Aula 1 Do Tema 3 - Ideologias Políticas e Seus Reflexos Sobre o Estado

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Descrição

O conhecimento sobre a
formação das identidades
Tema 3: Ideologias políticas e seus políticas da sociedade
reflexos sobre o Estado ocidental, capitalista, seus
fundamentos ideológicos e as
formas de manifestação
política.
Propósito
Estabelecer parâmetros de
Tema 3: Ideologias políticas e seus compreensão das correntes
reflexos sobre o Estado políticas que vigoram entre o
século XIX e parte do século
XX é essencial para todos os
estudantes.
LEITURAS BÁSICAS:

ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Teoria geral do Estado. – 3. ed. – Barueri, SP : Manole, 2010.
Capítulo 8.

LEITURAS COMPLEMENTARES:

SACCOMANI, Edda. Facismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO,


Gianfranco. Dicionário de política. trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev.
geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la
ed., 1998. Vol. 1: 674 p. (total: 1.330 p.). P. 466-475.

BRACHER, Karl Dietrich. Nacional-socialismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola;


PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João
Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de
Brasília, 1 la ed., 1998. Vol. 1: 674 p. (total: 1.330 p.). P. 807-812.
Tema 3: Ideologias políticas e seus
reflexos sobre o Estado

MÓDULO 1
MÓDULO 2 MÓDULO 4
Identificar as MÓDULO 3
Distinguir a ideologia Reconhecer o
particularidades da
política liberal, um dos Localizar o surgimento
ideologia política
desdobramentos do da ideologia
desenvolvimento
conservadora, que
pensamento nacionalista ao longo dos fascismos na
surgiu na conjuntura primeira metade
progressista que do século XIX
da Revolução Francesa
fundou a Modernidade do século XX
(1799–1899)
Introdução
A Modernidade europeia:

 Produziu ideologias políticas que foram expandidas


pelo mundo na esteira da dominação colonial.

 Esses sistemas de pensamento inspiraram práticas


políticas e diferentes formas de organizar o Estado.
Introdução

 Estudar as ideologias que foram


desenvolvidas entre o início do século XVIII e
meados do século XX, partindo da premissa
elementar da Sociologia do Conhecimento: todo
pensamento é produto de realidades sociais
concretas.
Sociologia do Conhecimento:

 Karl Mannheim estudou o “estilo conservador” na perspectiva


teórica da Sociologia do Conhecimento;

 Um dos principais representantes da Sociologia do Conhecimento.


Sociologia do Conhecimento:

 O conhecimento não se produz no vazio social, acima da realidade


social;

 Todo conhecimento, todo pensamento, é resultado de condições


sociais concretas, pois os pensadores não vivem acima da sociedade, fora
da realidade.

 Elas estão sempre respondendo aos desafios do seu tempo.


Sociologia do Conhecimento:

 Premissa de que não existe distinção entre pensamento e


ação política, pois toda ação é sempre prefigurada por determinado
pensamento e todo pensamento é o resultado objetivo e prático de
um conjunto de ações.
Conservadorismo:

Vamos entende-lo?
Conservadorismo:

 Segundo Karl Mannheim, o evento fundador do conservadorismo


moderno foi a Revolução Francesa (1789-1799).

 Principal repertório crítico ao pensamento progressista, que vinha se


desenvolvendo desde o início do século XVIII.
Leia o poema de Ramón de Campoamor (1817-1901):

"Pare o trem! Parar não pode.


Para onde esse trem está indo?
Caminhando pelo mundo, em busca do ideal.
Como se chama? Progresso.
Quem vai nele? A humanidade.
Quem o dirige? O próprio Deus.
Quando ele vai parar? Nunca".
Conservadorismo:
 Muda-se a posição que o passado ocupava nas culturas europeias:

 As experiências: fontes de ensinamento  evitar cometer os


mesmos erros de antes.

 Na Modernidade: o passado se tornou o símbolo do obsoleto,


do atraso, daquilo que deveria ser superado pela marcha inexorável da
história.
Conservadorismo ontológico:

 Incômodo que todos nós sentimos diante de uma mudança, de algo que
desestabiliza a situação de vida com a qual já estamos habituados.
Reacionário:

 Apelo ao pensamento utópico. Idealização do tempo.

