Laerte Coutinho: diferenças entre revisões
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|principais_trabalhos = ''[[Piratas do Tietê]]'', ''[[Overman]]'', ''[[Manual do Minotauro]]'', ''Muchacha'', ''[[Los Três Amigos]]'', ''[[Strip Tiras]]'' |
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'''Laerte Coutinho''' <small>[[Ordem do Mérito Cultural|OMC]]</small> ([[São Paulo]], [[10 de junho]] de [[1951]]), ou simplesmente '''Laerte''', é uma [[cartunista]] e [[Charge|chargista]] [[brasileira]], considerada uma das artistas mais importantes da área no país. |
'''Laerte Coutinho''' <small>[[Ordem do Mérito Cultural|OMC]]</small> ([[São Paulo]], [[10 de junho]] de [[1951]]), ou simplesmente '''Laerte''', é uma [[cartunista]] e [[Charge|chargista]] [[Brasileiros|brasileira]], considerada uma das artistas mais importantes da área no país. |
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==Biografia== |
== Biografia == |
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Estudou comunicações e música na [[Escola de Comunicações e Artes]] da [[Universidade de São Paulo]], porém |
Estudou comunicações e música na [[Escola de Comunicações e Artes]] da [[Universidade de São Paulo]], porém sem concluir.<ref name=":0">{{Citar web|url=http://www.terra.com.br/diversao/2001/11/23/008.htm|titulo=Cartunista Laerte tem obra completa reeditada em livro|data=2011-11-23|acessodata=2017-03-26|obra=InvestNews-Gazeta Mercantil|publicado=Terra- Diversão|ultimo=Júnior|primeiro=Gonçalo}}</ref> Laerte participou de diversas publicações como a ''Balão'' e ''[[O Pasquim]]''. Também colaborou com as revistas ''[[Veja]]'' e ''[[Istoé]]'' e os jornais ''[[Folha de S.Paulo]]'' e ''[[O Estado de S. Paulo]]''. Criou diversos personagens, como os [[Piratas do Tietê]] e [[Overman]]. Em conjunto com [[Angeli]] e [[Glauco Villas Boas|Glauco]] (e mais tarde [[Adão Iturrusgarai]]) desenhou as tiras de [[Los Três Amigos]]. |
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Em |
Em 2005, perdeu um de seus três filhos, Diogo, então com 22 anos, num acidente de carro.<ref>{{Citar periódico|data=2010-09-01|titulo=Laerte: "Tenho vergonha de quase tudo que desenhei" - Armando Antenore Jornalismo|jornal=Armando Antenore Jornalismo|url=http://www.armandoantenore.com.br/entrevistas/laerte-tenho-vergonha-de-quase-tudo-que-desenhei}}</ref> |
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Em [http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0411201012.htm entrevista] à Folha de S.Paulo, em |
Em [http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0411201012.htm entrevista] à Folha de S.Paulo, em 2010, revelou por que abandonou alguns de seus personagens, começou a praticar ''[[crossdressing]]'' e a se identificar como [[transgênero]].<ref>{{citar jornal|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/laerte+em+carne+osso+e+minissaia/n1237811802611.html|titulo=Laerte em carne, osso e minissaia|obra=[[Último Segundo]]|publicado=iG|formato=html|acessodata=26/10/2010}}</ref> Nessa nova fase, participando de vários programas e matérias na mídia impressa e eletrônica. Já em 2012, tornou-se cofundadora de uma instituição voltada a pessoas com essa nuance de gênero, a ABRAT – Associação Brasileira de Transgêneros.<ref>{{citar web|url=http://www.abrat.org/|título=Diretoria (Biênio 2012-2013)|data=2012|acessodata=03/12/2012|publicado=Associação Brasileira de Transgêner@s – ABRAT|autor=Letícia Lanz}}</ref><ref>[https://www.abraji.org.br/noticias/laerte-fala-sobre-charge-e-direitos-humanos-na-live-da-abraji-desta-quinta-22 Laerte fala sobre charge e direitos humanos na Live da Abraji desta quinta (22)]. Abraji. 19 de outubro de 2020.</ref> |
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Em 2012, teve a residência roubada,<ref>[http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=3&id=46213 Casa do cartunista Laerte é assaltada e ladrões levam parte de acervo]</ref> e muitas de suas obras que estavam [[digital]]izadas também foram levadas.<ref>[http://br.noticias.yahoo.com/f%C3%A3s-laerte-apelo-internet-desenhos-furtados.html Fãs de Laerte fazem apelo na internet por desenhos furtados]</ref><ref>[http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/internautas-fazem-campanha-para-que-as-obras-roubadas-do-cartunista-laerte-coutinho-coutinho/ Internautas fazem campanha para que livro de cartunista roubado seja devolvido]</ref> |
Em 2012, teve a residência roubada,<ref>[http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=3&id=46213 Casa do cartunista Laerte é assaltada e ladrões levam parte de acervo]</ref> e muitas de suas obras que estavam [[digital]]izadas também foram levadas.<ref>[http://br.noticias.yahoo.com/f%C3%A3s-laerte-apelo-internet-desenhos-furtados.html Fãs de Laerte fazem apelo na internet por desenhos furtados]</ref><ref>[http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/internautas-fazem-campanha-para-que-as-obras-roubadas-do-cartunista-laerte-coutinho-coutinho/ Internautas fazem campanha para que livro de cartunista roubado seja devolvido]</ref> |
