Aula 6 Fundamentos Diagn. Revisada

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O Diagnóstico Psicológico

no Contexto Jurídico
Mariana R. Fantinato
AP no Contexto Judicial

 Um dos espaços de inserção e atuação do profissional de


Psicologia;

 Pode atuar de diferentes maneiras quando envolve


situações conflituosas;

 Foi instituída como especialidade da Ciência Psicológica


pelo CFP em dezembro de 2000.
AP no Contexto Judicial

 Os instrumentos e demais recursos utilizados na avaliação


são escolhidos de acordo com diversos fatores:
- Formação teórica do profissional;
- As condições institucionais e;
- Situação emocional dos sujeitos implicados no processo
judicial.
AP no Contexto Judicial

 Os recursos devem ser escolhidos com a finalidade de


contribuir do modo mais contundente possível para a
decisão judicial final.
AP no Contexto Judicial

 A avaliação forense, mais especificamente, quando


exercida como atividade pericial, diferencia-se em
muitos aspectos daquela realizada no contexto
clínico.
AP no Contexto Judicial

 O marco referencial da avaliação forense não é o enfoque


assistencial, mas o de prestar informações aos agentes
jurídicos sobre questões psicológicas de um sujeito em
relação a uma determinada demanda judicial na área cível,
criminal ou do trabalho, servindo os dados para subsidiar
intervenções do Estado na vida do sujeito avaliado.
AP no Contexto Judicial

 Oferece a possibilidade de levar à realidade jurídica (autos


processuais) uma compreensão mais ampla de saúde e de
proteção de direitos, de forma a incluir a subjetividade
daqueles que são parte do processo judicial.
Marcos distintivos entre a avaliação
clínica e a forense
 Foco da avaliação;

 Compreensão do estado mental do sujeito avaliado, na


avaliação forense o foco dirige-se a eventos que são
definidos de forma mais restrita ou a interações de
natureza não clínica decorrentes da demanda judicial.
Marcos distintivos entre a avaliação
clínica e a forense
 Apresentar uma “visão técnica” do caso, que
poderá vir a ser questionada pelo princípio jurídico
do contraditório e da ampla defesa;
Marcos distintivos entre a avaliação
clínica e a forense
 A própria formação acadêmica dos psicólogos
reforça a visão clínica e leva muitos profissionais,
durante o processo de avaliação forense, a fazer
intervenções que procuram gerar mudanças no
avaliando, com enfoque terapêutico;
Marcos distintivos entre a avaliação
clínica e a forense
 É possível fazer recomendações no laudo pericial
sobre o encaminhamento a tratamento.
AP no Contexto Judicial

 O sujeito da avaliação surge sempre através de


encaminhamento realizado pelo juiz (perícia oficial) ou
pelas partes, através de um advogado, promotor ou
defensor (assistência técnica);

 A entrega do relatório final seguirá as mesmas regras,


devendo ser feita a quem o solicitou.
AP no Contexto Judicial

 Na questão relacional, no entanto, a repercussão mais


importante do contexto jurídico diz respeito à motivação
daquele que está sendo avaliado;

 Maior possibilidade de serem encontradas pessoas com


condutas não cooperativas e resistentes;
AP no Contexto Judicial

 O examinador passa a ocupar um espaço mais distante do


avaliado e necessita questionar de forma mais incisiva as
informações que lhe são prestadas de forma dúbia ou
inconsistentes.
AP no Contexto Judicial

 A base da relação é do tipo avaliativo e não sustentado


pela aliança terapêutica do tratamento clínico;
AP no Contexto Judicial

 É de fundamental importância que o psicólogo confirme a


compatibilidade das informações trazidas pelo periciado
com os dados de realidade.
AP no Contexto Judicial

 Característica da avaliação forense: não restringir a coleta


de dados ao discurso do avaliado, mas a todas as fontes
consideradas relevantes.
AP no Contexto Judicial

 Na metodologia das avaliações forenses, vários autores


salientam a importância das entrevistas estruturadas para
tornar os resultados mais objetivos;
AP no Contexto Judicial

 Os testes, que também fazem parte do instrumental do


psicólogo, podem ser utilizados, desde que estejam
validados pelo Conselho Federal de Psicologia (SATEPSI)
e que contemplem o objeto de estudo, sendo observada a
normatização compatível com o sujeito e com a situação
investigada.
AP no Contexto Judicial

 Existe o perito oficial e os assistentes técnicos que podem


ser contratados pelas partes.

