Unidade 4 Herança Multifatorial

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Unidade 4

4.1-4.2-4.3-4.4 Herança Multifatorial

Diego Fernandes Alarcon


FSU – Faculdade Anhanguera de Sumaré
Conceito Herança Multifatorial

 Combinação de múltiplos fatores, genéticos e


não genéticos (ambientais), onde cada alelo tem
um efeito na determinação da característica.
Definicão
 Herança se refere a características que se manifestam em
virtude de diversos fatores envolvidos.

 O projeto "Genoma Humano" constatou a presença de


aproximadamente 20 a 25 mil genes. Quando tratamos de
herança multifatorial estamos tratando de características
que envolvem a interação de diferentes genes do
indivíduo e entre eles e os fatores ambientais.
 Certas características multifatoriais, como grande parte das
malformações congênitas, não apresentam uma distribuição
contínua na população, existindo um limiar que separa os
indivíduos em 2 grupos: os normais e os anormais, sendo
que, entre os anormais, as anomalias variam de moderadas a
graves.

 Nesse caso, dizemos que a característica e sua herança são


multifatoriais com efeito de limiar. Podemos citar como
exemplo de característica multifatorial com efeito de limiar,
a suscetibilidade a doenças.
 As pessoas são classificadas em resistentes ou suscetíveis
à determinada doença; dentre os suscetíveis, temos os
poucos e os muitos suscetíveis.
 Isso se explica pelo fato de haver uma quantidade mínima
de genes necessários para que a característica se manifeste
em um determinado ambiente (limiar genotípico).
 Nesses casos, o efeito clínico não é observado até que o
limiar seja atingido. Os indivíduos acima do limiar
apresentam a anomalia porque têm mais alelos de
suscetibilidade e porque foram expostos a fatores
ambientais que conduzem ao fenótipo em relação aos
indivíduos abaixo do limiar.
Doenças do Coração
 A causa mais comum de doenças do coração é a doença
arterial coronariana, que é decorrente da aterosclerose,
um estreitamento das artérias coronarianas resultante da
deposição de lipídios, que impede o fluxo sanguíneo
para o coração, podendo levar ao infarto do miocárdio,
que é a morte do tecido cardíaco devido ao suprimento
inadequado de oxigênio.

 Quando a aterosclerose ocorre nas artérias que irrigam o


cérebro, pode haver o Acidente Vascular Cerebral
(AVC).
Doença do Coração

 São fatores de risco para a doença arterial


coronariana: obesidade, tabagismo, hipertensão
arterial, níveis elevados de colesterol e histórico
familiar para a doença (presença de um ou mais
parentes de 1º grau afetados).

 Estudos revelam que o histórico familiar positivo dá


uma predisposição de 2 a 7 vezes mais a sofrer da
doença do que indivíduos sem histórico familiar.
Obesidade
 A obesidade é consequência do acúmulo excessivo de
tecido adiposo no corpo como resultado de uma
alimentação muito calórica, quando relacionada ao gasto
energético que é representado não apenas pela prática
regular de atividade física, mas também pelo
metabolismo basal.

 Com relação ao acúmulo de tecido adiposo, pode-se


dizer que é consequência tanto dos hábitos alimentares
como também de outros fatores, como o estilo de vida,
alterações metabólicas, neuroendócrinas e dos
componentes hereditários.
Obesidade

 Os genes controlam a manutenção do peso e da


gordura corporal estáveis ao longo do tempo, pois
participam do controle da produção de substâncias,
como a leptina, por exemplo, que é uma proteína
secretada pelos adipócitos;
Leptina

 Atua no Sistema nervoso central promovendo a


diminuição da ingestão de alimentos e o aumento do gasto
de energia; também atua na função neuroendócrina em
impulsionar o metabolismo da glicose e de gorduras.

 Os genes também estão envolvidos na síntese de


neurotransmissores, de hormônios, como a insulina, por
exemplo.
 Estudos sugerem que o balanço final entre a energia
ingerida e gasta, depende em torno de 40% da herança
genética, afetando tanto na ingestão quanto no gasto e
60% depende dos fatores ambientais.

