrigeração total de 77 kW para as
áreas de carpete adicionando-se dos halls sociais como áreas comuns.
Segue abaixo a planta-baixa do pavimento tipo.

Figura 16 – Planta baixa pavimento tipo EBMII.

Para as demais áreas, localizadas no pavimento térreo, foram consideradas das


áreas e carga térmicas indicadas na tabela 6.
38

6.1.1 Resultado da seleção para o pavimento tipo

Após entrada dos dados e seleção dos equipamentos no software, chegamos a


seguinte configuração para o pavimento tipo em cada ala (1 e 2):
VRF 60Hz R410A
89.5 kW

MV5-X32W/V2GN1

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) 11.071 kW


Ф31.8,Ф19.1 Ф31.8,Ф19.1 Ф31.8,Ф19.1 Ф28.6,Ф15.9 Ф28.6,Ф12.7 Ф28.6,Ф12.7 Ф19.1,Ф9.53 Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(1)10.0m,0 (3)3.0m,0 (5)3.0m,0 (7)3.0m,0 (9)3.0m,0 (11)3.0m,0 (13)3.0m,0 (15)3.0m,0 IU-8
FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-03D FQZHN-01D

11.071 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(14)3.0m,0 IU-7

11.083 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(12)3.0m,0 IU-6

11.096 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(10)3.0m,0 IU-5

11.108 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(8)3.0m,0 IU-4

11.121 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(6)3.0m,0 IU-3

11.133 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(4)3.0m,0 IU-2

11.145 kW
Ф15.9,Ф9.53 MI-112T1/DHN1-B
(2)3.0m,0 IU-1

Figura 17 – Sistema VRF nos pavimentos tipo (ala1=ala2).

Air Flow Power Supply ATC


Description Model
m3/h V/Hz/ØF kW

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,119

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,107

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,095

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,083

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,070

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,058

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.081,0 220-240/60/2 12,058

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 11,058

Outdoor Unit MV5-X32W/V2GN1 N/A 380-415/60/3 89,500

Tabela 10 – Lista de equipamentos pavimento tipo ala1=ala2


39

6.1.2 Resultado da seleção para os halls sociais

Air Flow Power Supply ATC


Description Model
m3/h V/Hz/ØF kW

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,974

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,974

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,966

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,966

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,957

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,957

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,949

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,949

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,949

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,931

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,931

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,931

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,931

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,922

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,922

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,931

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,922

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,922

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,922

Indoor Unit MI-80T2/DHN1-BA5 1.290,0 220-240/60/1 7,922

Outdoor Unit MV5-X60W/V2GN1 N/A 380-415/60/3 160,000

Tabela 11 – Lista de equipamentos dos halls dos pavimentos tipo

6.1.3 Resultado da seleção para o pavimento térreo

Para as demais áreas, localizadas no pavimento térreo, foram consideradas das


áreas e carga térmicas indicadas na tabela 6, destacando-se apenas os atendimentos
das áreas de Lojas e Restaurantes, que possuirão sistemas independentes, obtendo-
se como resultado de seleção, o sistema indicado abaixo:
40

Air Flow Power Supply ATC


Description Model
m3/h V/Hz/ØF kW
Indoor Unit MI-28T2/DHN1-DA5 521,0 220-240/60/1 2,736

Indoor Unit MI-22T2/DHN1-DA5 521,0 220-240/60/1 2,147

Indoor Unit MDV-D400T1/N1 7.180,0 220-240/60/1 10,902

Indoor Unit MI-112T1/DHN1-B 2.080,0 220-240/60/1 4,374

Indoor Unit MI-45T2/DHN1-DA5 748,0 220-240/60/1 38,990

Indoor Unit MDV-D400T1/N1 7.180,0 220-240/60/1 4,362

Indoor Unit MI-45T2/DHN1-DA5 748,0 220-240/60/1 2,711

Indoor Unit MI-28T2/DHN1-DA5 521,0 220-240/60/1 2,127

Indoor Unit MI-22T2/DHN1-DA5 521,0 220-240/60/1 4,344

Indoor Unit MI-45T2/DHN1-DA5 748,0 220-240/60/1 1,446

Indoor Unit MI-15T2/DHN1-DA5 509,0 220-240/60/1 10,795

Indoor Unit MI-112T2/DHN1-BA5 1.780,0 220-240/60/1 10,795

Outdoor Unit MV5-X46W/V2GN1 N/A 380-415/60/3 127,400

Tabela 12 – Lista de equipamentos pavimento térreo

6.2 Dimensionamento do sistema de expansão indireta c/ água gelada

Esta opção de sistema se apresenta como a mais importante, dada sua ampla
adesão em edificações comerciais de diversas modalidades de utilização, mostrando-
se, na maioria dos projetos, como sendo a melhor alternativa em custo benefício em
relação do custo de implantação x custo de operação. Porém, vale destacar que este
tipo sistema exige um estudo detalhado em relação às alternativas de equipamentos
disponíveis no mercado, assim como os parâmetros a serem adotados para o projeto,
que devem ser avaliados caso a caso para que se tenha uma operação equilibrada e
eficiente.
O equipamento principal de um sistema de geração de frio central de expansão
indireta é a unidade resfriadora de líquido, denominado Chiller, que poderá operar com
condensador resfriado a água, através de torres de resfriamento ou com condensador
resfriado a ar, através de ventiladores axiais. Este tipo de equipamento, possui
inúmeras configurações possíveis, inclusive de caráter construtivo, dependendo do tipo
de compressor utilizado, fluido refrigerante interno, tipo de matriz energética utilizada
etc.
Neste nosso estudo, vamos nos limitar à análise de um modelo específico de
Chiller com compressor parafuso e condensação a ar, largamente utilizado no mercado,
41

em função de algumas características técnicas que apontam como a melhor opção para
o empreendimento em análise neste trabalho, que são:
• Menor peso nominal em operação, tratando-se de um prédio existente, este é
um item importante;
• Menor consumo de água, por não utilizar torres de resfriamento e ciclos de água
de condensação;
• Possuem manutenção menos complexa que os demais;
• Não utilizam matrizes energéticas alternativas como gás natural;
• Menor custo de implantação;
• Melhor eficiência em relação aos demais Chillers com compressor parafuso no
mercado;