 O reacionário idealizaria o passado, considerado como o


momento da plena realização da felicidade humana.
Revolucionário:

 Idealização do tempo  o revolucionário idealizaria o futuro,


defendendo a aceleração da marcha da história rumo à utopia
progressista.
Conservadorismo moderno:

 Complexo sistema de pensamento que buscou reagir aos


desafios postos pela modernidade progressista, sendo ele
mesmo uma interpretação dessa modernidade.
Conservadorismo moderno:
 Conservador: cético tanto com a promessa reacionária como com a promessa
revolucionária.

 O presente é a melhor experiência possível, pois sintetiza as


experiências acumuladas ao longo do tempo, os repertórios que foram testados,
que sobreviveram.

 É cético, desconfia das utopias e das promessas de perfectibilidade,


partindo do princípio de que o ser humano é ontologicamente imperfeito, falho
e, por isso, as tradições são importantes.
Conservadorismo moderno:

 Não é averso à mudança: aconteça à luz do repertório disponível, com


inspiração nas experiências acumuladas.

 A mudança é prudente, sem a ruptura revolucionária.


Representantes do conservadorismo
moderno

 Viveram os impactos da Revolução Francesa

 Criticaram o tipo de ideologia política que o evento propôs.


Representantes do conservadorismo
moderno: Jüstus Möser (1720–1794).
 Livro “História de Osnabruque” (1768):

 As instituições jurídicas do Estado deveriam nascer de “modo


orgânico”, a partir dos costumes do seu povo, e não de modo “artificial”, imposta
pelo legislador “convencido de que detém o monopólio das luzes da razão”.

 Os costumes e hábitos existentes são o resultado de uma maturação de


longo prazo.
 Organicismo jurídico
 Ex: Leis.
Representantes do conservadorismo
moderno: Jüstus Möser (1720–1794).
 Crítica à pretensão de perfectibilidade característica do iluminismo:

 O iluminismo está fundado na crença de que a razão é o atributo humano


mais virtuoso, sendo a partir dela possível conhecer perfeitamente a realidade e
acelerar a marcha do progresso humano.
Representantes do conservadorismo
moderno: Edmund Burke (1729–1797).
 Livro “Considerações sobre a Revolução Francesa” (1791)

 Crítica: atitude “prepotente diante da história”

 Crítica ao Voltaire: refundar a história a partir de um ponto zero.

 O tempo é o juiz da história, a quem cabe submeter as experiências


humanas ao teste da sobrevivência.

 Caminhar à luz dos conhecimentos acumulados, manter vivo o potencial


pedagógico da tradição.
Representantes do conservadorismo moderno: François-René
de Chateaubriand (1768–1848).

 Comparou a ideia de “Liberdade” defendida pelos líderes da Revolução


Americana (Independência dos EUA, em 1976) com o conceito de “liberdade”
jacobina da Revolução Francesa.

 1ª ideal superior de liberdade, desenvolvido à luz da tradição, de um


ideal de justiça desenvolvido com o tempo

 2ª utopia libertária no plano abstrato, sem nenhum respaldo na


tradição.
Resumo do conservadorismo:

• Pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais tradicionais – como
a família, a comunidade local e a religião -, além dos usos, costumes, tradições e convenções.

• O conservadorismo enfatiza a continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a


qualquer tipo de movimentos revolucionários e de políticas progressistas.

• Não é um conjunto de ideias políticas definidas, pois os valores conservadores variam


enormemente de acordo com os lugares e com o tempo.
Resumo do conservadorismo:

• Esfera política:

• Procura preservar as instituições políticas e sociais que se


desenvolveram ao longo do tempo e são fruto dos usos, costumes e
tradições.

• O conservadorismo entende que as mudanças e o progresso são


necessários para manter uma sociedade saudável, mas
essas mudanças devem ser cautelosas e graduais.
Resumo do conservadorismo:

• Esferas social e moral:


• Defende a manutenção dos usos, costumes e convenções, além de uma
estrutura social e hierárquica tradicional.

• Esfera cultural:
• Valoriza as manifestações locais e uma identidade nacional.
Liberalismo:

• Um dos desdobramentos do pensamento progressista que fundou a


Modernidade.