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[[Rafael Coutinho]], seu filho, é também cartunista.<ref>{{Citar periódico|data=2015-10-14|titulo=A obra e as artes do incansável Rafael Coutinho|jornal=Outras Palavras|url=http://outraspalavras.net/blog/2015/10/14/a-obra-e-as-artes-do-incansavel-rafael-coutinho/}}</ref> |
[[Rafael Coutinho]], seu filho, é também cartunista.<ref>{{Citar periódico|data=2015-10-14|titulo=A obra e as artes do incansável Rafael Coutinho|jornal=Outras Palavras|url=http://outraspalavras.net/blog/2015/10/14/a-obra-e-as-artes-do-incansavel-rafael-coutinho/}}</ref> |
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Laerte teve sua História de Vida registrada pelo [[Museu da Pessoa]] em 2012, com o título "Ser homem é uma prisão".<ref>{{Citar web|url=https://museudapessoa.org/historia-detalhe/|titulo=Ser homem é uma prisão|acessodata=2022-12-15|website=Museu da Pessoa|lingua=pt-BR}}</ref> |
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== Controvérsias == |
== Controvérsias == |
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Em |
Em 15 de dezembro de 2016, Laerte teve julgada procedente uma ação movida contra a [[Editora Abril]], a emissora de rádio [[Jovem Pan]] e o jornalista [[Reinaldo Azevedo]], obtendo o direito a uma indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil, em razão de críticas que não se restringiram somente à charge contrária à postura dos manifestantes pró-impeachment da ex-presidente [[Dilma Rousseff]]. A ação ainda não [[Trânsito em julgado|transitou em julgado]].<ref>{{citar web|url=https://esaj.tjsp.jus.br/cpopg/show.do?processo.codigo=2S000J5Q20000&processo.foro=100&conversationId=&dadosConsulta.localPesquisa.cdLocal=-1&cbPesquisa=NMPARTE&dadosConsulta.tipoNuProcesso=UNIFICADO&dadosConsulta.valorConsulta=Jose+Reinaldo+Azevedo+e+Silva&chNmCompleto=true&uuidCaptcha=&paginaConsulta=1|data=02/06/2017|acessodata=02-06-2017|obra=processo 1125312-38.2015.8.26.0100 (7ª Vara Cível - Foro Central Cível de São Paulo)|publicado=Portal e-SAJ – Peticionamento no TJSP - Tribunal de Justiça|título=Consulta de Processos do 1ºGrau}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.conjur.com.br/2016-dez-20/reinaldo-azevedo-veja-jovem-pan-terao-indenizar-laerte|data=20/12/2016|acessodata=02-06-2017|publicado=Consultor Jurídico|título=Reinaldo Azevedo, Veja e Jovem Pan são condenados a indenizar Laerte}}</ref> |
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==Carreira== |
==Carreira== |
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Em |
Em 1968, Laerte concluiu o Curso Livre de Desenho da [[Fundação Armando Álvares Penteado]]. Em 1969, começou a cursar [[jornalismo]] na [[Universidade de São Paulo]] mas não chegou a concluir o curso. Começou profissionalmente desenhando o personagem Leão para a revista ''Sibila'' em 1970. Durante a [[década de 1970]], fundou, junto com [[Luiz Gê]], a revista ''Balão'' enquanto ainda estudava na [[Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo|ECA]], e trabalhou nas revistas ''Banas'' e ''[[Placar]]''. Em 1974, fez seu primeiro trabalho para um [[jornal]], a ''[[Gazeta Mercantil]]''. No mesmo ano, começou a produzir material de campanha para o [[Movimento Democrático Brasileiro|MDB]] durante as eleições. No ano seguinte, trabalhou na produção de cartões de solidariedade no movimento de auxílio aos [[Preso político|presos políticos]]. |
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Em 1974, ganhou o primeiro prêmio no 1.º [[Salão Internacional de Humor de Piracicaba]], com a charge "[https://www.facebook.com/photo.php?fbid=700297273365358&set=a.504282599633494.1073741826.503150273080060&type=1&theater¬if_t=like O Rei Estava Vestido]". Em |
Em 1974, ganhou o primeiro prêmio no 1.º [[Salão Internacional de Humor de Piracicaba]], com a charge "[https://www.facebook.com/photo.php?fbid=700297273365358&set=a.504282599633494.1073741826.503150273080060&type=1&theater¬if_t=like O Rei Estava Vestido]". Em 1978, desenhou histórias do personagem João Ferrador para a publicação do sindicato dos metalúrgicos de [[São Bernardo do Campo]]. Mais tarde viria a fundar a Oboré, agência especializada em produzir material de comunicação para os sindicatos. A editora publicou seu livro ''Ilustração sindical'' (1986), com mil ilustrações, quadrinhos e caricaturas liberados para utilização por sindicatos e outras entidades.<ref>[http://www.agenciasindical.com.br/noticias/3286%20matilha%20cultural.html Exposição “Obra Pública” retrata luta sindical]. Agência Sindical</ref> |
