Posicao Zero C 2 Luciano Anjos

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LUCIANO DOS ANJOS

OS QUATRO EVANGELHOS

AS DUAS TIRAGENS DA REVELAO DA REVELAO Depois de conhecer Emilie Collignon e juntos receberem as instrues da espiritualidade sobre a misso que deveriam cumprir, Jean-Baptiste Roustaing empenhou todas as suas energias e responsabilidade no maravilhoso trabalho, a partir de dezembro de 1861, quando esteve pela primeira vez com a mdium. Quatro anos aps, "no ms de maio de1865", j estando "reunidos todos os materiais, tanto com relao aos Evangelhos, como com relao aos Mandamentos",293 Roustaing recebeu nova comunicao dos evangelistas,

assistidos pelos apstolos, ainda atravs da mediunidade de Collignon. Era-lhe fornecido, ento, o ttulo da obra de cuja coordenao fora incumbido:294

"Publica esta obra, a que dars o ttulo de - Os Quatro Evangelhos, Seguidos dos Mandamentos, Explicados em Esprito e Verdade, de Acordo com os Ensinos Ministrados, Quanto aos Evangelhos, pelos Evangelistas Assistidos pelos Apstolos e, Quanto aos Mandamentos, por Moiss e pelos Evangelistas Assistidos pelos Apstolos."

Os Quatro Evangelhos - esse, portanto, o nome da notvel obra. Mas, sobre ele, tanto no original francs quanto nas tradues (nestas obviamente) h uma espcie de segundo ttulo Espiritismo Cristo ou Revelao da Revelao -, cuja origem vamos examinar desde logo, principalmente porque motivou azedas crticas dos inimigos de Roustaing. Pretenderam, tolamente, desmerecer a obra por causa dessa "mudana" de nome. Ora, em primeiro lugar, no houve nenhuma mudana, mas simples complementao, mesmo assim da parte de Roustaing, e no da parte dos espritos. Apenas no sei se Roustaing agiu de modo consciente ou inconsciente. Em qualquer das hipteses, no entender das pessoas imparciais, sua iniciativa s valorizou a titulao. E, em segundo lugar, ainda que tivesse havido uma mudana de ttulo - que no aconteceu -, bom no ignorar que tambm Allan Kardec trocou o ttulo do Imitao do Evangelho segundo o Espiritismo por O Evangelho segundo o Espiritismo. Finalmente, em terceiro lugar, qualquer mudana de ttulo em nada alteraria o valor da obra, se-no na preocupao de quem pretende desviar para questes andinas a insuficincia de argumentos srios. Em arremate: mais surpreendente teria sido Kardec que, em O Livro dos Espritos, foi muito alm do ttulo e acabou fazendo modificaes no contedo da obra, ao publicar dela a

segunda edio. A definitiva, como se sabe, a segunda, datada de 18 de maro de 1860. claro que as alteraes no afetaram subs-tancialmente a obra, seno excepcionalmente, como se pode ler do "Aviso sobre esta nova edio", inserido por Allan Kardec: 296 "Esta reimpresso pode, pois, ser considerada como uma obra nova, posto no tenham os princpios sofrido qualquer alterao, salvo muito poucas excees, que so antes complementos e esclareci-mentos do que verdadeiras modificaes." No obstante, elas aconteceram e ningum, seno os inimigos do es-piritismo, levantou por isso suspeio da obra. A Roustaing, porm, nada perdoado... Mas, afinal, quando e como surgiu o sobrettulo Espiritismo Cristo ou Revelao da Revelao? Vejamos. Menos de quatro anos antes de ser indicado pelos espritos o ttulo Os Quatro Evangelhos, isto , em dezembro de 1861 (exatamente oito dias aps conhecer Emilie Collignon), Roustaing voltou casa da mdium, ocasio em que ela recebeu a mensagem dos evangelistas, assistidos pelos apstolos, atravs da qual fora indicada a misso que estava destinada ao advogado bordelense. E, ento, a certa altura, escreveram aqueles espritos: "Dans ce but, nous venons, nos bien-aims, vous faire entreprendre l'explication, en esprit et en vrit, des vangiles, qui doit prparer l'unit des croyances parmi les hommes, et que vous pouvez appeler: la rvlation de la rvlation." Ao traduzir para o portugus, Guillon Ribeiro o fez assim: 297 "Com esse objetivo ns, oh! bem-amados, vimos incitar-vos a que empreendais a explicao dos Evangelhos em esprito e verdade, explicao que preparar a unificao das crenas entre os homens e qual podeis dar o nome de Revelao da Revelao." Guillon calcou sua traduo naquela a que ele chamou (equivocamente, como veremos bem mais adiante) de 2 edio francesa, e a qual no era mais do que a 2 tiragem de 1882. Por isso repetiu tambm a palavra "explicao", eliminou os dois pontos antes de "Revelao da Revelao" que, por seu turno, em vez de ser composto em versalete, passou a sair grifado e com maisculas. Na 1 tiragem (que Guillon Ribeiro supunha ser uma 1 edio) esses detalhes so diferentes. Por que Guillon procedeu dessa maneira? Induzido, sem dvida, pelo realce dado na 2 tiragem, onde a expresso apareceu em versalete, a isso podendo ser aliado, em especial, o fato de que o prprio Roustaing a transpusera para o alto do frontispcio da obra (pgina de rosto). Ora, em nenhum momento, em nenhum lugar em que a expresso aparece, na 1 tiragem, ela est realada. Consultem-se, alm da p. XXII j citada, onde a lemos na primeira referncia feita pelos espritos, mais as pginas 2, 11, 12, 14, 15, 18, 21, 24, 34, 46, 56, 61, 62, 64, 65, 67, 70. (H uma outra referncia anterior, na pgina XII, mas feita por Roustaing, no pelos espritos. Examinaremos esse detalhe algumas linhas mais adiante.) Em todas elas a expresso revelao da revelao aparece, nos respectivos textos, de forma absolutamente normal, sem quaisquer destaques. Na 2 tiragem, sim, surgem os primeiros sinais modificadores. J no Prefcio desta, conforme vimos, ela aparece em versalete e, no texto apensado obra pelos

discpulos de Roustaing, aparece em grifo nas pginas 20, 68, 69, 71, 73, 74, 81 e 82; e toda em caixa alta, no longo ttulo das pginas 51 e 67: "Du caractre et de 1'importance de la Rvlation de la Rvlation comme ouvrant la phase thologique, son apportunit "manifeste et incontestable''. (Esse ttulo rigorosamente o mesmo nas duas pginas citadas, 51 e 67.) Muito bem. Que quer dizer tudo isso? Simplesmente que o nico ttulo da obra sempre foi apenas Os Quatro Evangelhos, seguidos dos Mandamentos, Explicados em esprito e verdade, de acordo com os ensinos ministrados, quanto aos Evangelhos, pelos Evangelistas assistidos pelos Apstolos e, quanto aos mandamentos, por Moiss e pelos Evangelistas assistidos pelos Apstolos". Tal como o recomendaram os espritos, em maio de 1865, segundo se l na p. XXVIII do vol. I da 1 tiragem e na p. 73 do vol. IV da 5 edio da FEB. Anteriormente, em dezembro de 1861, os espritos no estavam se referindo ao ttulo do livro, mas ao sentido geral do trabalho, ao objetivo que tinham em mira, isto , a "explicao dos Evangelhos em esprito e verdade, explicao que preparar a unificao das crenas entre os homens". A essa explicao, que defluiria da obra toda, Roustaing poderia chamar a revelao da revelao. Roustaing, porm, ter visto nesse trecho um achado literrio e transportou-o para o frontispcio da obra, a ele justapondo, inclusive, uma extenso ainda mais esclarecedora do assunto a ser tratado: Espiritismo cristo. Ou ser que Roustaing sups, por evidente equvoco, que lhe fora realmente determinado, naquelas palavras dos espritos, que fizesse delas uma espcie de sobrettulo? difcil saber. Se isso aconteceu, est bvio que Roustaing se equivocou. Prefiro entretanto acreditar que ele sabia muito bem o que estava fazendo e que usou a expresso pura e simplesmente guisa de complementao, para aclaramento do contedo da obra que se ia ler e cujo nico ttulo era, de fato, Os Quatro Evangelhos. Todavia, depois de impresso, o efeito acabou influenciando sensivelmente os discpulos de Roustaing que, certamente trados por aquele mesmo efeito, prepararam o seu trabalho introdutrio da 2 tiragem, dando j ento carter mais forte expresso, por isso mesmo grafando-a ora em grifo, ora em maisculas. Guillon Ribeiro acompanhou essa alterao, dando-lhe ainda maior destaque e definitiva caracterstica titular, aspeando invariavelmente a expresso e aplicando os dois RR em maisculas. A nica exceo est na p. 71 do vol. IV, onde revelao da revelao aparece grafada como qualquer outra palavra. Possvel distrao de Guillon Ribeiro, j que contraria seu critrio em toda a obra. Essa distrao deve ter origem no fato de Guillon Ribeiro haver dividido em duas partes o Prefcio de Roustaing, lanando no volume IV o trecho citado, com o que se dividira tambm a sua ateno. Assim, a expresso passou posteridade praticamente como um segundo nome da obra, o que, a rigor, nunca foi. O tempo se incumbiu de consagrar o sobrettulo "Revelao da Revelao" que, j agora, ningum mais vai reduzir sua primitiva e verdadeira significao. Eu mesmo, como o leitor tem constatado, aplico-o freqentemente nesta obra. Por importante que lembro que, ao apresentar a obra ao seu leitor, Roustaing se refere a Os Quatro Evangelhos e no "Revelao da Revelao": 300 "Submeto ao exame e meditao de meus irmos Os Quatro Evangelhos e, em seguida, Os Mandamentos, explicados em esprito e verdade."

