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Bula pontifícia: diferenças entre revisões

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A '''bula pontifícia''' é um [[alvará]] passado pelo [[Papa]] ou [[Pontífice católico]], com força de lei eclesiástica, pelo qual se concedem [[graças]] e [[indulgências]] aos que praticam algum acto meritório.<ref>A Bulla da Santa Cruzada, Leituras Populares, n.º 40, 3º ano, 1853-1854</ref> O termo '''bula '''refere-se não ao conteúdo e à solenidade de um documento pontifício, como tal, mas à apresentação, à forma externa do documento, a saber, lacrado com pequena bola (em latim, "bulla") de cera ou metal, em geral, chumbo (''sub plumbo''). Assim, existem ''Litterae Apostolicae'' ([[carta apostólica]]) em forma ou não de bula e também [[Constituição Apostólica]] em forma de bula.


Por exemplo, a carta apostólica "[[Munificentissimus Deus]]", bem como as Constituições Apostólicas de criação de dioceses. A bula mais antiga que se conhece é do papa [[Papa Agapito I|Agapito I]] (535), conservada apenas em desenho. O mais antigo original conservado é do papa [[Papa Adeodato I|Adeodato I]] (615-618).
O termo ''Bula Pontifícia'' refere-se não ao conteúdo e à solenidade de um documento pontifício, como tal, mas à apresentação, à forma externa do documento, a saber, lacrado com pequena bola (em latim, "bulla") de cera ou metal, em geral, chumbo (''sub plumbo''). Assim, existem ''Litterae Apostolicae'' ([[carta apostólica]]) em forma ou não de bula e também [[Constituição Apostólica]] em forma de bula.


Explica a página da [[Torre do Tombo]], em Portugal que dos séculos XI ao XV numerosos diplomas pontifícios com diverso valor jurídico, como as ''Constitutiones'' (leis gerais eclesiásticas) ou as ''Decretales'' (disposições de governo da Igreja, também chamadas ''litterae decretales'') receberam a mesma forma de validação, ou seja, a aposição de um selo pendente de chumbo, designado por '''''bulla''''', por ser o resultado da compressão de uma esfera de chumbo entre duas matrizes.
[[Ficheiro:Bula julio2papa.jpg|thumb|esquerda|220px|<center>Bula fundacional do [[Colégio de Santa Maria de Jesus]], embrião da [[Universidade de Sevilha]], emitida pelo [[papa Júlio II]]</center>]]

Por exemplo, a carta apostólica "Munificentissimus Deus", bem como as Constituições Apostólicas de criação de dioceses. A bula mais antiga que se conhece é do [[Papa Agapito I]] (535), conservada apenas em desenho. O mais antigo original conservado é do [[papa Adeodato I]] (615-618).

Explica a página da Torre do Tombo, em Portugal que dos séculos XI ao XV numerosos diplomas pontifícios com diverso valor jurídico, como as ''Constitutiones'' (leis gerais eclesiásticas) ou as ''Decretales'' (disposições de governo da Igreja, também chamadas ''litterae decretales'') receberam a mesma forma de validação, ou seja, a aposição de um selo pendente de chumbo, designado por '''bulla''', por ser o resultado da compressão de uma esfera de chumbo entre duas matrizes.


[[Imagem:Bula julio2papa.jpg|thumb|esquerda|Bula fundacional do Colégio de Santa Maria de Jesus, embrião da [[Universidade de Sevilha]], emitida pelo papa [[Papa Júlio II|Júlio II]]]]
E prossegue a explicação: Tal forma de validação (a "''bulla''") passou a ser usada como designação de todos os diplomas pontifícios, ou, vulgarmente, bulas. Além do selo pendente de chumbo, comum a estes diplomas, nas ''litterae iustitiae'', ou seja, nas disposições de governo resolvidas pelo Papa em conformidade com o Direito, o selo está suspenso por meio de fio de cânhamo. Já nas ''litterae gratiae'' ou ''litterae tituli'', disposições de governo em que o Papa graciosamente concede dispensas e indulgências solicitadas, o selo de chumbo está suspenso por fio de seda amarela e vermelha. No anverso do selo são representados em efígie os Apóstolos Pedro e Paulo e no reverso o nome e o numeral do Papa.
E prossegue a explicação: Tal forma de validação (a "''bulla''") passou a ser usada como designação de todos os diplomas pontifícios, ou, vulgarmente, bulas. Além do selo pendente de chumbo, comum a estes diplomas, nas ''litterae iustitiae'', ou seja, nas disposições de governo resolvidas pelo Papa em conformidade com o Direito, o selo está suspenso por meio de fio de cânhamo. Já nas ''litterae gratiae'' ou ''litterae tituli'', disposições de governo em que o Papa graciosamente concede dispensas e indulgências solicitadas, o selo de chumbo está suspenso por fio de seda amarela e vermelha. No anverso do selo são representados em efígie os Apóstolos Pedro e Paulo e no reverso o nome e o numeral do Papa.