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Laerte fez cobertura jornalística de três [[Copa do Mundo FIFA|Copas]]: a de [[Copa do Mundo FIFA de 1978|1978]] (para o jornal ''O Estado de S. Paulo''), a de [[Copa do Mundo FIFA de 1982|1982]] (para a ''Folha de S.Paulo'') e a de [[Copa do Mundo FIFA de 1986|1986]] (para ''O Estado de S. Paulo''). No fim da [[década de 1980]], publicou tiras e histórias em quadrinhos nas revistas ''[[Chiclete com Banana (revista)|Chiclete com Banana]]'' (editada por Angeli), ''[[Geraldão (personagem)|Geraldão]]'' (editada por Glauco) e ''Circo'', todas da [[Circo Editorial]], que mais tarde lançaria sua própria revista (Piratas do Tietê). Em |
Laerte fez cobertura jornalística de três [[Copa do Mundo FIFA|Copas]]: a de [[Copa do Mundo FIFA de 1978|1978]] (para o jornal ''O Estado de S. Paulo''), a de [[Copa do Mundo FIFA de 1982|1982]] (para a ''Folha de S.Paulo'') e a de [[Copa do Mundo FIFA de 1986|1986]] (para ''O Estado de S. Paulo''). No fim da [[década de 1980]], publicou tiras e histórias em quadrinhos nas revistas ''[[Chiclete com Banana (revista)|Chiclete com Banana]]'' (editada por Angeli), ''[[Geraldão (personagem)|Geraldão]]'' (editada por Glauco) e ''Circo'', todas da [[Circo Editorial]], que mais tarde lançaria sua própria revista (Piratas do Tietê). Em 1985 lançou seu primeiro [[livro]], ''O Tamanho da Coisa'', uma [[trade paperback|coletânea]] de suas charges.<ref name=":0" /> |
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Em |
Em 1991, a ''Folha de S.Paulo'' começou a publicar as [[Tira diária|tiras]] de Piratas do Tietê.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=27 de julho de 1991|titulo="Piratas do Tietê" estreia na Folha|jornal=Folha de S. Paulo|url=http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1991/07/27/2/|acessadoem=26 de março de 2017}}</ref> Regularmente, a artista lança álbuns com coletâneas de suas tiras, principalmente pela [[Devir Livraria]]<ref>{{citar web|url=http://www.devir.com.br/hqs/laerte.php|título=Laerte|autor=|data=|publicado=Devir Livraria|acessodata=}}</ref> e [[L&PM|L&PM Pocket]].<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2010/n08072010_03.cfm|título=L&PM lança Skrotinhos, de Angeli, e Striptiras # 4, de Laerte|autor=[[Sidney Gusman]]|data=08/07/2010|publicado=[[Universo HQ]]|acessodata=}}</ref> |
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Em |
Em 2009, convidada para participar do [[graphic novel|álbum]] [[MSP 50]] em homenagem aos 50 anos de carreira de [[Mauricio de Sousa]], Laerte criou uma história protagonizada por [[Franjinha]] e seu cachorro [[Bidu]].<ref>{{citar web|url=http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/review_MSP50.cfm|título=MSP 50|autor=Eduardo Nasi|data=|publicado=Universo HQ|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110107044001/http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/review_MSP50.cfm|arquivodata=2011-01-07|urlmorta=yes}}</ref> Em 2014, Laerte passou a publicar charges para a ''Folha de S.Paulo''. |
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=== Televisão === |
=== Televisão === |
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Laerte também atuou como roteirista, tendo colaborado em diversos programas da [[Rede Globo]]. Escreveu ''scripts'' para os programas humorísticos ''[[TV Pirata]]'' e para as primeiras temporadas de ''[[Sai de Baixo]]''. Ainda na área de humor escreveu para o quadro ''Vida ao Vivo'' que ia ao ar durante o ''[[Fantástico]]'', em |
Laerte também atuou como roteirista, tendo colaborado em diversos programas da [[Rede Globo]]. Escreveu ''scripts'' para os programas humorísticos ''[[TV Pirata]]'' e para as primeiras temporadas de ''[[Sai de Baixo]]''. Ainda na área de humor escreveu para o quadro ''Vida ao Vivo'' que ia ao ar durante o ''[[Fantástico]]'', em 1997. |
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Laerte também escreveu o programa infantil ''[[TV Colosso]]'' e o script de [[cinema]] para ''Super-Colosso: A Gincana da TV Colosso''. Em 2010, participou do [[roteiro]] e ''[[storyboard]]'' do curta de animação ''Los tres amigos'' dirigido por [[Daniel Messias]] e ganhador do [[Troféu HQ Mix]]. |
Laerte também escreveu o programa infantil ''[[TV Colosso]]'' e o script de [[cinema]] para ''Super-Colosso: A Gincana da TV Colosso''. Em 2010, participou do [[roteiro]] e ''[[storyboard]]'' do curta de animação ''Los tres amigos'' dirigido por [[Daniel Messias]] e ganhador do [[Troféu HQ Mix]]. |
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Em 2012, Laerte foi protagonista do curta-metragem ''Vestido de Laerte'', dirigido por Cláudia Priscilla e Pedro Marques. O filme foi vencedor nas categorias melhor curta e melhor direção do [[Festival de Brasília|Festival de Cinema de Brasília]] 2012.<ref>{{Citar periódico|data=2012-09-25|titulo=Conheça os vencedores do Festival de Brasília|jornal=EBC|url=http://www.ebc.com.br/cultura/2012/09/conheca-os-vencedores-do-festival-de-brasilia}}</ref> |
Em 2012, Laerte foi protagonista do curta-metragem ''Vestido de Laerte'', dirigido por Cláudia Priscilla e Pedro Marques. O filme foi vencedor nas categorias melhor curta e melhor direção do [[Festival de Brasília|Festival de Cinema de Brasília]] 2012.<ref>{{Citar periódico|data=2012-09-25|titulo=Conheça os vencedores do Festival de Brasília|jornal=EBC|url=http://www.ebc.com.br/cultura/2012/09/conheca-os-vencedores-do-festival-de-brasilia}}</ref> |