• Liberalismo  Liberalismos modernos: polissemia.


Liberalismo:

• Nasceu em uma conjuntura específica da história europeia

• A conjuntura histórica concreta que serviu como berço do liberalismo foram as


guerras civis religiosas do século XVI, quando se formou o princípio da liberdade
privada de culto, que se tornaria o valor fundamental do repertório liberal.

• Resposta dada a ruptura da unidade religiosa

• Tolerância  liberdade religiosa.


Liberalismo: Nicola Matteucci

• As origens do liberalismo:

• Ele começa em uma situação de urgência histórica, na qual sociedades


estruturalmente colapsadas entenderam que era necessário fazer algo, pactuar
princípios que tornassem possível a vida coletiva com mínima insegurança e com
estabilidade e previsibilidade.
Os princípios pactuados naquele momento e que até hoje
são inegociáveis para nós são os seguintes:

• A divisão do mundo em duas esferas: a pública e a privada.

• A esfera pública é o espaço da regulação, da autoridade dos poderes legitimados


socialmente.
• A esfera privada é o espaço das liberdades domésticas, da autoridade da casa, em
que os governantes não podem interferir.
John Locke:

• O primeiro a organizar os valores liberais em um sistema de pensamento lógico e


dotado de coerência interna;

• Dois tratados sobre o governo (1689): fundação do liberalismo político.


• Proteção à vida privada;
• Positiva o valor do trabalho;
• A preocupação política/filosófica estabelecer limites para o poder do Estado, salvaguardando
a liberdade individual.
• Formulou os valores fundamentais do Estado liberal.
John Locke:

• A ideia de “Lei Moral ou Filosófica” = Opinião Pública.

• A média dos valores compartilhados pela sociedade;

• Modelo para o poder político, responsável por elaborar a “lei civil”, a legislação oficial do
Estado cujo objetivo é regular a vida em comunidade.

• A lei civil não deve ser formalizada a partir dos interesses dos governantes, mas a partir dos
valores e desejos da sociedade civil, consolidados nos costumes.
Cultura do liberalismo político:

• Após o século XVIII, o liberalismo deixou de ser apenas um repertório de ideias e


valores cujo objetivo era proteger as liberdades individuais dos assédios do Estado,
passando a fazer parte da cultura histórica moderna.
John Stuart Mill

Os limites da liberdade do Estado e


da sociedade sobre o indivíduo
Introdução:

• Escreveu extensamente sobre todos os assuntos tidos como importantes.

• Clássicos:

• A Lógica

• Sobre a liberdade

• Sobre a sujeição das mulheres

• Considerações sobre o governo representativo


Introdução: Obras
Introdução:

• As obras foram inspiradas por um profundo amor e crença na humanidade.

• Encontra-se em Mill:

• Algumas das premissas mais importantes do liberalismo econômico, tal como:

• A limitação à interferência do Estado na vida econômica

• E a defesa do mercado autorregulável.

• Porém, diz abster-se de discutir as questões de liberdade próprias à doutrina do livre-


comércio, preocupando-se mais com os fundamentos da “liberdade individual”.
Introdução:

• As duas obras:

• Devem ser compreendidas no contexto da própria vida do autor e das


transformações culturais, sociais e políticas da Europa e especialmente da
Inglaterra a partir da década de 1830,
• Período politicamente conturbado:

• Ascensão da classe média ao poder político, com a reforma do Parlamento

• E a reivindicação do sufrágio universal pelo movimento cartista.


Profunda preocupação com a liberdade humana:

No primeiro capítulo de seu livro Sobre a liberdade, ele apresenta um princípio de


liberdade que causou grande repercussão:

• “[...] o único fim pelo qual se permite que a humanidade, coletiva ou


individualmente, interfira com a liberdade de ação de qualquer um dos seus
números é a autoproteção. Que o único propósito pelo qual o poder pode ser
exercido de forma justa sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada,
contra a vontade dele, é o de prevenir danos aos outros” (MILL, 2010, p. 49).
Profunda preocupação com a liberdade humana:

• É um princípio de restrição da liberdade;


• Em princípio a liberdade é irrestrita, e o que precisa, de fato, ser posto à luz é
quando ela pode e deve ser restringida.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

• Mill demonstra porque a liberdade é importante para o progresso


humano e apenas quando ela é racionalmente exercida se pode conseguir
para todos uma vida melhor.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

• A liberdade não pode ser exercida sem limitações:

 Os casos nos quais o seu princípio se aplicaria totalmente, e quais não.


