Da Foraclusao Aos Fenomenos Elementares Aula Claudia Hensel
Da Foraclusao Aos Fenomenos Elementares Aula Claudia Hensel
Da Foraclusao Aos Fenomenos Elementares Aula Claudia Hensel
IMAGINÁRIO SIMBÓLICO
Da psicose paranóica em suas relações com Função e Campo da Fala e da Linguagem em
a personalidade (1932/1987) Psicanálise (1953).
Formulações sobre a causalidade psíquica O Seminário. Livro 2:O Eu na Teoria e na
(1946/1998). Técnica da Psicanálise (1954-1955).
O estádio do espelho como formador da O Seminário. Livro 3: As Psicoses (1955-
função do eu (1949/1998). 1956).
Introdução teórica às funções da Seminário sobre A Carta Roubada (1956).
psicanálise em criminologia (1950/1998).
O Seminário. Livro 1. Os Escritos Técnicos A Instância da Letra no Inconsciente ou a
de Freud (1953-1954/1983). Razão desde Freud (1957).
De uma Questão Preliminar a todo
Tratamento Possível da Psicose (1957-1958).
O tema da imagem especular é introduzido por Lacan com o caso Aimée
(1932).
Este fato pode ser demonstrado pela tendência, não rara nesses casos, de o
paranóico quebrar vidraças e espelhos, na medida em que estes lhe mostram o
duplo do seu eu, sem a mediação do simbólico.
HUGUETTE DUFLOS
MARGUERITTE ANZIEU
Um dia, enquanto eu trabalhava no escritório, sempre
procurando em mim de onde poderiam vir estas ameaças
contra meu filho, ouvi uma de minhas colegas falar de
Madame Z, Huguette-Duflos. Compreendi que era ela quem
estava contra mim. Eu falara mal dela. Todos a
consideravam distinta, de classe. Eu protestara dizendo
que era uma puta. Era por isto que ela devia me querer
mal.
(Jacques Lacan. Da psicose paranóica em suas relações com a personalidade. Rio
de Janeiro, Forense-Universitária)
Mme Huguette ex-Duflos, la grande actrice classée première à
notre Concours des Vedettes, a été blessée par une démente
Tous nos lecteurs apprendront avec joie que Mlle Huguette ex.
Duflos est en bonne voie de guérison.
Conjunturas de desencadeamento (mudanças da situação vital do
paciente) em Da Psicose paranoica em suas Relações com a
personalidade (1932/1987).
Aposentadoria.
Casamento.
Divórcio.
Gravidez.
1. As conversas dos colegas de trabalho parecem visá-la diretamente: criticam seus atos,
caluniam sua conduta e anunciam infelicidades terríveis para ela.
2. Na rua pessoas, que ela jamais conhecera, passam por ela e cochicham contra seu modo
de viver, desprezando-a.
3. Nos jornais, reconhece alusões diretas e dirigidas contra ela: são acusações que vão se
tornando cada vez mais claras e cuja intenção é provocar a morte do bebê que está
gestando. Lacan (1932/1987p. 155-156) localiza aqui, frases que Aimée disse para si
mesma: Por que fazem isso comigo? Eles querem a morte de meu filho. E esta criança não
viver, eles serão responsáveis.
4. Seu sono é perturbado por pesadelos com caixões e equivalem a alucinações. Os estados
afetivos do sonho se misturam às perseguições diurnas.
5. Torna-se violenta e agressiva, assustando as pessoas que a cercam: um dia, armada com
uma faca, fura os pneus da bicicleta de um colega, atira um vaso d’água e depois um
ferro de passar roupa no marido.
Alguns testemunhos de Aimée, extraídos do laudo dessa primeira internação após o
nascimento do segundo filho.
1. “Não pensem que eu tenha inveja das mulheres que não dão o que falar delas, das
princesas que não sentiram a covardia na pele e não sabem o que é uma afronta”.
2. “Há pessoas que constroem currais para melhor me tomarem por uma vaca leiteira”.
3. “Há também coisas muito vis e remotas sobre mim que são verdadeiras, verdadeiras,
verdadeiras, mas a planície está a favor do vento”.
4. “Há também comentários de comadres de casas de Tolerância e certo
estabelecimento público”.