Devo acrescentar, a essa altura, um pequeno esclarecimento que me parece oportuno, embora de menor importncia. Quem l o Prefcio de Roustaing, tanto da 1 quanto da 2 tiragem, verificar que teria sido ele, e no os espritos, quem primeiro empregou a expresso revelao da revelao. Nos textos das pp. XII (da l tiragem), 9 (da 2 tira-gem) e 62 (da traduo de Guillon) Roustaing quem diz, precedendo a aluso dos espritos, que s aparece nas pp. XXII (da 1 tiragem), 14 (da 2 tiragem) e 65 (da traduo de Guillon): ... "senti a impotncia da razo humana para penetrar as trevas da letra e, desde ento, a necessidade de uma revelao nova, de uma reve-lao da Revelao". Na 1 tiragem: d'une rvlation de la rvlation, sem qualquer destaque; na 2 tiragem: D'UNE RVLATION DE LA RVLATION, composto em versalete. Portanto, ainda aqui no se pretendeu dar sentido de ttulo expresso. E o fato de ela preceder, no Prefcio, a mensagem dos espritos, significa apenas, pela lgica, que Roustaing, ao redigi-lo, j tinha mo todos os dados, inclusive aquela mensagem. Assim, mais no fez do que aproveitar a expresso, no momento em que a inspirao de autor lhe adveio. Afinal, os prefcios so escritos quando se chega ao trmino duma obra... Seja como for, ainda ali, naquele trecho, no vemos a expresso significando, sequer na forma grfica, um ttulo. Salvo na 2 tiragem e na traduo brasileira que, como j vimos, deram nfase ao que apenas se referia a uma temtica geral, ao esprito da obra, no ao seu ttulo propriamente. Este comentrio eu o fao apenas para sublinhar que foram certamente os espritos e no Roustaing que primeiro usaram a expresso, embora ela aparea em ordem inversa no texto do Prefcio. Mas, ainda que sem o sentido de ttulo ou mesmo aceitando a ex-presso como um sobrettulo complementar, adrede aproveitado por Roustaing (como suponho e j externei) para encimar o frontispcio da obra, cabe agora rebuscar o propsito fundamental desse aproveitamento. Nem os espritos, nem Roustaing tiveram a pretenso de apresentar uma Revelao acima da Revelao Esprita (codificada por Allan Kardec), mas to-somente objetivaram um desdobramento, uma nova angulao, um novo aprofundamento da matria. Tanto que, na pgina 102 da Introduo do vol. I da 5 edio brasileira lemos: ... "quando, enfim, a revelao esprita (1), obra dos Espritos em misso de preparar e de iniciar a nova era, levou os homens a entender a causa natural de fatos que, na grande obra da revelao messinica, recolhida nos Evangelhos, foram chamados milagres, julgados fora da Natureza, tachados de mentiras". O nmero 1 do parntese leva o leitor a uma nota de rodap que diz: "(1) Essa revelao tem sua base formulada em 'O Livro dos Espritos' e em 'O Livro dos Mdiuns'. Veja-se, pois, o profundo respeito ao trabalho principal, que foi o de Allan Kardec e que no apenas preparou a nova era, mas deu-lhe incio. Portanto, a Revelao Esprita foi o ponto de partida, qual a misso de Roustaing apenas deu natural continuidade, por sinal dentro do ensinamento do prprio Codificador, quando afirmou que ele no diria seno a primeira palavra em matria de espiritismo, pois que a revelao contnua e progressiva. Diz-se,

conseguintemente, revelao da Revelao como quem hoje poderia tambm dizer, ao se referir misso complementar de Sua Voz, atravs da mediunidade de Pietro Ubaldi: revelao da revelao da Revelao. Isto , um novo e ainda maior aprofundamento da matria bsica. Ou mesmo s extenses esclarecedoras de Andr Luiz pela faculdade de Francisco Cndido Xavier. claro que, ao transformar-se em mais outro ttulo da obra, o primeiro vocbulo ganhou tambm um R maisculo: a rigor, porm, apenas o segunde vocbulo o exigiria, porque alusivo Revelao Esprita, anterior, fundamental, preparadora e iniciadora. E quando por mais de uma vez foi aplicado o adjetivo nova, relativamente revelao dada a Roustaing, no se pretendeu, absolutamente, inovar coisa alguma, mas apenas situ-la, no tempo, como posterior "base formulada em O Livro dos Espritos e O Livro dos Mdiuns". Tanto que Allan Kardec foi o primeiro a afirmar que a Revelao da Revelao no contrariava em nenhum ponto os princpios contidos naqueles dois livros por ele lanados ao pblico.301 como se fora a nova edio de um livro, mas apenas ampliada, jamais alterada na sua substncia ou entendida como superior primeira, no que diz respeito ao contedo intrnseco. Convm no ignorar que novo quer significar, antes que tudo, "de pouco tempo", "moderno", "recente", "que tem pouco uso". 302 Por outro lado, h a lembrar que Allan Kardec foi quem designou o espiritismo de Terceira Revelao, considerando o Declogo mosaico como sendo a Primeira Revelao, e o Cristianismo, a Segunda. ("O Espiritismo a terceira revelao da lei de Deus")303 Ora, no quis ele dizer seno que o espiritismo viera desdobrar, aclarar o cristianismo; jamais se sobrepor a ele, ou, mesmo, ampli-lo. No. Houve apenas uma sucesso temporal para efeito de melhor compreenso da verdade. Lemos em Allan Kardec: 304 "Assim como o Cristo disse: 'No vim destruir a lei, porm, cumpri-la', tambm o Espiritismo diz: 'No venho destruir a lei crist, mas dar-lhe execuo'. Nada ensina em contrrio ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegrica." 304 Pois bem, com Roustaing podemos fazer o seguinte paralelo: "Assim como Allan Kardec disse: 'O Espiritismo no veio destruir a lei crist, mas dar-lhe execuo', tambm a Revelao da Revelao diz: 'No venho destruir a lei esprita, mas darlhe execuo'. Nada ensina ao contrrio do que ensinou Allan Kardec; mas desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegrica." Por oportuno registro aqui que tambm Bezerra de Menezes fez uso dessa expresso, aplicando-a numa relao do espiritismo com o cristianismo. E no creio que por isso se deva criticar o Kardec brasileiro. Assim ele escreve, na pg. 1 do Reformador de 1.3.1896 (artigo V, 3 coluna): "E como o Espiritismo, revelao da revelao messinica, que veio dar luz para interpretao do Evangelho em esprito e verdade, segue-se que outra no pode ser a