Durante o século XV a forma tradicional da bula ficou reservada aos diplomas mais importantes e os de teor comum ficaram chamados de ''litterae breves'', com maior simplicidade de forma e com a aposição, sobre o diploma dobrado, de um selo de cera, o ''[[anel do Pescador]]'', que representa São Pedro lançando as redes.
Durante o século XV a forma tradicional da bula ficou reservada aos diplomas mais importantes e os de teor comum ficaram chamados de ''litterae breves'', com maior simplicidade de forma e com a aposição, sobre o diploma dobrado, de um selo de cera, o [[anel do Pescador]], que representa São Pedro lançando as redes.


A matéria do selo era de chumbo, mas para acentuar a solenidade do diploma e a importância do assunto, em algumas ocasiões tais diplomas receberam selo de prata, dando origem às chamadas '''bulas argênteas'''. Em ocasiões ainda mais raras, o selo podia ser de ouro, o que dava origem às chamadas '''bulas áureas'''. [[Clemente XII]] e [[Benedito XIV]] concederam, entre 1737 e [[1742]], várias graças, formalizadas em sete bulas áureas.
A matéria do selo era de chumbo, mas para acentuar a solenidade do diploma e a importância do assunto, em algumas ocasiões tais diplomas receberam selo de prata, dando origem às chamadas '''bulas argênteas'''. Em ocasiões ainda mais raras, o selo podia ser de ouro, o que dava origem às chamadas '''bulas áureas'''. [[Papa Clemente XII|Clemente XII]] e [[Papa Bento XIV|Bento XIV]] concederam entre 1737 e 1742 várias graças, formalizadas em sete bulas áureas.


Na [[Torre do Tombo]], o maior arquivo de Portugal, conserva-se uma colecção de bulas organizada, entre [[1751]] e [[1754]], por Manuel da Maia, ao qual foram mandados entregar todos os breves e bulas expedidos para o Reino e seus domínios, que se encontrassem dispersos por Secretarias de Estado, Secretaria das Mercês, Real Biblioteca e outras repartições. Bulas e breves foram reunidas consoante os pontífices que as emitiram, ordenados alfabeticamente. A colecção mostra documentos sobre conflitos de jurisdição entre o Rei e autoridades religiosas, entre as quais o arcebispo de [[Braga]], os bispos de [[Lisboa]], [[Évora]], [[Lamego]] e de [[Coimbra]], o abade do [[mosteiro de Alcobaça]], o de [[São Vicente de Fora]], o prior do convento de [[Santa Cruz de Coimbra]]; concessão ou ordem de respeito pelos privilégios das Ordens Militares de Cristo, Santiago e Avis; concessão de direitos de padroado sobre igrejas do Reino e Ultramar; criação e regime da igreja Patriarcal de Lisboa; canonização da rainha Santa Isabel; sucessão no governo de bispados; concessão de rendas eclesiásticas ao Rei; ordens para a edificação e reformação de conventos; atribuição ao Rei de Portugal de terras por descobrir; e outros temas.
Na [[Torre do Tombo]], o maior arquivo de Portugal, conserva-se uma coleção de bulas organizada, entre 1751 e 1754, por Manuel da Maia, ao qual foram mandados entregar todos os breves e bulas expedidos para o reino e seus domínios, que se encontrassem dispersos por secretarias de Estado, Secretaria das Mercês, Real Biblioteca e outras repartições.
Bulas e breves foram reunidas consoante os pontífices que as emitiram, ordenados alfabeticamente. A coleção mostra documentos sobre conflitos de jurisdição entre o rei e autoridades religiosas, entre as quais o arcebispo de [[Braga]], os bispos de [[Lisboa]], [[Évora]], [[Lamego]] e de [[Coimbra]], o abade do [[mosteiro de Alcobaça]], o de [[São Vicente de Fora]], o prior do convento de [[Santa Cruz de Coimbra]]; concessão ou ordem de respeito pelos privilégios das Ordens Militares de Cristo, Santiago e Avis; concessão de direitos de padroado sobre igrejas do Reino e Ultramar; criação e regime da igreja Patriarcal de Lisboa; canonização da rainha Isabel; sucessão no governo de bispados; concessão de rendas eclesiásticas ao rei; ordens para a edificação e reformação de conventos; atribuição ao Rei de Portugal de terras por descobrir; e outros temas.