5. “É por esta razão que eu não respondo ao Sr. X, o cavaleiro da Natureza, e também por
uma outra”.
6. “Antes de mais nada que querem de mim? Que eu construa para vocês grandes frases,
que eu me permita ler com vocês este cântico: Ouçam do alto do céu, o grito da pátria,
católicos e franceses sempre”.
Índices diagnósticos à serem observados para o diagnóstico de paranoia, com
base no caso Aimée
[Pulsões (regime
autoerótico)] /
Sujeito Cuidadores
Linguagem/
simbólico
Esquema L.
Formalização da constituição do eu por meio da alienação ao outro.
Referências:
Declínio da imago paterna (Lacan, J. Complexos Familiares ]1938]. In: Lacan, J. Outros
Escritos)
Foraclusão do Nome-do-Pai (Lacan, J. O Seminário. Livro 3. As Psicoses [1955-1956])
Evaporação do Nome-do-Pai (Lacan, J. O Seminário. Livro 16. De um Outro ao outro
[1968-1969])
Formas de sofrimento psíquico a partir do funcionamento da imago paterna
(Lacan, 1938)
Legenda:
NP – Significante que ordena o mundo e as grandes questões da existência humana.
DM – Desejo da mãe. Representa a ligação imaginária do sujeito com o outro.
X – A significação desconhecida que o DM assume para o sujeito.
A – O lugar dos significantes.
Falo (Φ) – É o significante da vida, do sentimento de vida. É o que permite ao sujeito se
identificar com seu ser vivente. Φ localiza, para o sujeito, o que ele é para o Outro em sua
condição de vivente, bem como a unificação das pulsões.
A/Falo – A significação fálica (-φ).
Valor que Lacan concede à ação do significante específico do NP.
X=(-φ)
Ф=0
A Metáfora Paterna
S1 S2
S a
Na Foraclusão:
Ausência de referente –vazio de
Tempo lógico 1. S1 0significação
S0 a-a’
(Fink, O sujeito e o desejo do Outro. In B. Fink, O sujeito lacaniano: entre a linguagem e o gozo
1998, p. 80)
O CONCEITO DE FORACLUSÃO
Seminário sobre as Psicoses (1955-1956/1988): Lacan não justifica o emprego do
conceito:
(...) após haver refletido bem, lhes proponho adotar definitivamente esta tradução que,
creio, ser a melhor: a foraclusão (Lacan,1955-1956/1988, p. 456).
Maleval, (2002): em seu estudo sobre o conceito de foraclusão oferece uma pista
importante. Esta gira em torno de outro conceito: o Nome-do-Pai – que designa o que,
no significante, encarna a lei.
Dessa forma, Maleval (2002) explica que Lacan adotou um termo mais específico do
que o termo de rejeição.
Na Foraclusão:
1. S1 0
S0 a-a’
2. S1 - OPERADOR DE PERPLEXIDADE
S0 - PERPLEXIDADE E VAZIO DE SIGNIFICAÇÃO
COMO OCORRE A FORACLUSÃO?
Metáfora impotente
S1 - OPERADOR DE PERPLEXIDADE Metonímia imóvel
O sujeito pode viver muito bem no mundo, lançando mão do que melhor lhe parece:
Bons estudos
Boa educação
Habilidades bem feitas
Algumas originalidades
Mimetismos (identificação imaginária)
Engajamentos religiosos
Isolacionismo extremo
Negação
Controle onipotente
Idealização e desvalorização extremas
Projeção, introjeção e identificação projetiva
Cisão do eu
Psicopatologias associadas a constituição do eu no eixo
imaginário
Ex. (McWilliams, N. 2014): Um casal continuava a ter filhos, mesmo após a perda
de 3 filhos por uma causa genética, que apenas pais em negação não teriam
percebido. Eles recusavam-se a lamentar a morte dos filhos, ignorando o
sofrimento de seus outros filhos saudáveis (pela perda dos irmãos), resistiam em
buscar aconselhamento genético para a situação e afirmavam que a perda dos
filhos era vontade de Deus, que sabia o que era melhor para as crianças.
