Atuação Da Assessoria Jurídica Junto Aos Tribunais de Contas
Atuação Da Assessoria Jurídica Junto Aos Tribunais de Contas
Atuação Da Assessoria Jurídica Junto Aos Tribunais de Contas
VICTOR AMORIM
Doutorando em Direito (UnB)
Mestre em Direito Constitucional (IDP)
Membro do Comitê Gestor da Rede Nacional de Contratações Públicas
Coordenador do Observatório da Nova Lei de Licitações
Professor de pós-graduação do IGD, ILB e IDP
Advogado e Consultor Jurídico
www.victoramorim.com
@prof.victor.amorim
CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA DE
CONTROLE EXTERNO
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CONTROLE EXTERNO
COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS DE ACORDO COM A CF/1988:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
[...]
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
[...]
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
[...]
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
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CONTROLE EXTERNO
ESTRUTURA DO CONTROLE EXTERNO NA CF/1988:
A titularidade do controle externo é do Poder Legislativo, que, por sua vez, a depender da esfera
federativa, deverá ser auxiliado por:
TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS (instituição facultativa): art. 75 c/c art. 31, §§ 1º e 4º
da CF
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TIPOS DE CONTROLE
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DEFESA NOS TRIBUNAIS DE CONTAS
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PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
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PRINCIPAIS TIPOS DE PROCESSOS
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TOMADA DE CONTAS ESPECIAL NO TCU
No TCU, a TCE poderá ser instaurada a partir de:
• encaminhamento pelo órgão de Controle Interno após esgotar todas as medidas cabíveis (art. 197, §2º, do
RITCU)
• conversão do processo de fiscalização em TCE pelo próprio TCU se configurada ocorrência de desfalque,
desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário (art. 252 do RITCU);
- o órgão de Controle Interno não providenciar a instauração da TCE e não observar o dever de comunicação
de que trata o §1º do art. 74 da CF (art. 197, §1º, do RITCU);
- houver indício de procedimento culposo ou doloso na admissão de pessoal (art. 261, §2º, RITCU);
- Houver indício de procedimento culposo ou doloso na concessão de benefício de aposentadoria sem
fundamento legal (art. 262, §1º, RITCU).
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CATEGORIZAÇÃO DAS DELIBERAÇÕES NO TCU
Resolução nº 315/2020
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REQUISIÇÃO DE PROVIDÊNCIAS E INFORMAÇÕES
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REQUISIÇÃO DE PROVIDÊNCIAS E INFORMAÇÕES
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APLICAÇÃO DE MULTA
Art. 268. O Tribunal poderá aplicar multa, nos termos do caput do art. 58 da Lei nº 8.443, de 1992, atualizada na
forma prescrita no § 1º deste artigo, aos responsáveis por contas e atos adiante indicados, observada a seguinte
gradação:
[...]
II – ato praticado com grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial, no valor compreendido entre cinco e cem por cento do montante a
que se refere o caput;
III – ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário, no valor
compreendido entre cinco e cem por cento do montante referido no caput;
IV – descumprimento, no prazo fixado, sem causa justificada, à diligência determinada pelo relator, no valor
compreendido entre cinco e cinquenta por cento do montante a que se refere o caput;
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APLICAÇÃO DE MULTA
Art. 268. O Tribunal poderá aplicar multa, nos termos do caput do art. 58 da Lei nº 8.443, de 1992, atualizada na
forma prescrita no § 1º deste artigo, aos responsáveis por contas e atos adiante indicados, observada a seguinte
gradação:
[...]
V – obstrução ao livre exercício das auditorias e inspeções determinadas, no valor compreendido entre cinco e
oitenta por cento do montante a que se refere o caput;
VI – sonegação de processo, documento ou informação, em auditoria ou inspeção, no valor compreendido entre
cinco e oitenta por cento do montante a que se refere o caput;
VII – descumprimento de decisão do Tribunal, salvo motivo justificado, no valor compreendido entre cinco e
cinquenta por cento do montante a que se refere o caput;
VIII – reincidência no descumprimento de decisão do Tribunal, no valor compreendido entre cinquenta e cem
por cento do montante a que se refere o caput.
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APLICAÇÃO DE MULTA
Art. 250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o Tribunal:
[...]
§ 2º Não elidido o fundamento da impugnação, o Tribunal aplicará ao responsável, no próprio processo de fiscalização,
ressalvado o disposto no art. 206, a multa prevista no inciso II ou III do art. 268 e determinará o apensamento do processo
às contas correspondentes.
