Desenvolvimento Das Ideias Pedagógicas Leigas:Ecletismo, Liberalismo e Positivismo (1827-1932)

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Desenvolvimento das Ideias Pedaggicas Leigas :Ecletismo, Liberalismo e Positivismo ( 1827-1932)

Dermeval Saviani

Introduo
Neste texto Saviani discute as ideias, num sentido mais amplo,e as ideias pedaggicas,num sentido mais restrito,presentes quer nos pensadores da poca,quer nos debates,nas reformas e propostas educacionais.

O que Ecletismo?
Nome dado tendncia de selecionar (em grego eklgein) dentre as opinies de vrias escolas filosficas, aquelas que se consideram verdadeiras, de modo a incorpor-las a um corpo doutrinrio prprio.

Periodizacao
Vamos Falar de XVII de XIX at XII
Pressupostos Filosficos Ecletismo Liberalismo Positivismo

Silvestre Pinheiro
Professor da cadeira de Filosofia Racional e Moral do Colgio das Artes de Coimbra. Veio ao Brasil em 1809, permanecendo at 1821. Ministrou um curso de Filosofia no Real Colgio de S. Joaquim, antigo seminrio. Alm de filosofo e filosofo Poltico foi tambm Poltico.

Silvestre Pinheiro Ferreira e o Ecletismo Esclarecido.


Um importante pensador que aderiu corrente do ecletismo esclarecido e que se incumbiria de preparar os espritos na busca de contedo para aquela doutrina que o Visconde de Uruguai denominaria de ecletismo esclarecido (...) (Paim, 1974, p. 180).

Esta concepo, segundo Paim (1974), fundada no

Naturalismo, no liberalismo econmico, cujos adeptos adquirem influncia crescente na esfera polticano desembocava em movimento filosfico, digamos, nos moldes do empirismo ingls. (...) Ao mesmo tempo, a receptividade s ideias ticasPolticas trazidas baila pelas revolues Americana e Francesa no chega a adquirir maior consistncia. Pelo Menos no desemboca em qualquer corrente de opinio proeminente e destacada (Paim, 1974, p. 180).

Visando contribuir para completar as reformas iniciadas por Pombal, Silvestre Pinheiros,buscava encontra um lugar para o liberalismo poltico num sistema filosfico coerente que se harmonizasse com o pensamento tradicional incorporado a cultura portuguesa. Manifestando clara preferncia pela monarquia constitucional sobre o regime republicano. Reconhecendo a necessidade de reformar as instituies afastava as vias revolucionarias optando pela transformao se ruptura pautando-se na estratgia da conciliao. Poderamos definir sua filosofia poltica como um liberalismo moderado e em sua filosfica encaminhava-se para o ecletismo.

Queria adotar o liberalismo, mas desejava-se conciliado a tradio. O liberalismo pode se impor sobre o jogo poltico que fico restrito as elites. Assim o liberalismo existiu no bero do estado brasileiro. Segundo Paim (1974), a corrente ecltica representa o primeiro movimento filosfico plenamente estruturado no Brasil. Baseado nas ideias de Victor Cousin (1792 1867), professor de Filosofia na Escola Normal de Paris desde 1814.

O sistema apresentado por Cousin denominado de ecletismo espiritualista e passou a ser uma espcie de filosofia oficial na Frana (Paim, 1974, p. 204). Sua Filosofia aspectos bsicos: constitui-se de trs

1-O ecletismo como mtodo (historicismo) 2-O mtodo psicolgico, elevado condio de fundamento ltimo da Filosofia 3- O espiritualismo. A segunda metade do sculo XIX considerada como o momento da ascenso do esprito crtico.

As Ideias Pedaggicas nos Debates da Assemblia Nacional Constituinte.


Aps a proclamao da independncia em 1822 surge a necessidade e estruturar jurdico e administrativamente o pais. O primeiro passo foi a elaborao e promulgao de uma constituio em 3 de junho de 1823. O imperador destacou a necessidade de uma legislao especial sobre a instruo publica. A soluo encontrada pela assemblia foi apresentar um projeto que estimula-se a criao de uma proposta de um tratado completo de educao da mocidade brasileira ,oferecendo uma premiao pra a melhor obra apresentada.

Com este projeto percebe-se a ideia de extrema urgncia e necessidade de se organizar um sistema escolar publico segundo um plano comum a ser implantado em todo territrio do novo estado.

Ento MARTIN FRANCISCO apresentou uma obra intitulada a Memria de Martin Francisco, estruturada em 12 captulos que era constitudo em um plano amplo e detalhado que previa a organizao do conjunto da instruo publica que era dividida em trs graus.

Primeiro Grau: O primeiro grau cuidaria da instruo comum tendo como objetivo as verdades e conhecimentos teis e necessrios todos os homens teria durao de trs anos abrangendo a faixa etria de 9 a 12 anos. Segundo Grau: O Segundo grau com durao de seis anos que falaria sobre estudos bsicos referentes s diversas profisses. Terceiro Grau: Terceiro Grau destinava-se a promover educao cientifica para promover a elite dirigente.

