2 SÉRIE - AULA 2 - Ética e Liberdade

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FILOSOFIA

2ª SÉRIE - NOVO ENSINO MÉDIO


AULA 2
ÉTICA:
DESAFIOS E DEVERES DO
SER HUMANO LIVRE
ILUMINISMO:
MARCO DA
BUSCA PELA
LIBERDADE E
DA
CONSOLIDAÇ
ÃO DOS
DIREITOS
HUMANOS
 No Iluminismo, houve a ruptura definitiva com o Antigo Regime
(marcado pelo poder da monarquia, da nobreza e da Igreja);

 No Iluminismo, os homens decidiram pensar por si mesmos e definir o


rumo de suas vidas, sem que instituições alheias à sua consciência
definissem como se deveria viver;

 No Iluminismo, com a autonomia da razão, tudo foi repensado,


desde a política até a economia, passando pela ética e pela religião.
ALGUNS PENSADORES ILUMINISTAS
CUJO PENSAMENTO NÃO PODE SER
DEIXADO DE LADO
JOHN LOCKE
(1632-1704)
DEFENSOR DOS DIREITOS NATURAIS DO INDIVÍDUO
Direitos Liberais

LIBERDADE

VIDA/IGUALDADE

PROPRIEDADE
PROPRIEDADE
1) PRÓPRIO CORPO

2) FRUTO DO TRABALHO
CONCEITO DE TRABALHO

FORÇA QUE TRANSFORMA O QUE É


COLETIVO EM PROPRIEDADE
PRIVADA
LIBERDADE:

Não aceitar a “guerra”, isto é, a tentativa de


submeter o indivíduo a um poder externo a ele,
sem o seu consentimento
ESTADO LIBERAL
Locke defendia o Estado liberal em todas as suas perspectivas:
politicamente, apregoava a ideia de que o poder não pode estar
concentrado nas mãos de um só governante; economicamente, defendia
a não intervenção do Estado no mercado, deixando-o por conta da
burguesia; moralmente, defendia a liberdade das pessoas e a
possibilidade de cada um decidir os rumos de sua própria existência.
ADAM
SMITH
(1723-1790)
• O liberalismo econômico teve em Adam Smith um de seus
principais representantes, a partir da publicação da obra
“Riqueza das Nações”. Suas ideias de ampla liberdade de
iniciativa abriram espaço para que a concorrência
passasse a ser tratada como elemento essencial da luta
contra os monopólios.

• Assim, no ano de 1791 foram editados dois instrumentos


normativos de suma importância para a concorrência. Tais
instrumentos são: a) Decreto de Allarde, que preconizava
a liberdade de comércio e indústria, independentemente
de ligação com corporação de ofício; b)
Lei Chapelier que acabava com as corporações de
ofício, garantindo, com isso, ampla liberdade de comércio.
• O pensamento de Adam Smith estrutura-se,
basicamente em torno da preocupação com o
processo de crescimento econômico, ou seja, as
causas do aumento do poder produtivo do trabalho e
sua distribuição por diferentes classes da sociedade.
O que de mais importante ajuda a explicar esse
crescimento econômico é a divisão de trabalho, sendo
que a pré-condição da divisão do trabalho é a
acumulação de capital.

• Para tanto, como típico representante do liberalismo


econômico, ele defendia a mais ampla liberdade
individual no campo da economia, o direito inalienável
à propriedade, a livre iniciativa e a concorrência como
princípios básicos capazes de harmonizar os
interesses individuais e coletivos e gerar o progresso
social.
Smith desenvolveu
uma concepção acerca
da “liberdade natural”,
cuja principal
característica é a
liberdade individual de
cada um de competir
com outro, com a
mínima intervenção do
Estado.
“Segundo o sistema da liberdade natural, ao
soberano cabem apenas três deveres; três deveres,
por certo, de grande relevância, mas simples e
inteligíveis ao entendimento comum: primeiro, o
dever de proteger a sociedade contra a violência e
a invasão de outros países independentes;
segundo, o dever de proteger, na medida do
possível, cada membro da sociedade contra a
injustiça e a opressão de qualquer outro membro
da mesma, ou seja, o dever de implantar uma
administração judicial exata; e, terceiro, o dever
de criar e manter certas obras e instituições
públicas que jamais algum indivíduo ou um
pequeno contingente de indivíduos poderão ter
interesse em criar e manter, já que o lucro jamais
poderia compensar o gasto de um indivíduo ou de
um pequeno contingente de indivíduos, embora
muitas vezes ele possa até compensar em maior
grau o gasto de uma grande sociedade”
François-
Marie Arouet

Voltaire
(1694-1778)
• A defesa do livre pensamento foi o pilar da
filosofia de Voltaire. Ela pode ser sintetizada
em uma frase que lhe é comumente
atribuída: “Não concordo com uma palavra
do que dizeis, mas defenderei até a morte o
direito de dizê-la”. Apesar de não haver
certeza de que a frase seja mesmo de
Voltaire, ela expressa bem seu pensamento.