 Até quando pode um pai de família gastar a sua renda em bebidas? Não pode gastar muito, se esse gasto
prejudicar o bem‐estar dos seus. Já um homem solteiro e sem ligações poderia gastar o quanto quisesse,
já que o único prejudicado seria ele mesmo.

 Para Mill, a única pena aceitável para esse segundo caso seria a reprovação moral da sociedade contra o
gastador.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

• Em Sobre a liberdade, o interesse maior é a liberdade individual, exercida por pessoas conscientes,
adultas e bem‐educadas.

o São seus gostos, seus modos de vida e suas ideias que devem ser protegidos em primeiro lugar.
o São mais autônomas dentre todas
o A elas que se devem as artes, as ciências.
o Essas pessoas, que pensam por si mesmas, podem experimentar novos modos de vida, podem
propor novas soluções para os problemas, não permanecendo ligadas ao antigo e superado.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

• E, como propõe Mill na sua obra Considerações sobre o governo


representativo (1861), é tão importante que se proteja e se dê importância a
essas pessoas que o voto delas deveria valer mais do que o voto único do
comum dos mortais.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

oA proteção à liberdade implica a continuidade do desenvolvimento e, portanto, a


possibilidade de ampliar não só as liberdades, mas o usufruto das benesses trazidas
pelo progresso à maioria da população.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

o O custo: Essa defesa da liberdade tem certo custo, já que a liberdade assim
garantida será certamente mal utilizada por algumas pessoas.

o Há vantagens para humanidade. Ela seria a maior ganhadora, ao permitir que


cada qual viva como melhor lhe apetecer.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

o A liberdade de pensamento e de gosto deve ser praticamente irrestrita, mas


não a liberdade para agir, já que “ninguém defende que as ações possam ser tão
livres quanto as opiniões”

 As ações, afinal, têm consequências que podem estar ao controle e ser


sujeitas à repressão das leis.
Profunda preocupação com a liberdade humana:

o Também a liberdade de expressão de opiniões não é irrestrita:


 Exemplo: falar que a propriedade é um roubo.

 Falar em público é, de certa forma, agir ou levar à ação. E as más consequências


da ação ou da fala de uma determinada pessoa não são protegidas pelo princípio
da liberdade, estando além de seus limites, já que as consequências dos atos
devem caber às pessoas que praticam uma ação, e a sociedade, por vias legais,
pode e deve punir severamente aqueles que por seus atos prejudicam outras
pessoas.
Mill e a democracia:

Ele estava interessado em ampliar a democracia.

oUma democracia não se faz apenas com leis eleitorais.

oPara se ter um governo representativo não seria o caso de que cada pessoa
obtivesse direito ao voto, pois isso significaria que pessoas que não têm
condições de cuidar de si votariam sob ordens de outrem.
Mill e a democracia:

 Contra a sujeição política e social das mulheres.

Uma visão utilitarista: aumentar cada vez mais o exercício democrático, de modo que todos se
beneficiassem.

Afinal, John Stuart Mill não foi chamado de o Santo do Utilitarismo por acaso.
Mill e o utilitarismo:

• Representante da corrente utilitarista do pensamento liberal:

• O utilitarismo consiste na negação do princípio dos direitos naturais e na afirmação de que


toda liberdade deve ser garantida pela lei civil, construída coletivamente em sociedade.

• Trouxe a liberdade para o 1° plano de suas reflexões

• Contribuiu para o desenvolvimento da cultura jurídica que deu origem ao Estado de direito.
Mill e o utilitarismo:

• Ensaio sobre a Liberdade (1859):

• Critica a doutrina dos direitos naturais: afirmava a existência de direitos


atribuídos diretamente por Deus aos homens e que não poderiam ser
alienados pelo poder civil.
Mill e o utilitarismo:

• Fazia parte da corrente utilitarista do pensamento liberal, materialista e ateia, a


existência de Deus era negada, o que reforçava ainda mais a importância da
lei civil, pactuada pela sociedade.
Mill e o utilitarismo:

• Caberia à lei dos homens garantir a “boa vida”: maior situação de liberdade
possível.
• “Liberdade” significa viver em um Estado de direito.