== Bulas papais ==
== Bulas papais ==
{{Artigo principal|[[Lista de bulas]]}}
{{Artigo principal|[[Lista de bulas]]}}

* ''[[In nomine Domini]]'', [[1059]]—[[Papa Nicolau II|Nicolau II]] (estabelece quem elege o [[Papa]])
=== Século XI ===
* ''[[Omne Datum Optimum]]'', [[1139]] (reconhecimento da [[Ordem dos Templários]])

* ''[[Milites Templi]]'', [[1144]]—[[Papa Celestino II|Celestino II]] (garantia de privilégios aos Templários)
* 13 de abril de 1059 ''- [[In nomine Domini]]'', promulgada pelo papa [[Papa Nicolau II|Nicolau II]] (estabelece quem elege o [[Papa]]).
* ''[[Militia Dei]]'', [[1145]]—[[Papa Eugénio III|Eugénio III]] (garantia de mais privilégios aos Templários)
* ''[[Quantum praedecessores]]'', [[1145]]—[[Papa Eugénio III|Eugénio III]] (chamada à [[Segunda Cruzada]])
* 1079 - ''[[Libertas Ecclesiae]]'', promulgada pelo papa [[Papa Gregório VII|Gregório VII]] (fala sobre a liberdade da Igreja).
* ''1079 - Antiqua sanctorum patrum'', Concessão à igreja de [[Lyon]] da supremacia sobre todas as igrejas da [[França]] para [[Papa Gregório VII|Gregorio VII]].
* ''[[Audita tremendi]]'', [[1187]]—[[Papa Gregório VIII|Gregório VIII]] (chamada à [[Terceira Cruzada]]

* ''[[Licet ad capiendos]]'', [[1233]] - marca o início da [[Inquisição]]
=== Século XII ===
* ''[[Ad exstirpanda]]'', [[15 de Maio]] de [[1252]]—[[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]] (autorização da [[tortura]] de [[heresia|heréticos]], ver [[Inquisição]])