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No ano de |
No ano de 2015, Laerte contribuiu com o [[documentário]] da cineasta Miriam Chnaiderman, ''De Gravata e Unha Vermelha'', filme que relata a realidade de [[Transexual|transexuais]], [[Travesti (identidade de gênero)|travesti]]s e [[transgêneros]], adeptos do ''crossdressing'' e entusiastas debatendo sobre a construção individual do próprio corpo.<ref>{{citar web|url=http://ffw.uol.com.br/noticias/cinema/documentario-de-gravata-e-unha-vermelha-retrata-a-subversao-dos-generos-125/|titulo=Documentário “De Gravata e Unha Vermelha” retrata a subversão dos gêneros.|data=4 de maio de 2015|acessodata=26 de março de 2017|publicado=FFW -Fashion Forward|ultimo=Duarte|primeiro=Marcela}}</ref> |
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Em |
Em 2017, foi lançado o documentário ''[[Laerte-se]]'', codirigido por [[Eliane Brum]] e Lygia Barbosa, que fala sobre o cotidiano e a transformação na arte e na vida pessoal da artista.<ref name=LarteDoc>{{citar web|título=Laerte-se (2017)|url=http://www.imdb.com/title/tt6795136/|acessodata=18 de junho de 2017}}</ref> |
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==Personagens== |
==Personagens== |
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Estes são alguns personagens conhecidos de Laerte, sobretudo por suas [[Tira de banda desenhada|tiras publicadas em jornais]]: |
Estes são alguns personagens conhecidos de Laerte, sobretudo por suas [[Tira de banda desenhada|tiras publicadas em jornais]]: |
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*'''[[Overman]]''' - um [[super-herói]] que talvez tenha a força do [[Superman|Super-Homem]] mas com certeza não possui a capacidade de dedução de [[Batman]]. Por vezes mostra ter moral e hábitos retrógrados. Seu maior inimigo é o próprio [[ego]]. Seu visual lembra [[Space Ghost]], que já apareceu como convidado em algumas tiras. |
*'''[[Overman]]''' - um [[super-herói]] que talvez tenha a força do [[Superman|Super-Homem]] mas com certeza não possui a capacidade de dedução de [[Batman]]. Por vezes mostra ter moral e hábitos retrógrados. Seu maior inimigo é o próprio [[ego]]. Seu visual lembra [[Space Ghost]], que já apareceu como convidado em algumas tiras. |
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*'''Deus''' - na representação de Laerte, com certeza não é onipotente. Tudo o que para nós é metafísico não passa de mera rotina para Ele. O que não quer dizer, no entanto, que tudo corra as mil maravilhas. Agora que o mundo e a humanidade já estão criados, Ele gasta a maior parte do tempo em afazeres menores, como discutir com o [[Gabriel (anjo)|arcanjo Gabriel]] e jogar cartas com [[Buda]]. |
*'''Deus''' - na representação de Laerte, com certeza não é onipotente. Tudo o que para nós é metafísico não passa de mera rotina para Ele. O que não quer dizer, no entanto, que tudo corra as mil maravilhas. Agora que o mundo e a humanidade já estão criados, Ele gasta a maior parte do tempo em afazeres menores, como discutir com o [[Gabriel (anjo)|arcanjo Gabriel]] e jogar cartas com [[Buda]]. |
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*'''[[Piratas do Tietê]]''' - esses piratas trocaram o [[mar]] pelo não menos perigoso rio que corta a cidade de São Paulo. Hoje em dia a cidade é o alvo de seus saques e matanças. |
*'''[[Piratas do Tietê]]''' - esses piratas trocaram o [[mar]] pelo não menos perigoso rio que corta a cidade de São Paulo. Hoje em dia a cidade é o alvo de seus saques e matanças. |
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*'''Hugo Baracchini''' - a visão cômica de Laerte do homem dos tempos modernos. Nele a autora criou uma eterna vítima dos problemas contemporâneos: Hugo já teve problemas em operar seu [[computador]], teve de fugir de [[paparazzo|paparazzi]], ficou complexado com o tamanho de seu pênis e chegou a sentir saudades do Regime Militar. |
*'''Hugo Baracchini''' - a visão cômica de Laerte do homem dos tempos modernos. Nele a autora criou uma eterna vítima dos problemas contemporâneos: Hugo já teve problemas em operar seu [[computador]], teve de fugir de [[paparazzo|paparazzi]], ficou complexado com o tamanho de seu pênis e chegou a sentir saudades do Regime Militar. |
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*'''Suriá''' - personagem de Laerte voltada para o público infantil. Suriá é uma menina de 9 anos, que mora com a família em um circo (onde trabalha como trapezista). É uma das raras personagens [[Negros|negras]] de histórias em quadrinhos. |
*'''Suriá''' - personagem de Laerte voltada para o público infantil. Suriá é uma menina de 9 anos, que mora com a família em um circo (onde trabalha como trapezista). É uma das raras personagens [[Negros|negras]] de histórias em quadrinhos. |