• Vontade arbitrária;

• Direito de opinião; propriedade; ir e vir; reunir; influir na adm do governo.


LIBERALISMO: Ideias principais

• Políticas:
• Defesa das liberdades e direitos individuais;
• Igualdade de todas as pessoas perante a lei;
• Divisão dos poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário;
• Liberdade de imprensa, reunião e associação;
• Estabelecimento de uma constituição que estabeleça as atribuições e
limites dos poderes públicos e o exercício da cidadania.
LIBERALISMO: Ideias principais

• Sociais:
• Reconhecimento do mérito;
• O dinheiro define o lugar que se ocupa na sociedade;
• Mobilidade social.
LIBERALISMO: Ideias principais

• Econômicos:
• Reconhecimento da propriedade privada
• A economia se rege pelas leis de oferta e demanda, expressas livremente
no mercado;
• Estado mínimo.
Críticas às principais ideias liberais:

• A liberdade burguesa só existe para a própria burguesia, restando para as classes


menos favorecidas apenas uma liberdade e um bem-estar econômico meramente
formais, flatus vocis (palavras esvaziadas de significado) de uma ordem econômica
irrealizável.
• A omissão do Estado quanto à disciplina da atividade econômica ensejaria a
concentração dos meios de produção nas mãos de alguns privilegiados.
• Surgimento de uma preocupante maioria de despossuídos, descontentes de toda
espécie, em potencial ameaça às instituições burguesas.
Neoliberalismo:

• Doutrina, desenvolvida a partir da década de 1970, que defende a absoluta liberdade


de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta
ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.

• Ressurreição das leis de mercado, involuindo para os tempos do laissez-­faire, abrindo


as fronteiras dos Estados menos desenvolvidos para uma indiscriminada exploração
econômica estrangeira, liberando a propriedade privada de encargos sociais e
colocando a direção da economia nas mãos de particulares, sob o pretexto de
modernizar o Estado e reduzir seu tamanho.
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

• Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;


• Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
• Política de privatização de empresas estatais;
• Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
• Abertura da economia para a entrada de multinacionais;
• Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
• Desburocratização do Estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar
o funcionamento das atividades econômicas;
Críticas ao Neoliberalismo:

• Rodrigo Borja:
• O neoliberalismo se funda em enorme falácia, qual seja, equiparar a liberdade de vida, de
opinião, de imprensa ou qualquer das liberdades fundamentais do ser humano à liberdade
de investir na economia, ter empresas, enriquecer.

• A liberdade de trabalhar, investir e ter propriedades sem a intervenção do Estado


pertenceria ao mesmo gênero das grandes liberdades do homem.
• Não leva em conta que a liberdade entre desiguais conduz à injustiça.
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

• Rodrigo Borja:
• Prevalece, no mundo contemporâneo, seja no plano interno ou no internacional,
não uma teórica liberdade de mercado, mas sim um mercado dirigido por
corporações transnacionais, que adotam notória estratégia de dominação dos
mercados.
• O próprio poder de Estados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento
acha-se condicionado à planificação e operação das grandes empresas
nacionais ou transnacionais.
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

• Tendência de colocar em risco a democracia, os direitos dos trabalhadores e o


direito das nações soberanas à autodeterminação.
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

• O neoliberalismo é frequentemente associado às políticas econômicas de Margaret


Thatcher no Reino Unido e de Ronald Reagan nos Estados Unidos.
Nacionalismo

• Nasce na Europa no final do séc. XVIII;

• Mundo nos sécs. XIX e XX  principal ideologia moderna;

• Toda a história humana (XVIII a XXI) – pautada pelo nacionalismo.


Nacionalismo

• O nacionalismo é uma tese ideológica, surgida após a Revolução


Francesa.

• Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado


pela aproximação e identificação com uma nação.

• Seu conceito-base: nação.


Nacionalismo

• Nacionalismo?