* ''[[Clericis Laicos]]'', [[1296]]—[[Papa Bonifácio VIII|Bonifácio VIII]] (proibição da apoderação dos lucros do [[clero]] pelo estado)
* 15 de fevereiro de 1113 - ''[[Pie Postulatio Voluntatis]],'' promulgada pelo papa [[Papa Pascoal II|Pascal II]] (cria [[Ordem dos Hospitalários]] de São João de Jerusalém).
* ''[[Unam Sanctam]]'', [[1302]]—[[Papa Bonifácio VIII|Bonifácio VIII]] (supremacia da [[Igreja Católica Romana]] sobre o estado)
* 19 de junho de 1119 - ''[[Ad Hoc Nos Disponente]],'' promulgada pelo papa [[Papa Calisto II|Calisto II]] (confirmação dos privilégios e posses dos Hospitalários de São João de Jerusalém).
* ''[[Fasciens misericordiam]]'', [[1308]]—[[Papa Clemente V|Clemente V]]
* 1120 - ''[[Sicut Judaeis]]'', promulgada pelo papa Calisto II (Uma bula destinada a proteger os judeus durante as Cruzadas e a proibir conversões forçadas).
* ''[[Regnans in coelis]]'', [[1308]]—[[Papa Clemente V|Clemente V]]
* 7 de julho de 1136 - ''[[Ex Commisso Nobis]]'', também chamado de bula de [[Gniezno]], promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio II|Inocêncio II]] (confirma a independência da Igreja polaca).
* ''[[Cum inter nonnullos]]'', [[1323]]—[[Papa João XXII|João XXII]] (rejeição da doutrina [[Ordem dos Frades Menores|Franciscana]] da [[pobreza de Cristo]])
* 29 de março de 1139 - ''[[Omne Datum Optimum]]'', promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio II|Inocêncio II]] (fala sobre o reconhecimento da [[Ordem dos Templários]]).<ref name=":0">DEMURGER Main. Os Cavaleiros de Cristo. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2002.</ref>
* ''[[Dum Diversas|Dum diversas]]'', [[1452]]—[[Papa Nicolau V|Nicolau V]] (autorização de [[Afonso V de Portugal]] para escravizar os infiéis da [[África Ocidental]])
* 9 de fevereiro de 1143 - ''[[Milites Templi]]'', promulgada pelo papa [[Papa Celestino II|Celestino II]] (fala sobre a garantia de privilégios aos Templários).<ref name=":0" />
* ''[[Romanus Pontifex]]'' [[1455]]—[[Papa Nicolau V]] (no seguimento da ''Dum diversas'', autorizando a conquista e [[vassalagem]] de todas as populações a sul do [[Cabo Bojador]])
* 7 de abril de 1145 - ''[[Militia Dei]],'' promulgada pelo papa [[Papa Eugénio III|Eugénio III]] (fala sobre a garantia de mais privilégios aos Templários).<ref name=":0" />
* ''[[Æterni regis]]'', [[1481]] ([[Papa Sisto IV|Sisto IV]]) - garantia a Portugal todas as terras ao Sul das [[ilhas Canárias]], divisão do [[Novo Mundo]]
* 1145 - ''[[Quantum praedecessores]]'', promulgada pelo papa [[Papa Eugénio III|Eugénio III]] (chamada à [[Segunda Cruzada]]. Primeira bula que coloca o Cruzado, sua família e seus bens sob a proteção da Igreja).
* ''[[Summis desiderantes]]'', [[1484]]—[[Papa Inocêncio VIII|Inocêncio VIII]] (supressão da [[bruxaria]] ao longo do [[rio Reno]]).
* 1154 - ''[[Christiane Fidei Religio]],'' promulgada pelo papa [[Papa Anastácio IV|Anastácio IV]] (adiciona regras aos privilégios e aos direitos adicionais de [[Cavaleiros Hospitalários|Hospitalários]] da [[Ordem de São João de Jerusalém]]).
* ''[[Inter cætera]]'', [[1493]]—[[Papa Alexandre VI]] (realinhamento da divisão do [[Novo Mundo]] entre [[Espanha]] e [[Portugal]], de acordo com o [[Tratado de Tordesilhas]], assinado no ano seguinte)
* 1155 ''- [[Laudabiliter]]'' - promulgada pelo papa [[Papa Adriano IV|Adriano IV]] (Reconhecer o domínio de [[Henrique II de Inglaterra|Henrique II]] sob a [[Irlanda]]).
* ''[[Exsurge Domine]]'', [[1520]]—[[Papa Leão X|Leão X]] (aviso a [[Martinho Lutero]])
*23 de maio de 1179 - ''[[Manifestis Probatum]], emitida pelo [[Papa Alexandre III]] que declarou o [[Condado Portucalense]] ([[Portugal]]) independente do [[Reino de Leão]], e [[Afonso I de Portugal|D. Afonso Henriques]], o seu soberano.''
* ''[[Decet Romanum Pontificem]]'', [[1521]]—[[Papa Leão X|Leão X]] ([[excomungação]] de Martinho Lutero)
* maio de 1184 - ''[[Ad abolendam|Ad Abolendam]]'', promulgada pelo papa [[Papa Lúcio III|Lúcio III]] (confirmando a fundação do capítulo da Igreja Colegiada de Saint-Florent em Roye)
* ''[[Exponi Nobis Omnímoda]]'', [[1522]]—[[Papa Adriano VI|Adriano VI]] (amplo poderes no foro interno e externo às [[Ordens mendicantes]])
* 1187 ''- [[Audita tremendi|Audita Tremendi]]'', promulgada pelo papa [[Papa Gregório VIII|Gregório VIII]] (chamada à [[Terceira Cruzada]]).
* ''[[Sublimis Deus]]'', [[2 de Junho]] de [[1537]]—[[Papa Paulo III|Paulo III]] (revogada por [[Carlos I de Espanha|Carlos V do Sacro-Império Romano]])
* 1192 - ''[[Cum Universi]],'' promulgada pelo papa [[Papa Celestino III|Celestino III]] (afirma que a Igreja da Escócia não mais se reporta ao Arcebispo de York, mas à [[Santa Sé]]).
* ''[[Regimini militantis]]'', [[27 de Setembro]] de [[1540]]—[[Papa Paulo III|Paulo III]] (estabelecimento dos [[Jesuítas]])
* 15 de agosto de 1198 - ''[[Post Miserabile]],'' promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio III|Inocêncio III]] (Convoca a IV Cruzada e dando privilégios para o futuro cruzado).
* ''[[Injunctum nobis]]'', [[14 de Março]] de [[1543]]—[[Papa Paulo III|Paulo III]]
* 1198 - ''[[Dilecti Filii]]'', promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio III|Inocêncio III]] (Revisa a ''[[Militia Dei]]'' de 1145 a fim de resolver um conflito entre o clero e a ordem do Templo).
* ''[[In Coena Domini]]'', [[1568]]—[[Papa Pio V|Pio V]]

* ''[[Regnans in Excelsis]]'', [[1570]]—Pio V ([[anatemização]] de [[Elizabeth I de Inglaterra|Elizabeth I]])
=== Século XIII ===
* ''[[Quo Primum Tempore]]'', [[1570]]—Pio V (instituição da [[Missa tridentina]])

