Crónica de D. João I - A Afirmação Da Consciência Coletiva
Crónica de D. João I - A Afirmação Da Consciência Coletiva
Crónica de D. João I - A Afirmação Da Consciência Coletiva
João I
Afirmação da consciência
coletiva Nome autores
A consciência da identidade nacional
Séculos XII-XIV
Dinastia Afonsina (primeira dinastia)
Período de desenvolvimento:
Sinais identificadores:
- o escudo de armas do rei
- a bandeira nacional
- a moeda
A consciência da identidade nacional
O povo terá sido influenciado pelo uso constante de emblemas e sinais concretos, como o
escudo de armas do rei, a bandeira nacional e a moeda, que se tornaram sinais identificadores.
A sua categoria simbólica dotava-os de um poder emocional que contribuiu para fazer esquecer
o seu sentido primitivo de emblemas de dominação.
E assim, mesmo quando as mudanças de regime faziam alterar a sua forma, como aconteceu
frequentemente com a bandeira nacional, o escudo de armas do rei permaneceu sempre como
elemento permanente, mesmo quando deixou de haver rei. Ainda hoje figura na bandeira de
Portugal.
Séculos XII-XIV
Dinastia Afonsina (primeira dinastia)
D. Afonso Henriques
D. Sancho I
Expansão territorial
D. Afonso II (D. Afonso III conquista as terras do Algarve e expulsa os
Árabes em 1249)
D. Sancho II
Entre 1143 e 1383
D. Afonso III
D. Dinis
D. Fernando
A consciência da identidade nacional
Séculos XII-XIV
Dinastia Afonsina (primeira dinastia)
Iluminura representando D. Afonso III (Genealogia Estátua de D. Afonso III, em Faro. No seu Estátua de D. Dinis na Universidade de Coimbra. Este rei foi
dos Reis de Portugal, séc. XVI). reinado deu-se a conquista definitiva do Algarve, decisivo para o desenvolvimento cultural de Portugal ao
seguindo-se um período dominado pela paz. fundar a Universidade (1290).
A consciência da identidade nacional
Durante a primeira dinastia, os servos da gleba [camponeses] não têm ainda noção de
unidade política; servem apenas o seu suserano, de quem recebem benefícios e a quem
devem vassalagem.
Crónica de D. João I
De um lado [D. João de Castela] estava o direito reconhecido dos senhores do património; do outro [Mestre de
Avis], o direito, ainda não reconhecido, e por isso insurrecional, dos homens sujeitos ao domínio.
A nobreza manteve-se fiel ao direito tradicional, que equivalia aderir ao rei de Castela. Não era, do seu ponto de
vista, qualquer traição ou felonia: a Espanha era toda uma.
Mas as populações locais não o sentiam assim. O seu horizonte era a terra onde nasceram, a comunidade local e
outras comunidades semelhantes pela língua e costumes, os locais de trabalho e negócio, os lugares da infância, do
sofrimento, das alegrias e da morte. É a este complexo que Fernão Lopes vai chamar «o amor da terra», sentimento
sobre o qual se funda o direito novo de recusar um senhor que não seja da terra.
A guerra nacional aparece, no nosso cronista, como uma guerra civil entre camadas
opostas da população: uma popular e uma outra nobre.
A arraia-miúda constitui a força armada em que inicialmente se apoiou o Mestre de Avis, permitindo-lhe resistir à
gente de armas favorável ao partido castelhano e até apoderar-se
de alguns castelos. A população de Lisboa resistiu ao cerco do rei de Castela.
A existência do povo como sujeito da História, do povo que se sente senhor da terra onde nasce, vive, trabalha e
morre e que ganha consciência coletiva contra os que querem senhoreá-lo, do povo que é a fonte última do direito,
é a grande realidade que ressalta das crónicas de Fernão Lopes.
António José Saraiva, O crepúsculo da Idade Média em Portugal, Lisboa, Gradiva,
1990, pp. 180-182 (com adaptações e supressões).
A consciência coletiva na Crónica de D. João I
Crónica de D. João I
Crise de 1383-1385
Protagonista: o povo
(a arraia-miúda, sobretudo de Lisboa)
Fernão Lopes é o intérprete fiel do momento em que Portugal atinge a idade adulta e se constitui
como nação consciente da sua independência política; compreendeu perfeitamente o significado
dos acontecimentos que envolveram essa tomada de consciência e, por essa razão, institui, na sua
Crónica de D. João I, como agente principal da ação o próprio povo.
Protagonista: o povo
(a arraia-miúda, sobretudo de Lisboa)
Personagem coletiva
Multidão/grupos
São as forças gregárias, animadas de uma vontade definida, como a cidade de Lisboa ou os
povos do Reino. Capítulos inteiros são destinados a relatar o estado de espírito de um
agregado humano […].
António José Saraiva, O crepúsculo da Idade Média em Portugal, Lisboa, Gradiva, 1990, p. 60.
A consciência coletiva na Crónica de D. João I
Protagonista: o povo
(a arraia-miúda, sobretudo de Lisboa)
São frequentes no nosso autor fórmulas como «todos postos sob um mesmo cuidado», «todos
animados de uma só vontade», «quando a cidade soube», «voz de grande espanto foi ouvida
por todo o Reino», etc. E outro processo muito seu é resumir um sentimento coletivo através
de um dito, de uma voz que sai de uma multidão, como a daquele tanoeiro que resume a
posição da gente miúda de Lisboa em face dos burgueses da cidade […].
António José Saraiva, O crepúsculo da Idade Média em Portugal, Lisboa, Gradiva, 1990, p. 195.
Afirmação da consciência coletiva na narrativa – momentos fulcrais
Capítulo 11
Capítulo 115
Destaca-se…
Os Portugueses desenvolveram o sentimento coletivo de povo e de pertença a uma nação no início da Dinastia de
A Avis (segunda dinastia).
Falsa. Os Portugueses desenvolveram o sentimento coletivo de povo e de pertença
a uma nação ao longo da Dinastia Afonsina (primeira dinastia).
O reinado de D. Dinis marcou o início de um clima de paz política e de desenvolvimento geral do reino e, desta
B forma, a formação progressiva da noção de identidade nacional.
Verdadeira.
C No dealbar da crise dinástica de 1383-1385, o povo português já tem consciência de que possui uma identidade
própria, diferente das dos outros povos da Península Ibérica.
Verdadeira.
Solução
2- Seleciona a opção que completa cada uma das afirmações.
do sentimento de nacionalidade.
da força da coletividade.
a noção de comunidade
o sentimento de nacionalidade.
combate os castelhanos.
Solução
participa ativamente na vida política do país.
2- Seleciona a(s) opção(ões) que completa(m) cada afirmação.
D Fernão Lopes chama «amor da terra» ao direito que se afirma então, que é…
E Na Crónica de D. João I, surgem, por vezes, vozes não identificadas (figuras sem nome), pois…
Solução