• O berço do nacionalismo foi a França revolucionária

• Rev. Francesa – Terror Jacobino  defesa da inclusão do “povo” no território


imaginado da “pátria”.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo
1. França Revolucionária: A ideia de nação significava o acesso às
liberdades fundamentais, aos direitos políticos e ao conforto material.

• Fraternidade universal e a paz mundial apontavam para um mundo


formado por nações capazes de respeitar a autodeterminação umas
das outras.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo

2. A Revolução Industrial (Fim séc. XVIII e meados séc. XIX):

• Deslocou massas populacionais para espaços geograficamente concentrados, o


que acabou associando a nação ao planejamento racional da atividade
econômica.
• Ligou-se ao Estado um número crescente de comportamentos, uma vez que os indivíduos
passaram a exigir a intervenção deste a fim de garantir a evolução ordenada das relações
sociais no âmbito nacional.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo

Se a Revolução Francesa fez do nacionalismo um discurso de ampliação


de direitos considerados fundamentais, a Revolução Industrial
condicionou o nacionalismo a um planejamento racionalizado e
centralizado da atividade social e econômica.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo
3. Unificação da Alemanha (1871) e seu nacionalismo belicista.

• Após conflitos  Ex.: Guerra Franco-Prussiana


• A unificação alemã teve inspiração em ideias nacionalistas
• Ela trouxe a expansão imperialista e o belicismo para o repertório nacionalista
• O Estado alemão nasce impulsionado pela doutrina da expansão do espaço vital,
questionando as pretensões territoriais da Inglaterra.
• Associação do nacionalismo com a guerra, com as rivalidades e com discórdia entre os
homens.
Adendo: O que foi o “Espaço Vital”
Nazista?

• Estava associada ao conceito de Lebensraum, que vem da Geografia


Política alemã do século XIX.

• Popularizou-se no século XIX, após a Unificação Alemã, por meio dos


trabalhos do geógrafo Friedrich Ratzel.
Adendo: O que foi o “Espaço Vital”
Nazista?

• Doutrina geopolítica que defendia que toda “raça ou povo com dotes
civilizacionais superiores” precisaria de um vasto espaço físico
para o seu pleno desenvolvimento;

• A conquista desse “espaço vital” dependia da subjugação de


“povos ou raças inferiores”, ocupantes de territórios “indignos”
deles.
Adendo: O que foi o “Espaço Vital” Nazista?

• Repercussão entre os nacionalistas alemães após a 1ª GM:


• Império Alemão ruiu com a guerra: perdeu partes
importantes de seu território, como a Alsácia-Lorena, e
também suas colônias na África.
• Hitler  conceito elaborado por Ratzel caiu-lhe como uma
luva.
Adendo: O que foi o “Espaço Vital” Nazista?

• Exemplo: Operação Barbarossa


• Operação de ataque à União Soviética em 1941.
• Leste europeu: as estepes férteis, como as da Ucrânia.
• Os eslavos: considerados de uma raça desorganizada, sem capacidade de
administração de seus vastos territórios  subjugados e escravizados.
• Uma nação, para garantir o alimento para sua “raça”  retirar o alimento de
outras raças à força  eliminar a raça mais fraca para que não houvesse a
necessidade de alimentá-la.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo
4. França e o nacionalismo xenófobo:

• Nacionalismo xenófobo e de extrema-direita  “Nacionalismo integral”

• Pregava o ódio aos ingleses, alemães, judeus e a tudo aquilo que


pudesse comprometer o que ele entendia como a “genuína nacionalidade
francesa”.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo
5. Itália

• Expansão do radicalismo nacionalista  inspirou o Mussolini.

• O sistema internacional europeu se tornava um barril de pólvora, atravessado


por tensões e rivalidades que envolviam as grandes potências da época, como
França, Inglaterra e Alemanha.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo

Prelúdio do nazifascismo:

• O nacionalismo é um componente essencial das ideologias fascista e


nazista. 
• O movimento nacionalista nunca chegou a ser, diferentemente do fascista e do
nazista, um movimento de massa.
Momentos decisivo para a ideia de
nacionalismo
• O nacionalismo foi a mais vitoriosa entre todas as ideologias modernas

• Mostrou grande capacidade de sobrevivência no tempo, estruturando, até


hoje, a vida coletiva em, absolutamente, todos os lugares do mundo.