6.2.1 Definição da capacidade total da CAG (Central de Água Gelada)

A capacidade nominal de geração de frio da CAG é definida a partir da carga


térmica global do empreendimento, devidamente descrita e calculada a com o auxílio
do software HAP, conforme demonstrado no item 4.9.
Avaliando as curvas do perfil de carga térmica, verifica-se o valor máximo de
3879 kW referente ao mês de janeiro as 16:00h, portanto, este será o valor de
referência para seleção dos Chillers. O modelo de referência adotado para este estudo
será o AQUAFORCE® 30XA CARRIER, e todos os dados de seleção adotados estão
contidos no manual técnico do fabricante disponível no site do mesmo
[www.carrierdobrasil.com.br/modelo/descricao/meu-negocio/18/aquaforce-30xa].
Tomando-se como referência a carga térmica de 3879 kW como carga total
global do empreendimento é fácil observar que esta carga, por ser calculada
individualmente para os espaços, não ocorrerá simultaneamente. Portanto, assim como
dimensionamos a potência elétrica em determinado projeto para definirmos os
transformadores, geradores, proteções, cabos etc., devemos definir a demanda de
produção de frio da CAG, de acordo com a demanda máxima simultânea.
Este valor não é estabelecido em literaturas ou tabelado por normas específicas
e geralmente é definido a partir de dados estatísticos de empreendimentos similares
pelo próprio gestor do projeto ou pelo cliente final, de acordo com a aplicação a qual
será destinada a edificação. Neste caso, o fator de demanda adotado, aqui definido por
fator de simultaneidade, será de 80%.
42

Sendo assim, partiremos para o dimensionamento dos equipamentos da CAG


com para uma capacidade total de geração de frio de aproximadamente 3297 kW.
Outro fator importante para definição dos equipamentos e do sistema de maneira
geral é o diferencial de temperatura de água gelada a ser adotado para a CAG, e
mantendo o padrão de fábrica do modelo dos Chillers, adotaremos o diferencial de
temperatura de 8°C. Este diferencial indica a temperatura em que a água é enviada
para os pontos de atendimento e em qual temperatura a água retornará para a central
para ser resfriada.
Este parâmetro implica na vazão de água circulante nas tubulações, que é dada
pela função:

3024. ‫ܶܥ‬
ܸ஺ீ =
1000. (ܶோ஺ீ − ܶ஺஺ீ )
Onde:

ܸ஺ீ : Vazão de água gelada (em m³/h);

‫ܶܥ‬: Carga térmica (em TR);

ܶோ஺ீ /ܶ஺஺ீ : Temperatura de retorno/alimentação de água gelada (em °C).

O resultado obtido a partir dos dados acima é um total de 354,9 m³/h.

6.2.2 Definição dos chillers

Conhecendo a capacidade total de resfriamento necessária, o diferencial de


temperatura de água gelada e, consequentemente a vazão de água gelada circulante,
estão definidos os parâmetros operacionais dos chillers, que são selecionados pelo
fabricante a partir destas informações.
A partir daí, iremos definir que serão utilizados 3 chillers que deverão ter
capacidade de resfriamento de aproximadamente 1100 kW cada, operando diferencial
de temperatura de 8°C e vazão de água gelada de 354,9 m³/h.
43

De acordo com as informações acima, foi selecionado o Chiller AQUAFORCE®


30XA325, com as características técnicas indicadas abaixo, fornecidas pelo fabricante
CARRIER:

Unit Information
Model Number: ............................. 30XA325
Condenser Type: ....................... Air Cooled
Compressor Type: ............................ Screw
Nameplate Voltage: ...................... 380-3-60 V-Ph-Hz
Quantity: .................................................. 3
Manufacturing Source: ..... Canoas, RS BRA
Refrigerant: ..................................... R134A
Minimum Capacity: .............................. 15,0 %

Performance Information
Cooling Capacity: ............................. 1088,4 kW
Total Compressor Power: ...................328,2 kW
Total Fan Motor Power:........................ 23,9 kW
Total Unit Power (without pump): ........352,1 kW
Efficiency (without pump): .................... 3,09 COP

Evaporator Information
Fluid Type: ............................. Fresh Water
Fouling Factor: ................................. 0,0176 (sqm-K)/kW
Number of Passes: ................................... 2
Leaving Temperature: ............................ 7,0 °C
Entering Temperature: ......................... 15,0 °C
Fluid Flow: ..........................................32,45 L/s

Electrical Information
Unit Voltage: ................................. 380-3-60 V-Ph-Hz
Connection Type:....................... Dual Point

Figura 18 – Unidade Resfriadora de Líquido CARRIER AQUAFORCE® 30XA325 – Site Carrier


44

6.2.3 Seleção das bombas de água gelada

A vazão de água requerida pelo sistema, será fornecida por 3 bombas de água
gelada com vazão nominal de 118,3 m³/h e altura manométrica de 65 mCA, definida a
partir do cálculo hidráulico estimado das perdas ao longo de toda a tubulação.
Estas bombas serão acionadas e controladas a partir de inversores de
frequência que irão modular a rotação das mesmas, de acordo com a demanda
calculada por diversos sensores (pressostatos diferenciais, sensores de vazão,
fluxostatos, sensores de temperatura etc.). Este controle tem como objetivo manter as
grandezas Torque, Rotação, Potência e Vazão em equilíbrio, reduzindo o consumo de
energia dos motores que impulsionam bombas, ventiladores etc.
Abaixo as curvas que relacionam tais grandezas:

Gráfico 5 – Característica de Potência × Frequência do Motor acionado por conversor - Danfoss

Figura 19 – Ilustração do detalhe construtivo de um inversor de frequência - Danfoss.


