Estágio de Citogenética2

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EULÁLIA MACOVELA

 CITOGENÉTICA CLÍNICA – é o estudo dos


cromossomas, sua estrutura e sua herança,
aplicado à prática da genética médica.
 Porquase 50 anos, tem sido evidente que as
anomalias cromossómicas – alterações
microscopicamente visíveis no número ou na
estrutura dos cromossomas poderiam ser
responsáveis por uma série de alterações clínicas.
 Os citogenetecistas foram os primeiros a
trazerem uma perspectiva genômica ampla à
genética médica.

 Actualmente a análise cromossómica com alta


resolução e precisão tanto nos niveis
citológico assim como genômico – constitui
um importante procedimento diagnóstico em
diversas áreas da medicina clínica.
 Os distúrbios cromossômicos constituem uma
importante categoria de doenças genéticas:
1. São responsáveis por uma grande proporção
de perdas reprodutivas
2. Malformações congénitas
3. Retardo mental
4. Patogênese da doença maligna
1. Problemas de crescimento e
desenvolvimento
 Falta e retardo de desenvolvimento
 Fáceis dismórficas
 Malformações múltiplas
 Baixa estatura
 Genitália ambígua
 Retardo mental
2. Natimortos e morte neonatal
 A incidência de anomalias cromossómicas é
muito elevada entre natimortos (até
aproximadamente 10%)
 Elevada também em crianças que falecem no
periodo neonatal
A análise cromossómica deveria ser realizada
em todos natimortos e óbitos neonatais que
possam apresentar uma base citogenética a
fim de identificar uma possível causa
específica ou, descartar uma anomalia
cromossómica como motivo de perda.
3. Problemas de fertilidade
 Os estudos cromossómicos estão indicados para
mulheres que apresentam amenorreia e para
casais com história de infertilidade ou abortos
recorrentes.
 A anomalia cromossómica é observada em um ou
outro genitor em uma proporção significativa (3%
a 6%) dos casos nos quais existe infertilidade ou
2 ou mais abortos
4. História familiar
 Uma anomalia cromossómica conhecida ou
suspeita em um parente de primeiro grau
constitui uma indicação para análise
cromossómica
5. Neoplasia
 Todos os cânceres estão associados a uma ou
mais anomalias cromossómicas ( avaliação do
próprio tumor ou neoplasias hematológicas)
6. Gestação em uma mulher em idade
avançada
 Existe um risco aumentado de anomalia
cromossómica nos fetos concebidos por
mulheres com mais de 35 anos

A análise cromossómica fetal deveria ser


oferecida como parte de rotina dos cuidados
pré-natais nessas gestações.
 HERANÇA MENDELIANA

 Autossómica dominante
 Autossómica recessiva
 Ligada ao X dominante
 Ligada ao X recessiva
 Fenótipo aperece em todas gerações
 Qualquer filho de um progenitor afectado tem
50% de risco de herdar a característica
 Membros fenotipicamente normais das famílias
não transmitem o fenótipo para os seus filhos
 Homens e mulheres têm igual probabilidades de
transmitir o fenótipo a crianças de ambos sexos.
 Uma significativa proporção de casos isolados se
deve a uma mutação nova.
 Um fenótipo AR, ao surgir em mais de um
membro de uma família, geralmente é observado
nos irmãos do probando
 Para a maioria dos distúrbios AR, os homens e as
mulheres têm a mesma probabilidade de serem
afectados
 Os progenitores de uma criança afectada são
portadores assintomáticos dos alelos mutantes
 Os progenitores da pessoa afectada podem em
alguns consanguíneos
 A incidência da característica é mais alta em homens
do que em mulheres
 As mulheres heterozigóticas geralmente não são
afectadas, mas algumas podem expressar a condição
com gravidade variável, conforme determinada pelo
padrão de inativação do X
 O gene responsável pela condição é transmitido de um
homem afectado para todas as suas filhas
 O alelo mutante pode ser transmitido através de uma
série de portadores femininos
 Os homens afectados com parceiras normais
não têm nenhum filho afectado e nenhuma
filha normal
 Todos os descendentes apresentam um risco
de 50% de herdarem o fenótipo
 As mulheres afectadas são cerca de duas vezes
mais comuns que os homens afectados, mas as
mulheres afectadas possuem uma expressão
mais leve do fenótipo.
 Trissomia do 21
 Trissomia do 18
 Trissomia do 13
 Síndrome de Turner
 Hipotonia do RN
 Fácieis dismórfica
 Estatura reduzida
 Pescoço curto e pele da nuca frouxa
 Ponte nasal baixa
 Orelhas de implantação baixa
 Inclinação da fissura palpebral para cima
 Boca aberta com língua protusa
 Mãos curtas e largas com prega simiesca
 Maior separação entre o halux e o segundo dedo
 Retardo mental
 Cardiopatia congénita
 Atrésia traqueoesofágica