Martin Francisco C1

Maquis Condorcet

DIFERENAS

C2

Condorcet: Inicia seu ensaio referindo-se a sociedade e cidado. A palavra igualdade frequentemente utilizada. O ensino de Primeiro Grau teria durao de 4 anos. Martin Francisco: A palavra IGUALDADE ausente em sua obra . O ensino do primeiro Grau teria durao de 3 anos

Conforme o seguinte plano:

Cinco memrias sobre a instruo publica


Primeira Memria: instruo pblica. Natureza e objeto da

Segunda Memria: Da instruo comum para as crianas. Terceira Memria: sobre a instruo comum para os homens. Quarta Memria: Sobre a instruo relativa s profisses Quinta memria: Sobre as instrues relativas s cincias

Segue-se a necessidade da instruo, que se impe duplamente: em primeiro lugar, Politicamente por que o povo soberano ele pode por falta de conhecimento se tornar seu prprio tirano. Em segundo lugar, Filosoficamente; por que aquele que ignora esta sempre num estado de dependncia; alienado que esta a opinio difundida e a espontaneidade de suas prprias paixes, ele no e jamais o autor de suas decises. No h liberdade sem autonomia da razo.

C4 Em lugar de educao nacional prefere-se instruo publica, na primeira memria sobre a instruo publica condorcet apresenta trs razoes em defesa da tese de que a educao publica deve se limitar a instruo. Primeira razo apontada diz respeito diferena necessria dos trabalhos e das posses que impede que se de a educao publique maior amplitude. Segunda razo atinente aos direitos dos pais. Terceira e referida a independncia de opinies. C5

As ideias pedaggicas e o problema nacional da instruo publica.


Em 1826 reaberto o Palermo retomou-se a discusso sobre a instruo publica entre varias propostas se sobressaiu o projeto de Janurio da cunha Barbosa tambm assinado pelos deputados Jose Cardoso Pereira Mello e Antonio Ferreira Frana, que pretendiam regular o ensino distribudos em quatro graus, assim denominados: 1 2 3 4 Grau pedagogias Grau Liceus Grau ginsios Academias

O PRIMEIRO Grau as PEDAGOGIAS abrangeria os conhecimentos elementares e necessrios a todos independente da situao social ou profisso compreendendo a arte de escrever e de ler, os principios fundamentais da aritmtica, e os conhecimentos morais, fsicos e econmico, indispensvel em todas circunstancia e empregos, essas escolas abrangeriam trs classe, com durao de um ano cada uma. O SEGUNDO grau LICEUS voltava-se para formao profissional compreendendo os conhecimentos relativos agricultura arte do comercio na forma como so desenvolvido pelas cincias morais e econmicas, o curso teria durao de trs anos. O TERCEIRO grau, denominado GINASIOS compreendia os conhecimentos cientficos gerais, como introduo ao estudo aprofundado das cincias e de todos os gneros de erudio.

Detalhado da seguinte forma: Estudos das faculdades e operaes do entendimento Gramtica geral Retrica Lnguas mortas e vivas Diversos modos de escrituras em diplomas moedas e inscries lapidares Hermenutica Geografia antiga e moderna Cronologia Historia Filosofia tanto civil como literrias c6

O quarto Grau seriam as ACADEMIAS que se destinava a estudar as cincias abstratas e de observao que eram consideradas em sua maior extenso e em todas as mais diversas relaes com a ordem social , compreendendo-se alm disso, o estudo das cincias morais e polticas . Seu objeto de estudo so todas cincias exatas naturais e sociais distribudas em seis classes distintas.

1-Cincia Matemtica 2-Cincia fsica 3-cincia sade do homem e dos animais 4-Cincias sociais e jris prudncia 5-Cincia militares 6-Cincias navais

A questo pedaggica nas escolas de primeiras letras: Mtodo Mtuo.


Mtodo Mutuo -Tornou-se oficial em 1837 ensaiando-se a sua generalizao em todo o pais. -Proposto Por Andrew Bell e Josep Lancaster . -Chamado tambm de munitorial ou lancasteriano. -Baseava-se no aproveitamento dos alunos mais avanados como auxiliares de professores.

O mtodo supunha regras predeterminadas, rigorosa disciplina e a distribuio hierarquizada dos alunos sentando em um salo nico e amplo. Buscava-se com o ensino do mtodo proposto por Lancaster o equacionamento do mtodo de ensino e de disciplinamento correlacionados um ao outro. A maior habilidade exigida em a memria e no a fluncia verbal. C8

Em 1834 com fora da aprovao do Ato ADICIONAL a constituio do imprio , o governo central desobrigou-se de cuidar das escolas primarias e secundarias transferindo essas incumbncia para os governos provincial. O ato adicional apenas legalizou omisso do poder central a

Ideias Pedaggicas na Reforma de Couto Ferraz


A reforma Couto Ferraz e um regulamento e um minucioso documento composto de cinco ttulos. O primeiro terceiro quarto e quinto esto constitudos , cada um por um nico capitulo tratando respectivamente da inspeo dos estabelecimentos pblicos e particulares de instruo primaria e secundaria, da instruo publica secundaria do ensino particular primrio e secundrio , dos professores e diretores de estabelecimentos pblicos e particulares .