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*'''Muriel/Hugo''' - personagem ''crossdresser'' que brinca com os padrões de gênero, alternando entre masculino e feminino (respectivamente, alternando entre Hugo e Muriel, porém ainda se autoafirmando como homem). O enredo das tirinhas em que aparece narram o dia a dia da população trans no Brasil, criticando a transfobia, a forma binária em que a cultura brasileira moderna trata a questão de gênero e sexualidade e, por vezes, retratando também a vida sexual das pessoas trans, sempre de forma humorística. |
*'''Muriel/Hugo''' - personagem ''crossdresser'' que brinca com os padrões de gênero, alternando entre masculino e feminino (respectivamente, alternando entre Hugo e Muriel, porém ainda se autoafirmando como homem). O enredo das tirinhas em que aparece narram o dia a dia da população trans no Brasil, criticando a transfobia, a forma binária em que a cultura brasileira moderna trata a questão de gênero e [[Sexualidade humana|sexualidade]] e, por vezes, retratando também a vida sexual das pessoas [[Transgénero|trans]], sempre de forma humorística. |
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*'''Lola, a Andorinha''' - Um passarinho muito peralta. |
*'''Lola, a Andorinha''' - Um passarinho muito peralta. Assim como Suriá foi feita para o público infantil. |
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*'''Fagundes, o puxa-saco -''' Funcionário cujos momentos de sua existência são dedicados a enaltecer seu chefinho – para o desespero desse último. |
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== Obras publicadas == |
== Obras publicadas == |
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*''Seis Mãos Bobas'' (em conjunto com Angeli e Glauco) |
*''Seis Mãos Bobas'' (em conjunto com Angeli e Glauco) |
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*''Muchacha'' (2010, com colaboração de seu filho, Rafael Coutinho) |
*''Muchacha'' (2010, com colaboração de seu filho, Rafael Coutinho) |
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*''Fagundes - Um puxa-saco de mão cheia'' |
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{{dividir em colunas fim}} |
{{dividir em colunas fim}} |
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{{referências |
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== Ligações externas == |
== Ligações externas == |
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* {{oficial| |
* {{oficial|https://www.laerte.art.br/}} |
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* {{link||2=http://manualdominotauro.blogspot.com/|3=Manual do Minotauro|4=(blog oficial)}} |
* {{link||2=http://manualdominotauro.blogspot.com/|3=Manual do Minotauro|4=(blog oficial)}} |
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* {{imdb nome|0184210}} |
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{{Prêmio Angelo Agostini de Mestre do Quadrinho Nacional}} |
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{{Ordem do Mérito Cultural}} |
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{{Prêmio Angelo Agostini |
{{Prêmio Angelo Agostini de melhor desenhista}} |
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{{Prêmio Angelo Agostini |
{{Prêmio Angelo Agostini de melhor roteirista}} |
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{{Prêmio Angelo Agostini |
{{Prêmio Angelo Agostini de melhor lançamento}} |
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{{Prêmio Angelo Agostini |
{{Prêmio Angelo Agostini de melhor cartunista, chargista ou caricaturista}} |
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{{Troféu HQ Mix |
{{Troféu HQ Mix de melhor desenhista nacional}} |
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{{Troféu HQ Mix |
{{Troféu HQ Mix de melhor desenhista de humor gráfico}} |
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{{Troféu HQ Mix |
{{Troféu HQ Mix de melhor edição especial nacional}} |
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{{Troféu HQ Mix |
{{Troféu HQ Mix de grande mestre}} |
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{{Troféu HQ Mix |
{{Troféu HQ Mix de melhor publicação de tira}} |
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{{Troféu HQ Mix |
{{Troféu HQ Mix de melhor roteirista nacional}} |
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{{Troféu HQ Mix de melhor tira nacional}} |
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{{Controle de autoridade}} |
{{Controle de autoridade}} |
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{{DEFAULTSORT:Coutinho, Laerte}} |
{{DEFAULTSORT:Coutinho, Laerte}} |
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[[Categoria:Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural]] |
[[Categoria:Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural]] |
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[[Categoria:Alunos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo]] |