Negação
Nas psicoses: o paciente pode entrar em mania porque nega suas limitações
físicas (necessidade de sono, descanso, de rotina alimentar, de regulação
financeira, de reconhecer que é mortal). Esses casos, acabam alternado com um
quadro depressivo, devido ao colapso do próprio paciente no quadro maníaco.
Controle Onipotente
Freud (1925) definira a projeção e a introjeção, por meio dos termos, em alemão,
Ausstossung e Bejahung (em português, expulsão e afirmação). E se refere a
processos primitivos de constituição da distinção entre o eu e a realidade e de
simbolização primordial.
Se vocês lerem, por exemplo, o trabalho que fiz sobre· a psicose paranoica, verão
que enfatizo nele o que chamo, tomando emprestado o termo a meu mestre
Clérambault, os fenômenos elementares, e que tento demonstrar o caráter
radicalmente diferente desses fenômenos em relação ao que quer que seja que
possa ser tirado do que se chama a dedução ideica, isto é, do que é
compreensível para todo o mundo.
São fenômenos que ressoam em seu íntimo e são sentidos como alheios à
própria subjetividade.
Eu sou angustiada pela auto-sugestão que ordena a meu coração que pare de
bater. A cada vez, sou obrigada a dar contra-ordens. É do gênero ‘pare meu
coração...eu quero que você pare...’ como vindo do exterior de mim. É uma voz
bem clara. Às vezes, é como se eu falasse e não tivesse voz.(...) – CARÁTER
XENOPÁTICO DA LINGUAGEM
(...) Às vezes, vejo uma mão segurando uma faca e que a enfia em meu coração;
como uma imagem transparente, que vai embora quando eu digo ‘sai Satanás’ –
EXTERIORIDADE ALUCINATÓRIA
Pensamento automático: pensamentos surpreendentes sobre algum tema que não se origina no próprio sujeito (de
Clérambault, 1920a).
Controle do pensamento: o pensamento é influenciado e dirigido por um agente externo (de Clérambault, 1920a).
Eco de pensamento: os pensamentos são ouvidos de forma repetitiva, como vindos de fora (de Clérambault, 1920a).
Exterioridade do Pensamento: os pensamentos ocorrem na mente antes que o indivíduo enquanto pensador pudesse os
produziu (de Clérambault, 1923).
Pensamento pré-lógico primitivo: o pensamento é preocupado por brincar com números, sílabas, cores, ritmo na fala,
repetições, fazendo grossas analogias (de Clérambault, 1923).
Substituição de pensamento: processos de pensamento em andamento são perturbados por pensamentos impostos (de
Clérambault, 1924b).
Aprosexia: o pensamento é muito rápido, há uma incapacidade de focar a atenção nele (de Clérambault, 1924b).
Estranhamento: objetos comuns e pessoas são repentinamente experienciados como estranhos (de Clérambault, 1926).
LISTA DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE AUTOMATISMO MENTAL (SÍNDROME S)
Sindrome S (Clérambault)
PORCA
Eu venho do salsicheiro
Um estudo de caso de O Seminário. Livro 3. As Psicoses
Trata-se de uma paciente paranoica. Separada do marido (um açougueiro que a
havia ameaçado de cortá-la em rodelas), voltara a morar com a mãe, com a qual
convivia numa espécie de delírio a dois. Ambas sentem como particularmente
intrusiva a interferência ocasional de uma vizinha, de vida sexual aparentemente
intensa.
Imaginário
a (paciente)_____________________a (mãe)
Vizinha
O que a paciente declara (Eu venho do salsicheiro) não é uma subjetivação. Mas já uma
externalidade de sua condição subjetiva: aparece retornando sobre ela como se viesse de
fora
Um estudo de caso de O Seminário. Livro 3. As Psicoses
Na internação, Lacan lhe pergunta se ela teria dito algo àquele homem
imediatamente antes, ao que ela admite que sim: Eu venho do salsicheiro.
Esquema da alucinação:
Por isso:
(FORACLUSÃO)
I. ESQUIROL (Tratado Completo das Alinenações Mentais consideradas sob seu aspecto
médico, higiênico e médico-legal, 1838) até Henry Ey (Tratado das Alucinações, 1973):
As alucinações são percepções sem objeto. É uma tradição que situa os fenômenos
alucinatórios como perturbações nos órgãos sensoriais.