* ''[[Inter gravissimas]]'', [[1582]]—[[Papa Gregório XIII|Gregório XIII]] ([[calendário gregoriano|reforma do calendário]])
* Fevereiro de 1205 - ''[[Etsi Non Displiceat]]'', promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio III|Inocêncio III]] (Aborda uma série de acusações contra os judeus, dirigida ao rei da França).
* ''[[Immensa Aeterni Dei]]'', [[1588]]—[[Papa Sisto V|Sisto V]]
* 1218 - ''[[In Generali Concilio]], promulgada pelo papa'' [[Papa Honório III|Honório III]] ''(Ordena a execução das decisões do IV Concílio de Latrão).''
* ''[[Gratia Divina]]'', [[1656]]
* 1219 ''- [[Super Specula]], promulgada pelo papa'' [[Papa Honório III|Honório III]] (Proibição do ensino de direito romano na [[Universidade de Paris]]).
* ''[[Unigenitus]]'', [[1713]]—[[Papa Clemente XI|Clemente XI]] (condenação do [[Jansenismo]])
*29 de novembro de 1223 - ''[[Solet Annuere]]'', promulgada pelo papa [[Papa Honório III|Honório III]] (Aprova a regra dos franciscanos).
* ''[[Sollicitudo omnium ecclesiarum]]'', [[1814]]—[[Papa Pio VII|Pio VII]] (restabelecimento dos Jesuítas após supressão)
* ''[[Quanta cura]]'', [[1864]]—[[Papa Pio IX|Pio IX]] (introdução da ''[[Syllabus errorum]]'')
*1231 - ''[[Parens Scientiarum]],'' promulgada pelo papa [[Papa Gregório IX|Gregório IX]] (Concede autonomia e privilégios à Universidade de Paris).
* ''[[Pastor aeternus]]'', [[1871]]—[[Papa Pio IX|Pio IX]] do [[Primeiro Concílio do Vaticano]] ([[infalibilidade papal]])
*8 de fevereiro de 1132 - ''[[Ille Humani Generis]],'' promulgada pelo papa [[Papa Gregório IX|Gregório IX]] (Confia a Inquisição aos [[dominicanos]]).
* ''[[Quam singulari]]'', [[1910]]—[[Papa Pio X|Pio X]] (admissão da [[Primeira Comunhão]] às crianças)
*20 de abril de 1233 - ''[[Licet ad capiendos]]'', promulgada pelo papa [[Papa Gregório IX|Gregório IX]] (Marca oficialmente o início da [[Inquisição]]).
*1233 - ''[[Etsi Judaeorum]]'' promulgada pelo papa [[Papa Gregório IX|Gregório IX]] (Convoca os prelados de todos os níveis a prevenir e limitar os ataques de cristãos contra os judeus).
* ''[[Munificentissimus Deus]]'', [[1950]]—[[Papa Pio XII|Pio XII]] (definição do [[dogma]] [[Assunção de Maria]])
* 1233 - ''[[Vox In Rama]],'' promulgada pelo papa [[Papa Gregório IX|Gregório IX]] (Aborda sobre a participação de hereges em cerimônias com o diabo).
* ''[[Dei Verbum]]'', [[1965]]—[[Papa Paulo VI|Paulo VI]] do [[Segundo Concílio do Vaticano]]
* 1239 - ''[[Se Vera Sunt]],'' promulgada pelo papa [[Papa Gregório IX|Gregório IX]] (Solicitar o confisco e a inspeção dos livros do [[Talmude]] pelos prelados da França e Espanha).
* 9 de maio de 1244 - ''[[Perfidia Impia Iudeorum]]'', promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]] (Requer que o rei da França queime o Talmud e outros livros judaicos em todo o seu reino).
* 5 de março de 1245 - ''[[Dei patris immensa|Dei Patris Inmensa]],'' promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]] (para os mongóis expondo sua fé cristã).
* 13 de março de 1245 - ''[[Cum non solum|Cum Non Solum]],'' promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]] (para os mongóis, solicitando não atacar os cristãos e sondando as suas intenções).
* 1247 - ''[[Lachrymabilem Judaeorum]],'' promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]].
* 1248 - ''[[Viam agnoscere veritatis (1248)|Viam Agnoscere Veritatis]],'' promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]] (para os mongóis, instando-os a não atacar os cristãos, e sondando as suas intenções.
* 15 de maio de 1252 - ''[[Ad exstirpanda|Ad extirpanda]]'', promulgada pelo papa [[Papa Inocêncio IV|Inocêncio IV]] (autorização a Inquisição aplicar a tortura em [[heresia|hereges]]).
* 1267 - ''[[Turbato Corde]]'', promulgada pelo papa [[Papa Clemente IV|Clemente IV]].
* 7 de julho de 1274 - ''[[Ubi periculum|Ubi Periculum]],'' promulgada pelo papa [[Papa Gregório X|Gregório X]] (Estabelece o conclave como forma da eleição dos papas).
* 25 de fevereiro de 1296 - ''[[Clericis laicos|Clericis Laicos]],'' promulgada pelo papa [[Papa Bonifácio VIII|Bonifácio VIII]] (Protesta contra uma imposição de [[Filipe IV de França|Felipe IV]], rei da França de cobrar imposto da igreja).
* 27 de outubro de 1299 - ''[[Detestande Feritatis]],'' promulgada pelo papa [[Papa Bonifácio VIII|Bonifácio VIII]] (oposição ao corte de cadáveres, mas também e especialmente ao seu desmembramento).

