Aleixo Paleólogo (déspota)
Aleixo Paleólogo | |
---|---|
Nascimento | ? |
Morte | 1203 |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Progenitores | Pai: Jorge Paleólogo |
Ocupação | General |
Aleixo Paleólogo (em grego: Ἀλέξιος Παλαιολόγος; romaniz.: Aléxios Palaiológos; m. 1203) foi um nobre bizantino, genro do imperador Aleixo III Ângelo (r. 1195–1203) e seu herdeiro aparente de 1199 até sua morte. Por todo este período, esteve ativamente envolvido na supressão de várias revoltas contra o imperador. Através de sua filha, ele tornou-se um dos progenitores da dinastia paleóloga.
Vida
[editar | editar código-fonte]As origens de Aleixo são obscuras. Sua família foi rica e principalmente conhecido por seus oficiais civis e militares sob os imperadores Comnenos. O pai de Aleixo foi provavelmente o sebasto e grande heteriarca Jorge Paleólogo, o filho ou neto do mais árduo defensor de Aleixo I Comneno, Jorge Paleólogo. Através de sua avô, Aleixo compartilhou o sangue da família Comneno.[1][2] Em ca. 1198, Aleixo foi escolhido pelo imperador Aleixo III Ângelo (r. 1195–1203), que estava sem descendência masculina, para se casar com sua filha mais velha Irene. Ela era viúva de Andrônico Contostefano, e Aleixo Paleólogo foi forçado a divorciar-se de sua bela primeira esposa (cujo nome é desconhecido) para casar-se com ela. O casamento ocorreu na primavera de 1199 e foi acompanhado por ricas celebrações. Aleixo assim tornou-se o herdeiro aparente imperial e foi elevado ao posto de déspota. Ao mesmo tempo, a segunda filha do imperador, Ana, também uma viúva, foi casada com Teodoro Láscaris, futuro fundador do Império de Niceia.[3][4][5]
Logo depois, ambos os genros imperiais foram enviado ao lado do general Manuel Camitzes contra o rebelde Ibanco na Trácia. Durante esta campanha, no cerco de Critzimo, o pai de Aleixo foi morto. A campanha falhou quando a força bizantina foi pega numa emboscada e Camitzes foi capturado. Este sucesso entusiasmou Ibanco, que então reclamou o título imperial. Na primavera de 1200, Aleixo III fingiu estar disposto a começar negociações, e enviou Aleixo Paleólogo para encontrar o rebelde. Aleixo deu promessas solenes de salvaguarda, mas quando Ibanco apareceu no campo imperial, ele foi preso e executado.[6][7] Em fevereiro do mesmo ano, Aleixo foi convocado para ajudar com as revoltas que eclodiram em Constantinopla em protesto contra o desvio de doações de caridade pelo diretor da prisão João Lagos. Uma grande multidão tomou o controle das prisões da capital e abriram-as, e lutaram com os guardas imperiais, que estavam fora de Crisópolis. Aleixo Paleólogo liderou tropas na cidade e suprimiu a revolta após infligir pesadas baixas na população.[8][9]
Em julho de 1201, Aleixo foi instrumental na supressão da tentativa de golpe de João Comneno, o Gordo. Após os rebeldes tomarem controle de grande parte do Grande Palácio, Aleixo foi enviado pelo imperador com tropas e navios de Blaquerna para a costa oriental da cidade. Lá, encontraram-se com a guarda do Grande Palácio e abriram o palácio e o Hipódromo dos apoiantes do usurpador, que foi capturado e decapitado.[10][11] Em fevereiro de 1201 ou 1202, Aleixo foi ferido quando a tenda imperial colapsou durante um terremoto, mas no mesmo verão liderou a campanha que subjugou a rebelião do governador João Espiridonaces na Macedônia Oriental, forçando o último a fugir para a Bulgária.[12][13] Aleixo morreu com idade relativamente avançada em 1203, de causas naturais segundo Teodoro Escutariota. Sua morte ocorreu antes da deposição e fuga de Aleixo III em face do cerco de Constantinopla da Quarta Cruzada.[5][14]
Família
[editar | editar código-fonte]Além de seu pai Jorge, Aleixo teve uma tia de nome desconhecido, que casou-se com João Briênio, e um tio, o sebasto Constantino. O nome de sua mãe não é conhecido, e nem parece que teve irmãos. De seu casamento com Irene Angelina teve uma filha chamada Teodora, que casou-se com o grande doméstico Andrônico Paleólogo, o filho do grande duque Aleixo Paleólogo (dum ramo diferente da linhagem dos Paleólogos) e de Irene Comnena. Eles tiveram numerosos filhos, o mais proeminente dos quais Miguel VIII Paleólogo, que tornar-se-ia imperador de Niceia em 1259 e restaurou o Império Bizantino em 1261, fundando a dinastia paleóloga.[1][15]
Referências
- ↑ a b Kazhdan 1991, p. 1557–1558.
- ↑ Cheynet 1996, p. 149–150, 159.
- ↑ Brand 1968, p. 119–120.
- ↑ Cheynet 1996, p. 443–444.
- ↑ a b Macrides 2007, p. 114, 116.
- ↑ Brand 1968, p. 130–131.
- ↑ Cheynet 1996, p. 166, 171.
- ↑ Brand 1968, p. 121–122.
- ↑ Cheynet 1996, p. 135–136, 445.
- ↑ Brand 1968, p. 122–123.
- ↑ Cheynet 1996, p. 136–137, 445.
- ↑ Brand 1968, p. 132–133, 139–140.
- ↑ Cheynet 1986, p. 171.
- ↑ Cheynet 1986, p. 171–172.
- ↑ Cheynet 1996, p. 172, 176–178, 185.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Brand, Charles M. (1968). Byzantium confronts the West, 1180–1204. [S.l.]: Harvard University Press
- Cheynet, Jean-Claude (1996). Pouvoir et contestations à Byzance (963–1210). Paris: Publications de la Sorbonne. ISBN 978-2-85944-168-5
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Macrides, Ruth (2007). George Akropolites: The History – Introduction, Translation and Commentary. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-921067-1