 Cariótipos:
 47 xx ou xy, +21 (teoria do ovócito velho)
 47 xx ou xy t(14,21); 47 xx ou XY t(21,21)
 Retardo mental e desenvolvimento
 Malformações cardíacas graves
 Hipertonia
 Occipúcio proeminente retrogantia
 Orelhas malformadas e de implantação baixa
 Unhas hiploplásicas
 Frequência alta de abortos expontâneos
 Retardo de crescimento e mental
 Malformações do sistema nervoso central
 Microcefalia, ausência dos olhos
 Orelhas malformadas, lábio leporino e fenda
palatina
 Polidactilia
 Defeitos cardíacos (CIV, persistência do canal
arterial)
 Defeitos urogenitais
 Estatura baixa
 Disgenésia gonadal
 Fásceis com características incomuns
 Pescoço alado, baixa implantação posterior de
cabelos
 Tórax amplo com hipertelorismo mamário
 Elevadas anomalias renais e cardiovasculares
(coartação da aorta)
 Higroma cístico e linfedema
 Amenorreia 1ª na adolescência
1. CULTURA DE CÉLULAS HUMANAS
In vitro a cultura de células humanas pode ser
realizada a partir de :
 Tecido obtido de BVC ( trofoblasto)
 Medula óssea
 Tecido tumoral
 Linfócitos do sangue periférico
 Liquido amniótico
 Biópsia tecidular
 Cultura de linfócitos:
1. Colheita de amostra do sangue periférico,
adicionada a heparina
2. Adição do meio de cultura
3. Guardar a cultura 48h ou 72h
4. Adição de colcemid (colquicina)_impede a
formação do fuso mitótico parando o ciclo
celular em metafase
5. Adição do soluto hipotónico
6. Fixação da metafases
7. Espalhamento cromossómico nas Lâminas
8. Envelhecimento
9.Coloração com Giemsa ou Leishman
 Cultura de fibroblastos (amniócitos)

Existem 2 métodos:

1. Método de frasco (mais tradicional e mais


demorado)- executado num frasco com meio
de cultura adequado a amostra do LA.
 O LA é submetido a centrifugação e as células
crescem aderentes a um frasco
2. Método in situ (mais rápida)
 A amostra e o meio de cultura são colocados
numa placa de Petri que têm no seu interior
uma lamela onde as células vão aderir.
 Não se necessita de soltar as células do local
onde crescem
 ANÁLISE CITOGENÉTICA
 Feita consoante o tipo de patologia que se
pesquisa ( indicação clínica)

De uma maneira geral:


 Contagem de pelo menos 15 metafases
 Uma análise de 5 metáfases
 MOSAICISMO
Se contarmos :
 14 metafases (20%)
 29 metafases (10%)
 58 metafases (5%)
1. Malformações congénitas susceptíveis de
estarem associadas a cromossomopatias
2. Situações de infertilidade em que é utilizado o
cariótipo do casal para escolher a melhor
técnica de fertilização a utilizarem (ex: S.
Klinefelter – TESE- Extracção Testicular de
Espermatozóides)
3. Membro da família muito próximo com
patologia cromossómica
4. Abortos de repetição
5. Atraso mental idiopático
6. Amenorreia
7.Sexo ambiguo
8.Doenças Hematológicas
9. Síndromes cromossómicos de instabilidade
10. Exposição a carcinogénicos (radiação,etc)
1. Grávidas com mais de 35 anos
2. Progenitores com alteração cromossómica
3. Grávida com outro filho com patologia
cromossómica
4. Alterações morfológicas vistas por ecografia
5. Rastreio bioquímico positivo
6. Rastreio ecográfico positivo – TN aumentada
7. Gravidez anterior com defeito do tubo neural,
apesar de nem sempre estes defeitos estarem
associados a cromossomopatias.