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[[Categoria:Alunos da Fundação Armando Álvares Penteado]] |
[[Categoria:Alunos da Fundação Armando Álvares Penteado]] |
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[[Categoria:Ativistas dos direitos transgênero]] |
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[[Categoria:Ativistas dos direitos LGBT do Brasil]] |
[[Categoria:Ativistas dos direitos LGBT do Brasil]] |
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[[Categoria:Autores de banda desenhada do Brasil]] |
[[Categoria:Autores de banda desenhada do Brasil]] |
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[[Categoria:Cartunistas do Brasil]] |
[[Categoria:Cartunistas do Brasil]] |
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[[Categoria:Desenhistas de São Paulo |
[[Categoria:Desenhistas do estado de São Paulo]] |
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[[Categoria:Ilustradores de banda desenhada]] |
[[Categoria:Ilustradores de banda desenhada]] |
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[[Categoria:Ilustradores de São Paulo]] |
[[Categoria:Ilustradores do estado de São Paulo]] |
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[[Categoria: |
[[Categoria:Mulheres ganhadoras do Prêmio Angelo Agostini]] |
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[[Categoria:Roteiristas do Brasil]] |
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[[Categoria:Mulheres ganhadoras do Troféu HQ Mix]] |
[[Categoria:Mulheres ganhadoras do Troféu HQ Mix]] |
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[[Categoria:Naturais da cidade de São Paulo]] |
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[[Categoria:Escritoras transgênero]] |
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[[Categoria:!Editatona Cada livro seu público 2024]] |
Edição atual tal como às 23h29min de 5 de outubro de 2024
Laerte OMC | |
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Laerte em 2015 | |
Nome completo | Laerte Coutinho |
Nascimento | 10 de junho de 1951 (73 anos) São Paulo |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | cartunista e chargista |
Principais trabalhos | Piratas do Tietê, Overman, Manual do Minotauro, Muchacha, Los Três Amigos, Strip Tiras |
Laerte Coutinho OMC (São Paulo, 10 de junho de 1951), ou simplesmente Laerte, é uma cartunista e chargista brasileira, considerada uma das artistas mais importantes da área no país.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Estudou comunicações e música na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, porém sem concluir.[1] Laerte participou de diversas publicações como a Balão e O Pasquim. Também colaborou com as revistas Veja e Istoé e os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Criou diversos personagens, como os Piratas do Tietê e Overman. Em conjunto com Angeli e Glauco (e mais tarde Adão Iturrusgarai) desenhou as tiras de Los Três Amigos.
Em 2005, perdeu um de seus três filhos, Diogo, então com 22 anos, num acidente de carro.[2]
Em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2010, revelou por que abandonou alguns de seus personagens, começou a praticar crossdressing e a se identificar como transgênero.[3] Nessa nova fase, participando de vários programas e matérias na mídia impressa e eletrônica. Já em 2012, tornou-se cofundadora de uma instituição voltada a pessoas com essa nuance de gênero, a ABRAT – Associação Brasileira de Transgêneros.[4][5]
Em 2012, teve a residência roubada,[6] e muitas de suas obras que estavam digitalizadas também foram levadas.[7][8]
Rafael Coutinho, seu filho, é também cartunista.[9]
Laerte teve sua História de Vida registrada pelo Museu da Pessoa em 2012, com o título "Ser homem é uma prisão".[10]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Em 15 de dezembro de 2016, Laerte teve julgada procedente uma ação movida contra a Editora Abril, a emissora de rádio Jovem Pan e o jornalista Reinaldo Azevedo, obtendo o direito a uma indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil, em razão de críticas que não se restringiram somente à charge contrária à postura dos manifestantes pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A ação ainda não transitou em julgado.[11][12]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1968, Laerte concluiu o Curso Livre de Desenho da Fundação Armando Álvares Penteado. Em 1969, começou a cursar jornalismo na Universidade de São Paulo mas não chegou a concluir o curso. Começou profissionalmente desenhando o personagem Leão para a revista Sibila em 1970. Durante a década de 1970, fundou, junto com Luiz Gê, a revista Balão enquanto ainda estudava na ECA, e trabalhou nas revistas Banas e Placar. Em 1974, fez seu primeiro trabalho para um jornal, a Gazeta Mercantil. No mesmo ano, começou a produzir material de campanha para o MDB durante as eleições. No ano seguinte, trabalhou na produção de cartões de solidariedade no movimento de auxílio aos presos políticos.