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EVITANDO O “FATOR SURPRESA”
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PROVIDÊNCIAS ANTECIPATÓRIAS
Consulta processual “preventiva”
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JUSTIFICANDO AS AÇÕES DO GESTOR
PÚBLICO
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PRINCIPAIS LINHAS DE DEFESA
razoabilidade da interpretação adotada pelo gestor diante das circunstâncias e do contexto da
tomada de decisão;
existência de motivação para a realização do ato com base em entendimento jurisprudencial e/ou
orientação existente à época;
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PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA A DIRETRIZES E NORMAS:
“... É bem provável que um agente de controle seja capaz de encontrar solução mais ótima do
que a que foi aplicada, até porque tem a vantagem de chegar após o fato, aferindo as causas e
consequências da decisão. Novamente aqui há estreita correlação entre gerir e controlar, corolário
do princípio da segregação das funções. Quando busca o fiel cumprimento das normas e diretrizes,
o órgão de controle também tolera, por dever de lógica, um conjunto de interpretações
consideradas juridicamente razoáveis e ações que não tiveram o rendimento ótimo, por terem
sofrido os efeitos de fatores razoavelmente imprevistos” (J. U. JACOBY FERNANDES)
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PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA A DIRETRIZES E NORMAS:
“Após examinar esses ângulos da questão, julgo oportuno reafirmar minha convicção, já antes
manifestada por diversas vezes neste Plenário e acima reiterada, sobre a necessidade de respeitar e
preservar o campo de ação discricionária que a lei explicitamente outorga ao administrador, sob
pena de inviabilizar-se a gestão das entidades públicas. Executados os casos flagrantes de abuso e de
fraude, é preciso admitir que o administrador, para cumprir e executar a lei, é seu primeiro
intérprete. A interpretação por ele formulada, diante muitas vezes de situações prementes de urgência
operacional, deve ser respeitada pelo controle, evitando-se, na medida do possível, questionamentos
baseados principalmente em divergências de exegese de dispositivos legais que, como no caso em
exame, trazem inerente alto grau de subjetividade”
(Trecho do voto do Min. Carlos Átila Álvares da Silva na Decisão TCU nº 565/1995-Plenário)
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CORREÇÃO DOS ATOS VICIADOS
RATIFICAÇÃO: é o ato administrativo derivado pelo qual a Administração, suprindo falha ou corrigindo
defeito de competência, declara íntegro e válido desde a origem, o ato viciado quanto a este elemento.
REFORMA: é o ato administrativo derivado pelo qual se corrige a parte viciada de determinado ato.
CONVERSÃO: ato administrativo derivado pelo qual se converte um ato inválido em ato de outra
categoria, com efeitos retroativos à data do ato original, conferindo-se qualificação jurídica diversa a dois
atos de efeitos semelhantes.
Exemplo: conversão de uma concessão de uso de bem público para permissão de uso de bem público, se o ato não
demandar a realização de licitação.
LEI Nº 9.784/1999:
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos
que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
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POSSIBILIDADES DE CORREÇÃO DOS ATOS VICIADOS
ANULAÇÃO ADMINISTRATIVA EX NUNC: anulação do ato apenas com efeitos prospectivos, preservando-
se os efeitos pretéritos.
FATO SANATÓRIO (PRESCRIÇÃO/DECADÊNCIA): com o objetivo de estabilizar as relações da
Administração com seus servidores e com os cidadãos, o instituto da prescrição impede a revisão ou a invalidação
de ato administrativo por força do transcurso do tempo (fato), produzindo, assim, uma força sanatória indireta ou
não voluntária podendo ser:
- Introversa (“decadência”): quando obsta a Administração de exercer a autotutela e rever seus próprios atos (art. 54 da
Lei nº 9.784/1999);
- Extroversa (“prescrição”): quando inibe o Poder Judiciário de operar a correção do ato (Decreto nº 20.910/1932)
LEI Nº 9.784/1999:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
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RACIONALIZAÇÃO E DIÁLOGO
CONSTRUTITIVO COM O CONTROLE
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CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DAS DELIBERAÇÕES
Resolução TCU nº 315/2020
Art. 14. A unidade técnica instrutiva deve oportunizar aos destinatários das deliberações a apresentação de
comentários sobre as propostas de determinação e/ou recomendação, solicitando, em prazo compatível,
informações quanto às consequências práticas da implementação das medidas aventadas e eventuais
alternativas.
§ 1º A manifestação a que se refere o caput deve ser viabilizada mediante o envio do relatório preliminar da
fiscalização ou da instrução que contenha as propostas de determinação ou recomendação.
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INSTRUMENTALIDADE DAS DELIBERAÇÕES
Resolução TCU nº 315/2020
Art. 16. As determinações, ciências e recomendações, ainda que atendam, em tese, às exigências previstas na Seção
II, serão expedidas apenas quando imprescindíveis às finalidades do controle e para as deficiências
identificadas que, se não tratadas, comprometam a gestão.
Parágrafo único. Entre outras hipóteses decorrentes da diretriz fixada no caput, o Tribunal poderá dispensar a
formulação de deliberações se:
I - a unidade jurisdicionada, por meio de declaração emitida por gestor máximo ou outro instrumento cabível, houver
se comprometido, formalmente, a adotar as medidas preventivas ou corretivas que seriam objeto da ciência ou
da determinação, ou estiverem em estudo outros aprimoramentos capazes de proporcionar os resultados
práticos pretendidos com a recomendação;
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INSTRUMENTALIDADE DAS DELIBERAÇÕES
Resolução TCU nº 315/2020
II - a situação não exigir urgência no tratamento, for de menor gravidade e for favorável a tendência de que se
resolva sem a imposição de medidas pelo Tribunal, notadamente em decorrência de nova regulamentação da
matéria, de reestruturação administrativa da unidade, do aperfeiçoamento dos controles internos ou de outros fatores
que evidenciem um contexto institucional superveniente capaz de inibir a ocorrência ou reiteração da irregularidade,
ou de produzir os aprimoramentos desejados da atuação administrativa; ou
III - o longo tempo decorrido comprometer a atualidade da ação de controle, não houver indícios de persistência da
irregularidade e for baixa a probabilidade de repetição.
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A LÓGICA DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS
AGENTES PÚBLICOS NO ÂMBITO DO
CONTROLE
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RESPONSABILIDADE
X
RESPONSABILIZAÇÃO
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CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO!
A identificação dos responsáveis por irregularidades;
A especificação das condutas de todos os agentes que, de alguma forma, participaram do
procedimento;
O estabelecimento das relações de causa e efeito (nexo de causalidade);
A aferição da culpabilidade dos agentes, com a proposição de sancionamento compatível e
proporcional com as circunstâncias do caso examinado.
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MODELO DE “MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO”
DECISÃO NORMATIVA TCU Nº 155/2016
(Anexo IV)
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OS LIMITES DA RESPONSABILIZAÇÃO DO SERVIDOR
O GESTOR “MÉDIO”
DECRETO-LEI Nº 4.657/1942
(LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO)
- Alteração promovida pela Lei nº 13.655, de 25/04/2018 -
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DECRETO FEDERAL Nº 9.830/2019
Art. 12. O agente público somente poderá ser responsabilizado por suas DECISÕES ou OPINIÕES TÉCNICAS se agir
ou se omitir com dolo, direto ou eventual, ou cometer erro grosseiro, no desempenho de suas funções.
§ 1º Considera-se erro grosseiro aquele manifesto, evidente e inescusável praticado com culpa grave, caracterizado por
ação ou omissão com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia.
§ 2º Não será configurado dolo ou erro grosseiro do agente público se não restar comprovada, nos autos do processo de
responsabilização, situação ou circunstância fática capaz de caracterizar o dolo ou o erro grosseiro.
§ 3º O mero nexo de causalidade entre a conduta e o resultado danoso não implica responsabilização, exceto se
comprovado o dolo ou o erro grosseiro do agente público.
§ 4º A complexidade da matéria e das atribuições exercidas pelo agente público serão consideradas em eventual
responsabilização do agente público.
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DECRETO FEDERAL Nº 9.830/2019
§ 5º O montante do dano ao erário, ainda que expressivo, não poderá, por si só, ser elemento para
caracterizar o erro grosseiro ou o dolo.
§ 6º A responsabilização pela opinião técnica não se estende de forma automática ao decisor que a adotou
como fundamento de decidir e somente se configurará se estiverem presentes elementos suficientes para o
decisor aferir o dolo ou o erro grosseiro da opinião técnica ou se houver conluio entre os agentes.
§ 7º No exercício do poder hierárquico, só responderá por culpa in vigilando aquele cuja omissão
caracterizar erro grosseiro ou dolo.
§ 8º O disposto neste artigo não exime o agente público de atuar de forma diligente e eficiente no
cumprimento dos seus deveres constitucionais e legais.
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Diante da indefinição legal, o TCU vem usando como parâmetro o gestor público “médio”...
“A conduta culposa do responsável que foge ao referencial do “administrador médio” utilizado pelo TCU para
avaliar a razoabilidade dos atos submetidos a sua apreciação caracteriza o “erro grosseiro” a que alude o art. 28 do
Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), incluído pela Lei 13.655/2018”.
(Voto do Min. Benjamin Zymler no Acórdão nº 1.628/2018-Plenário)
"Registro, contudo, que, em razão de debates mais aprofundados acerca da amplitude e do significado da expressão “erro
grosseiro”, diante dos casos concretos postos à decisão deste Tribunal, o entendimento a ela emprestado evoluiu no sentido
de se considerar como erro grosseiro aquele que pode ser percebido por pessoa com diligência abaixo do normal ou,
dito de outra forma, aquele que poderia ser evitado por pessoa com nível de atenção aquém do ordinário, decorrente
de grave inobservância de dever de cuidado".
