Relações Entre Tensão e Corrente em Uma L.T
Relações Entre Tensão e Corrente em Uma L.T
Relações Entre Tensão e Corrente em Uma L.T
.1 Introduo As expresses que sero deduzidas so importantes, pois permitem calcular a tenso, a corrente e o fator de potncia em qualquer ponto de uma L. T.; indicam o efeito dos diversos parmetros da linha sobre as q.d.t de tenso ao longo da mesma, para vrias cargas; so teis tambm no clculo do rendimento da transmisso, bem como no clculo da potncia que flui por uma linha. 3.2 Representao das linhas A Figura 3.1 representa um gerador ligado em Y, alimentando uma carga equilibrada tambm ligada em Y. A corrente de neutro nula. Portanto, os pontos "0" e "n" esto no mesmo potencial, no passando corrente pelo condutor neutro.
R L
ZL Gerador 0 R R L L ZL n Carga ZL
Para resolver o circuito, supe-se que exista o condutor neutro, mesmo que a carga esteja ligada em (nesse caso transformada em Y), e considera-se que por ele circule a soma das trs correntes de fase; aplica-se a lei de Kirchhoff das tenses na malha que contm uma fase e o neutro, conforme Figura 3.2.
R L
+
VS VR
+
ZL
3.3 Classificao das L. T. segundo suas extenses Curta (linhas areas de 60 Hz, com menos de 80 km) Desprezam-se as susceptncias capacivas (b=jwC), isto , desprezam-se o as capacitncias em paralelo (shunt), os demais parmetros R e L so considerados concentrados. Mdia (linhas areas de 60 Hz, entre 80 km e 240 km) Os parmetros R, L e C so considerados concentrados, porm este ltimo divido ao meio (C/2) e representado em cada um dos extremos da linha (circuito ). Longa (linhas areas de 60 Hz, acima de 80 km) Os parmetros R, L e C esto uniformemente distribuidos ao longo da linha e isso deve ser observado no clculo rigoroso das linhas longas. Do exposto, conclu-se que essa classificao baseia-se nas aproximaes admitidas no uso dos seus parmetros.
2
3.3.1 Linha de transmisso de comprimento curto O circuito equivalente de uma L. T. curta mostrado na Figura 3.3. Antes de passar ao estudo dessa linha e das demais, importante que se faa alguns esclarecimentos de notao, e convenes, ou seja,
Z = z l : impedncia total em srie, por fase; Y = y l : admitncia total em paralelo, entre linha e neutro
l : comprimento da linha; z : impedncia em srie, por unidade de comprimento, por fase y : admitncia em paralelo, por unidade de comprimento, entre linha
e neutro; IS e IR : correntes, respectivamente, no gerador e na carga VS e VR : tenses entre linha e neutro, respectivamente, no gerador e na carga; Quando a corrente instantnea flui no sentido indicado pela flexa ela considerada positiva; meio ciclo depois quando inverte o sentido da corrente, ela negativa; O valor instntaneo da tenso considerado positivo quando o terminal (+) estiver em um potencial maior do que o terminal (-), caso contrrio negativo. IS Z=R+jwL IR
+
G VS VR
+
Carga
A figura abaixo mostra o efeito da variao do fator de potncia da carga na regulao de uma L.T.
VS V IRX IRR I V IRR I VS VR IRX IRR
IRX
VNL VNF
: mdulo da tenso nos terminais da carga, em vazio : mdulo da tenso nos terminais da carga, em plena carga
Observaes: ngulo de fp em atraso (carga indutiva) maior regulao ngulo de fp adiantado (carga cap.) regulao min. ou negativa Para o caso de uma L.T. curta, consideram-se
VNL = VS
VFL = VR
3.3.2 Linha de transmisso de comprimento mdio O circuito nominal o mais indicado para uma L.T. de comprimento mdio (Figura 3.5).
IS Z IR
VS
Y/2
Y/2
VR
3.3.3 Linha de transmisso de comprimento longo Lembrando que os parmentros (R, L e C) desse tipo de linha so distribudos, ento ser tomado um elemento infinitesimal (dX), conforme mostrado na figura abaixo, para a partir dele, estud-la.
IS I+dI I IR
VS
V+dV
VR
Carga
dX
dI dV e , nessas equaes dx dx
As solues dessas equaes para V e I, respectivamente, sero expresses cujas derivadas segundas em relao a x so iguais s expreseas originais multipicadas pela constante yz. Isso sugere uma soluo do tipo exponencial. Por exemplo, supondo que a soluo da equao diferencial de para V seja do tipo
por conseguinte,
mas
dV = Iz , ento, dx
Explicitando I, resulta
Fazendo,
Essas equaes fornecem os valores eficazes de V e I, bem como suas fases em qualquer ponto da linha, em funo das distncias x, medidas a partir dos terminais da carga, supondo-se conhecidas VR, IR e os parmetros da linha. 3.3.4 Interpretao das equaes de uma L. T. longa Escrevendo a constante de propagao complexa
na forma
Os termos e e e explicam a variao da corrente e da tenso em qualquer instante, em funo da distncia ao longo da linha. O primeiro termo muda os valores dos mdulos, enquanto o segundo, que igual a
j x
e jx = cos x + jsenx ,
cujo mdulo 1, produz uma defasagem de unidade de comprimento da linha. Consideraoes: O termo
[(VR + I R Z C ) / 2] e x e jx (tenso incidente: V )
+
radianos por
cresce em mdulo e adianta-se em fase com o aumento da distncia aos terminais da carga; acontece o contrrio quando se avana dos terminais do gerador para a carga (onda progressiva); O termo
Muitas vezes ZC chamada de Impedncia de Surto, sendo dada por: Z S = L / C (linha sem perdas, onde R e G so desprezadas). Considera-se linhas sem perdas quando se lida com altas freqencias ou tenses de raio (as tenses de raios tm freqncias elevadas, da ordem de kHz). O comprimento de Onda definido como a distncia, ao longo da linha, entre dois pontos de uma onda cujas fases diferem de 360 ou 2 radianos. Se for a defasagem em rd/km, o comprimento de onda em quilmetros, ser
e a velocidade
km/s (f em Hz)
Para f=60 Hz, o comprimento de onda aproximadamente
IS VS
+ ABCD
IR VR
Fig. 3.7: Diagrama simblico representativo de um circuito com dois pares de terminais (quadriplo)
a) Linhas mdias
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interpretar
as
Z = Z
senh ( l ) l Z = zl
Y Y tanh ( l / 2) = 2 2 l /2 Y = yl
13
VS
Y/ 2
Y/ 2
VR