 Esses estudos indicam que há uma base genética, que é


transmissível através das gerações, que promove a
manutenção do peso corporal estável por meio de
mecanismos como o controle da síntese de substâncias
envolvidas com a regulação do apetite, nas variações do
metabolismo basal e no controle da utilização de
nutrientes energéticos para suprir as necessidades do
organismo.
Hipertensão arterial

 Hipertensão é um termo utilizado para caracterizar a pressão


arterial elevada crônica de caráter patológico; trata-se de um
problema de saúde pública mundial.
 Alterações na pressão arterial estão intimamente
relacionadas às doenças cardiovasculares, renais e
mortalidade.
 Estudos demonstram que a hipertensão arterial está dentre as
patologias de herança multifatorial, pois é consequência da
influência de diferentes genes e de fatores ambientais.
 Temos diversos genes que exercem influência na
hipertensão arterial, dentre eles, os que codificam produtos
envolvidos direta ou indiretamente na homeostase do
volume sanguíneo, no equilíbrio das taxas de Na+ (sódio),
além de genes responsáveis pela codificação da síntese de
proteínas que intermediam processos intercelulares que
estimulam a atividade dos vasos sanguíneos.

 Na grande maioria dos casos (em torno de 90 a 95%) não há


cura para a hipertensão, e o controle é realizado através do
uso de medicamentos e de mudanças no estilo de vida.
Diabetes
 Trata-se de uma patologia causada pela carência total ou
parcial de insulina no organismo.

 A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que


está envolvida no transporte da glicose para quase todas
as células do organismo.

 A elevação da taxa de glicose no organismo eleva a


secreção da insulina que irá transportá-la para o interior
das células, onde a glicose será utilizada no processo de
respiração celular.
 Temos dois tipos de diabetes: o Diabetes Mellitus tipo 1 e o Diabetes Mellitus tipo
2. O primeiro caso trata-se de uma doença autoimune na qual, geralmente, os
primeiros sintomas surgem na infância ou na adolescência. No diabetes tipo 1, o
pâncreas não produz insulina ou a produz em pequena quantidade e por isso são
necessárias doses diárias de insulina. No diabetes tipo 2 a insulina é produzida
normalmente, no entanto, há alterações na secreção e na ação da insulina,
ocasionando acúmulo de glicose no sangue, o que caracteriza o diabetes.
 No diabetes tipo 2 temos a influência de fatores genéticos e ambientais. Dentre os
fatores ambientais, podemos citar o sedentarismo, alimentação inadequada com
consumo excessivo de carboidratos e excesso de peso.
 Estudos demonstram que há diversos genes presentes em vários tecidos, que atuam
influenciando na homeostase dos carboidratos, na sensibilidade à insulina e no
padrão de secreção da insulina.
Transtorno Bipolar
 É caracterizado por alterações ao longo da vida de estados de depressão e
euforia de intensidades variadas, indo de leves a moderados e graves. Dentre
as causas do transtorno bipolar estão os fatores genéticos e os ambientais.
Estudos indicam que o risco de um parente em primeiro grau de um portador
do transtorno bipolar desenvolver o mesmo quadro está entre 2% e 15%;
entre gêmeos idênticos (univitelinos), quando um gêmeo apresenta o
transtorno, a probabilidade de o outro também desenvolver é de 60% a 80%.
A grande contribuição genética foi confirmada estudando-se gêmeos
idênticos criados por famílias diferentes. Os fatores ambientais também
exercem influência sobre a manifestação da doença.

 Para que se manifeste, é necessário que haja a presença de um conjunto de


genes de suscetibilidade que interagem entre si e que sofrem e recebem a
influência dos fatores ambientais.
Dependência Química
 Quando nos referimos à dependência química, estamos remetendo à
dependência de qualquer substância cujo uso é nocivo, seja ela lícita ou ilícita.
 Não temos o objetivo de abordar individualmente cada uma das substâncias
que causam dependência e, portanto, faremos uma abordagem geral.
 Estudos realizados demonstram a importância dos fatores genéticos na
dependência química, no entanto, não há um único gene responsável por tal
condição; também não foram encontrados genes exclusivos para a
dependência química. Esse é mais um caso de doença que é consequência da
atuação conjunta de vários genes que produzem uma situação de
vulnerabilidade, que, em conjunto com a ação do ambiente, resultam no
fenótipo da doença, ou seja, trata-se de herança multifatorial.
Ansiedade, Depressão e Síndrome
do Pânico
 Assim como as doenças anteriormente discutidas, os transtornos de ansiedade,
depressão e pânico surgem em decorrência de uma predisposição genética e
influência de fatores ambientais.