=== Século XIV ===

* ''[[Unam Sanctam]]'', 1302—[[Papa Bonifácio VIII|Bonifácio VIII]] (supremacia da [[Igreja Católica Romana]] sobre o estado).
* ''[[Fasciens misericordiam]]'', 1308—[[Papa Clemente V|Clemente V]].
* ''[[Regnans in coelis]]'', 1308—[[Papa Clemente V|Clemente V]].
* ''[[Cum inter nonnullos]]'', 1323—[[Papa João XXII|João XXII]] (rejeição da doutrina [[Ordem dos Frades Menores|Franciscana]] da [[pobreza de Cristo]]).

=== Século XV ===

* ''[[Dum diversas]]'', 1452—[[Papa Nicolau V|Nicolau V]] (autorização de [[Afonso V de Portugal]] para escravizar os infiéis da [[África Ocidental]]).
* ''[[Romanus Pontifex]]'' 1455—[[Papa Nicolau V]] (no seguimento da ''Dum diversas'', autorizando a conquista e [[vassalagem]] de todas as populações a sul do [[Cabo Bojador]]).
* ''[[Æterni regis]]'', 1481—[[Papa Sisto IV|Sisto IV]] (garantia a Portugal todas as terras ao Sul das [[ilhas Canárias]], divisão do [[Novo Mundo]]).
* ''[[Summis Desiderantis Affectibus|Summis desiderantes]]'', 1484—[[Papa Inocêncio VIII|Inocêncio VIII]] (supressão da [[bruxaria]] ao longo do [[rio Reno]]).
* ''[[Inter cætera]]'', 1493—[[Papa Alexandre VI]] (realinhamento da divisão do [[Novo Mundo]] entre [[Espanha]] e [[Portugal]], de acordo com o [[Tratado de Tordesilhas]], assinado no ano seguinte).

=== Século XVI ===

* ''[[Exsurge Domine]]'', 1520—[[Papa Leão X|Leão X]] (aviso a [[Martinho Lutero]]).
* ''[[Decet Romanum Pontificem]]'', 1521—[[Papa Leão X|Leão X]] ([[excomungação]] de Martinho Lutero).
* ''[[Exponi nobis fecisti|Exponi Nobis Omnímoda]]'', 1522—[[Papa Adriano VI|Adriano VI]] (amplos poderes no foro interno e externo às [[Ordens mendicantes]]).
* ''[[Sublimis Deus]]'', 2 de junho de 1537—[[Papa Paulo III|Paulo III]] (revogada por [[Carlos I de Espanha|Carlos V do Sacro-Império Romano]]).
* ''[[Regimini militantis]]'', 27 de setembro de 1540—[[Papa Paulo III|Paulo III]] (estabelecimento dos [[Jesuítas]]).
* ''[[Injunctum nobis]]'', 14 de março de 1543—[[Papa Paulo III|Paulo III]].
* ''[[In Coena Domini]]'', 1568—[[Papa Pio V|Pio V]].
* ''[[Regnans in Excelsis]]'', 1570—Pio V ([[anatemização]] de [[Elizabeth I de Inglaterra|Elizabeth I]]).
* ''[[Quo Primum Tempore]]'', 1570—Pio V (instituição da [[Missa tridentina]]).
* ''[[Inter gravissimas]]'', 1582—[[Papa Gregório XIII|Gregório XIII]] ([[calendário gregoriano|reforma do calendário]]).
* ''[[Immensa Aeterni Dei]]'', 1588—[[Papa Sisto V|Sisto V]].

=== Século XVII ===

* ''[[Gratia Divina]]'', 1656.

=== Século XVIII ===

* ''[[Unigenitus]]'', 1713—[[Papa Clemente XI|Clemente XI]] (condenação do [[jansenismo]]).
* ''[[In eminenti apostolatus specula]]'', 1738—[[Papa Clemente XII|Clemente XII]] (condenação da [[Maçonaria]]).