45

Gráfico 6 – Torque Quadrático Variável – relações matemáticas - Danfoss

O controle pleno das curvas de potência das bombas com o uso de inversores
de frequência é muito importante para manutenção da eficiência energética global do
sistema, destacando-se que o sistema que estamos estudando possui bombas movidas
por motores de 50 HP cada. As relações entre potência, rotação e vazão são as
indicadas abaixo:

ܳଵ ݊ଵ
൬ ൰=൬ ൰
ܳଶ ݊ଶ
‫ܪ‬ଵ ݊ଵ ଶ
൬ ൰=൬ ൰
‫ܪ‬ଶ ݊ଶ
ܲଵ ݊ଵ ଷ
൬ ൰=൬ ൰
ܲଶ ݊ଶ
Onde:

ܳ Vazão de água gelada;

‫ܪ‬ Pressão (altura manométrica);

ܲ Potência;

݊ Rotação do motor;
46

Para ilustrar as razões matemáticas indicadas acima, segue abaixo, um exemplo


de aplicação onde avaliaremos os impactos de uma redução de 20% na rotação de
uma bomba:

ܲଵ ܲଵ ܲଵ
ܲଶ = = = = 0,51 ∗ ܲଵ
௡భ ଷ ଵ଴଴ ଷ 1,953
ቀ ቁ ቀ ቁ
௡మ ଼଴

No exemplo acima, observamos uma redução de 50% na potência aplicando-se


uma redução de 20% na velocidade do motor. Seguem abaixo as características
técnicas das bombas aplicáveis ao sistema em estudo, fornecidas pelo fabricante KSB,
selecionadas de acordo com os parâmetros fornecidos, pré-definidos nos cálculos
indicados neste estudo.
47

Gráfico
Gráfico 7 – Curvas de operação da bomba de água gelada – Catálogo KSB

Figura 20 – Dados construtivos das bombas – Catálogo KSB.


48

6.2.4 Fancoils

Estes equipamentos irão promover efetivamente a climatização nos ambientes


atendidos pelo sistema central. Os fancoils instalados nos locais climatizados,
obedecerão a mesma filosofia adotada para os sistemas VRF e serão mantidas as
capacidades das unidades evaporadores pré-definidas no item 5.1.
Para dimensionamento e seleção dos climatizadores ambientes, utilizamos
como referência os catálogos dos equipamentos 42B-fancoletes hidrônicos e 39V-
fancoils air handling ambos do fabricante CARRIER, conforme planilhas de dados
abaixo.

Power Supply ATC ATC ATC Qag Qag


Description Model
V/Hz/ØF kW TR btu/h m³/h l/s
Indoor Unit 42BCA012A510KEC 220-240/60/1 2,7 0,8 9.381 0,295 0,082

Indoor Unit 42BCA009A510KEC 220-240/60/1 2,1 0,6 7.361 0,232 0,064

Indoor Unit 42BCA036A510KEC 220-240/60/1 10,9 3,1 37.378 1,177 0,327

Indoor Unit 42BCA018A510KEC 220-240/60/1 4,4 1,2 14.997 0,472 0,131

Indoor Unit 39V12ATVHS 380-240/60/3 39,0 11,1 133.680 4,211 1,170

Indoor Unit 42BCA018A510KEC 220-240/60/1 4,4 1,2 14.955 0,471 0,131

Indoor Unit 42BCA012A510KEC 220-240/60/1 2,7 0,8 9.295 0,293 0,081

Indoor Unit 42BCA009A510KEC 220-240/60/1 2,1 0,6 7.293 0,230 0,064

Indoor Unit 42BCA018A510KEC 220-240/60/1 4,3 1,2 14.894 0,469 0,130

Indoor Unit 42BCA012A510KEC 220-240/60/1 1,4 0,4 4.958 0,156 0,043

Indoor Unit 42BCA036A510KEC 220-240/60/1 10,8 3,1 37.011 1,166 0,324

Indoor Unit 42BCA036A510KEC 220-240/60/1 10,8 3,1 37.011 1,166 0,324

Tabela 13 – Lista de equipamentos pavimento térreo (fancoils)

Power Supply ATC ATC ATC Qag Qag


Description Model
V/Hz/ØF kW TR btu/h m³/h l/s

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,119 3,2 38.122 1,201 0,334

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,107 3,2 38.081 1,200 0,333

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,095 3,2 38.040 1,198 0,333

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,083 3,2 37.999 1,197 0,332

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,070 3,2 37.954 1,196 0,332

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,058 3,2 37.913 1,194 0,332

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/2 12,058 3,4 41.342 1,302 0,362

Indoor Unit 42BCA044A510KEC 220-240/60/1 11,058 3,2 37.913 1,194 0,332

Tabela 14 – Lista de equipamentos pavimento tipo (fancoils)


49

Power Supply ATC ATC ATC Qag Qag


Description Model
V/Hz/ØF kW TR btu/h m³/h l/s

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,974 2,3 27.339 0,861 0,239

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,974 2,3 27.339 0,861 0,239

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,966 2,3 27.312 0,860 0,239

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,966 2,3 27.312 0,860 0,239

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,957 2,3 27.281 0,859 0,239

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,957 2,3 27.281 0,859 0,239

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,949 2,3 27.254 0,858 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,949 2,3 27.254 0,858 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,949 2,3 27.254 0,858 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,931 2,3 27.192 0,857 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,931 2,3 27.192 0,857 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,931 2,3 27.192 0,857 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,931 2,3 27.192 0,857 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,922 2,3 27.161 0,856 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,922 2,3 27.161 0,856 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,931 2,3 27.192 0,857 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,922 2,3 27.161 0,856 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,922 2,3 27.161 0,856 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,922 2,3 27.161 0,856 0,238

Indoor Unit 42BCA030A510KEC 220-240/60/2 7,922 2,3 27.161 0,856 0,238

Tabela 15 – Lista de equipamentos halls dos elevadores pavimento tipo (fancoils)

Figura 21 – Fancolete hidrônico de embutir (built-in) – Catálogo CARRIER.


50

Figura 22 – Fancoil de gabinete (air handling) – Catálogo CARRIER.

Figura 23 – Esquemático dos módulos Trocador e Ventilador (air handling) – Catálogo CARRIER.