 Como explicar a reação de algumas pessoas a determinadas situações? Há


pessoas que ficam extremamente ansiosas diante de uma determinada situação,
ao passo que outras permanecem calmas e lidam com naturalidade. A resposta
a essa pergunta pode estar nos particulares do cérebro de cada pessoa e na
maneira como os genes coordenam seu funcionamento. Pesquisas indicam que
há uma relação muito estreita entre o grau de ansiedade e a presença de certos
receptores de serotonina nas células do cérebro; as pessoas que apresentam
grau mais elevado de ansiedade apresentam menor quantidade desses
receptores nas células cerebrais.
 Com relação à depressão, popularmente se acredita que é o resultado de
experiências de vida traumática pelas quais a pessoa passa. No entanto, há
evidências de um componente genético na depressão. Pessoas que têm um parente
próximo que sofre de depressão têm algo em torno de 40 a 50% de probabilidade
de desenvolver a depressão. Para prevenir a depressão, essas pessoas devem evitar
os fatores ambientais que podem influenciar no aparecimento da doença, buscar
estar ao lado de pessoas positivas e alegres, controlar os níveis de estresse, cuidar
da saúde mental e do lazer. Sabe-se que, para a depressão se desenvolver, não basta
a predisposição genética, é necessária a presença de um evento externo que
desencadeie a doença. Acredita-se que os genes relacionados à depressão estejam
associados à serotonina.

 O transtorno do pânico é caracterizado pelo aparecimento repentino de ataques de


ansiedade e medo exacerbado; afeta cerca de 4,8% da população, com predomínio
em mulheres jovens. É importante ressaltar que os ataques de pânico não ocorrem
como consequência de alterações fisiológicas diretas e também não são sintomas de
outros transtornos mentais.
 Os ataques podem ser espontâneos e, com o desenvolvimento da doença,
podem ser situacionais.

 Estudos revelam que os parentes em 1º grau de um paciente de transtorno


do pânico têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Segundo as
pesquisas, tanto os fatores genéticos como os ambientais colaboram para o
desenvolvimento de fobias, dos transtornos de ansiedade, depressão e
pânico. Assim como discutido anteriormente, acredita-se que a ação de
diversos genes contribua com um pequeno efeito na predisposição à
doença, mas que a ação dos fatores ambientais é imprescindível para o
desenvolvimento do transtorno.
Defeitos de Fechamento do Tubo
Neural
 Os defeitos de fechamento do tubo neural constituem malformações
congênitas, que ocorrem com frequência devido à falha no fechamento do
tubo neural do embrião durante a quarta semana de gestação. São
consequência da interação de vários genes e da influência de fatores
ambientais (herança multifatorial).
 A carência de ácido fólico é considerada o fator ambiental mais importante
no nascimento de crianças com defeitos de fechamento do tubo neural. Foi
descoberto que o ácido fólico protege o desenvolvimento normal do tubo
neural e reduz significativamente o risco de repetição do defeito na prole de
casais que já tiveram um filho afetado.
 Recomenda-se que a suplementação com ácido fólico seja iniciada de 2 a 3
meses antes de uma gravidez planejada e que continue durante o primeiro
trimestre da gestação. Isso tem reduzido o risco de nascimento de crianças
com defeitos de fechamento do tubo neural em 50 a 70%.
 Essas malformações apresentam um espectro clínico bastante variável,
mas as mais comuns são a anencefalia (ausência parcial ou completa do
cérebro e de parte óssea do crânio neural) e a espinha bífida (defeito no
fechamento ósseo posterior da coluna vertebral), que pode estar oculta
devido ao defeito estar recoberto por pele normal (espinha bífida oculta)
ou pode estar associada com uma protrusão cística;
 A incidência da anencefalia é de cerca de 2 ocorrências a cada
1.000 nascidos vivos e de espinha bífida é de 3 a cada 1.000
nascimentos. Ambos surgem com maior frequência no sexo
feminino.
 A anencefalia é o mais grave defeito de fechamento do tubo
neural e é absolutamente incompatível com a vida, cerca de 50%
a 60% são neo ou natimortos, os demais vivem cerca de horas ou
alguns dias e geralmente vão a óbito por parada respiratória.
 Em caso de anencefalia a legislação brasileira permite a
interrupção precoce da gravidez, pois trata-se de uma anomalia
muito grave e completamente incompatível com a vida.

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