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Estação Ferroviária de Vendas Novas

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Vendas Novas
Estação de Vendas Novas, em 2009.
Estação de Vendas Novas, em 2009.
Linha(s): L.ª Alentejo (PK 56,838)
L.ª V. Novas (PK 69,375)
Coordenadas: 38° 40′ 46,35″ N, 8° 27′ 16,2″ O
Município: Vendas Novas
Serviços: Parque de estacionamento Elevadores Estação sem barreiras arquitectónicas Estacionamento para bicicletas
Inauguração: 23 de Janeiro de 1861
Website:

A Estação Ferroviária de Vendas Novas é uma interface da Linha do Alentejo, que funciona como entroncamento com a Linha de Vendas Novas, e que serve a localidade de Vendas Novas, no Distrito de Évora, em Portugal.

Descrição

Vias e plataformas

Em Janeiro de 2011, apresentava 4 vias de circulação, com 241 a 482 metros de comprimento; as plataformas tinham 154 e 59 metros de extensão, e 40 e 55 centímetros de altura.[1]

Localização e acessos

A estação situa-se junto ao Largo 5 de Outubro, na localidade de Vendas Novas.[2][3]

História

Século XIX

Inauguração e ligação a Beja e Évora

Nos primeiros anos dos caminhos de ferro em Portugal, surgiu a ideia de construir uma linha desde a Margem Sul do Tejo até Vendas Novas, uma vez que os extensos areais naquela região tornavam muito difícil a circulação rodoviária; em Vendas Novas, teriam início as estradas para o Sul do país.[4] Esta linha devia começar originalmente em Aldeia Galega (Montijo), mas o ponto inicial foi posteriormente modificado para o Barreiro.[4] Foi inicialmente pensada como sendo do tipo americano, mas depois foi desenvolvida para um caminho de ferro pesado, de forma a prolongá-la até Évora e Beja, e depois até Elvas e Badajoz.[4] O troço desde Bombel até Vendas Novas entrou ao serviço em 23 de Janeiro de 1861, como parte do Caminho de Ferro do Sul, ligando desta forma o Barreiro a Vendas Novas.[5] Foi construída pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, utilizando uma bitola de 1,44 m, tendo esta companhia sido integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste, com o propósito de alargar a linha para a Bitola ibérica.[6]

A ligação até Évora entrou ao serviço em 14 de Setembro de 1863, enquanto que a linha até Beja foi inaugurada no dia 15 de Fevereiro do ano seguinte.[5] Em 1869, A Companhia do Sueste foi nacionalizada, tendo a exploração das linhas sido passada para a gestão directa do estado.[6]

Século XX

Bifurcação entre a Linha do Alentejo e a Linha de Vendas Novas, em 2009.

Ligação ao Setil

Ainda no Século XIX, foi planeada uma ligação entre a Linha do Norte e a Linha do Alentejo, de forma a evitar a evitar a travessia fluvial entre o Barreiro e a cidade de Lisboa; originalmente, foi projectada uma linha de Santarém a Vendas Novas[4], tendo o local inicial sido alterado várias vezes, até que foi fixado no Setil em 1900.[7] Em 12 de Janeiro de 1903, foi apresentado o plano para a expansão da estação de Vendas Novas, de forma a suportar os serviços da Linha de Vendas Novas, que nessa altura já se encontrava em construção; este documento foi aprovado, após a vistoria do Conselho Superior de Obras Públicas e Minas, em 24 de Abril do mesmo ano.[8] Este caminho de ferro abriu à exploração no dia 15 de Janeiro de 1904.[9]

Em 1927, os caminhos de ferro estatais foram integrados na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[6] Em 1933, esta empresa realizou obras de reparação e melhoramentos na estação de Vendas Novas[10], e, no mesmo ano, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro aprovou a construção de uma estrada de acesso ao cais descoberto desta estação.[11] Em 1934, a CP calcetou o largo em frente à estação, e duplicou as linhas telefónicas entre Vendas Novas, Évora e o Setil.[12]

No Dário do Governo n.º 92, III Série, de 17 de Abril de 1952, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses anunciou uma carreira de autocarros entre as estações de Vila Franca de Xira e Vendas Novas.[13]

Em 1968, esta interface era considerado um importante ponto de concentração da circulação ferroviária.[14]

Ligação projectada a Alcácer do Sal

Em 1 de Julho de 1928, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses já tinha proposto uma linha de Vendas Novas até Alcácer do Sal, que seria o prolongamento da Linha de Vendas Novas.[15] Esta linha foi inserida, com o nome de Transversal de Vendas Novas, no Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18.190, de 28 de Março de 1930.[16]

Ver também

Referências

  1. «Anexo 12 – Quadro resumo das características da infra-estrutura». Rede Ferroviária Nacional. Directório da Rede 2012: 70-85. 6 de Janeiro de 2011 
  2. «Vendas Novas - Linha do Alentejo». Rede Ferroviária Nacional. Consultado em 18 de Dezembro de 2011 
  3. «Vendas Novas». Comboios de Portugal. Consultado em 1 de Dezembro de 2014 
  4. a b c d GOMES, José de Sousa (16 de Junho de 1935). «Apontamentos para a História dos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1140): 259-261. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  5. a b TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683): 75, 77. Consultado em 7 de Maio de 2012 
  6. a b c NUNES, José de Sousa (16 de Junho de 1949). «A Via e Obras nos Caminhos de Ferro de Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1476): 418-422. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  7. SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1936). «Pontes do Tejo em Lisboa e Vila Franca» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1157): 137-139. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  8. «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (370). 161 páginas. 16 de Maio de 1903. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  9. «Companhia Real» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 17 (426). 283 páginas. 16 de Setembro de 1905. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  10. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 49 páginas. 16 de Janeiro de 1934. Consultado em 1 de Maio de 2012 
  11. «Direcção Geral de Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1105). 29 páginas. 1 de Janeiro de 1934. Consultado em 1 de Maio de 2012 
  12. «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. pp. 50–51. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  13. «Parte oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1547). 1 de Junho de 1952. pp. 122–123. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  14. «Los Ferrocarriles Portugueses». Madrid: RENFE. Via Libre (em espanhol). 5 (58). 23 páginas. 1 de Outubro de 1968 
  15. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1235). 1 de Junho de 1939. pp. 281–284. Consultado em 4 de Fevereiro de 2015 
  16. PORTUGAL. Decreto n.º 18.190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado no Diário do Governo n.º 83, Série I, de 10 de Abril de 1930.
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Ligações externas



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