=== Século XIX ===

* ''[[Sollicitudo omnium ecclesiarum]]'', 1814—[[Papa Pio VII|Pio VII]] (restabelecimento dos Jesuítas após supressão).
* ''[[Divinis Praeceptis]]'', de [[28 de novembro]] de [[1816]]—[[Papa Pio VII]] introdução do [[Primaz]] das Índias.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PdJbCdwsWyAC&pg=PA253&lpg=PA253&dq=%22Divinis+praeceptis%22+pius+vii&source=bl&ots=rS1MbDSg5x&sig=ACfU3U3BoP6Nv35ahsu2cFNikB2a1rO9uQ&hl=en&sa=X&ved=2ahUKEwjCtfqalM7rAhUcJTQIHZa7Azs4ChDoATACegQIBhAB#v=onepage&q=%22Divinis%20praeceptis%22%20pius%20vii&f=false|título=Bullarii Romani continuatio Summorum Pontificum Clementis 13., Clementis 14., Pii 6., Pii 7., Leonis 12. et Pii 8. (dal v. 11: ..., Pii 8. et Gregorii 16.) constitutiones, literas in forma brevis, epistolas ad principes viros, et alios, atque allocutiones (poi anche: alloquutiones) complectens: Tomus decimus quartus continens pontificatus Pii 7. annum decimum septimum ad octavum|ultimo=Pius 7.|primeiro=|data=1849|editora=ex typographia Reverendae Camerae Apostolicae|ano=|local=|página=254|páginas=|lingua=it|citacao=Primatis Indiae}}</ref>
* ''[[Quanta cura]]'', 1864—[[Papa Pio IX|Pio IX]] (introdução da ''[[Syllabus errorum]]'').
* ''[[Pastor Aeternus|Pastor aeternus]]'', 1871—[[Papa Pio IX|Pio IX]] do [[Primeiro Concílio do Vaticano]] ([[infalibilidade papal]]).

=== Século XX ===

* ''[[Quam singulari]]'', 1910—[[Papa Pio X|Pio X]] (admissão da [[Primeira Comunhão]] às crianças).
* ''[[Munificentissimus Deus]]'', 1950—[[Papa Pio XII|Pio XII]] (definição do [[dogma]] [[Assunção de Maria]]).
* ''[[Dei Verbum]]'', 1965—[[Papa Paulo VI|Paulo VI]] do [[Segundo Concílio do Vaticano]].

=== Século XXI ===

* [http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco_bolla_20150411_misericordiae-vultus.html Misericordiae Vultus], 2015—Francisco (Proclamação do Jubileu extraordinário da Misericórdia).


== Bulas douradas ==
== Bulas douradas ==
As [[Bula dourada|bulas douradas]] foram emitidas não pelo papa, mas por monarcas europeus, como a [[Bula Dourada de 1356]], que determinou a estrutura do [[Sacro Império Romano-Germânico]].
As [[Bula dourada|bulas douradas]] foram emitidas não pelo papa, mas por monarcas europeus, como a [[Bula Dourada de 1356]], que determinou a estrutura do [[Sacro Império Romano-Germânico]].


== {{Bibliografia}} ==
== Ver também ==
* [[Carta apostólica]]
* ABRANCHES, Joaquim dos Santos - Summa do Bullario Portuguez. Coimbra, [[1895]];
* [[Documentos pontifícios]]
* COSTA, Avelino de Jesus da, e MARQUES, Maria Alegria F. - Bulário português: Inocêncio III (1198-1216). Lisboa: INIC, [[1989]].
* [[Encíclica]]
* JORDÃO, Levi Maria - ''Bullarium Patronatus Portugaliae Regum in Ecclesis Africae, Asiae atque Oceaniae.'' Bulas, Brevia Epistolas, De''creta Actaque Sanctae Sedis ab Alexandro III ad hoc tempus amplectus'', 5 vols. Lisboa: Imprensa Nacional, [[1868]]-[[1873]].
== Referências ==
<references />

== Bibliografia ==
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* ABRANCHES, Joaquim dos Santos - Summa do Bullario Portuguez. Coimbra, 1895.
* COSTA, Avelino de Jesus da, e MARQUES, Maria Alegria F. - Bulário português: Inocêncio III (1198-1216). Lisboa: INIC, 1989.
* JORDÃO, Levi Maria - ''Bullarium Patronatus Portugaliae Regum in Ecclesis Africae, Asiae atque Oceaniae.'' Bulas, Brevia Epistolas, De''creta Actaque Sanctae Sedis ab Alexandro III ad hoc tempus amplectus'', 5 vols. Lisboa: Imprensa Nacional, 1868-1873.
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== Ligações externas ==
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Edição atual tal como às 16h01min de 11 de maio de 2024

A bula pontifícia é um alvará passado pelo Papa ou Pontífice católico, com força de lei eclesiástica, pelo qual se concedem graças e indulgências aos que praticam algum acto meritório.[1] O termo bula refere-se não ao conteúdo e à solenidade de um documento pontifício, como tal, mas à apresentação, à forma externa do documento, a saber, lacrado com pequena bola (em latim, "bulla") de cera ou metal, em geral, chumbo (sub plumbo). Assim, existem Litterae Apostolicae (carta apostólica) em forma ou não de bula e também Constituição Apostólica em forma de bula.

Por exemplo, a carta apostólica "Munificentissimus Deus", bem como as Constituições Apostólicas de criação de dioceses. A bula mais antiga que se conhece é do papa Agapito I (535), conservada apenas em desenho. O mais antigo original conservado é do papa Adeodato I (615-618).