8. Anomalias cardíacas- sempre muito


associadas a cromossomopatias
 Consiste no uso de sondas, isto é, sequências
de DNA ligadas a flurocromos que
emparelham com sequências de DNA que lhe
são complementares.
 Tipos de sondas existentes:
1. Centroméricas- identificam trissomias
2. Génicas – identificam microdeleções
3. Pintura cromossómica-detectam translocações
1. Espalhamento cromossómico numa lâmina
2. Promoção da desnaturação do DNA
3. Hibridização com a sonda a 37 graus
4. Detecção atomática – sonda marcada com
fluorocromo
5. Lavagem pós-hibridização
6. DAPI- para corar o material de estudo
1. Sindromes de microdelecção
2. Esclarecimento de rearranjos cromossómicos
estruturais
3. Esclarecimento de translocações complexas
4. Identificação de cromossomas marcadores
5. Diagnóstico pré-natal para pesquisa de
translocações e aneuplodias em amniócitos
não cultivados
6.Diagnóstico Genético Pré-Implatação(DGPI)
– testa-se o blastómero para despistar doenças
genéticas ou cromossómicas antes da
tranferência embrionária.
7. FISH em espermatozóides (estudo de
aneuploidias e fragmentação de
espermatozóides)
:
1. Casais com falhas sucessivas de implatação
2. Idade materna
3. Progenitor com anomalia cromossómica
conhecida
4. Distúrbios ligados aos cromossomas sexuais
Estudo das seguintes patologias:
1. Polineuropatia amiloidótica familiar (PAF-
tipo 1)
2. Fibrose Cística
3. Doença de Machado Josef
4. Doença de Huntington
INTRACYTOPLASMATIC SPERM INJECTION (ICSI)

2Pb
1Pb

c M
c
F
EMBRYO DEVELOPMENT

Two cell embryo


Fertilized oocyte with two
pronuclei and two polar bodies

Four-cell embryo Seven-cell embryo


BIOPSY OF CLEAVAGE-STAGE EMBRYO
 AZF- “factor de azoospermia humana-
codificado a nível do Yq11.23- envolvido no
controle da espermatogénese humana.

 Associação entre azoospermia não obstrutiva


e a presença de delecções do braço longo do
cromossoma y
 Existem 3 loci AZF (AZFa, AZFb e AZFc)
implicados na espermatogénese, há uma
irradicação das células germinativas ocorrendo
apenas células de Sertoli

 Constatou-seque microdelecções no Y levavam à


não produção de espermatozóides pelo facto de o
doente não expressar outras células germinativas
para além das células de Sertoli
A delecção individual de cada uma das zonas
provoca uma alteração distinta, sendo que a
região c pode provocar distintos quadros
clínicos, com gravidade diferente

A região AZFc possui o gene DAZ importante


para a fertilidade
 As microdelecções do Y são estudadas por
PCR multiplex
 Os segmentos não amplificados correspondem
às regiões delectadas

É de notar que a deleção da região AZFc leva


a que haja apenas espermiogénese residual,
que pode ser encontrada.
 Delecçõesem AZFa- originam uma
oligozoospermia grave

 8% a 15%dos indivíduos com


oligozoospermia ou astenozoospermia são
portadores de microdelecções do Y
 Estudo da amenorreia
 Ambiguidade sexual (cariótipos)
 Diagnóstico pré-natal
 Diagnóstico genético pré-implantação
 Estudo de infertilidade
 Estudo de malformações congénitas
 Aconselhamento genético

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