Em 1974, ganhou o primeiro prêmio no 1.º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, com a charge "O Rei Estava Vestido". Em 1978, desenhou histórias do personagem João Ferrador para a publicação do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Mais tarde viria a fundar a Oboré, agência especializada em produzir material de comunicação para os sindicatos. A editora publicou seu livro Ilustração sindical (1986), com mil ilustrações, quadrinhos e caricaturas liberados para utilização por sindicatos e outras entidades.[13]
Laerte fez cobertura jornalística de três Copas: a de 1978 (para o jornal O Estado de S. Paulo), a de 1982 (para a Folha de S.Paulo) e a de 1986 (para O Estado de S. Paulo). No fim da década de 1980, publicou tiras e histórias em quadrinhos nas revistas Chiclete com Banana (editada por Angeli), Geraldão (editada por Glauco) e Circo, todas da Circo Editorial, que mais tarde lançaria sua própria revista (Piratas do Tietê). Em 1985 lançou seu primeiro livro, O Tamanho da Coisa, uma coletânea de suas charges.[1]
Em 1991, a Folha de S.Paulo começou a publicar as tiras de Piratas do Tietê.[14] Regularmente, a artista lança álbuns com coletâneas de suas tiras, principalmente pela Devir Livraria[15] e L&PM Pocket.[16]
Em 2009, convidada para participar do álbum MSP 50 em homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, Laerte criou uma história protagonizada por Franjinha e seu cachorro Bidu.[17] Em 2014, Laerte passou a publicar charges para a Folha de S.Paulo.
Televisão
[editar | editar código-fonte]Laerte também atuou como roteirista, tendo colaborado em diversos programas da Rede Globo. Escreveu scripts para os programas humorísticos TV Pirata e para as primeiras temporadas de Sai de Baixo. Ainda na área de humor escreveu para o quadro Vida ao Vivo que ia ao ar durante o Fantástico, em 1997.
Laerte também escreveu o programa infantil TV Colosso e o script de cinema para Super-Colosso: A Gincana da TV Colosso. Em 2010, participou do roteiro e storyboard do curta de animação Los tres amigos dirigido por Daniel Messias e ganhador do Troféu HQ Mix.
Cinema
[editar | editar código-fonte]Em 2012, Laerte foi protagonista do curta-metragem Vestido de Laerte, dirigido por Cláudia Priscilla e Pedro Marques. O filme foi vencedor nas categorias melhor curta e melhor direção do Festival de Cinema de Brasília 2012.[18]
No ano de 2015, Laerte contribuiu com o documentário da cineasta Miriam Chnaiderman, De Gravata e Unha Vermelha, filme que relata a realidade de transexuais, travestis e transgêneros, adeptos do crossdressing e entusiastas debatendo sobre a construção individual do próprio corpo.[19]
Em 2017, foi lançado o documentário Laerte-se, codirigido por Eliane Brum e Lygia Barbosa, que fala sobre o cotidiano e a transformação na arte e na vida pessoal da artista.[20]
Personagens
[editar | editar código-fonte]Estes são alguns personagens conhecidos de Laerte, sobretudo por suas tiras publicadas em jornais:
- Overman - um super-herói que talvez tenha a força do Super-Homem mas com certeza não possui a capacidade de dedução de Batman. Por vezes mostra ter moral e hábitos retrógrados. Seu maior inimigo é o próprio ego. Seu visual lembra Space Ghost, que já apareceu como convidado em algumas tiras.
- Deus - na representação de Laerte, com certeza não é onipotente. Tudo o que para nós é metafísico não passa de mera rotina para Ele. O que não quer dizer, no entanto, que tudo corra as mil maravilhas. Agora que o mundo e a humanidade já estão criados, Ele gasta a maior parte do tempo em afazeres menores, como discutir com o arcanjo Gabriel e jogar cartas com Buda.
- Piratas do Tietê - esses piratas trocaram o mar pelo não menos perigoso rio que corta a cidade de São Paulo. Hoje em dia a cidade é o alvo de seus saques e matanças.
- Hugo Baracchini - a visão cômica de Laerte do homem dos tempos modernos. Nele a autora criou uma eterna vítima dos problemas contemporâneos: Hugo já teve problemas em operar seu computador, teve de fugir de paparazzi, ficou complexado com o tamanho de seu pênis e chegou a sentir saudades do Regime Militar.
- Suriá - personagem de Laerte voltada para o público infantil. Suriá é uma menina de 9 anos, que mora com a família em um circo (onde trabalha como trapezista). É uma das raras personagens negras de histórias em quadrinhos.