“Um homem que tem a convicção íntima de uma sensação atualmente percebida, ainda
que nenhum objeto alcance seus sentidos, se encontra em estado de alucinação; é um
visionário” (Esquirol, 1838, p. 67)
Alucinação Ilusão
II. BAILLAGER: redefinição das alucinações como alucinações psíquicas. O paciente não
é um visionário; o paciente apresenta alucinações psíquicas, ou seja, sem o componente
sensorial, e cujas características são:
3. As alucinações são acompanhadas por uma convicção íntima, uma certeza que não
cede pela demonstração de um erro perceptivo.
ALUCINAÇÃO
No campo da psiquiatria:
III. JULES SÉGLAS: A partir da evidência clínica de que os psicóticos podem ouvir o que
eles mesmos pronunciavam sem saber disso, ele ratifica a ligação entre as alucinações
psíquicas e a linguagem:
Sua fonte não é exterior, mas interior.
Está relacionada a linguagem.
“ (...) o que constitui (...) o mais característico desses fenômenos não é o fato de
manifestarem-se como mais ou menos parecidos com uma percepção exterior, mas de
serem fenômenos de automatismo verbal, um pensamento verbal separado do eu (...)”
(Séglas, Prólogo ao livro de Henry Ey, Hallucinations et Délires, 1934, p. VI)
Um fenômeno automático.
Carente de atributos sensoriais
Não tem outro caráter senão o de parecer ao paciente como estranho ao eu.
ALUCINAÇÃO
No campo da psiquiatria:
FENÔMENOS DE CÓDIGO
FENÔMENOS DE MENSAGEM
1.
LACAN
ALUCINAÇÃO AUDITIVA OU VERBAL
(De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose [1957-1958])
FENÔMENOS DE CÓDIGO:
Em Schreber: descreve com “um alemão um tanto arcaico, mas ainda rigoroso, que se
caracteriza principalmente por uma grande riqueza de eufemismos” (LACAN, 1957-1958, p.
544).
LACAN
ALUCINAÇÃO AUDITIVA OU VERBAL
(De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose [1957-1958])
FENÔMENOS DE MENSAGEM
Lacan observa que a frase se interrompe no ponto preciso que indica a posição do sujeito
a partir da própria mensagem.
Esses fenômenos manifestam um quadro de experiências inefáveis,
inexprimíveis, de certeza absoluta e de significação pessoal. Aqui, se situam as
vivências delirantes primárias. Suas características gerais são:
O aparelho nem sempre se constitui como um aparelho, ou seja, nem sempre o paciente pode
reconhecê-lo como tal, sendo, muitas vezes, reconhecido como uma influência psíquica estranha,
uma sugestão, uma força telepática.
ALUCINAÇÕES TATEIS
Esquirol (1938) em uma veia lockeana escreveu: “o tato, muitas vezes chamado pela razão para corrigir os outros
sentidos, pode também enganar o insano ..., pode alucinar superfícies ásperas ou extremidades afiadas ferindo sua
pele, pode sentir-se dilacerado por instrumentos de corte”. Sigmond (1848) observou que “alucinações do tato
variam muito; é muito singular encontrar um indivíduo que acredita que têm ratos rastejando sobre ele, ou que
aranhas o infestam...”. (Berrios, G. Alucinações táteis: aspectos conceituais e históricos. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo,
v. 14, n. 3, p. 542-562, setembro 2011, p. 547)
TIPOS:
Introduzido pela Escola francesa (Abély e Delmas) no final dos anos de 1920.
Caracterizado pelo fato de o sujeito revelar-se preocupado com sua imagem, se
examinando longa e fequentemente diante de superfícies refletoras; o sujeito tem a
experiência de estar colado à imagem e, repentinamente, pode ser tomado de horror
diante de algo terrível na superfície do espelho (ele mesmo). Detectado nos estados
melancólicos clássicos e na esquizofrenia, mas não é raro nos casos de psicose
ordinária.