• A Igreja Católica e a monarquia francesa


foram seus dois alvos prediletos. Voltaire
não era ateu e reconhecia Deus como
princípio explicativo do universo: “Se Deus
não existisse seria necessário inventá-lo”.
Também acreditava que Deus é uma
verdade rigorosamente demonstrável: “Eu
existo, logo algo necessário e eterno existe”.
• Voltaire tacava a superstição, a crença nos milagres
e a repressão da Igreja. A figura do clérigo era
sempre satirizada por Voltaire: “Acreditem em Deus,
mas não acreditem nos padres”. Muitas de suas
correspondências terminavam com expressões
dirigidas contra a Igreja Católica, como nas Cartas
Inglesas, na qual se refere a ela com sua máxima:
“Esmagai a Infame!”

• Essencialmente burguês e um reformista moderado,


Voltaire era admirador da Constituição Inglesa,
defendendo a ideia de que os reis deveriam ser
também filósofos, simpático ao que posteriormente
se chamou de “despotismo esclarecido”, isto é, que
os reis adotassem preceitos iluministas. As prisões
arbitrárias, a tortura, a pena de morte e os altos
impostos eram sempre atacados por ele.
“O homem só será livre
quando o último
rei for enforcado nas trip
as do último padre”

Jean Meslier (1664-1729),


no seu livro editado por Voltaire
Charles-Louis
de Secondat,
o Barão de
Montesquieu

(1698-1755)
GRANDE INVENÇÃO CONTRA
O ABSOLUTISMO:

TRÍPLICE DIVISÃO DOS


PODERES
PROPOSTA DE
MONTESQUIEU
EXECUTIVO LEGISLATIVO JUDICIÁRIO

Governar Criar leis Julgar

“QUE O PODER LIMITE O


PRÓPRIO PODER”
A liberdade política, em um cidadão, é esta tranquilidade de espírito que
provém da opinião que cada um tem sobre a sua segurança; e para que
se tenha esta liberdade é preciso que o governo seja tal que um cidadão
não possa temer outro cidadão.
Fim da liberdade:
• Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, o poder legislativo
está reunido ao poder executivo, não existe liberdade; porque se pode temer que o
mesmo monarca ou o mesmo senado crie leis tirânicas para executá-las tiranicamente.

• Tampouco existe liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e
do executivo. Se estivesse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a
liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse unido
ao poder executivo, o juiz
poderia ter a força de um opressor.

• Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos
nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as
resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as querelas entre os particulares.
• Montesquieu chega à conclusão de que a liberdade (o direito
de fazer tudo aquilo que a lei permite), só pode existir
verdadeiramente quando há a separação bem definida,
harmonia, e independência entre os poderes executivo,
legislativo e judiciário.

• “O verdadeiro espirito de igualdade está tão distante do


espírito de extrema igualdade quanto o céu está distante da
terra. O primeiro não consiste em absoluto em fazer com que
todos comandem ou que ninguém seja comandado e sim no
obedecer e comandar a iguais. Ele não pretende de modo
algum que não se tenha senhores, mas sim que só tenha iguais
como senhores […]. O lugar natural da virtude é ao lado da
liberdade, mas ela não pode sobreviver ao lado da liberdade
extrema mais do que poderia sobreviver na escravidão”.
JEAN-
JACQUES
ROUSSEAU
(1712-1778)
O homem nasce bom. A sociedade o corrompe.

A liberdade corrompida é a busca do homem por satisfazer suas necessidades sem pensar nas consequências
Liberdade natural
X
Liberdade civil
Liberdade natural:

Primitiva, pré-social; fazer tudo o que se quer.

Liberdade civil:
Do homem que vive em sociedade; limitada pela
vontade geral.
LIBERDADE NATURAL:
Típica da natureza, “do animal”, que vive
fechado em seu mundo
LIBERDADE CIVIL:
Liberdade do homem que vive em sociedade e é
livre-com-os-outros-no-mundo
VONTADE GERAL
X
VONTADE INDIVIDUAL
X
VONTADE DE TODOS
VONTADE INDIVIDUAL:
o que cada um quer
VONTADE DE TODOS:
somatória das vontade individuais
VONTADE GERAL:
o que é melhor e, por isso, desejado, para todas as pessoas; o que gera bem-
estar para toda a coletividade, mesmo que, por vezes, os indivíduos
precisem perder alguns privilégios.
“Obedecer
às leis é a
liberdade. O
contrário é
a
escravidão”
OLYMPE
DE
GOUGES
(1748-1793)
• Olympe de Gouges era uma vanguardista. Na Paris de Maria
Antonieta e Luís XVI, ela defendia a emancipação das mulheres,
a instituição do divórcio e o fim da escravatura. À frente de um
grupo de teatro formado apenas por mulheres, Olympe debatia
suas ideias nas peças que escrevia, em panfletos e até em cartazes,
que mandava colar pela cidade.