6.2.5 Demais periféricos do sistema

Além dos equipamentos descritos acima, um sistema expansão indireta, possui


inúmeros periféricos complementares que auxiliam no equílibrio dos parâmetros: como
válvulas com atuadores eletromecânicos, sensores de temperatura, sensores de vazão,
sensores de pressão, chaves de fluxo. Deve possuir também um sistema de automação
51

central que comandará todas as funções a serem desempenhadas por cada periférico,
assim como supervisionar e controlar as variáveis envolvidas no processo.
Para análise da performance e eficiência energética do sistema de expansão
indireta, assim como para o sistema VRF descrito no item 6.1, consideraremos que o
sistema de automação operará sempre de forma equilibrada e precisa, nos permitindo
parametrizar os perfis de consumo de forma global e obter um padrão comparativo
conciso.

6.2.6 O consumo de energia nos sistemas de ar condicionado

Em empreendimentos de grande porte, os sistemas de condicionamento de ar


são responsáveis por cerca de 40% do consumo global de energia. Em regiões de
elevada temperatura, associado a edificações com grandes fachadas envidraçadas e
alta carga térmica, o ar condicionado pode representar valores superiores a 50% do
consumo total do edifício.
Dadas as inúmeras tecnologias para condicionamento de ar, com diferentes
graus de eficiência energética/térmica, diferentes patamares de investimento inicial e
possibilidades de integração a sistemas de controle e gerenciamento inteligente da
edificação, iremos avaliar neste estudo, conforme já informado anteriormente, a
comparação entre o sistema de expansão direta do tipo VRF e um sistema de expansão
indireta com água gelada, ambos com condensação a ar, considerando-se o
empreendimento EBMII, já detalhado no item 5.

6.2.7 COP (Coeficiente de Performance)

A designação, ou termo COP (Coeficiente de Performance) quantifica a


eficiência energética do equipamento de ar condicionado, quando este está operando
no regime de aquecimento e resfriamento. Estes índices, quantificam a relação entre a
energia térmica gerada, aquecimento ou arrefecimento, e a quantidade de energia
eléctrica absorvida ou consumida para a produzir. Assim sendo, se um aparelho de ar
condicionado, disponibilizar uma potência térmica em resfriamento de 4,0kW, tendo por
base um consumo de energia eléctrica de 2,0kW, então o seu COP é de 2,0. Quanto
maiores forem os valores de COP, o mais eficiente do ponto de vista energético será o
equipamento.
52

6.3 Avaliação do consumo de energia do sistema VRF

Considerando-se as condições operacionais definidas no cálculo de carga


térmica indicados no item 4.9 e os dados de seleção dos sistemas VRF indicados no
item 5.1, podemos estimar o consumo global do sistema VRF durante o ano e verificar
o perfil de eficiência energética do mesmo.
Para a avaliação do perfil de consumo, deve-se considerar as características de
performance dos equipamentos, constantes no catálogo técnico do mesmo,
estabelecendo como base os dados de COP dos equipamentos de acordo com a norma
AHRI 550-2015, para as cargas parciais de resfriamento. Como este sistema foi divido
em 3 subgrupos (térreo, tipo e halls dos andares) iremos adotar como referência o COP
médio entre eles que é 3,93 considerando-se somente os dias de pico de carga de
cada mês.

CONSUMO GLOBAL SISTEMA VRF (kW) COP 3,93


07:00 613,5 580,3 522,2 460,6 367,2 300,1 283,0 334,6 454,9 490,3 544,7 591,5
08:00 685,9 672,6 625,1 537,5 474,1 408,8 390,3 447,1 530,8 576,6 618,5 669,4
09:00 800,3 790,3 747,0 679,2 593,6 530,9 484,8 541,0 650,5 711,9 731,5 771,0
10:00 846,3 844,7 797,0 717,7 651,4 581,5 556,1 607,9 698,6 732,6 785,1 821,9
11:00 877,6 865,4 806,9 762,8 706,7 621,2 603,4 645,4 726,0 766,0 804,9 847,8
12:00 865,4 858,5 817,1 757,1 691,5 623,9 609,9 643,4 729,6 767,8 802,3 847,4
13:00 899,9 898,1 840,8 799,0 731,3 666,2 653,2 691,3 761,0 818,8 851,8 897,7
14:00 956,9 943,6 882,0 828,2 760,7 694,8 664,9 708,0 803,7 874,7 909,2 957,0
15:00 977,3 973,0 905,2 833,8 766,9 701,3 684,4 725,6 826,4 874,6 939,1 975,5
16:00 987,0 970,0 906,2 838,6 767,3 698,1 664,2 730,8 821,9 872,9 929,4 984,4
17:00 954,1 954,2 871,1 791,4 733,9 666,8 628,4 694,6 788,9 836,0 894,2 958,1
18:00 877,4 873,5 819,1 745,1 686,8 621,0 595,6 653,3 736,8 771,4 825,6 872,0
19:00 823,3 816,3 762,3 681,1 616,3 551,8 525,6 587,8 658,9 715,3 758,4 813,0
20:00 753,8 748,0 695,1 629,0 553,1 491,2 468,3 519,0 621,1 649,7 703,5 744,0
21:00 698,9 693,7 623,2 560,7 516,6 455,4 425,6 455,0 544,8 606,5 628,1 689,7
22:00 624,7 619,6 553,6 504,2 440,5 387,9 349,0 404,0 467,9 530,7 566,4 614,7
TOTAL
13.242,3 13.102,0 12.173,9 11.125,9 10.057,9 9.000,8 8.586,8 9.389,0 10.821,6 11.595,6 12.292,6 13.055,1
(kWh)

Tabela 16 – Dados de consumo sistema VRF

Com os dados obtidos acima, temos um total de 134.443 kWh consumidos.