(Voto do Min. Vital do Rêgo no Acórdão TCU nº 3.327/2019-1ªC)
CONCLUSÃO:
Para o TCU, o que destoar da razoabilidade na conduta do agente público médio, é erro grosseiro!
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Diante da indefinição legal, o TCU vem usando como parâmetro o gestor público “médio”...
[...] é preciso conceituar o que vem a ser erro grosseiro para o exercício do poder sancionatório desta Corte de Contas. Segundo o art. 138
do Código Civil, o erro, sem nenhum tipo de qualificação quanto à sua gravidade, é aquele “que poderia ser percebido por pessoa de
diligência normal, em face das circunstâncias do negócio” (grifos acrescidos) . Se ele for substancial, nos termos do art. 139, torna
anulável o negócio jurídico. Se não, pode ser convalidado.
83. Tomando como base esse parâmetro, o erro leve é o que somente seria percebido e, portanto, evitado por pessoa de diligência
extraordinária, isto é, com grau de atenção acima do normal, consideradas as circunstâncias do negócio. O erro grosseiro, por sua vez, é
o que poderia ser percebido por pessoa com diligência abaixo do normal, ou seja, que seria evitado por pessoa com nível de
atenção aquém do ordinário, consideradas as circunstâncias do negócio. Dito de outra forma, o erro grosseiro é o que decorreu de
uma grave inobservância de um dever de cuidado, isto é, que foi praticado com culpa grave.
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ATENÇÃO!!!
De acordo com entendimento do TCU, havendo norma interna do âmbito do órgão ou entidade pública, a
inobservância por parte do agente poderá configurar “erro grosseiro”:
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificado como erro grosseiro (art. 28 do
Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) o descumprimento de normativo da entidade pelo gestor, especialmente o que
resultar em danos materialmente relevantes.
(Resumo acerca das conclusões do Acórdão nº 2.677/2018-Plenário – Boletim de Jurisprudência TCU nº 246)
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ATENÇÃO!!!
De acordo com entendimento do TCU, a desconsideração imotivada de parecer da assessoria jurídica pode
configurar “erro grosseiro”:
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei
4.657/1942 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) a decisão do gestor que desconsidera, sem a
devida motivação, parecer da consultoria jurídica do órgão ou da entidade que dirige. Tal conduta revela
desempenho aquém do esperado do administrador médio, o que configura culpa grave, passível de multa.
(Enunciado do Acórdão nº 1.264/2019-Plenário)
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LINDB E PRESSUPOSTO PARA CONDENAÇÃO DE
AGENTE PÚBLICO AO RESSARCIMENTO DE DANOS
CAUSADOS AO ERÁRIO DE ACORDO COM O ATUAL
ENTENDIMENTO DO TCU
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ATENÇÃO!
PARA O TCU, O ART. 28 DA LINDB NÃO SERIA APLICÁVEL COMO PRESSUPOSTO PARA CONDENAÇÃO
DO AGENTE PÚBLICO À RESSARCIMENTO DE DANO AO ERÁRIO E À INDENIZAÇÃO POR PREJUÍZOS
AO ERÁRIO
O art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lindb), que trata da responsabilização pessoal do agente em caso de dolo ou erro grosseiro, não
se aplica ao particular contratado pela Administração Pública e se refere exclusivamente à aplicação de sanções, visto que o
dever de indenizar os prejuízos ao erário permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem qualquer gradação, como é
de praxe no âmbito da responsabilidade aquiliana, inclusive para fins de regresso (art. 37, § 6º, da Constituição Federal) .
(Enunciado do Acórdão nº 2.768/2019-Plenário)
A regra prevista no art. 28 da Lindb (Decreto-lei 4.657/1942), que estabelece que o agente público só responderá pessoalmente por
suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, não se aplica à responsabilidade financeira por dano ao
erário. O dever de indenizar prejuízos aos cofres públicos permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem qualquer
gradação, tendo em vista o tratamento constitucional dado à matéria (art. 37, § 6º, da Constituição Federal) .
(Enunciado do Acórdão nº 11.289/2021-Plenário)
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ALERTAS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DA
“JURISPRUDÊNCIA” DOS TC´s COMO
ELEMENTO DE
FUNDAMENTAÇÃO/MOTIVAÇÃO DE ATOS
ADMINISTRATIVOS
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PROBLEMAS IDENTIFICADOS NA LÓGICA DECISÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BRASILEIRA:
tomar a conclusão contida na parte dispositiva do acórdão, relativa a um caso concreto, como entendimento
apriorístico e abstrato do Tribunal de Contas e, assim, aplicável a todo e qualquer caso que aparente alguma
semelhança
extrair da “fundamentação” (motivos determinantes e obter dictum) enunciados abstratos e conferindo-lhe status de
entendimento da Corte de Contas
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