 Atualmente, existe uma normativa do CFP pela Resolução


no 08/2010, que determina trabalhos autônomos e
independentes com o sujeito objeto da perícia, onde o
assistente técnico não deve ingressar nos procedimentos
do perito.
Resolução 08/2010

 CONSIDERANDO que o psicólogo perito é profissional


designado para assessorar a Justiça no limite de suas
atribuições e, portanto, deve exercer tal função com
isenção em relação às partes envolvidas e
comprometimento ético para emitir posicionamento de sua
competência teórico-técnica, a qual subsidiará a decisão
judicial;
Resolução 08/2010

 CONSIDERANDO que os assistentes técnicos são de


confiança da parte para assessorá-la e garantir o direito ao
contraditório, não sujeitos a impedimento ou suspeição
legais;
Resolução 08/2010

 CONSIDERANDO que é vedado ao psicólogo ser perito,


avaliador ou parecerista em situações nas quais seus
vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores,
possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a
fidelidade aos resultados da avaliação;
Resolução 08/2010

 Art. 2º - O psicólogo assistente técnico não deve estar


presente durante a realização dos procedimentos
metodológicos que norteiam o atendimento do psicólogo
perito e vice-versa, para que não haja interferência na
dinâmica e qualidade do serviço realizado.
Resolução 08/2010

 Art. 8º - O assistente técnico, profissional capacitado para


questionar tecnicamente a análise e as conclusões
realizadas pelo psicólogo perito, restringirá sua análise ao
estudo psicológico resultante da perícia, elaborando
quesitos que venham a esclarecer pontos não
contemplados ou contraditórios, identificados a partir de
criteriosa análise.
Resolução 08/2010

 Parágrafo Único - Para desenvolver sua função, o


assistente técnico poderá ouvir pessoas envolvidas,
solicitar documentos em poder das partes, entre outros
meios (Art. 429, Código de Processo Civil).
Resolução 08/2010

 Art. 10 - Com intuito de preservar o direito à intimidade e


equidade de condições, é vedado ao psicólogo que esteja
atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um
litígio:

 I - Atuar como perito ou assistente técnico de pessoas


atendidas por ele e/ou de terceiros envolvidos na mesma
situação litigiosa;
Resolução 08/2010

 II – Produzir documentos advindos do processo


psicoterápico com a finalidade de fornecer informações à
instância judicial acerca das pessoas atendidas, sem o
consentimento formal destas últimas, à exceção de
Declarações, conforme a Resolução CFP nº 07/2003.
Atribuições
 A.P. no sistema judiciário – processos verificatórios.

 Implica no estabelecimento de um programa de


intervenção no caso, com avaliação, acompanhamento,
orientação e encaminhamento das pessoas envolvidas.
Atribuições
 O compromisso do psicólogo não fica restrito ao
fornecimento de informações ao magistrado para a decisão
do processo judicial, mas, em trabalhar todas as dimensões
do caso, com vista à promoção e manutenção de uma
política de garantia de direitos.
Atribuições
 Abrigamento provisório de crianças, como medida
excepcional de proteção em casos de risco social, físico
e/ou psicológico.

 Após a situação de abrigamento, o psicólogo continua


intervindo, na busca de implementação de medidas de
proteção que preservem o direito da criança à convivência
familiar.
Atribuições
 A.P. e perícia – processos contenciosos.
 Disputa por interesses contraditórios.
 Ao psicólogo perito cabe fornecer um laudo psicológico
com informações pertinentes ao processo judicial e à
problemática diagnosticada, visando auxiliar o magistrado
na formação de seu convencimento sobre a decisão
judicial a ser tomada, como forma de realização do direito
objetivo das partes em oposição.
Atribuições

 Os peritos, como profissionais de confiança do juízo,


assumem o compromisso de imparcialidade na avaliação
dos casos, comprometendo-se a apresentar um parecer
técnico psicológico sobre as questões formuladas pelo
magistrado e de responder aos quesitos formulados pelos
advogados das partes e pelo ministério público.
Documento Escrito

 O laudo é o documento apresentado pelo perito oficial


(psicólogo designado pelo juiz) e o parecer crítico, o
documento redigido pelo assistente técnico (psicólogo
contratado pela parte), quando avalia e comenta o trabalho
do perito.
Documento Escrito

 Na área jurídica os documentos elaborados pelo psicólogo são


considerados como provas processuais, isto é, elementos que
corroboram para a elucidação de controvérsias e para decisões
judiciais.

 O saber psicológico adquire um poder decisivo para as questões


judiciais, implicando em compromissos sociais e políticos para com
as pessoas atendidas e a construção da cidadania.
AP no Contexto Judicial

 Nas avaliações realizadas por psicólogos e encaminhadas


à justiça faz-se necessário assinalar, inicialmente, que se
incluem nesse contexto não só trabalhos confeccionados
por psicólogos lotados no Poder Judiciário, mas também
por aqueles que possuem vínculo empregatício com outras
instituições e, por diferentes motivos, produzem pareceres
que são endereçados ao Judiciário.
Sistema Prisional

 É fundamental analisar a possibilidade e a validade da


perícia psicológica no contexto prisional, com a
finalidade de subsidiar o Judiciário para concessão de
progressão de regime, livramento condicional e outros
benefícios;
Sistema Prisional

 Exame Criminológico – para fins de individualização da


pena.

 Inicial ou prognóstico (periculosidade)?


Referências

 ROVINSKY, S. L. R. A avaliação psicológica no contexto jurídico. In:


CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Ano da Avaliação Psicológica.
Textos geradores. Brasília, Distrito Federal, 2011. p. 95-101.

 CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C.; SARDÁ JR, J. J. (Orgs.) Avaliação e medidas


psicológicas. Produção do conhecimento e da intervenção profissional. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, (Capítulo XII)

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