- Muriel/Hugo - personagem crossdresser que brinca com os padrões de gênero, alternando entre masculino e feminino (respectivamente, alternando entre Hugo e Muriel, porém ainda se autoafirmando como homem). O enredo das tirinhas em que aparece narram o dia a dia da população trans no Brasil, criticando a transfobia, a forma binária em que a cultura brasileira moderna trata a questão de gênero e sexualidade e, por vezes, retratando também a vida sexual das pessoas trans, sempre de forma humorística.
- Lola, a Andorinha - Um passarinho muito peralta. Assim como Suriá foi feita para o público infantil.
- Fagundes, o puxa-saco - Funcionário cujos momentos de sua existência são dedicados a enaltecer seu chefinho – para o desespero desse último.
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]- Overman
- Histórias Repentinas
- Classificados Vol.1
- Classificados Vol.2
- Suriá - A Garota do Circo
- Suriá - Contra o Dono do Circo
- Classificados Vol.3
- Gatos - Bigodes ao Léu
- Deus
- Deus 2 - A graça continua
- Deus 3 - A Missão
- Hugo para Principiantes
- Seis Mãos Bobas (em conjunto com Angeli e Glauco)
- Muchacha (2010, com colaboração de seu filho, Rafael Coutinho)
- Fagundes - Um puxa-saco de mão cheia
Referências
- ↑ a b Júnior, Gonçalo (23 de novembro de 2011). «Cartunista Laerte tem obra completa reeditada em livro». InvestNews-Gazeta Mercantil. Terra- Diversão. Consultado em 26 de março de 2017
- ↑ «Laerte: "Tenho vergonha de quase tudo que desenhei" - Armando Antenore Jornalismo». Armando Antenore Jornalismo. 1 de setembro de 2010
- ↑ «Laerte em carne, osso e minissaia» (html). Último Segundo. iG. Consultado em 26 de outubro de 2010
- ↑ Letícia Lanz (2012). «Diretoria (Biênio 2012-2013)». Associação Brasileira de Transgêner@s – ABRAT. Consultado em 3 de dezembro de 2012
- ↑ Laerte fala sobre charge e direitos humanos na Live da Abraji desta quinta (22). Abraji. 19 de outubro de 2020.
- ↑ Casa do cartunista Laerte é assaltada e ladrões levam parte de acervo
- ↑ Fãs de Laerte fazem apelo na internet por desenhos furtados
- ↑ Internautas fazem campanha para que livro de cartunista roubado seja devolvido
- ↑ «A obra e as artes do incansável Rafael Coutinho». Outras Palavras. 14 de outubro de 2015
- ↑ «Ser homem é uma prisão». Museu da Pessoa. Consultado em 15 de dezembro de 2022
- ↑ «Consulta de Processos do 1ºGrau». processo 1125312-38.2015.8.26.0100 (7ª Vara Cível - Foro Central Cível de São Paulo). Portal e-SAJ – Peticionamento no TJSP - Tribunal de Justiça. 2 de junho de 2017. Consultado em 2 de junho de 2017
- ↑ «Reinaldo Azevedo, Veja e Jovem Pan são condenados a indenizar Laerte». Consultor Jurídico. 20 de dezembro de 2016. Consultado em 2 de junho de 2017
- ↑ Exposição “Obra Pública” retrata luta sindical. Agência Sindical
- ↑ «"Piratas do Tietê" estreia na Folha». Folha de S. Paulo. 27 de julho de 1991. Consultado em 26 de março de 2017
- ↑ «Laerte». Devir Livraria
- ↑ Sidney Gusman (8 de julho de 2010). «L&PM lança Skrotinhos, de Angeli, e Striptiras # 4, de Laerte». Universo HQ
- ↑ Eduardo Nasi. «MSP 50». Universo HQ. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2011
- ↑ «Conheça os vencedores do Festival de Brasília». EBC. 25 de setembro de 2012
- ↑ Duarte, Marcela (4 de maio de 2015). «Documentário "De Gravata e Unha Vermelha" retrata a subversão dos gêneros.». FFW -Fashion Forward. Consultado em 26 de março de 2017
- ↑ «Laerte-se (2017)». Consultado em 18 de junho de 2017
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Sítio oficial
- «Manual do Minotauro». (blog oficial)
- Laerte Coutinho. no IMDb.
- Nascidos em 1951
- Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural
- Alunos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
- Alunos da Fundação Armando Álvares Penteado
- Ativistas dos direitos transgênero
- Ativistas dos direitos LGBT do Brasil
- Autores de banda desenhada do Brasil
- Cartunistas do Brasil
- Desenhistas do estado de São Paulo
- Ilustradores de banda desenhada
- Ilustradores do estado de São Paulo
- Mulheres ganhadoras do Prêmio Angelo Agostini
- Mulheres ganhadoras do Troféu HQ Mix
- Naturais da cidade de São Paulo
- Mulheres transgênero do Brasil
- Mulheres roteiristas do Brasil
- Escritoras transgênero
- Escritores LGBT do Brasil