Explica a página da Torre do Tombo, em Portugal que dos séculos XI ao XV numerosos diplomas pontifícios com diverso valor jurídico, como as Constitutiones (leis gerais eclesiásticas) ou as Decretales (disposições de governo da Igreja, também chamadas litterae decretales) receberam a mesma forma de validação, ou seja, a aposição de um selo pendente de chumbo, designado por bulla, por ser o resultado da compressão de uma esfera de chumbo entre duas matrizes.

Bula fundacional do Colégio de Santa Maria de Jesus, embrião da Universidade de Sevilha, emitida pelo papa Júlio II

E prossegue a explicação: Tal forma de validação (a "bulla") passou a ser usada como designação de todos os diplomas pontifícios, ou, vulgarmente, bulas. Além do selo pendente de chumbo, comum a estes diplomas, nas litterae iustitiae, ou seja, nas disposições de governo resolvidas pelo Papa em conformidade com o Direito, o selo está suspenso por meio de fio de cânhamo. Já nas litterae gratiae ou litterae tituli, disposições de governo em que o Papa graciosamente concede dispensas e indulgências solicitadas, o selo de chumbo está suspenso por fio de seda amarela e vermelha. No anverso do selo são representados em efígie os Apóstolos Pedro e Paulo e no reverso o nome e o numeral do Papa.

Durante o século XV a forma tradicional da bula ficou reservada aos diplomas mais importantes e os de teor comum ficaram chamados de litterae breves, com maior simplicidade de forma e com a aposição, sobre o diploma dobrado, de um selo de cera, o anel do Pescador, que representa São Pedro lançando as redes.

A matéria do selo era de chumbo, mas para acentuar a solenidade do diploma e a importância do assunto, em algumas ocasiões tais diplomas receberam selo de prata, dando origem às chamadas bulas argênteas. Em ocasiões ainda mais raras, o selo podia ser de ouro, o que dava origem às chamadas bulas áureas. Clemente XII e Bento XIV concederam entre 1737 e 1742 várias graças, formalizadas em sete bulas áureas.

Na Torre do Tombo, o maior arquivo de Portugal, conserva-se uma coleção de bulas organizada, entre 1751 e 1754, por Manuel da Maia, ao qual foram mandados entregar todos os breves e bulas expedidos para o reino e seus domínios, que se encontrassem dispersos por secretarias de Estado, Secretaria das Mercês, Real Biblioteca e outras repartições.

Bulas e breves foram reunidas consoante os pontífices que as emitiram, ordenados alfabeticamente. A coleção mostra documentos sobre conflitos de jurisdição entre o rei e autoridades religiosas, entre as quais o arcebispo de Braga, os bispos de Lisboa, Évora, Lamego e de Coimbra, o abade do mosteiro de Alcobaça, o de São Vicente de Fora, o prior do convento de Santa Cruz de Coimbra; concessão ou ordem de respeito pelos privilégios das Ordens Militares de Cristo, Santiago e Avis; concessão de direitos de padroado sobre igrejas do Reino e Ultramar; criação e regime da igreja Patriarcal de Lisboa; canonização da rainha Isabel; sucessão no governo de bispados; concessão de rendas eclesiásticas ao rei; ordens para a edificação e reformação de conventos; atribuição ao Rei de Portugal de terras por descobrir; e outros temas.

Ver artigo principal: Lista de bulas

Século XVIII

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Bulas douradas

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As bulas douradas foram emitidas não pelo papa, mas por monarcas europeus, como a Bula Dourada de 1356, que determinou a estrutura do Sacro Império Romano-Germânico.

  1. A Bulla da Santa Cruzada, Leituras Populares, n.º 40, 3º ano, 1853-1854
  2. a b c DEMURGER Main. Os Cavaleiros de Cristo. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2002.
  3. Pius 7. (1849). Bullarii Romani continuatio Summorum Pontificum Clementis 13., Clementis 14., Pii 6., Pii 7., Leonis 12. et Pii 8. (dal v. 11: ..., Pii 8. et Gregorii 16.) constitutiones, literas in forma brevis, epistolas ad principes viros, et alios, atque allocutiones (poi anche: alloquutiones) complectens: Tomus decimus quartus continens pontificatus Pii 7. annum decimum septimum ad octavum (em italiano). [S.l.]: ex typographia Reverendae Camerae Apostolicae. p. 254. Primatis Indiae 
  • ABRANCHES, Joaquim dos Santos - Summa do Bullario Portuguez. Coimbra, 1895.
  • COSTA, Avelino de Jesus da, e MARQUES, Maria Alegria F. - Bulário português: Inocêncio III (1198-1216). Lisboa: INIC, 1989.
  • JORDÃO, Levi Maria - Bullarium Patronatus Portugaliae Regum in Ecclesis Africae, Asiae atque Oceaniae. Bulas, Brevia Epistolas, Decreta Actaque Sanctae Sedis ab Alexandro III ad hoc tempus amplectus, 5 vols. Lisboa: Imprensa Nacional, 1868-1873.

Ligações externas

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