BIO11 - Evolução
BIO11 - Evolução
BIO11 - Evolução
A evolução celular refere-se à origem e posterior modificações das células, incluindo como ganharam as suas
organelas, no caso das células eucarióticas.
Segundo os dados que existem atualmente, os seres procariontes são muito mais antigos que os seres
eucariontes uma vez que os vestígios mais antigos conhecidos de seres eucariontes são de há 1,5 mil milhões
de anos, enquanto os vestígios de seres procariontes datam de há pelo menos 3,8 mil milhões de anos, o
que levou a alguns cientistas admitirem a hipótese algumas hipóteses para o aparecimento dos eucariontes.
Modelo autogénico
Segundo a hipótese autogénica os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual dos seres
procariontes. A célula procarionte inicial apresentava invaginações da membrana plasmática e algumas
destas invaginações terão sofrido especializações nas suas funções, dando origem a novos sistemas
endomembranares. Uma dessas invaginações terá cercado o material genético, DNA, o que terá dado origem
ao núcleo individualizado. Alguns fragmentos de DNA teriam posteriormente abandonado o núcleo e originado
as mitocôndrias e cloroplastos, ao serem alojados noutros sistemas membranares no interior da célula.
Segundo esta hipótese todo o DNA presente na célula tem uma origem comum.
Esta hipótese é apoiada pelo facto de as membranas intracelulares das células eucarióticas atuais manterem
a mesma assimetria da membrana plasmática: a face voltada para o interior das estruturas intracelulares é
semelhante à face externa da membrana plasmática e a face das estruturas intracelulares voltada para o
citosol é semelhante à face interna da membrana plasmática. Mas a suposta origem comum do material
genético do núcleo e dos organelos não é corroborada pelas observações, o DNA presente nas mitocôndrias
e nos cloroplastos revelam uma estrutura muito mais próxima do DNA das bactérias (procariontes) do que do
DNA nuclear.
Modelo Endossimbiótico
Os pontos mais importantes da hipótese são:
· uma célula procariótica terá captado outras células procarióticas de menores dimensões (células
hóspedes) que permaneceram no interior da célula hospedeira, resistindo à digestão;
· estabeleceram-se relações de simbiose entre a células hospedeira e as células hóspedes;
· a estreita simbiose entre hospedeira e hóspedes tornou-se tão eficaz que se tornaram dependentes,
constituindo organismos singulares;
· as células hóspedes tornaram-se os organelos da célula eucariótica;
· como se processa o controlo da expressão de genes nos diferentes compartimentos celulares, dado
que alguns dos genes necessários ao funcionamento das mitocôndrias e dos cloroplastos estão
presentes no núcleo das células eucarióticas (argumento a favor da hipótese autogénica);
· como e quando, ao longo da evolução, terão migrado partes do material genético dos organitos para
o núcleo das células.
A multicelularidade permite aos organismos lidar com alguns conflitos ao nível estrutural e funcional
conferindo algumas vantagens evolutivas:
• maiores dimensões, mantendo-se equilibrada a relação área/volume das células para possibilitar
trocas eficientes com o meio
• maior diversidade, proporcionando melhor adaptação a diferentes ambientes
• diminuição da taxa metabólica, com uma maior eficácia no uso da energia, através da especialização
celular
• maior independência em relação ao meio ambiente, devido a uma mais eficaz homeostasia (equilíbrio
dinâmico do meio interno) resultante de uma interdependência dos vários sistemas de tecidos e
órgãos.
O fixismo, tal como a palavra indica, considera que as espécies são fixas, permanecendo imutáveis ao longo
do tempo sem se modificarem. As hipóteses fixistas de imutabilidade consideram que as espécies
permanecem iguais desde o momento em que surgiram até aos dias de hoje.
O evolucionismo admite que as espécies podem sofrer transformações ao longo do tempo. Surge como
consequência das propostas para as mudanças geológicas ocorridas na superfície terrestre. O
uniformitarismo defende que:
· as leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
· a maioria das alterações geológicas dá-se de forma lenta e gradual;
Estas ideias gradualistas, foram assim, aplicadas às mudanças sofridas pelos seres vivos. Surgem as
primeiras teorias evolucionista.
Lamarckismo
Lamarck, naturalista francês, botânico no Jardim Botânico de Paris ao serviço do rei, elaborou diversos
estudos taxonómicos que o levaram a concluir que as espécies não só se relacionam entre si, como sofrem
alterações ao longo do tempo.
A sua teoria baseava-se em dois princípios:
· Lei do Uso e do Desuso – a necessidade de um certo órgão em determinado ambiente cria esse
órgão e a função modifica-o, isto é, quando um órgão é muito utilizado desenvolve-se e torna-se
vigoroso e quando não é utilizado degenera e atrofia.
· Lei da Herança de Caracteres Adquiridos – as modificações adquiridas pelo indivíduo, pelo usos e
desuso de um determinado órgão, são transmitidas aos descendentes.
Estas ideias de Lamarck embora muito importantes foram muito contestadas. As principais críticas a Lamarck
foram:
· a teoria de Lamarck admitia que os seres vivos se modificavam com o objetivo último de se tornarem
melhores
· a lei do uso e do desuso, embora válida para alguns órgãos, não explicava todas as modificações
· a lei da herança de caracteres adquiridos, não é observável. A atrofia ou o desenvolvimento de
determinadas estruturas adquiridas durante a vida de um individuo não são transmitidas à
descendência
Os avanços científicos vieram demonstrar que as características do indivíduo – fenótipo – são resultado da
interação do material genético herdado dos progenitores – genótipo – com o meio ambiente. Lamarck
incorporava ainda na sua teoria os princípios que viriam a ser refutados, como por exemplo, episódios de
criação por geração espontânea, ou propósitos finalistas de “melhoria” como força evolutiva.
Darwinismo
Darwin expõe as suas ideias evolucionistas, em 1858, no livro A “Origem das Espécies”, expondo também as
suas observações que recolheu durante a sua viagem a bordo do HMS Beagle à volta do mundo. A sua Teoria
da Seleção Natural baseou-se em dados de vários tipos:
· Dados biogeográficos – por um lado, a uniformidade entre os seres vivos levou-o a considerar uma
ancestralidade comum, e por outro, a existência de variabilidade entre populações de locais próximos
levou-o a admitir a possibilidade de cada uma dessas populações ser o resultado de um processo de
transformação continuado condicionado às condições ambientais particulares
· Dados geológicos – durante a sua viagem a bordo do Beagle, Darwin leu o livro de Lyell “Princípios
de Geologia”, que o ajudou a compreender a importância da noção do tempo geológico e dos
fenómenos geológicos que atuaram e atuam na natureza, nos processos de transformação lentos e
graduais.
· Dados económicos e sociais – já regressado da sua viagem de circum-navegação Darwin teve acesso
à obra de Thomas Malthus “Ensaio sobre o princípio da população”, onde o autor defendia que a
população humana tende a crescer exponencialmente enquanto os recursos crescem
As ideias de Darwin, aceites por alguns foram também alvo de fortes críticas por parte da não só comunidade
em geral mas também da científica, dado que punha em causa algumas crenças e convicções e também não
explicava alguns fatores como: as lacunas estratigráficas com ausências de algumas formas fósseis
intermédias que corroborassem a ideia de uma evolução lenta e gradual dos seres vivos; a presença de uma
grande heterogeneidade entre os indivíduos; e o mecanismo de transmissão das características entre
gerações.
Darwin propõe a que ficou conhecida pela Teoria da Seleção Natural. O grande avanço de Darwin foi expor
um mecanismo para a evolução – a seleção natural. Segundo a sua teoria:
· a população é a unidade evolutiva;
· nas populações existe heterogeneidade, isto é, os indivíduos apresentam variabilidade nas suas
características;
· o ambiente atua sobre as populações exercendo seleção natural em que os indivíduos mais aptos
têm mais probabilidade de sobreviverem e se reproduzirem;
· os indivíduos mais aptos têm um maior sucesso reprodutor, logo maior número de descendentes –
reprodução diferencial;
A variabilidade genética das populações, consideradas como unidades evolutivas, é resultado das mutações
e da recombinação génica (meiose e fecundação). As mutações são alterações que ocorrem no material
genético de determinado indivíduo, ao nível dos genes – mutações génicas, ou envolvendo porções
significativas do cromossoma - mutações cromossómicas. Grande parte das mutações não conferem
vantagens ao indivíduo, mas se não impedirem o individuo de se reproduzir ganham um carácter evolutivo,
ao serem transmitidas às gerações seguintes. A seleção natural atua sobre a variabilidade dos indivíduos
numa determinada população. os indivíduos com a pool genética melhor adaptada ao meio terá um maior
sucesso reprodutor provocando um aumento da frequência dos alelos responsáveis pelas características mais
vantajosas.