orientao dele emanada, seno a que indiquei: estudo, compreenso e difuso do Evangelho, luz da nova revelao." Embora se aluda obra como de Roustaing, claro que no foi ele o seu autor, mas os evangelistas e Moiss, assistidos pelos apstolos. Da mesma forma se fala, vulgarmente, da obra de Kardec, embora se saiba, igualmente, que ele foi apenas o codificador da Revelao Espirita. (Canuto de Abreu defende uma tese que esposo de bom grado. Ela est na apresentao do seu livro O Primeiro Livro dos Espritos, segundo a qual a Revelao Esprita foi exposta na 1 edio de O Livro dos Espritos, aparecida em 18 de abril de 1857. A segunda edio (definitiva), de 18 de maro de 1860, contm a Filosofia Esprita, de cuja elaborao Allan Kardec participou direta, pessoal e sensivelmente. Eu ainda acrescentaria, de minha parte: a doutrina esprita, por seu turno, est contida no pentateuco kardequiano e nas obras subsidirias.) Roustaing, portanto, foi tambm mero instrumento, disso dando testemunho mais de uma vez. Moiss, Mateus, Marcos, Lucas e Joo, assistidos pelos apstolos, ditaram toda a obra, mas um deles, que no sabemos quem foi, ficou testa dos trabalhos: 307 "O trabalho geral. Se bem que os nomes nem sempre sejam declinados, um de ns presidiu sempre inspirao." Contudo, acima deles e, mesmo, acima daquele que, como dito antes, presidiu inspirao, havia um esprito ainda mais elevado, como se pode ler a seguir: 308 "Damos nomes para evitarmos nomear aquele que, por nosso inter-mdio, dirigiu estes trabalhos e dirigir os que ainda temos que fazer sejam empreendidos." Quem era? S poderia ser o Esprito de Verdade, isto , o prprio Cristo. Tal qual ocorreu com os trabalhos da Revelao Esprita, exposta por Allan Kardec. Se bem que seja fcil apreender o objetivo visado pela grande obra recebida em Bordeaux, os espritos reveladores deixaram-no bem claro, em diversas oportunidades. Mas, a primeira informao vem do prprio Roustaing que, obviamente, estava reproduzindo, naquela hora, o pensamento dos espritos: 310 "Com esta obra, que eles nos fizeram executar e que damos publicidade, os ministros do Senhor, explicando em esprito e verdade os Evangelhos e os Mandamentos, tm por fim a felicidade do gnero humano e sua purificao. Ela publicada com a inteno de glorificar e honrar a Deus e de dar aos homens paz, esperana e ventura, por isso que prepara o advento da unidade das crenas e da fraternidade humana e, pois, mediante o cumprimento das promessas do Mestre, o advento do reino de Deus na Terra, sob o imprio da lei de amor e de unidade. Confiamos que alcanar esse objetivo. J.-B. Roustaing. Junho de 1865." Estas palavras so mais ou menos as mesmas no vol. I e no vol. IV. Ocorre que, no original francs, a primeira citao da 1 tiragem da obra, e a segunda da 2 tiragem. Desse assunto falarei mais adiante. Mas, sobre aqueles objetivos cabe ainda um rpido comentrio. Criticouse Roustaing tambm por esse lado. A crtica, porm, mais uma vez se esqueceu de consultar Kardec, que assim falou da doutrina esprita: 311

"Ela no proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligao." ("Elle n'est sortie d'aucun culte spcial, afin de servir un jour tous de point de ralliment.") Voltemos ao objetivo da Revelao da Revelao, que ainda prometia, ao vir a lume, um outro ensino:312 "Agora que o terreno foi lavrado em todos os sentidos pelos traba-lhadores do pensamento, a revelao da revelao tem que ser conhecida e publicada, porquanto a obra que vos fizemos empreender vem explicar Jesus aos homens, tal como ele se apresenta aos olhos do pensador es-clarecido pela luz esprita." No obstante, foi categoricamente esclarecido a Roustaing que a tarefa depositada em suas mos era apenas uma primeira parte, uma espcie ainda de intrito ao trabalho todo, que se prolongaria numa segunda parte, tambm esclarecedora dos textos evanglicos e que alcanaria o seu ponto mais alto com o advento do Regenerador, "Esprito que desempenhar a misso superior de conduzir a humanidade ao estado de inocncia, isto : ao grau de perfeio a que ela tem de chegar".313 Finalmente, em poca que ningum sabe, teremos a segunda vinda do Cristo, conforme se l nos Evangelhos,314 em Kardec315 e em Roustaing. 316 Mas, voltemos rapidamente informao de Roustaing quanto ao anncio de que Os Quatro Evangelhos eram apenas "uma obra preparatria", conforme se l no Prefcio do vol. I 317 e, depois, novamente no Prefcio do vol. IV, desta feita em esclarecimento feito pelos prprios evangelistas e Moiss, assistidos pelos apstolos: 319 "Fica sabendo e faze saber a teus irmos que a obra "que lhes colocas sob as vistas uma obra preparatria, ainda incompleta, uma entrada em matria; que no passa de um prefcio da que sair das mos daquele que o Mestre enviar para esclarecer as inteligncias e despojar inteiramente da letra o esprito. (As aspas antes do que esto tambm no original francs, p. XXVIII. Guillon Ribeiro, portanto, as conservou. Data vnia, aparentemente esto fora de propsito.) "Aquele que h de desenvolv-la e cuja obra tambm ser preparatria no tardar a se dar a conhecer, porquanto a atual gerao humana ver os seus primeiros anos messinicos. E os messias, isto , os enviados especiais se sucedero at que a luz reine sobre todos." Estou convencido de que se trata de Pietro Ubaldi. Em 1861, a notcia j havia sido dada, na primeira manifestao ocorrida atravs de Collignon, quando Roustaing a visitou pela segunda vez: 321 "A vs, pioneiros do trabalho, cabe a tarefa de preparar os caminhos, enquanto esperais que aquele que h de vir para traar o roteiro comece a sua obra." Finalmente, no mesmo volume, na pg. 74: 322 "O que vais publicar ser a Primeira Parte da obra geral. A segunda se compor: 1 da refutao das objees que esta primeira parte sobre os Evangelhos e os Mandamentos

provocar; 2 da explicao, em esprito e verdade, dos Atos dos Apstolos, das Epstolas, nas passagens que delas extrairemos para dar autoridade ao presente; da revelao, chamada Apocalipse, que Joo recebeu na ilha de Patmos. (...) "Moiss, Mateus, Marcos, Lucas, Joo. "Assistidos pelos apstolos. "Maio de 1865." preciso ordenar os fatos para no confundi-los, como querem os adversrios de Roustaing. A segunda parte seria efetuada por grandes missionrios no mximo do quilate de Roustaing e Collignon. No seria, pois, tarefa do Regenerador. Este prometido para objetivo bem mais alto, isto , o encaminhamento da humanidade perfeio. Ao missionrio encarregado de executar a segunda parte da obra caberia tarefa bem menor, ainda que honrosa e importante: "Aquele que h de desenvolv-la e cuja obra tambm ser preparatria." Nesta altura dos esclarecimentos, permito-me uma suposio. Tenho para mim - mera especulao pessoal - que o Regenerador ser Joo Batista de volta Terra. Precursor de Jesus h dois mil anos, ser nova-mente seu Precursor quando a humanidade estiver s vsperas da segunda vinda do Salvador. Que Joo Batista voltar no h a menor dvida, segundo se l na p. 233 do vol. II de Os Quatro Evangelhos: "Elias-Joo, o Precursor, ainda reaparecer no meio de vs. Sua presena assinalar um imenso progresso, tanto no terreno moral, como no da cincia. Sua futura misso consistir em alargar o crculo das vossas idias, dos vossos conhecimentos, fortificando em vs o amor universal e a caridade que lhe conseqente." Note-se pois que, tanto a sua futura misso quanto a do Regene-rador so da mesma grandeza, sendo tambm, pelo que se conclui, do mesmo gabarito moral-intelectual as duas entidades espirituais. Logo, podem perfeitamente ser a mesma, como suponho. (A propsito desse esprito, Canuto Abreu faz-lhe, veladamente, aluso pouco generosa, nas pginas 84/85 do seu opsculo Adolfo Bezerra de Menezes, edio da Federao Esprita do Estado de So Paulo, 1951: "Se, no futuro, depois de reduzida mais completa runa a atual civilizao, surgir um Regenerador, que venha inaugurar a Nova Era, como se anuncia, somente uma religio baseada na cincia ligar todos os homens numa s verdade." O autor est analisando o papel dos "msticos", entre os quais inclui os rustenistas.) Mas ocorrer, tambm, a volta dos outros discpulos de Jesus, sem que se trate dos missionrios incumbidos da elaborao da segunda parte da obra. Alega-se, com ironia, que estes no vieram, conforme o anuncia-do, servindo essa alegao de mais um enganoso motivo da campanha contra Roustaing e Os Quatro Evangelhos. Desses messias, porm, cogitarei no cap. XIII. J a volta dos discpulos, esta tambm dever ocorrer, embora bem depois, talvez ao ensejo da prpria volta de Joo Batista (o Regenerador, na minha suposio). A promessa est na pg. 169 do vol. II da 5 edio de Os Quatro Evangelhos. Resumindo: Primeiramente vieram Roustaing e Collignon; posterior-mente, viriam os missionrios que se encarregariam da elaborao da segunda parte de Os Quatro Evangelhos