O segundo titulo trata da instruo publica primaria,compe-se de trs captulos que falam sobre Condies para o magistrio publico nomeao e demisso , escolas publicas e suas condies de regime.

C10

A concepo pedaggica que orientou a reforma Couto Ferraz Sob o ngulo das finalidades da escola, absorvia a noo iluminista do derramamento das luzes por todos os habitantes do pas, o que trazia como corolrio:
Obrigatoriedade aos pais, tutores, curadores ou protetores que tiverem em sua companhia meninos maiores de 7 anos de garantirem o ensino pelo menos de primeiro grau (Art. 64) Implicando, por conseqncia, a obrigatoriedade, para as crianas, de freqncia s escolas.

Mas, se as ditas luzes deveriam se derramar a todos os habitantes, deve-se entender que se restringia a todos os habitantes livres, pois os escravos estavam explicitamente excludos, j que, nomeados no 3 do Art.69, estavam entre aqueles que no sero admitidos matricula, nem podero freqentar as escolas.

Sob o ponto de vista da organizao dos estudos, previa-se: a) uma escola primria dividida em duas classes: a primeira compreenderia escolas de instruo elementar, denominadas escolas de primeiro grau; a segunda corresponderia instruo primria superior, ministrada nas escolas de segundo grau; b) uma instruo secundria ministrada no Colgio Pedro II, com a durao de 7 anos, e nas aulas pblicas avulsas, consagrando, portanto, a coexistncia dos dois modelos ento em vigor;
c) os alunos seriam agrupados em turmas adotandose, portanto, a seriao e o ensino simultneo

C11

Dai, um inteiro captulo, o de nmero II, do Ttulo II, dedicado aos professores adjuntos. A idia pedaggica a presente era a da formao na prtica.

Consistiam em se contratar, por concurso geral aberto aos discpulos maiores de 12 anos de todas as escolas pblicas, docentes auxiliares. C12

Encontra-se tambm nas atribuies do Conselho Diretor, no processo de seleo dos professores pblicos e dos adjuntos e se explicita no centro do currculo quando se prev no artigo 47:

a)o estudo do sistema de pesos e medidas do municpio, e no s dele, mas tambm das provncias e das Naes com que o Brasil tem mais relaes comerciais; b) o desenvolvimento da aritmtica em suas aplicaes prticas; c) as cincias fsicas e histria natural aplicveis aos usos da vida. C13

Reforma Lencio De Carvalho


Trata-se de texto composto de 174 itens agrupados em 29 artigos, eventualmente desdobrados em pargrafos e incisos, porm no ordenados em ttulos ou captulos. A essncia da reforma apresentada logo no artigo primeiro ao proclamar que completamente livre o ensino primrio e secundrio no municpio da Corte e o superior em todo o Imprio, salva a inspeo necessria para garantir as condies de moralidade e higiene, completado com quatro pargrafos que estipulam as condies e sanes para a necessria inspeo. C14 e c15

METODO INTUITIVO
O mtodo intuitivo, conhecido como lies de coisas, foi concebido com o intuito de resolver o problema da ineficincia do ensino diante de sua inadequao s exigncias sociais decorrentes da revoluo industrial que se processara entre o final do sculo XVIII e meados do sculo XIX. C 16

Ao mesmo tempo, essa mesma revoluo industrial viabilizou a produo de novos materiais didticos como suporte fsico do novo mtodo de ensino.
Mobilirio escolar; quadros negros caixas para ensino de cores e formas; quadros do reino vegetal, gravuras, cartas de cores para instruo primria; aros, mapas, linhas, diagramas, caixas com diferentes tipos de objetos como pedras, metais, madeira, louas, cermica, vidros; equipamentos de iluminao e aquecimento; alimentao e vesturio etc.

O mais famoso desses manuais foi o do americano Norman Allison Calkins, denominado Primeiras lies de coisas, cuja primeira edio data de 1861, sendo reformulado e ampliado em 1870. Foi traduzido por Rui Barbosa em 1881 e publicado no Brasil em 1886.
A definio da disciplina Noes de coisas, no currculo escolar das escolas primrias do primeiro grau, consistiu num assunto interessante. Esta foi prevista, pelo Decreto, para a aprendizagem dos estudantes do ensino normal. O ensino nas escolas normais do Estado compreenderia a disciplina Prtica do ensino intuitivo ou lies de cousas (CARVALHO, 1942, p. 280).

Baro de Macabas

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