53

6.4 Avaliação do consumo de energia do sistema a água gelada

Assim como para o sistema VRF, avaliado anteriormente iremos considerar as


condições operacionais definidas no cálculo de carga térmica indicados no item 4.9 e
os dados de seleção dos equipamentos indicados no item 5.2. Porém, os dados de
performance, serão equalizados conforme informações descritas nas folhas de seleção
emitidas pelo fabricante, onde são informadas todas as características técnicas dos
Chillers que são fabricados de acordo com as necessidades do projeto, diferentemente
dos equipamentos VRF, que são de fabricados em larga escala para o mercado e
possuem características padronizadas.
Segue abaixo a tabela de características técnicas das unidades resfriadoras de
líquido.

Tabela 17 – Dados técnicos dos Chillers – Folha de dados fornecida pela CARRIER

CONSUMO GLOBAL SISTEMA ÁGUA GELADA SIMULTÂNEIDADE MÁXIMA 80%


07:00 644,7 609,8 372,3 328,4 261,8 213,9 201,8 238,6 324,3 349,6 572,4 621,6
08:00 720,7 706,8 656,8 564,8 338,0 291,5 278,3 318,7 557,8 605,9 649,9 703,4
09:00 819,5 809,4 784,9 713,7 623,8 557,9 345,6 568,5 683,5 748,1 768,6 810,2
10:00 866,7 865,1 816,2 754,2 684,5 611,0 584,4 638,8 734,1 769,9 824,9 841,7
11:00 898,8 886,3 826,4 801,6 742,6 652,8 634,0 678,2 762,9 804,9 824,3 868,2
12:00 886,3 879,2 836,8 795,6 726,7 655,6 640,9 676,1 766,7 806,8 821,6 867,8
13:00 921,6 919,7 861,0 818,2 768,5 700,1 686,4 726,4 799,6 838,5 872,3 919,4
14:00 980,0 966,4 903,3 848,1 799,3 730,1 698,7 744,0 823,1 895,8 931,2 980,1
15:00 1.000,9 996,4 927,0 853,9 805,9 736,9 719,2 762,5 846,3 895,6 961,7 999,0
16:00 1.010,8 993,4 928,0 858,8 806,2 733,6 697,9 768,0 841,7 893,9 951,8 1.008,1
17:00 977,1 977,2 892,1 810,5 771,2 700,7 660,3 729,8 807,9 856,1 915,8 981,2
18:00 898,5 894,6 838,9 782,9 721,7 652,5 625,9 686,5 774,3 810,6 845,5 893,1
19:00 843,1 836,0 801,1 715,7 647,6 579,8 552,4 617,7 692,4 751,7 796,9 832,6
20:00 792,1 786,0 730,5 660,9 581,2 350,2 333,9 370,0 652,6 682,7 739,2 781,8
21:00 734,4 729,0 654,9 589,2 368,3 324,7 303,4 324,4 572,4 637,3 660,1 724,8
22:00 656,4 651,1 581,7 359,4 314,0 276,5 248,8 288,0 333,6 557,7 595,2 645,9
TOTAL
(kWh)
13.651,7 13.506,3 12.411,9 11.255,9 9.961,2 8.767,7 8.211,8 9.136,2 10.973,1 11.904,9 12.731,3 13.478,7

Tabela 18 – Dados de consumo sistema expansão indireta VRF

Com os dados obtidos acima, temos um total de 136.146 kWh consumidos.


54

6.5 Comparação do consumo de energia entre os sistemas de ar condicionado

Como pode ser observado, para o empreendimento EBMII, a alternativa para


climatização da edificação que apresentou menor consumo de energia elétrica foi o
sistema com expansão direta do tipo VRF, indo contra a filosofia mais difundida no
mercado, que é a alternativa com expansão indireta com condensação a ar, opção
adotada na grande maioria das edificações comerciais deste porte.
Outra solução amplamente utilizada para climatização de edificações deste tipo,
geralmente utilizada em função do baixo custo de investimento na implantação é a
utilização de equipamentos do tipo split. Para efeito de estudo, traçamos um perfil de
consumo do EBMII com a utilização de splits de média capacidade de refrigeração
(36.000 btu/h) do tipo Ceiling.

CONSUMO GLOBAL SISTEMA SPLIT (kW) COP 2,82


07:00 855,0 808,7 727,7 641,9 511,7 418,2 394,4 466,3 633,9 683,3 759,1 824,4
08:00 955,9 937,4 871,1 749,0 660,7 569,8 543,9 623,1 739,8 803,5 862,0 932,9
09:00 1.115,2 1.101,4 1.041,0 946,6 827,3 739,9 675,6 754,0 906,5 992,1 1.019,4 1.074,5
10:00 1.179,5 1.177,2 1.110,7 1.000,2 907,8 810,3 775,0 847,2 973,5 1.021,0 1.094,1 1.145,4
11:00 1.223,1 1.206,1 1.124,6 1.063,1 984,9 865,7 840,9 899,5 1.011,8 1.067,4 1.121,7 1.181,5
12:00 1.206,1 1.196,4 1.138,8 1.055,1 963,7 869,5 850,0 896,7 1.016,8 1.070,0 1.118,0 1.181,0
13:00 1.254,1 1.251,6 1.171,7 1.113,4 1.019,2 928,5 910,4 963,4 1.060,5 1.141,1 1.187,0 1.251,1
14:00 1.333,6 1.315,0 1.229,2 1.154,1 1.060,1 968,2 926,6 986,7 1.120,1 1.219,0 1.267,1 1.333,7
15:00 1.362,0 1.356,0 1.261,5 1.162,0 1.068,8 977,3 953,8 1.011,2 1.151,7 1.218,8 1.308,7 1.359,4
16:00 1.375,5 1.351,8 1.262,9 1.168,7 1.069,3 972,9 925,6 1.018,5 1.145,4 1.216,5 1.295,2 1.371,9
17:00 1.329,7 1.329,8 1.214,0 1.102,9 1.022,8 929,3 875,7 967,9 1.099,4 1.165,0 1.246,2 1.335,2
18:00 1.222,7 1.217,4 1.141,5 1.038,3 957,2 865,4 830,1 910,5 1.026,9 1.075,0 1.150,6 1.215,3
19:00 1.147,3 1.137,7 1.062,4 949,2 858,8 768,9 732,6 819,2 918,2 996,9 1.056,9 1.133,0
20:00 1.050,5 1.042,4 968,8 876,5 770,8 684,6 652,6 723,3 865,5 905,4 980,4 1.036,9
21:00 973,9 966,8 868,5 781,5 719,9 634,6 593,1 634,1 759,2 845,2 875,4 961,2
22:00 870,5 863,5 771,5 702,6 613,8 540,5 486,4 563,0 652,1 739,6 789,4 856,6
TOTAL
18.454,7 18.259,1 16.965,8 15.505,2 14.016,8 12.543,7 11.966,8 13.084,6 15.081,2 16.159,9 17.131,1 18.193,8
(kWh)

Tabela 19 – Dados de consumo sistema expansão indireta split

Com os dados obtidos acima, temos um total de 187.362 kWh consumidos.