• Em um de seus panfletos mais conhecidos, a Declaração dos


Direitos da Mulher e da Cidadã, Olympe conclamava à ação: “Ó
mulheres! Mulheres, quando deixareis vós de ser cegas?”

• Era uma referência direta à Declaração dos Direitos do Homem e


do Cidadão, de 1789, documento símbolo da Revolução Francesa,
mas que pouco dizia sobre os direitos do sexo feminino.
• No decorrer da revolução que derrubou a monarquia aos gritos de
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, Olympe não se limitou a criticar as
mazelas do Antigo Regime. Criticava também os abusos do novo regime,
escrevendo contra Jean-Paul Marat e Maximilian de Robespierre, líder
dos jacobinos, o setor mais extremista da revolução, que ocupou o poder
entre 1792 e 1794 e instaurou o Terror contra os opositores.

• Robespierre, conhecido como “o incorruptível”, não perdoou a ousadia


de Olympe. A ativista foi presa por questionar “valores republicanos” e,
sem direito a advogado, condenada à morte.

• Antes de ser executada, Olympe repetiu uma frase que já tinha divulgado em
panfleto: “Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter
igualmente o direito de subir à tribuna”.
“Mulher, desperta. A força da razão se
faz escutar em todo o universo.
Reconhece teus direitos. O poderoso
império da natureza não está mais
envolto de preconceitos, de fanatismos,
de superstições e de mentiras. A
bandeira da verdade dissipou todas as
nuvens da ignorância e da usurpação.
O homem escravo multiplicou suas
forças e teve necessidade de recorrer às
tuas, para romper os seus ferros.
Tornando-se livre, tornou-se injusto
em relação à sua companheira”
A LIBERDADE NOS
TEMPOS
CONTEMPORÂNEOS
JEAN-PAUL
SARTRE
(1905-1980)
“O homem, estando condenado a ser
livre, carrega nos ombros o peso do
mundo inteiro: é responsável pelo
mundo e por si mesmo enquanto
maneira de ser. [...] Portanto é
insensato pensar em queixar-se, pois
nada alheio determinou aquilo que
sentimos, vivemos ou somos. Por outro
lado, tal responsabilidade absoluta não
é resignação: é simples reivindicação
lógica das consequências de nossa
liberdade. O que acontece comigo,
acontece por mim, e eu não poderia
me deixar afetar por isso nem me
revoltar nem me resignar”
“A existência precede a essência”

Os homens são o que escolhem


• A recusa da concepção tradicional, segundo a qual o homem
possuiria uma essência dada a priori (animal racional, por exemplo),
implica a aceitação de que o ser humano primeiramente surge na
sua radical espontaneidade e depois se define, se faz aquilo que
vem a ser.

• O primado da existência significa precisamente esse ato de projetar-


se, de lançar-se à frente de si mesmo, de fazer-se e de assumir-se no
mundo por via da realização de alguma possibilidade. Tudo isso está
contido na acepção de liberdade originária, espécie de grau zero da
realidade humana entendida fundamentalmente como existência.
• O caráter absolutamente originário da liberdade nos leva a entender
que ela não é algo que o homem tenha, e sim algo que ele é. Ora,
sendo antes de tudo liberdade, o homem não é propriamente nada
além das possibilidades de ser.

• É isso que o distingue das coisas e dos animais: não poder ser
concebido na sua integridade essencial antes que o processo
contingente de existir o leve a assumir por si mesmo um projeto de
existência que tentará realizar como um modo de ser no mundo.
Nem a natureza, nem
seus determinismos e
nem Deus podem
explicar o que os
homens são, como
serão suas histórias e
quais serão suas
escolhas.
OS LIMITES DA LIBERDADE

Não são uma


limitação, um
impedimento, mas a
condição da liberdade.
Subjetivo:
Limite proveniente do próprio sujeito: herança genética,
bagagem corporal e espiritual, aptidões, saúde...
Objetivo:
Limite proveniente da natureza: fenômenos naturais, catástrofes, ameaças da
natureza...
Intersubjetivo:
Limite da outra liberdade: o outro não é um impedimento, mas
condição de liberdade. Liberdade só pode ser liberdade em relação...
Medium de sentido:
Limite proveniente da cultura: o espaço comum de
sentido, da significação da existência; normas sociais,
religião, instituições...
Histórico-temporal:
Limite proveniente da história: os espaços e tempos históricos
configuram as condições de liberdade. Cada geração, por sua
vez, não pode adquirir uma nova história, mas
a recebe...

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