Possui 2 tempos de formação:
1.Observação incessante
2.Recusa da Autoscopia
Karim chamou minha atenção para esse sintoma. Durante vários meses, na
adolescência, passou quatro ou cinco horas por dia em frente ao espelho do seu
quarto. Dez anos depois, a cura analítica proporcionou certa atenuação dos sintomas,
mas ele continua notavelmente preocupado com sua imagem. «No final das aulas [ele
me confidencia], corro para o banheiro para me olhar no espelho.» E acrescenta com
uma pitada de humor: “Percebo que não há ninguém como eu, senão estaria lotado”.
Na rua, precisa ser observado nas vitrines. Ele tem a impressão de estar apegado à
sua imagem. «Estou encerrado [diz ele], num mundo onde a minha imagem está em
todo o lado...» . Uma vez ele teve uma visão horrível no espelho: havia algo horrível ali,
e não era outra coisa senão ele mesmo. Ele literalmente perdeu todo o apoio, tendo
que deitar-se imediatamente na cama em intensa angústia.
(Jean Claude Maleval. Identificaciones imaginarias y estructura psicótica no desencadenada, p. 631)
Primeiro tempo - Observação incessante
O sujeito experiencia o caráter enigmático da imagem. Sente que ocorreu uma
mudança, mas não pode dar conta do que há de inabitual ou anormal. Neste
sentido, a observação incessante é uma resposta ao estranhamento mais ou
menos inquieto que o sujeito experiencia a propósito da mudança que ele
identifica.
Jean Pierre me confidencia ver apenas uma imagem vazia. Ela lhe parecia
desabitada. “Sou eu”, diz ele, “mas eu quase não me reconheço . Minha imagem
carece de sentido”.
(Jean Claude Maleval. Identificaciones imaginarias y estructura psicótica no desencadenada, p.
631)
Sinal do espelho - Observação incessante
Uma paciente melancólica de Abély (1930) afirmava: “Doutor, por favor me livre desse
mártir; contra minha vontade, sinto-me forçado a observar meu rosto e me é bastante
penoso ver no que eu me transformei; quanto mais eu me examino, mais me parece que eu
possuo uma cabeça de pato”.
O pato e o frango: coisas horríveis que surgem quando falha a transmissão de S2.
Característica repugnante
Solução pelo Imaginário
Tentativa de Identificação Imaginária por autoscopia interativa
Outros sujeitos preferem contornar os espelhos ou cobri-los com panos. Uma paciente
esquizofrênica, relata Colette Naud, foi confrontada de surpresa com o espelho, quando
caiu a echarpe com a qual ela o havia coberto. Ela se observou com uma expressão de
terror, deu um grito; em seguida, lançou-se sobre um despertador e o arremessou com
força no espelho que se quebrou (Naud, 1962, p. 13).
“O observador (...) precisaria fazer o esforço de permanecer junto a mim cerca de dez a
quinze minutos. Nesse caso, qualquer um poderia observar que meu peito,
alternadamente, aumenta e diminui de volume. Naturalmente, permanecem nos braços e
no tórax os pelos viris, que, aliás, em mim estão presentes em pequena escala; também
os mamilos continuam do tamanho pequeno, que corresponde ao sexo masculino. Mas à
parte isso, ouso afirmar que qualquer pessoa que me vir de pé diante do espelho, com a
parte superior do corpo desnuda – sobretudo se a ilusão for corroborada por algum
acessório feminino –, terá a impressão indubitável de um torso feminino”
(Schreber, 1903/1975, p. 228).
Solução pelo Imaginário
Tentativa de Identificação Imaginária por autoscopia interativa
NA ESQUIZOFRENIA, EM ESPECIAL: EMPUXO-À-MULHER
Identificação Imaginária
(Personalidades ‘As If’ – Helen Deutsch)
Episódios depressivos.
Inibição nos estudos ou no trabalho.
Transtornos psicossomáticos.
DELÍRIO
Hipótese freudiana do delírio enquanto tentativa de estabilização da psicose
S1 S2
S a Fantasia
Na Psicose:
A. DESENCADEAMENTO DE 1884:
1.Hipocondria severa (imagina ter perdido de 15 a 20 quilos; demanda para ser
fotografado).
2.Hipersensibilidade auditiva.
3. Humor irritável e lábil.
B. DESENCADEAMENTO DE 1893: