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Economia da Suíça

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Economia da Suíça
Economia da Suíça
Zurique, a maior cidade suíça.
Moeda Franco suíço
Ano fiscal Ano calendário
Blocos comerciais OMC, OECD, EFTA
Estatísticas
PIB
  • Aumento $705,546 bilhões (nominal, 2018)[1]
  • Aumento $551,543 bilhões (PPC, 2018)[1]
Variação do PIB Aumento 2,8% (2018)[1]
PIB per capita
  • Aumento $83,162 (nominal, 2018)[1]
  • Aumento $65,010 (PPC, 2018)[1]
PIB por setor agricultura 1,2%, indústria 27,5%, comércio e serviços 71,2% (2006)
Inflação (IPC) 0,935% (2018)[1]
População
abaixo da linha de pobreza
Baixa 6,6% (2012)
Coeficiente de Gini AumentoNegativo 0.296 (2015)
Força de trabalho total Aumento 4,971,981 (2019)[2]
Força de trabalho
por ocupação
agricultura 3,4%, indústria 23,4%, comércio e serviços 73,2% (2010)
Desemprego BaixaPositiva 4,3% (2019)
Principais indústrias máquinas, produtos químicos, relógios, têxteis, instrumentos de precisão
Exterior
Exportações Baixa $313,5 bilhões (2017)[3]
Produtos exportados máquinas, produtos químicos, metais, relógios, produtos agrícolas
Principais parceiros de exportação
Importações Baixa $264,5 bilhões (2017)[3]
Produtos importados máquinas, produtos químicos, veículos, metais, produtos agrícolas, têxteis
Principais parceiros de importação
Dívida externa bruta US$ 1,664 trilhões (2016)
Finanças públicas
Dívida pública 41,8% do PIB (2017)
Receitas Aumento $ 242,1 bilhões (2017)
Despesas Baixa $ 234,4 bilhões (2017)
Fonte principal: [[4] The World Factbook]
Salvo indicação contrária, os valores estão em US$

A economia da Suíça é uma próspera e estável economia de mercado, com um Produto Interno Bruto per capita maior do que o das grandes economias da Europa ocidental.

A economia suíça beneficia-se de um setor de serviços altamente desenvolvido, liderado pelos serviços financeiros e de uma indústria especializada de alta tecnologia.

A Suíça é membro da Associação Europeia de Livre Comércio mas não faz parte da União Europeia. Nos últimos anos, os suíços têm procurado ajustar as suas práticas económicas às da UE, embora o país não pretenda ser membro pleno da UE a curto prazo. Berna e Bruxelas assinaram acordos de liberalização comercial em 1999. Estão igualmente a ser discutidas outras áreas de cooperação.

O país é o primeiro no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.[5]

Serviços financeiros

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No século XIX diversos cantões adotaram o free banking (sistema bancário inteiramente desregulamentado), onde a livre entrada, circulação e emissão de moeda privada eram permitidos mas, com a nova regulação bancária de 1881, tal sistema foi extinto.[6][7]

Atualmente, a Suíça é a principal praça financeira para a gestão de fortunas. Por manter apreciada, historicamente, a moeda local (franco suíço) e por conservar um elevado grau de sigilo bancário, o país é um porto seguro para investidores interessados em proteger informações sobre a origem dos seus capitais. Em 2009, foi classificada como paraíso fiscal, pela OCDE.

História do sigilo bancário suíço

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Desde a década de 1930, diante da ascensão do nazismo na Alemanha, muitas pessoas passaram a procurar um lugar seguro para transferir seus capitais, diante do risco de guerra.

Os bancos suíços por pertencerem a um país neutro adotaram um sistema inviolável para proteger o patrimônio de seus clientes, o sistema não reconhece o indivíduo, não importa quem seja mas sim o portador da número da conta e a senha garantindo assim um sigilo total sobre as contas. Uma tentativa de quebra do segredo por via judicial levou o governo a criar, em 1934 uma emenda constitucional reconhecendo o segredo bancário.

Durante a Segunda Guerra Mundial, numerosos depositantes, muitos judeus, diante das dificuldades de comunicação entre parentes, não transferiram para os herdeiros os números e as senhas de suas respectivas contas, tornando-se impossível apresentar provas documentais, assim os valores depositados continuam incorporadas ao patrimônio dos bancos aguardando alguém que conheça o número da conta e a senha.

Posteriormente surgiu uma outra utilidade para o segredo bancário – abrigar os capitais enviados por ditadores e potentados de todo o mundo, proveniente da corrupção de governantes, do narcotráfico, da fraude financeira. As contas nos bancos suíços passaram a servir para a lavagem de dinheiro.[8] Quantias astronômicas eram ali depositadas e, se eventualmente descobertas, beneficiavam-se da lentidão dos processos judiciais.