Neste cenário, para cada pavimento tipo, no caso de utilização de splits, o
aumento na carga instalada seria de 18,23 kW totalizando 364,6 kW, que segundo o
RECON BT Light (Tabela 3B), representaria um aumento de 197,5 kVA na demanda
global do prédio, no caso de fornecimento em baixa tensão. Portanto, nota-se que um
projeto de climatização elaborado sem critérios, pode resultar em custos adicionais de
operação futuros com energia e manutenção (destacando-se que um sistema de
expansão direta possui vida útil de 15 a 20 anos desde que bem mantido), assim como
55

em custos de implantação de infraestrutura elétrica em função do aumento de carga


expressivo em alguns casos. Portanto, é justificável a utilização destes equipamentos
apenas em sistemas de pequeno e médio porte com estabelecimentos de ensino,
repartições públicas e pequenos estabelecimentos comerciais.
Segue abaixo, gráfico comparativo entre as 3 alternativas.

Consumo dos Sistemas


2,0
X 10000

1,8 1,8 1,8 1,8


1,7 1,7
1,6 1,6
1,6 1,5
1,4 1,4 1,4 1,4 1,3
1,3 1,3 1,3 1,3 1,3
1,2 1,3
1,2 1,3 1,2
1,2 1,2
1,2
1,1 1,1
1,0 1,0
0,9 0,9
0,9
0,9 0,9
0,8
0,8
0,6
0,4
0,2
-

VRF ÁGUA GELADA SPLIT

Gráfico 8 – Consumo médio mensal dos sistemas de ar condicionado

6.6 Outros equipamentos de expansão indireta

Vale a pena lembrar, que existem equipamentos de expansão indireta com


rendimento muito acima do apresentado neste estudo, tais como chillers com
compressores centrífugos com condensação a água, chillers de absorção (queima
direta alimentados a gás natural), chillers com compressor parafuso tri-rotor, chillers
com mancal magnético, sistemas com termoacumulação etc., porém, estes sistemas
apresentam custos de implantação muito acima dos sistemas avaliados neste estudo,
portanto, não se apresentam como viáveis economicamente dada a estratégia
comercial para o empreendimento.
Outro fator importante na escolha do melhor sistema de climatização para um
empreendimento é se o mesmo terá alguma certificação de eficiência energética ou
ambiental, pois estas poderão impactar diretamente na escolha dos equipamentos,
podendo existir algumas restrições quanto ao COP dos mesmos, taxas de emissões de
56

gases, concentração máxima de gases nocivos, selos de eficiência energética


específicos, possibilidade de reaproveitamento de insumos (como água e calor
dissipado), limites territoriais para transporte (importação com limite de distância entre
a fábrica e o ponto de instalação) e etc.
Abaixo um Chiller tri-rotor, com um IPLV de até 0,33 kW/TR, este equipamento
é um dos mais eficientes do mundo.

Figura 24 – Chiller com compressor tri-rotor com condensação a água – Site CARRIER.

Figura 25 – Chiller com compressor centrífugo com condensação a água – Site CARRIER.

Abaixo um Chiller com compressor centrífugo com mancal magnético, com um


IPLV de até 0,31 kW/TR, este equipamento é o que há de mais moderno em tecnologia
de resfriadores de líquido operando num campo magnético em vez de mancais
lubrificados, todo o sistema de óleo é retirado reduzindo as perdas.

Figura 26 – Chiller com compressor centrífugo com mancal magnético condensação a água – Site
DAIKIN McQUAY.
57

Figura 27 – Chiller de absorção com queima direta (gás natural) – Site COMGÁS

Figura 28 – Chiller de absorção a vapor, proveniente dos gases emitidos pelo processo de co-geração –
Site COMGÁS

Figura 29 – Chiller de absorção a água quente, aquecida a partir dos gases emitidos pelo processo de
co-geração – Site COMGÁS
58

Figura 30 – Ilustração de uma CAG equipada com Chillers de condensação a água – Google imagens.

6.7 Alternativas para redução do consumo de energia

O estudo de alternativas para a redução do consumo de energia é de


fundamental importância, principalmente de sistemas de grande potência como os de
climatização. A seguir serão apresentadas algumas alternativas básicas, tendo como
foco a redução das cargas térmicas instantâneas, sem considerar modificações na
filosofia adotada para o projeto de referência, apresentado no item 6.1.

6.7.1 Controle das taxas de CO2 nos ambientes

Conforme pode ser observado no item 5.8.5, gráfico 1, a taxa de ocupação do


prédio varia ao longo dia e, consequentemente, a taxa de ar exterior exigido por norma
pode ser modulada de acordo com a necessidade, a partir do controle das taxas de
CO2 nos ambientes. Efetuando-se simulação no software HAP, é possível verificar a
capacidade térmica efetiva, controlando-se a vazão de ar externo para os ambientes, e
considerando os dados de consumo equivalentes de COP já apresentados
anteriormente, temos os resultados indicados a seguir.
59

CONSUMO GLOBAL SISTEMA VRF (kW) COP 3,93


07:00 504,2 468,9 429,2 383,4 317,9 281,6 275,8 311,1 387,6 410,3 444,3 474,3
08:00 621,2 610,3 570,1 495,4 440,6 390,6 378,2 425,0 493,6 531,0 564,8 605,9
09:00 784,0 774,5 732,5 667,2 584,1 524,5 480,8 534,9 640,2 699,2 717,8 755,5
10:00 846,4 844,7 797,0 717,7 651,4 581,5 556,1 607,9 698,6 732,6 785,1 821,9
11:00 860,0 848,4 791,9 749,1 694,6 612,7 595,7 636,4 714,1 752,3 789,7 831,1
12:00 786,5 781,0 746,1 694,1 637,1 581,8 571,3 600,1 672,6 703,6 732,4 770,6
13:00 860,2 858,4 805,1 766,1 703,1 644,0 632,3 667,9 732,0 785,2 815,5 858,1
14:00 956,9 943,6 882,0 828,2 760,7 694,8 664,9 708,0 803,7 874,7 909,2 957,0
15:00 977,3 973,0 905,2 833,8 766,9 701,3 684,4 725,6 826,4 874,6 939,1 975,5
16:00 987,0 970,0 906,2 838,6 767,3 698,1 664,2 730,8 821,9 872,9 929,4 984,4
17:00 954,1 954,2 871,1 791,4 733,9 666,8 628,4 694,6 788,9 836,0 894,2 958,1
18:00 863,1 859,2 806,2 733,8 676,9 613,4 589,1 645,3 726,4 759,9 812,5 857,7
19:00 789,7 783,0 732,5 656,2 595,2 536,4 513,0 570,7 636,8 689,1 729,0 779,6
20:00 711,6 706,0 657,9 597,5 528,0 474,2 455,0 500,3 592,1 617,5 665,7 702,1
21:00 643,6 638,9 577,8 523,2 484,1 433,9 410,7 435,2 511,6 564,0 582,1 635,0
22:00 563,0 558,4 503,8 461,7 407,7 369,3 340,4 384,0 435,0 485,2 514,6 553,7
TOTAL
12.708,9 12.572,5 11.714,6 10.737,4 9.749,5 8.805,0 8.440,3 9.177,8 10.481,3 11.188,1 11.825,5 12.520,4
(kWh)

Tabela 20 – Dados de consumo sistema expansão indireta VRF com controle de CO2

Com os dados obtidos acima, temos um total de 129.921 kWh consumidos.


Segue abaixo comparativo entre as opções com controle de CO2 e sem a adoção deste
recurso.

Consumo Sistemas VRF


20.000,0
18.000,0
16.000,0
14.000,0
12.000,0
10.000,0
8.000,0
6.000,0
4.000,0
2.000,0
-

CO2 controlado CO2 sem controle

Podemos observar neste item que a redução no consumo é bastante


significativa, destacando-se que este recurso pode ser utilizado em qualquer sistema
de climatização.
60

6.7.2 Utilização de iluminação mais eficiente

A adoção de iluminação de maior eficiência, com lâmpadas LED por exemplo,


representa uma redução considerável na demanda de carga térmica dos ambientes.
Tomando-se como base os pavimentos tipo, onde há maior concentração de
pessoas executando funções de escritório, podemos reduzir a taxa de iluminação
(W/m²) traçando um comparativo em relação a lâmpadas fluorescentes e LED.
Segundo a ABNT-NBR-16401, a taxa aplicável para escritórios (área de 737m²
em cada andar) com utilização de lâmpadas fluorescentes, adotando-se uma
iluminância de 500 lux, é de 16 W/m² e seguindo esta linha temos as seguintes relações:

݈‫݊݁݉ݑ‬ ݈‫݊݁݉ݑ‬
݈‫= ݔݑ‬ ∶= 500 = ∶= 368.500 ݈݉
݉² 737

Consultando do catálogo GE de lâmpadas LED T8 tubulares, obtemos os


seguintes dados:

Descrição LED19T8I 840AU** LED10T8I 840AU 2 FT***

Tamanho 4 FT 2 FT

Watts [W] 19 10

Voltagem de entrada [V] 100~240 100~240

Lúmens iniciais [Lm] 1500 750

CCT 4000K 4000K

CRI 80 80

Ângulo de Raio (°) 120 120

Base G13 G13

Lente Difusa Difusa

Tabela 21 – Dados de consumo lâmpadas LED T8 – Site GE


61

Com os dados acima, estabelecemos que utilizando o modelo LED19TR,


chegamos a um rendimento de 79 lm/W.
Então,

368.500
= 4664,5 ܹ
79
e,

4664,5
= 6,3 ܹ/݉²
737

Adotando-se a nova taxa indicada acima para o recálculo da carga térmica com
simulação no software HAP, já incluindo a solução de controle de CO2, e estimativa do
consumo, teremos os seguintes resultados:

CONSUMO GLOBAL SISTEMA VRF (kW) COP 3,93


07:00 476,2 453,1 411,6 360,5 297,2 261,0 248,7 288,8 363,5 386,1 419,3 455,2
08:00 600,6 581,9 528,8 470,3 412,2 353,7 342,9 388,7 460,3 511,7 547,6 588,8
09:00 742,9 753,8 680,3 624,0 544,7 477,7 447,1 508,1 604,7 641,6 698,7 729,5
10:00 808,0 809,0 758,5 676,4 610,6 537,6 511,2 562,0 666,9 703,8 750,8 784,6
11:00 811,6 801,2 755,7 700,1 638,7 567,8 549,5 596,4 675,2 711,7 747,5 792,9
12:00 748,6 741,9 708,7 653,5 601,7 549,2 520,4 567,1 628,5 664,3 700,3 733,5
13:00 823,9 818,9 785,4 719,2 675,9 614,6 582,8 621,1 695,6 750,8 775,9 827,7
14:00 918,7 904,0 853,3 786,8 729,4 651,6 627,7 674,7 774,6 819,5 863,2 920,4
15:00 940,3 934,3 861,9 812,2 751,5 671,7 646,0 693,2 798,9 843,9 898,2 929,5
16:00 940,3 929,7 866,8 807,9 715,8 659,4 627,2 683,3 792,1 852,3 891,7 934,0
17:00 918,5 916,4 832,4 749,9 683,9 617,3 592,7 649,9 740,5 792,7 870,6 918,7
18:00 827,6 822,5 772,0 698,3 632,5 558,7 535,0 595,9 683,4 718,9 772,6 826,6
19:00 756,3 746,2 693,2 617,6 563,7 497,6 476,7 507,6 612,1 660,7 698,3 738,1
20:00 676,0 678,3 631,9 561,0 489,9 437,1 420,0 476,4 544,4 573,4 624,9 662,9
21:00 603,8 585,5 554,0 497,1 453,0 397,6 375,7 402,5 473,8 501,1 545,6 588,4
22:00 524,6 518,3 470,2 417,9 366,7 336,8 306,9 342,0 421,0 444,1 477,4 508,6
TOTAL
12.117,8 11.995,2 11.164,6 10.152,8 9.167,3 8.189,2 7.810,6 8.557,6 9.935,5 10.576,6 11.282,7 11.939,4
(kWh)

Tabela 22 – Dados de consumo sistema expansão indireta VRF com iluminação LED

Com os dados obtidos acima, temos um total de 122.889 kWh consumidos.


Conclui-se com os números indicados acima que além, dos retornos financeiros
(pay-back) já comprovados por diversos estudos em relação a utilização de lâmpadas
LED em substituição das convencionais, este investimento também, contribuirá para a
redução do consumo de energia pelos sistemas de climatização.
62

7 Conclusões

Este trabalho apresentou uma comparação entre alguns sistemas de ar-


condicionado, Expansão Indireta c/ Água Gelada, Expansão Direta VRF e Splits,
adotados geralmente no mercado. Através das simulações com o software HAP-E20, e
utilizando as correlações de desempenho ajustadas por meio dos dados obtidos nos
catálogos dos fabricantes, foi possível modelar os vários sistemas de ar-condicionado
de acordo com as características técnicas de cada um.
Com os resultados obtidos, verificamos que o sistema VRF apresentou uma
melhor eficiência energética em comparação com o Água Gelada, fato ocorrido em
função do avanço tecnológico deste tipo de equipamento, pois, até pouco tempo atrás,
seria quase impossível de conseguirem níveis de eficiência energética aceitáveis
através de sistemas de condicionamento de ar com expansão direta.
Esse maior consumo do sistema água gelada deve-se principalmente a três
fatores: consumo das bombas (não computado nas planilhas de cálculo) e o tipo de
Chiller utilizado na simulação. Porém, conforme já citado, o objetivo foi comparar dois
sistemas com custos de implantação equivalentes e com maior expressão de mercado,
neste caso, o de expansão indireta usando água gelada com chiller com compressor
parafuso e condensação a ar.
Portanto, conclui-se, que para esta edificação, o sistema VRF é o mais
adequado, por ter um consumo elétrico menor que o de água gelada, apesar da pouca
diferença detectada entre os dois sistemas, considerando-se os cenários descritos nos
itens 6.3 e 6.4, que ficou em torno de 2,0%, e por apresentar um custo de implantação
bem menor que o de expansão direta. Isto ocorre em função dos inúmeros sistemas
complementares necessários ao equilíbrio dos periféricos existentes no sistema de
distribuição de água como chillers, bombas, válvulas, sensores etc., enquanto que no
sistema VRF toda tecnologia está embarcada nos equipamentos adquiridos.
Este trabalho não apresenta uma análise de viabilidade econômica dos sistemas
instalados e de retorno de investimento (payback) para ambos. Esta análise é
importante para o cliente final, pois, muitas vezes o custo estimado para implantação
do Empreendimento (CAPEX) vai definir os rumos do projeto e da construção, tendo
em vista a estratégia comercial traçada para o empreendimento. Fica como sugestão
para trabalhos futuros a análise econômica de cada sistema instalado na edificação e
de payback, verificando se, mesmo com um consumo menor de energia elétrica pelo
63

sistema VRF, sua adoção seria compensadora em termos financeiros, incluindo nesta
análise os pontos referentes a manutenção e operação (OPEX) de cada um,
comparando-os ao retorno de investimento previsto pelo empreendedor.

8 Referências bibliográficas

[1] ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas. 2008. NBR 16401:


Instalações Centrais de Ar Condicionado para conforto.

[2] J.R. Simões Moreira. "Fundamentos e Aplicações da Psicrometria". RPG


Editorial, SP, 1999.

[3] ASHRAE, Fundamentals HandBook, SI Edition, Atlanta, USA, 2009.

[4] AHRI, Standard 550/590, Performance Rating Of Water-Chilling And Heat Pump
Water-Heating Packages Using The Vapor Compression Cycle, USA, 2015

[5] Pinheiro, Justino. Apostila de Psicrometria IME. Rio de janeiro, 2015

[6] Teykal, Julio. Apostila De Carga Térmica IME. Rio de Janeiro, 2015.

[7] Alberico, A. Visão Geral do Condicionamento de Ar – Apostila ANSETT


Tecnologia e Engenharia. São Paulo: 2003.

[8] http://www.carrierdobrasil.com.br

[9] http://www.aneel.gov.br/

[10] http://www.if.ufrj.br/~bertu/fis2/segunda_lei/segunda_lei.html

[11] http://www.osetoreletrico.com.br/web/a-empresa/532-consumo-de-energia-
deve-crescer-48-ate-2020.html

[12] http://www.hotsitespetrobras.com.br/petrobrasmagazine/edicoes/edicao55/pt/efi
cienciaenergetica/eficienciaenergetica.html

[13] http://www.abegas.org.br/upload_arquivo/climatizacao_parte3.pdf

[14] http://www.gelighting.com/LightingWeb/br/led/led-t8-tube/overview/

[15] https://www.chemours.com/Refrigerants/pt_BR/news_events/news/ed17_VRF.h
tml
64

[16] http://www.daikin.pt/

[17] Regulamentação para fornecimento de energia elétrica a consumidores em


Baixa Tensão RECON – BT- Light, 2013

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