• É o principal sistema de crença já inventado pela humanidade.


Nazismo e Fascismo:
• Séc. XX:

• Fortalecimento de ideologias políticas autoritárias e violentas;


• Transforaram o Estado em máquina de extermínio e perseguição.
• Desestabilizaram o sistema internacional nas décadas de 1930 e 1940
Nazismo e Fascismo:
• Esses regimes deixaram a semente
do autoritarismo e do terrorismo
de Estado plantados na cultura
política ocidental.
• Ver livro: Como funciona o
fascismo

• Baixa ele aqui:


https://docero.com.br/doc/nnsv8e
5
Nazismo

• Ele tem duas origens e explicação para a sua ascensão ao controle do


Estado alemão.

• 1. Nacionalismo agressivo e militarizado protagonizado no século


XIX pela Prússia, Estado que liderou o processo de unificação da
Alemanha.
Nazismo

• 2. A derrota alemã na 1ª GM e nas sanções que a comunidade


internacional impôs ao país.

• Tratado de Versalhes e as sanções ao Estado alemão:


• Indenizações a França e a Inglaterra;
• Concessões territoriais (como a Alsácia e Lorena, na fronteira com
a França);
• Proibições no que se refere à organização das forças armadas.
Nazismo

• 2. A derrota alemã na 1ª GM e nas sanções que a comunidade internacional impôs


ao país

• Golpe duro na autoestima do povo alemão - potencializado pelo ex-militar


austríaco Adolf Hitler

• Pária no sistema internacional europeu - a ideologia nacionalista usada para


insuflar a sociedade civil alemã em um desejo coletivo de revanche.
Nazismo

• Hitler:
• Homem comum;
• Em posição de subordinação, ansioso para compensar seus sentimentos de
inferioridade através da militância e do radicalismo político;
• Fracasso na escola e na profissão;
• Militar de baixa patente sem grandes feitos militares, artista frustrado pelo não
reconhecimento do mercado cultural;
• Representava a própria Alemanha naquela conjuntura: apequenado,
menosprezado e com ódio, muito ódio.
Bases do pensamento nazista:

• Anticomunismo, o que fez com que as elites alemãs, assustadas com


o espectro da Revolução Russa, não pensassem duas vezes antes de
apoiar o partido nazista.
Bases do pensamento nazista:

• Antissemitismo, por considerar o cosmopolitismo religioso judeu uma


ameaça à “pureza” da nacionalidade alemã.

• A identidade judaica é antes religiosa que nacionalista, o que se


tornou uma ameaça para o nacionalismo agressivo alemão.
Bases do pensamento nazista:

• Uma eficiente máquina de propaganda em massa, baseada na


narrativa de que a história alemã era a história do conflito com os
“outros”, e que o que estava em jogo nesse conflito era a
sobrevivência e a pureza da pátria.
Bases do pensamento nazista:

Descrença na República de Weimar:

• Incapacidade da República de Weimar — regime político liberal-


democrático que governou a Alemanha entre 1918 e 1933 — de promover
a “restauração da grandeza alemã”.

• Em pouco tempo, Hitler deixou de ser uma figura caricata, alvo de piadas
em jornais e folhetins, e se tornou a principal liderança política do país.
A chegada de Hitler ao Poder

• 1923: Tentativa de golpe  Prisão de Hitler


• O Partido Nazista foi se acomodando a democracia por dentro

• 1930: Hitler chanceler – Primeiro Ministro

• 1933: morte do presidente Paul von Hindenburg  Hitler se tornou o


ditador supremo da Alemanha, o Führer. 
Fascismo: semelhanças com o Nazismo

• 1. Nacionalismo agressivo – A Itália também se construiu como nação


unificada no século XIX, em um processo político marcado por intensa
agitação militar.
Fascismo: semelhanças com o Nazismo

• 2. Mussoline também se fortaleceu liderando um sentimento crítico ao


liberalismo político, acusado de ser fraco e potencialmente corrupto.
Fascismo: semelhanças com o Nazismo
• 3. Hitler e Mussolini foram militares, lutaram na 1ª GM e
construíram suas trajetórias por dentro da democracia liberal,
concorrendo a eleições e ocupando cadeiras no legislativo.
União e disseminação de um modelo

• Pacto de Aço – 1939: Aliança entre a Alemanha e a Itália.