Sistemas de classificação
A vontade e a necessidade de organizar o mundo que o rodeia levou o Homem a classificar os seres vivos.
As primeiras classificações feitas pelo Homem teriam um carácter prático, utilizando critérios de utilidade na
sua vida quotidiana – classificação prática. Por exemplo, quando se identificam os animais e as plantas pela
sua perigosidade (perigoso vs. não perigoso). Mais tarde os sistemas de classificação evoluem e utilizam
características estruturais dos seres considerados – classificações racionais.
Todas estas classificações artificiais e naturais surgiram numa época na qual dominavam as ideias fixistas,
baseando-se no facto de os seres vivos não sofrerem qualquer alteração após a sua criação, o chamado
Princípio da Imutabilidade das espécies – classificações horizontais. A ideia de mutabilidade dos organismos
vai influenciar os sistemas de classificação, que no período pós-Darwin passaram a refletir a história evolutiva
dos seres vivos – classificação vertical.
Dentro das classificações racionais e horizontais, os sistemas que utilizam um pequeno número de
características, fazendo com que os poucos grupos discriminativos incluam organismos muito diferentes entre
si – classificação artificial. Contudo, a utilização por parte dos naturalistas, de um grande número de
caraterísticas (essencialmente físicas) para agrupar os seres vivos, permitiu agrupar de forma mais correta
os seres vivos – classificação natural.
As classificações mais atuais, sob uma visão evolucionista da vida, têm em conta que as espécies foram
diversificando ao longo do tempo, agrupando os organismos de acordo com o seu grau de parentesco –
classificação filogenética.
Práticos
Artificiais
Sistema
classificação Horizontais
Naturais Fenética
Racionais
Verticais Filogenética
Podem existir taxa intermédios definidos pelos prefixos: infra, super, sub.
Nomenclatura é o sistema organizado de nomes dados aos organismos biológicos bem como dos princípios
que presidem a essa categorização. Através da nomenclatura impõem-se uma série de regras que facilitam
a atribuição de nomes aos organismos permitindo a comunicação entre os cientistas.
A atribuição de nomenclatura no sistema atual pressupõe alguns requisitos, sendo os mais importantes:
· unicidade: cada nome de um determinado organismo deve ser único permitindo identificar de
imediato o taxon a que se refere.
· universalidade: os nomes utilizados têm de ser compreendidos e aceites internacionalmente
· estabilidade: quaisquer alterações devem ser bem justificadas, analisadas e aprovadas pelas
entidades competentes para evitar equívocos.
As regras da nomenclatura científica biológica são da responsabilidade do Congresso Internacional de
Botânica e, no caso da Zoologia, existe uma comissão que assegura que independentemente do local onde
se encontre o ser vivo terá um único nome que será válido.
Interação nos
Reinos Nível de organização celular Modo de nutrição Exemplos
Ecossistemas
Procariontes, unicelulares
Autotróficos (fotossíntese e
(solitários ou coloniais), Produtores e Escherichia coli
Monera quimiossíntese) e heterotróficos
geralmente, com parede microconsumidores Streptococcus aureus
(por absorção)
celular de peptidoglicano
Eucariontes, unicelulares
(solitários ou coloniais),
Autotróficos (fotossíntese) e Produtores, Espirogira
multicelulares com
Protista heterotróficos (por absorção e microconsumidores Amiba
diferenciação reduzida
ingestão) e macronsumidores Euglena
Podem apresentar parede
celular
Eucariontes, multicelulares
Musgos
com diferenciação tecidular
Fetos
Plantae elevada Autotróficos Produtores
Coníferas
Com parede de natureza
Orquídeas
celulósica
Hidra
Eucariontes, multicelulares
Planária
Animalia com diferenciação tecidular Heterotróficos (por ingestão) Macroconsumidores
Minhoca
elevada
Ser humano
Numa perspetiva molecular de análise do rRNA os Archaea são mais próximos dos Eukarya que dos Bacteria.