(refutao s objees; expli-cao dos Atos, das Epistolas e do Apocalipse); bem mais adiante, retor-naro os discpulos (acabar a obra que comearam); possivelmente por essa mesma poca, vir tambm o Regenerador, que talvez seja o prprio Joo Batista (conduo da humanidade perfeio; obteno da unidade de crena entre os homens; fortalecimento do amor universal); final-mente, haver a segunda vinda do Cristo (o Reino de Deus). Ordenadas desta maneira as promessas missionrias e escatolgicas, remontemos novamente aos seus primeiros momentos, quando Roustaing, em cumprimento parte que lhe cabia ao lado de Collignon, aprontou a obra reveladora e afinal lanou-a ao pblico, no venturoso ano de 1866. E aqui acresce um outro aspecto dignificante, altura real-mente do estofo moral e da humildade dos verdadeiros missionrios. No seu Prefcio, Roustaing teve o cuidado nobilitante de nada impor, nada forar, nada exigir seno que lessem a obra inteira e sem esprito pre-concebido. Ele sabia bem que os negadores logo se materializariam, como o fizeram tambm diante de O Livro dos Espritos. Por isso, Roustaing bastante cauteloso, respeitador da posio alheia e, at, exemplo duma humildade digna dos grandes espritos, j que sua linguagem ini-cial de submisso ao exame e meditao de seus irmos. So dele estas palavras de maravilhosa autocrtica, logo no primeiro pargrafo do seu Prefcio: "Submeto ao exame e meditao de meus irmos Os Quatro Evangelhos e, em seguida, Os Mandamentos, explicados em esprito e verdade." (Vol. I, p. 57 da edio da FEB. Aproveito para chamar novamente a ateno do leitor para o fato de que, ao apresentar a obra, Roustaing escreve Os Quatro Evangelhos e no Revelao da Revelao.) Depois, pediu apenas que no fosse lido pela metade (e h, como sabido, at mesmo os que nem pegaram na obra mas a condenam!). A obra - disse Roustaing - indivisvel: 324 "A meus irmos, quaisquer que eles sejam, quaisquer que sejam suas crenas, o culto exterior que professem, corre o dever de no se pronunciarem sobre esta obra seno depois de a terem lido integralmente e de terem seriamente meditado na explicao dos Evangelhos e dos Mandamentos. Indivisvel no conjunto, suas diversas partes so solidrias e mutuamente se apiam." Seja como for, Roustaing estava consciente - porque avisado disso - de que, mesmo lida e estudada integralmente, a obra produziria discus-ses, dissenses. Tal qual ocorreu com a obra de Kardec. Tal-qualmente aconteceu com a obra do Cristo... que a verdade, antes de iluminar-se diante dos homens, tem de confrontar-se com a mentira. Isso o disse o prprio Roustaing: 325 "A responsabilidade do Esprito est sempre em correlao com os meios postos ao seu alcance para que ele se instrua e a verdade, para triunfar, para ser aceita, tem primeiro que se chocar com as contradies dos homens." Essa colocao dialtica reafirmada mais adiante por Roustaing que, entretanto, alia s contradies humanas o papel da liberdade, do tempo e do progresso, ao sublinhar que "a verdade acaba sempre por conquistar entre os homens, definitivamente, o direito de cidade, por obra da liberdade de conscincia, de razo, de exame, debaixo da ao do tempo, do

progresso das inteligncias e das contradies humanas, que, inelutavelmente, concorrem para faz-la brilhar em toda a sua pureza e esplendor". 326 Essa verdade, no entanto, se ajustar a novas verdades futuras, porque permanente o seu desdobramento, conforme disseram os evangelistas e Moiss: 327 "A semente destinada a germinar durante mil e oitocentos anos deixou muitos gros para alimento do erro, porque, em tempo algum, a verdade inteira pode ser desvendada humanidade." Eis, em sntese, as recomendaes e os critrios dos espritos para a publicao da obra, bem como as promessas futuras e o reto comportamento de J.-B. Roustaing diante dela. Eis, principalmente, a origem do ttulo Os Quatro Evangelhos, proposto pelos prprios evangelistas, assistidos pelos apstolos, e do sobrettulo Revelao da Revelao, oriundo de simples passagem, de sentido geral, encontrada na primeira mensagem daqueles mesmos espritos. Isto posto, convido o leitor agora ao exame pormenorizado do histrico lanamento da 1 edio francesa (com suas duas tiragens), assim como das tradues co-nhecidas no mundo, em particular a brasileira. Os Quatro Evangelhos foram publicados, pela primeira vez, em 3 volumes, in-12, sob o seguinte ttulo geral:

Spiritisme Chrtien ou Rvlation de la Rvlation - LES QUATRE VANGILES Suivis des Commandements expliqus en esprit et en vrit par les vanglistes assists des aptres Mose, recueillis et mis en ordre par J.-B. Roustaing. Avocat la Cour impriale de Bordeaux, ancien btonnier. [Citaes evanglicas] - Tome Premier - Paris. Librairie Centrale, 24, Boulevard des Italiens. 1866 - Tous droits rservs. Bordeaux, imprimerie Lavertujon, 7, rue des Treilles.328

Os volumes foram impressos na prpria cidade de Bordeaux pela Imprimerie Lavertujon, 7, rue des Treilles, e lanados pela Librairie Centrale, 24, Boulevard des Italiens, Paris, 1866. Todos os direitos reservados. Preo: 10 fr. 50. Ignora-se quantos exemplares foram impressos dessa primeira tiragem, que apareceu em 5 de abril (2 volumes) e 5 de maio (ltimo volume) de 1866, conforme se l na nota mandada publicar por A. Bez, no n 41, de abril daquele ano, de L'Union Spirite Bordelaise. O primeiro volume tinha 494 pginas; o segundo, 703; e o terceiro, 554. Em janeiro do ano seguinte a Revue Spirite publicava carta de Roustaing dirigida a Kardec, atravs da qual pede seja feito o re-gistro de pequena omisso havida no 3 volume. E, ento, diz: ... "obra com que, em abril e maio ltimos, presenteei a direo da Revista Esprita".

A remessa foi feita, portanto, em duas vezes, ao tempo em que os volumes foram saindo do prelo. Em junho de 1866, Kardec fazia a apreciao da obra. Um ano antes, em maio de 1865, quando todo o material se encontrava pronto, os espritos recomendaram, ento, a Roustaing: 330 "A publicao poder comear no prximo ms de agosto. A partir dessa poca, trabalha com a maior presteza possvel, mas sem ultrapas-sar os limites de tuas foras, de tal sorte que a publicao esteja concluda em agosto de 1866." Creio que a recomendao era, talvez, no sentido de ser providenciada a impresso a partir de agosto de 1865. Isto porque, no se tem nenhuma notcia de que a obra houvesse sido antecipada pela imprensa ou em fascculos avulsos. Essa hiptese no absurda, mas muito estranho que ningum dela houvesse falado. Kardec certamente teria feito eventual registro na Revista Esprita, caso algum rgo, como por exemplo L'Union Spirite Bordelaise, houvesse antecipado a publicao em captulos. L'Union Spirite Bordelaise foi o resultado da fuso, em meados de 1865, de La Ruche Bordelaise (fundada em 1.6.1863), do Sauveur des Peuples, da Lumire e da Voix d'Outre-Tombe (estes trs fundados em 1864). A nova L'Union Spirite Bordelaise foi, inclusive, citada expressamente por Roustaing em nota de rodap do vol. I de Os Quatro Evangelhos (p. 364 da 5 edio da FEB). Essa publicao saiu regularmente pelo menos at os primeiros meses de 1866 e teria podido, portanto, fazer a divulgao seriada da obra. No obstante, repiso, estou fortemente inclinado a admitir que os espritos se referiram no propriamente publicao, mas impresso, a partir de agosto de 1865 e at agosto de 1866. Sendo assim, conforme j demonstrei, a tarefa missionria no ocupou todo esse tempo. Em abril e maio de 1866 estava terminada e o livro lanado ao pblico. curioso anotar que nem sempre o curso do trabalho obedeceu a uma seqncia cronolgica exata. Isso fcil de observar pelas onze notas de rodap colocadas por Roustaing, quando achou conveniente esclarecer em que datas tinham sido recebidas determinadas lies. Roustaing, ou os prprios espritos, coordenou ao final a matria de modo a dar-lhe continuidade lgica e adequada. Essa atitude - volto a dizer - no deve causar estranheza, j que a vemos, igualmente, da parte de Allan Kardec em relao a O Livro dos Espritos, cuja 1 edio continha 5O1 questes, e a 2, que passou a ser a definitiva, 1019 questes. Kardec apenas desdobrou vrios assuntos, como alterou a ordem e at suprimiu alguns pontos. Mas, voltemos obra de Roustaing, enveredando agora por caminho histrico verdadeiramente fascinante em relao 1 edio de Les Quatre vangiles. Quem folheia algum dos rarssimos exemplares ainda hoje existentes dessa 1 edio e se detm em observao mais demorada vai estranhar, com certeza, algo que realmente no produz menos do que a mais profunda estranheza. que, tratando-se da 1 edio (portanto, de 1866), como explicar que alguns exemplares tenham, alm do Prefcio, uma longa Introduo que outros exemplares no tm? E mais (aqui, o aspecto verda-deiramente perturbador): como entender que no bojo da edio de 1866 possa existir, como de fato existe, a partir da pg. 18 (parte prefacial) do volume I, datas e fatos ulteriores quele ano, particularmente a apreciao feita pelos discpulos de Roustaing, escrita em 1882 sobre o que Allan Kardec dissera a respeito da obra, na Revista Esprita de junho de 1866, ao acusar o seu recebimento? (Ou feita por um nico de seus discpulos, que suponho quem seja. Veremos isso mais adiante.)

Bem, o que se sabe e se pode deduzir, pelo exame, o seguinte. A 1 edio se constituiu de dois lanamentos, ou duas distribuies, ou ainda - hiptese muito menos provvel - de duas impresses. A qualquer dessas hipteses, desde que no possvel assegurar com total certeza qual delas historicamente a verdadeira, achei por bem denominar de TIRAGEM. O que houve, portanto, foi o desdobramento da l edio em duas tiragens. Quando a l tiragem saiu, em 1866, Roustaing imediatamente enviou uma coleo ao seu mestre Allan Kardec, em Paris. Ele fez a remessa, conforme j apontei, em duas etapas, respectivamente em abril e maio. O Codificador divulga, ento, em junho daquele mesmo ano, o seu famoso comentrio na Revista Esprita. A propsito desse comentrio, os discpulos de Roustaing fizeram publicar um opsculo, em 1882, intitulado: Les Quatre vangiles de J.-B. Roustaing. Rponse ses critiques et ses adversaires, dit par les lves de J.-B. Roustaing. (Os Quatro Evangelhos de J.-B. Roustaing. Resposta a seus crticos e a seus adversrios, editado pelos discpulos de J.-B. Roustaing. Penso que o autor desse opsculo foi Jean Gurin. Estou absolutamente certo disso pelas razes e elementos que apresentarei mais adiante, praticamente irrefutveis.) Assim ento, quando a 2 tiragem de Les Quatre vangiles era colocada venda (inclusive por outro livreiro), j trazia o encarte desse opsculo e, tambm, a eliminao (provavelmente para conservar o mes-mo nmero total de pginas) da Introduo, de Roustaing. Eis, pois, configurado o estranho fato de a 1 edio de Os Quatro Evangelhos circular com comentrios feitos sobre ela mesma, publicados a posteriori na imprensa. No mais, se bem repararmos, verificaremos ainda um salto na seqncia das pginas da 2 tiragem, que de 88 passa outra vez para 1. A supresso da Introduo no alterou a seqncia porque, j antes, na l tiragem, ela estava tambm paginada com numerao em separado, isto , ia de 1 a 75. Ficaram, portanto, elas por elas. E por que no se trata duma 2 edio? Simplesmente porque toda a impresso do miolo absolutamente a mesma; as matrizes so rigorosamente as mesmas, salvo quanto ao Prefcio, aos ttulos de abertura, ao ende-reo da tipografia, folha de rosto e advertncia sobre a errata, alm, naturalmente, da incluso da resposta dada a Kardec pelos discpulos de Roustaing. bem verdade que o termo tiragem implica nova entrada em mquina, ou seja, nova impresso. Posso porm provar que no houve nova impresso, mas apenas novo alceamento de exemplares remanescentes da 1 edio, guardados em cadernos ou, at mesmo, descosturados e desencapados, para receberem o novo encarte. Repiso, entretanto, que optei de qualquer forma pelo termo tiragem exatamente porque no posso eliminar por completo nenhuma das hipteses aventadas, inclusive a de nova impresso, ainda que nesta seja quase impossvel crer-se. Assim, 2 tiragem, para mim, designa a circulao, a partir de 1882, dos exemplares modificados. Nova impresso, com aproveitamento da mesma composio eventualmente guardada, representaria um custo operacional a que no acredito que nenhum editor se aventurasse naquela poca. Os tipos tinham de ser rapidamente redistribudos nas caixas; no ficariam cerca de dezesseis anos (!) presos nas ramas. J o recurso da produo de matrizes (clichs de pginas) ainda no existia. Alm disso, penso liquidar a dvida em face do seguinte: numa nova entrada em mquina, a grfica teria aproveitado para corrigir alguns enganos antes registrados e, principalmente, no deixaria de acrescentar um trecho omitido, sobre o qual Roustaing pedira a seus leitores a incluso, atravs da Revista Esprita. verdade que isso foraria uma pequena repaginao (na imprensa

chamamos essa soluo de "recorrer a matria"), mas iria no mximo at o final de algum captulo. Deste trecho e daqueles enganos falarei mais frente. Examinemos ainda um outro aspecto interessante da questo. Ao transcrever a apreciao de Kardec, os discpulos de Roustaing, por equvoco, ou adrede, para atualizar o encaixe, no copiaram, "ipsis literis" a nota de rodap contida tambm na mesma Revista Esprita de junho de 1866. Kardec registrara elementos da edio recebida e que so os que indiquei linhas acima. No entanto, na transcrio feita pelos discpulos de Roustaing (p. 52), essa mesma nota de rodap se refere 2 tiragem que, j ento, por volta de 1882, estava sendo vendida noutras livrarias e com o preo acrescido de 1 franco, como eu j disse; de 10 fr. 50 c. passou para 11 fr. 50 c. Coloquemos em ordem, agora, os elementos para completa clareza do exposto:

1. Em 5 de abril e 5 de maio de 1866 saiu a l tiragem da 1 edio, impressa pela Imprimerie Lavertujon, localizada na rue des Treilles, 7, em Bordeaux, e colocada venda pela e na Librairie Centrale, no Boulevard des Italiens, 24, em Paris, ao preo de l0 francos e 50. A matria do Tomo Primeiro estava contida em 494 pginas. O Tomo Segundo tinha 703 pginas. E o Tomo Terceiro, 654 pginas.

2. Em 1882 (pelo menos) circulou a 2 tiragem da 1 edio (exemplares remanescentes ou uma improbabilssima nova impresso com o aproveitamento da composio) que era a mesma impressa pela Imprimerie Lavertujon, porm, colocada venda, j ento, pela Librairie Spirite, na Rue des Petits-Champs, 5, em Paris; pelo livreiro Edouard Feret, na Cour de 1'Intendance, 15, em Bordeaux; e pela Aim Picot, Librairie Nouvelle, na Place de la Comdie, 3, em Bordeaux. Passou a custar 11 francos e 50 c. A matria do Tomo Primeiro, com 491 pginas, sofrera alteraes. O Tomo Segundo e o Tomo Terceiro mantiveram o mesmo nmero de pginas.

Robustecendo a ilao de que as duas tiragens no eram, efetivamente, edies diferentes, h a considerar mais um importante fato, do qual prometi falar em linhas atrs. Trata-se da publicao, na Revista Esprita de janeiro de 1867, pp. 31 e 32 (no original francs, as pp. tambm so, coincidentemente, 31 e 32), de uma carta de J.-B. Roustaing dirigida a Allan Kardec, a propsito de omisso havida, por lapso de reviso, aps a ltima linha da p. 111 do vol. III de Os Quatro Evangelhos. (Indicaes, claro, da l tiragem da edio francesa. Na 5 edio brasileira, da FEB, 1974, o lapso est na p. 504 do vol. III. Na edio de 1920, est na p. 477 do vol. III.) Isto foi em 1867. Ora, os editores ou os discpulos de Roustaing no deixariam

de proceder correo ao ensejo duma 2 edio. Isso porm no ocorreu. Os novos volumes da 2 tiragem mantiveram aquela omisso. Fica, pois, mais uma vez evidenciado que o miolo sempre foi de fato o mesmo. Guillon Ribeiro - que supunha estar traduzindo direto duma 2 edio francesa - manteve a omisso, que mantida est, por sinal, nas edies brasileiras de 1942, 1954 e 1971! Para no falar nas anteriores, de 1909 e 1920. A traduo divulgada pelas pginas do Reformador - e a edio de 1918, que s teve 1 volume, no chegaram quele ponto. (Falo noutro momento sobre essa edio frustrada.) E sobre o trecho omitido, escrevi direo da Federao Esprita Brasileira, que me prometeu fazer a incluso na prxima edio. Poder-se-ia argumentar que a mesma distrao que vem mantendo a omisso nas edies brasileiras motivou-a tambm numa eventual 2 edio francesa. Ora, no o caso, pois Guillon Ribeiro estava atento apenas traduo em si, desprevenido inteiramente para aquela omisso. O mesmo no ocorreria com os discpulos e os editores de Roustaing. Por oportuno assinalo, nesta altura, que Guillon Ribeiro, ao escrever as "Duas Palavras" para a sua traduo de 1920, informou ao leitor (p. 6) que esta fora - j vimos isso - "calcada sobre a segunda edio francesa". Nesse passo, cometeu o mesmo engano dos discpulos de Roustaing, referindo-se ao artigo de Allan Kardec, na Revista Espirita, como tendo sido publicado em junho de 1867 (p. 51 do vol. I). E ampliou esse engano porque, alm de no corrigi-lo para 1866, conforme est no ttulo, corrigiu o prprio ttulo, tambm, para 1867! Com efeito, aps o subttulo "Resposta ao Artigo de Allan Kardec" (p. 43), escreveu: "(Revista, junho de 1867)", a despeito de, no original francs em que se baseou, estar corretamente indicado: "(Revue de juin 1866)". H muitas outras falhas tipogrficas em todos os trs volumes, como tipos rebatidos, espacejamentos irregulares, alinhamentos indevidos, tintagem sem uniformidade, etc., etc., etc., falhas essas sempre encontradas tanto na 1 quanto na 2 tiragem. Sem falar na Errata, que rigorosamente a mesma em todos os volumes. 355 Mas a Errata, por ser a mesma (pp. 493/494), contm um absurdo: a 2 tiragem manda corrigir, nas pp. IV e XIX do Prefcio, linhas 10 e 17 respectivamente, enganos que j no existem naquela 2 tiragem. Exatamente porque o Prefcio foi composto novamente e at modificado em alguns pontos. A Errata da Introduo tambm perdeu a razo de ser. Mas aqui no h o que estranhar, pois houve a total eliminao, na 2 tiragem, daquela Introduo. O detalhe serve apenas para comprovar, mais uma vez, que o miolo era o mesmo nas duas tiragens. O caso do Prefcio diferente, porque foi mantido, mas reduzido e modificado, por isso mesmo composto e impresso outra vez. A mais grave errata motivou inclusive uma nota especial da p. 689 do vol. II. . Apesar de tudo houve, na verdade, uma pequena reimpresso na 2 tiragem: os ttulos de abertura, o endereo da tipografia, a pgina de rosto, a advertncia sobre a errata e todo o Prefcio assinado por J.-B. Roustaing. Todavia, conscientes de que no se tra-tava duma 2 edio, os editores mantiveram, corretamente, no p da pgi-na, o ano de 1866. Poderiam tlo mudado, j que pelo menos essa uma das pginas, como estou provando, que foram compostas novamente e reimpressas. No o fizeram por coerncia editorial e conscincia profissional. Quanto ao Prefcio, requer ele comentrio mais longo. Basta chamar a ateno, inicialmente, para o gabarito do texto e a medida de linha que so diferentes nas duas tiragens. Esses

detalhes, porm, tornam-se despiciendos, j que o texto em si, se bem examinado, mostra cortes e alteraes. E, por isso mesmo, a histria se complica. Mas, antes de examin-la, liquidemos qualquer resqucio de dvida chamando a ateno para os seguintes fatos: O Prefcio da 1 tiragem tem 107 pargrafos composto em corpo l0 redondo, 1 nota de rodap, est datado (juin 1865), assinado por J.-B. Roustaing no seu final e numeradas as pginas em algarismos romanos, num total de XXXIII; o Prefcio da 2 tiragem tem 64 pargrafos compostos em corpo 9 redondo, sem nenhuma nota de rodap, sem a data, assinado no final por J.-B. Roustaing e suas pginas esto numeradas em algarismos arbicos, num total de 17. Muito bem, sua nova impresso est provada. Mas cabe uma pergunta realmente justa. Por que diminuiu de tamanho? Quem o diminuiu? Quando foi modificado? Diga-se, desde logo, que o texto da 2 tiragem ficou muito mais fluente, porque menos prolixo, escoimado de excessivas subordinaes oracionais e de prescindveis travesses, grifos, vrgulas, apostos e redundncias. Foram ainda eliminados pargrafos gratuitos e abertos outros muito apropriados. Enfim, o texto ficou bem melhor, mais escorreito e mais castio. O encurtamento total devido, em particular, eliminao completa dos fragmentos de uma das trs manifestaes de Joo, filho de Zacarias e Isabel; do aviso do pai de Roustaing diante da es-colha do filho para a importante misso; da mensagem dos apstolos, de maio de 1865, recomendando que a publicao deveria estar terminada em agosto do ano seguinte; da aluso de Simeo a Jesus, cujo surgimento na Terra traria disputas e contradies (essa eliminao gera, tambm, por conseqncia, a da nica nota de rodap do Prefcio, a qual condu-zia o leitor ao versculo evanglico correspondente). Arrematando: quem fez o resumo tinha talento, sabia o que estava fazendo, contribuiu verdadeiramente para aprimorar o Prefcio, cuja substncia permaneceu, no obstante, inaltervel. Qualquer pessoa logo dir que a melhora sensvel. Mas, e agora? Quem fez a modificao? Quando? Entro aqui, com licena do leitor, no campo desimpedido das especulaes. Primeiro: o resumo pode ter sido feito pelo prprio Roustaing, ainda encarnado (com vistas a uma nova edio ou para distribuio em separata); segundo: por ele mesmo, j desencarnado, atravs da mediunidade; terceiro: por um discpulo autorizado por ele, antes ou depois da desencarnao; quarto: por um discpulo fiel, sua conta e risco, quando foi preparada a 2 tiragem. Minha preferncia pessoal por esta ltima hiptese. O autor: o mesmo que se encarregou da maior parte da resposta dos discpulos de Roustaing ao artigo de Allan Kardec, enfeixada no opsculo de 1882 e que, para mim, outro no foi seno Jean Gurin. (Digo "da maior parte da resposta" porque h de fato algumas pginas assinadas que hoje sabemos serem realmente de Roustaing. Falo delas noutro captulo deste livro.) Aponto Jean Gurin como autor dadas as muitas evidncias, que tambm exponho no cap. aludido. O fato de haver mantido a assinatura de J.-B. Roustaing absolutamente compreensvel, alm de muito justo e tico. Afinal, nada de substancial foi modificado. No era um outro trabalho. O resumo de qualquer obra continua a ter sua autoria original. H, como sabemos, muitos ttulos editados como "livro de bolso", principalmente clssicos, que so apenas resumos, condensaes. Mas quase nunca indicam quem os resumiu, conservando, no obstante, o nome do autor. A Federao Esprita Brasileira editou, durante muito tempo, O Principiante Esprita, de Allan Kardec, que no entanto jamais escreveu esse livro. Tratava-se to-somente de um resumo da doutrina esprita, elaborado por Guillon

Ribeiro, com a traduo de textos do Codificador. Outro exemplo: Ser-Destino-Dor, de Lon Denis, editado pela Edio Calvrio, de So Paulo, em 1965. Seu contedo so apenas excertos da obra O Problema do Ser, do Destino e da Dor, excertos cuja autoria no foi consignada. L'Obsession, editado na Blgica em 1950 pela ditions de L'Union Spirite, obra que Kardec jamais publicou, ainda que conste dela o seu nome. Trata-se apenas de extratos da Revue Spirite. Chegou a ser traduzida em portugus. E, completando, posso eu mesmo testemunhar esse critrio editorial. Fiz algumas condensaes de obras clssicas para a antiga Editora Gertrum Carneiro e meu nome jamais apareceu como o autor delas. Pagavam-me e ponto final. Assim, Jean Gurin poderia, no mximo, identificar-se como o condensador do Prefcio, mas sua modstia e sua humildade certamente lhe sugeriram o silncio e a discrio nobre. Por ora, fiquemos nisso. Creio que esto bastamente examinadas as razes que me levam a chamar de 2 tiragem a circulao dos volumes surgidos (pelo menos) em 1882. Para encerrar, farei breves registros sobre as tradues de Os Quatro Evangelhos. Essa parte longa e est contida em outro captulo do meu livro A Posio Zero. Aqui, portanto, limito-me apenas aos dados tcnicos, sem maiores comentrios.

1. The Four Gospels explained by their writhes. With an appendix on the ten commandments... Edited by J.-B. Roustaing. Translated (from french) by W. F. Kirby. 3 vol. Trbner & Co.: London, 1881, 8 (3224, 1.1.) 389 Esse registro catalogrfico do The British Museum, Catalogue of Printed Books (1881-1900), vol. 6, 1946, col. 971; idem, vol. 47 (1946), ed1.101. 390 Foi, portanto, W. F. Kirby quem passou do original francs para a lngua inglesa. Quem era ele? Podemos sab-lo pelo prprio catlogo do Museu Britnico. Seu nome completo era William Forsell Kirby. Nasceu em 1844 e desencarnou em 1912. Traduziu outras obras (no espritas) e publicou vrias de sua prpria autoria, principalmente sobre insetos e, em especial, sobre lepdpteros.

2. Christligher Spiritismus, oder Offenbarung ber die Offenbarung, die vier Evangelien im Gefolge der Gebote im Geiste und in der Wahrheit von den Evangelisten unter dem Beistande der Apostel und des Moises erklrt. - Gesammelt und geordnet vom J. B. Roustaing, Advokaten des kaiserlichen Gerichtshofes zu Bordeaux, vormaligen Advokaten-Vorsteher. Aus dem Franzsischen ins Deutsche bersetzt vom Franz Pavlcek, k. k. pens. Finanz-Commissr, Uibersetzer des Buches der Mdien. [Citaes evanglicas] I. Theil. Zu beziehen im Verlage des Uibersetzers in Budweis in Bhmen. - 1879. Mit Vorbehalt aller Rechte. 395 O registro da traduo alem pode ser encontrado na pg. 3 do Catlogo, editado pela Federao Esprita Brasileira e enfeixado, com numerao prpria de pginas, no fim da 5

edio de O Livro dos Espritos, publicada em 1899. Ali podemos saber o preo e o livreiro: Christligher Spiritismus, 16 Marks. Vezkufer: Paul Hientzsch, Mauerstrasse, 68, Berlin.396 A FEB estava, ento, na rua do Rosrio, 141 - sob. A edio era vendida tambm pela Casa Portuguesa (Jos Nunes dos Santos), na rua de S. Roque 139/141, Lisboa, Portugal.

3. El Espiritismo Cristiano o Revelacion de la Revelacion. Los Cuatro Evangelios seguidos de los Mandamientos esplicados en espritu y en verdad por los evangelistas asistidos de los apstoles y Moiss. Comunicaciones recogidas y ordenadas por J.-B. Rustaing, Abogado de la crte imperial de Bordeos. [Citaes evanglicas] - Barcelona. Sociedad Espiritista Annima Barcelonesa. Administrador: Juan Puigventos, calle San Ramon, n 28. - 1875. Barcelona, 1875. - Tip. De Juan Pons, cargo de B. Fbregues, Olmo, 13. 397 Esses registros esto todos copiados do frontispcio da obra, publicada em apenas 1 volume, dividido em 2 colunas, e que possuo em minha biblioteca particular, oferta que me foi feita pelos dirigentes do Centro Esprita de Jacarepagu, do Rio de Janeiro, aonde costumo ir fazer palestras. O Catlogo da Federao Esprita Brasileira fornece outros dados complemantares, na pg. 6. Los Cuatro Evangelios. Preo: 7 Pesetas. Vendedor: Juan Torrents y Goral, calle del Triunfo, S. Martim de Provensales - Barcelona. 398 A traduo provavelmente a mais antiga. Quando Roustaing desencarnou, em 1879, ela j existia, conforme se l no texto escrito por Jean Gurin para a Revue Spirite de maro daquele ano, e que o leitor encontrar, na ntegra, no cap. I deste livro. Gurin disse, ento, que "a traduo espanhola j est feita e impressa em edio bblica grande, in-oitavo, num nico volume". Ignoro quem foi o autor dessa traduo cujo nome, como vimos, no constou do frontispcio.

4. Roustaing, G.B. - Spiritismo cristiano ossia rivelazione della rivelazione. Versione di Corrado Baruzzi. Bologna, soc. tip. gi Compositori. '81-83, 3 vol., 16. 1893.399 A fonte da verso italiana a pg. 378 do Catlogo Geral da Livraria Italiana, de 1847 a 1899, compilado pelo professor Attilio Pagliaini e publicado em Milo, em 1905.400 O tradutor Corrado Baruzzi era literato, existindo de sua autoria, registrado naquele mesmo catlogo, uma obra sobre poesia e um romance. O G., no nome de Roustaing, quer dizer, como se sabe, Giovanni, isto , Joo em italiano. O Reformador de novembro de 1952, pg. 256, traz uma breve nota sobre essa traduo, redigida nos seguintes termos: "A obra de Roustaing. A obra Os Quatro Evangelhos, de Roustaing, foi traduzida para o italiano por C. Baruzzi e publicada em 1893."

5. Vklad Ctvera Evangli a Desatera Prikzn dle Spiritismu. - Napsali medijne evangelist a apostol. Sebral a tiskem vydal Jan Roustaing, francouzsk advokt. Zcestili a k tisku upravili F. Skola a K. Sezemsk. - I. Dl. [Citaes evanglicas] - V Nov Pace 1908. Nakladem Spiritick stredu knihovny v Nov Pace. Tiskem Josefa Glose v Semilech.401 Esta a traduo para o tcheco do 1 volume, feita em 1908. O 2 volume surgiu no ano seguinte, em 1909. Mas o lanamento propriamente da obra aconteceu bem antes, no ano de 1886, em cadernos seriados. O tradutor foi Frantisek Pavlcek, com pequenas alteraes nos dados tcnicos. Do acervo da Biblioteca da Universidade de Praga constam dois desses cadernos, o IV e o VIII da srie II. Eis o frontispcio de um deles, que tem acrescentado a mo, naturalmente pelos tcnicos daquela biblioteca, a indicao Skola 1886: Svazek IV. Serie II. Spiritistick Knihovna. Krest'ansk spiritism nebioli: Vklad ctvera evangeli a desatera prikzn. - Napsali medijn evangelist a apostol. Sebral a tiskem vydal Jan Roustaing, francouzsk advokt. Prelozil Frantisek Pavlicek, finanen komisar ve vsl. - 4. Sesit. Cena jednotlivho svazku 10 kr. - Nakladatel * Karel Sezemsk * Vydavatel. Praha, Soukenick ulice 1188/25. [Skola 1886.] 402 Em 1928 apareceu nova edio, cujo 1 volume contm os seguintes dados: Vklad Ctvera Evangli a Desatera Prikzn dle Spiritismu. Napsali medijn evangelist a apostol. Sebral a tiskem vydal Jan Roustaing, francouzsk advokt. Zcestili a k tisku upravili F. Skola a K. Sezemsk. - I. Dl. - [Citaes evanglicas] - V Nov Pace 1928. Nkladem Edice "Spirit" Karel Sezemsk, vydavatel v Nov Pace. Tiskem Josefa Glose v Semilech.403

Dessa edio de 1928 foi encontrado, no Brasil, um exemplar do 1 volume, incorporado ao acervo bibliogrfico da Federao Esprita Brasileira desde 1974. Ofereceram-no Casa-Mter os confrades Felipe Salomo e sua esposa Dorothy, do movimento esprita de Franca, importante cidade do Estado de So Paulo. O volume era da biblioteca do casal Helena e Roberto Stavelova, que o trouxeram juntamente com outras obras espritas, quando decidiram sair da antiga Tchecoslovquia e radicar-se em So Paulo. Encadernado, est muito bem conservado. Contm 565 pginas, em bom papel. Eis os dados das tradues conhecidas de Les Quatre vangiles. Encerro informando que parece existir, ainda, uma traduo em senagals. At agora porm no encontrei confirmao.

NOTAS

293 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. IV, p. 70, 5 edio da FEB. 294 Idem, idem, p.73.

296 Revista Esprita de maro de 1860, pp. 100/101. 297 Les Quatre vangiles, Prface, tome I, p. XXII da 1 tiragem e p. 14 da 2 tiragem; e Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. I, p. 65, 5 ed. da FEB. 300 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. I, p. 57, 5 edio da FEB. 301 Revista Esprita de junho de 1866, pp. 188 a 190. 302 Novo Dicionrio da Lngua da Lngua Portuguesa, de Aurlio Buarque de Hollanda Ferreira, p. 987, 1 edio (3 impresso) , Editora Nova Fronteira, 1975. 303 O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, n 6. 304 Idem, idem, n 7. 307 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. IV, p. 73, 5 edio da FEB. 308 Idem, idem, p. 74. 310 Os Quatro Evangelhos, Prefcio de J.-B. Roustaing, vol. IV, p. 76, in fine. 311 A Gnese e La Gense, cap. I, n 45. 312 Os Quatro Evangelhos, Prefcio do vol. IV, p. 71, 5 edio da FEB. 313 Os Quatro Evangelhos, vol. III, p. 65, 5 edio da FEB. 314 Vide Mateus, cap. 16, v. 27-28; cap. 24, v. 26-27; e cap. 25, v. 31-32. 315 A Gnese, cap. XVII, nos 43 a 58. 316 Os Quatro Evangelhos, vol. II, pp. 170, 191, 192, 250 e 253; e vol. III, pp. 365, 377, 400/401 e 432, 5 edio da FEB. 317 Pg. 57 da 5 edio da FEB. 319 Pg. 73 da 5 edio da FEB. 321 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. I, p. 65, da mensagem assinada por Mateus, Marcos, Lucas, Joo, assistidos pelos apstolos. 322 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. IV, p. 74, 5 edio da FEB. 324 Prefcio do vol. I, p. 67, da 5 edio da FEB. 325 Idem, ibidem. 326 Idem, ibidem. 327 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. IV, p. 72, trecho assinado por Moiss e os evangelistas, assistidos pelos apstolos.

328 Espiritismo Cristo ou Revelao da Revelao - OS QUATRO EVANGELHOS Seguidos dos mandamentos explicados em esprito e em verdade pelos Evangelistas assistidos pelos Apstolos e Moiss - Recebidos e coordenados por J.-B. Roustaing. Advogado na antiga Corte Imperial de Bordeaux, antigo bastonrio. [Citaes evanglicas] - Tomo Primeiro - Paris. Livraria Central, 24, Bulevar dos Italianos, 1866 - Todos os direitos reservados. Bordeaux, grfica Lavertujon, 7, rua dos Treilles. 330 Os Quatro Evangelhos, Prefcio, vol. IV, p. 74, 5 edio da FEB. 355 Errata do vol. I, pp. 493/494; do vol. II: 701/703; do vol. III: p. 653/654. 389 Os Quatro Evangelhos explicados pelos seus autores. Com um apndice sobre os dez mandamentos... Editado por J.-B. Roustaing. Traduzido (do francs) por W. F. Kirby. 3 vol. Trbner & Co.: Londres, 1881, 8 (3224, 1.1.). 390 Museu Britnico, Catlogo de Livros Impressos (1881-1900) 395 TRADUZIR DO ALEMO 396 Espiritismo Cristo, 16 marcos. Vendedor: Paul Hientzsch, rua Mauer, 68, Berlim. 397 O Espiritismo Cristo ou Revelao da Revelao. Os Quatro Evangelhos seguidos dos Mandamentos explicados em esprito e em verdade pelos evangelistas assistidos pelos apstolos e Moiss. Comunicaes recolhidas e postas em ordem por J.-B. Roustaing. Advogado da corte imperial de Bordeaux. [Citaes evanglicas] - Barcelona. Sociedade Esprita Annima Barcelonesa. Administrador: Juan Puigventos, rua So Ramon, n 28. - 1875. Tip. De Juan Pons, a cargo de B. Fbregues, Olmo, 13. 398 Os Quatro Evangelhos, 7 pesetas. Vendedor: Juan Torrents e Goral, rua do Triunfo, S. Martim de Provenal - Barcelona. 399 Roustaing, J.-B. - Espiritismo cristo ou revelao da revelao. Verso de Corrado Baruzzi. Bolonha, antiga soc. tip. Compositori. '81-83, 3 vol., 16. 1893. 400 Catalogo Generale della Libreria Italiana, dell'anno 1847 a tutto il 1899, compilato dal Prof. Attilio Pagliaini - vol. 3 (P-Z). Publicato a cura dell'Associazione Tipografico - Libreria Italiana, Milano 1905, p. 378. 401 Interpretao de Quatro Evangelhos e Dez Mandamentos Por Meio Esprita. - Escrito por evangelistas e apstolos, mediunicamente. Compilado e editado por Jan Roustaing, advogado francs. Traduzido para o vernculo e preparado para a impresso por F. Skola e K. Sezemsk. I. Parte. [Citaes evanglicas] - Em Nov Paka, 1908. Edio da Biblioteca Esprita Central em Nov Paka. Impresso por Josef Glos, em Semilech. 402 Volume IV. Srie II. Livraria Esprita. Espiritismo Cristo ou seja: Interpretao de quatro evangelhos e dez mandamentos. - escrito por evangelistas e apstolos, via mdiuns. Compilado e editado por Jan Roustaing, advogado francs. Traduzido por Frantisek Pavlcek, comissrio financeiro aposentado. - 4. Caderno. Preo do caderno individual 10 kr. - Editado e publicado por Karel Sezemsk. Praga, rua Soukenick 1188/25. [Skola 1886.]

403 Interpretao de Quatro Evangelhos e Dez Mandamentos Por Meio Esprita. - Escrito por evangelistas e apstolos, mediunicamente. Compilado e editado por Jan Roustaing, advogado francs. Traduzido para o vernculo e preparado para a impresso por F. Skola e K. Sezemsk. I. Parte. [Citaes evanglicas] - Em Nov Paka, 1928. Edio da Biblioteca Esprita Central em Nov Paka. Impresso por Josef Glos, em Semilech.

(Transcrio resumida do captulo II de A Posio Zero Introduo Histrica e Dialtica a Roustaing, de LUCIANO DOS ANJOS.)

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