Diferenças entre o Fascismo e o Nazismo:
• A questão racial não foi central no Fascismo (antissemitismo)
• O peso da 1ª GM não foi tão grande para a ascensão de Mussolini
• Maior sistematização doutrinária
• Nazismo  Não produziu um tratado de definição teórica
• Fascismo  A doutrina do fascismo: nega o individualismo – uma das principais
invenções conceituais da Modernidade.
• O ideal seria a coesão social, a partir de critérios definidos pelo próprio Estado, de
cima para baixo, pautada em valores gerais como religião, ordem e família.
• Assim, o Estado teria autoridade para perseguir liberdades individuais, matar e
torturar, sempre em nome da “razão coletiva”.
Diferenças entre o Fascismo e o Nazismo:
• Relações com o comunismo:
• + forte
• Mussolini começou sua trajetória no partido socialista
• O Partido fascista disputou as mesmas bases sociais com o partido socialista: os
trabalhadores urbanos organizados em sindicatos, que foram cooptados pela estrutura
burocrática do Estado fascista.
Diferenças entre o Fascismo e o Nazismo:

Se, na Alemanha nazista, a perseguição nazista aos comunistas se deu pelo


temor de que pudesse acontecer uma revolução socialista no país, na Itália, isso
aconteceu, também, devido à disputa política direta entre fascistas e
comunistas pela mesma base social.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Como se comprova isso?


• Análise do discurso de Hitler e da Ideologia do Partido Nazista;
• Fatos históricos:
• Ataques ao Marxismo e ao Comunismo
• Por que Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães?
• Parte da propaganda do Partido para atrair pessoas
Grupos de apoio aos Nazistas:
Grupos políticos e paramilitares de direita
FREIKORPS.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Outros fatos históricos:

• Hitler explicita que o anti-marxismo era, em sua mente, inseparável do


antissemitismo.

• 1933: Hitler usou o incêndio no Reichstag como prova que de os


comunistas estavam conspirando contra o seu governo.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Outros fatos históricos:

• 1934: ordenou a destruição das chamadas SA, uma facção paramilitar


nazista comandada por Ernst Röhm, mais simpático às ideias
comunistas. O violento expurgo, no qual centenas foram assassinados,
foi apelidado de a Noite dos Longos Punhais.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Livro “Minha Luta”:

• Capítulo “A luta com os Vermelhos”:

• Hitler narra como seu partido era muitas vezes confundido com o do
seus inimigos da esquerda, principalmente pelos “burgueses comuns”
que, escreveu Hitler, “ficavam muito chocados por nós termos também
recorrido à simbólica cor vermelha do bolchevismo”.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Segundo ele, muitas pessoas “nos círculos nacionalistas


sussurravam que éramos apenas uma variação de
marxistas, talvez marxistas disfarçados ou, melhor,
socialistas.”
• Mais do que a cor vermelha, escreveu o futuro Führer,
esses “nacionalistas” pareciam preocupados com a
linguagem usada pelos nazistas, que chamavam um ao
outro de “camaradas”, como comunistas faziam.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Hitler afirma que a confusão – em certa medida incitada pelos


próprios nazis como estratégia publicitária – era, para ele,
hilária.
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• “Quantas boas gargalhadas demos à custa desses idiotas e


poltrões burgueses, nas suas tentativas de decifrarem o
enigma da nossa origem, nossas intenções e nossa finalidade!
A cor vermelha de nossos cartazes foi por nós escolhida, após
reflexão exata e profunda, com o fito de excitar a esquerda, de
revoltá-la e induzi-la a frequentar nossas assembleias; isso
tudo nem que fosse só para nos permitir entrar em contato e
falar com essa gente.”
Observe: Nazismo e Fascismo são de Extrema-Direita.

• Podemos pensar que este é o século da autoridade, um século de


direita, um século fascista; se o século XIX foi o século do
individualismo (liberalismo sempre significa individualismo),
podemos pensar que este é o século do coletivismo e, portanto, o
século do Estado.
• (GENTILE; MUSSOLINI, 2019, p. 23)

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