Mais recentemente, os europeus mais abastados passaram a usar os depósitos na Suíça como estratégia de evasão fiscal - sobretudo para escapar ao pagamento do imposto de renda e do imposto sobre grandes fortunas, nos seus países de origem. Os bancos suíços foram assim incrementando seus depósitos a ponto de abrigarem, antes da atual crise financeira, 3 bilhões de euros. Essa soma astronômica foi, entretanto, reduzida para 2100 milhões de euros, após a atual crise, quando também aumentou a pressão internacional para a quebra do sigilo bancário[9]

O governo suíço comprometeu-se a aumentar o fornecimento de informações a outros países - considerando "caso a caso" e mediante "pedidos concretos e justificados".[10][11] Mas, em 2 de abril de 2009, após a reunião do G20, em Londres, a Suíça foi incluída, pela OCDE, na 'lista cinza' de 38 países considerados paraísos fiscais. O presidente da Confederação Suíça (também ministro das Finanças) Hans-Rudolf Merz criticou os critérios usados para estabelecer a lista.[12]

Dados econômicos

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O quadro a seguir mostra a evolução do Produto Interno Bruto da Suíça, a preços de mercado, estimado pelo Fundo Monetário Internacional, com valores em milhões de francos suíços, e o valor médio anual da moeda local, frente ao dólar americano.[13]

Ano Produto Interno Bruto Taxa de câmbio (CHF/(USD)
1980 184 081 1,67 Francos
1985 244 421 2,43 Francos
1990 330 925 1,38 Francos
1995 373 599 1,18 Francos
2000 422 063 1,68 Francos
2005 463 139 1,24 Francos
2006 487 041 1,25 Francos
2007 512 142 1,20 Francos

Os quadros a seguir mostram a evolução do PIB, da inflação, dos gastos públicos e do comércio exterior, nos últimos anos.

Desenvolvimento do Produto interno bruto (PIB), real
em % comparado com o ano anterior
Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
flutuação em %
comparado com ano anterior.
2,8 1,3 3,6 1,0 0,3 − 0,2 2,3 1,9 ≈ 2,7 ≈ 1,7
Fonte: Departamento Federal de Finanças da Suíça (Bfai) [14] ≈ = estimado
Desenvolvimento do PIB (nominal)
absoluto (em bilhões de US$) por habitante (em mil. US$)
Ano 2003 2004 2005 Ano 2003 2004 2005
PIB em bilhões de US$ 323 359 367 PIB por habitante
(em mil. US$)
44,0 48,5 49,5
Fonte: Bfai[14]
Desenvolvimento da inflação Desenvolvimento dos gastos públicos
em % comparado com o ano anterior in % des BIP
("menos" = déficit orçamentário)
Ano 2003 2004 2005 2006 Ano 2002 2003 2004 2005
Inflação 0,6 0,8 1,2 1,2 Gastos
públicos
2,4 − 1,3 − 1,1 ≈ 3,2
Fonte: Bfai[14] ≈ = estimado
Principais parceiros econômicos (2005)
Exportações (em %) para Importações (em %) da
Alemanha 19,5 Alemanha 31,6
EUA 10,7 Itália 10,5
Itália 9,1 França 10,0
França 8,7 EUA 5,3
Grã-Bretanha 5,4 Holanda 4,8
Japão 3,6 Áustria 4,6
outros países 43,0 outros países 33,2
todos países da UE juntos 61,8 todos países da UE juntos 80,4
Fonte: Bfai[14]
Desenvolvimento do comércio exterior
em bilhões de francos suíços e flutuação comparado em % com o ano anterior
2003 2004 2005 2006
bilhões. SFr. % gg. Vj. bilhões. SFr. % gg. Vj. bilhões. SFr. % gg. Vj. bilhões. SFr.
(1. Hj.)
% gg. Vj.
Importações 135 − 0,4 144 6,7 158 9,4 85 16,0
Exportações 141 − 0,8 153 8,2 163 6,7 90 16,8
Saldo 6,2 8,8 5,5 4,7
Fonte: Bfai[14]

As sete grandes regiões

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O "Escritório Federal da Estatística" (OFS) para poder estudar o desenvolvimento do país e seguindo as pegadas do que se faz no Europa - nomeadamente com o "Escritório das estatísticas das Comunidades Europeias" (Eurostat) - decidiu criar territórios macro-econónicos que permitam efectuar comparações entre eles. O estudo que demorou vários anos consiste numa partilha do país em sete regiões importantes para a política e a economia.[15]

As sete grandes regiões assim criadas são :
Região Cantões constituintes População (*) Superfície (**)
Região Lemánica VD, VS, GE 1282 8718
Espaço das Terras Centrais BE, FR, SO, NE, JU 1 653 10 062
Suíça da Noroeste BS, BL, AG 980 1959
Zürich ZH 1 194 1 729
Suíça do Leste GL, SH, AR, AI, SG, GR, TG 1 037 11 521
Suíça Central LU, UR, SZ, OW, NW, ZG 659 4 485
Tissino TI 301 2 812
Suíça 26 Cantões 7 105 41 285


(*) valores de 1996, em milhares
(**) em km ²

Referências

  1. a b c d e f «World Economic Outlook Database, October 2019». IMF.org. Washington, DC, U.S.: International Monetary Fund. Consultado em 20 de outubro de 2019 
  2. «Labor force, total - Switzerland». data.worldbank.org. World Bank. Consultado em 5 de novembro de 2019 
  3. a b c d «CIA World Factbook». CIA.gov. Central Intelligence Agency. Consultado em 16 de janeiro de 2019 
  4. CIA. «The World Factbook»  Consultado em 8 de abril de 2013
  5. The Global Competitiveness Index 2011-2012 rankings
  6. Econ Journal Watch - Do Economists Reach a Conclusion on the performance of free banking in history?. Ignacio Briones & Hugh Rockoff, Volume 2, Edição 2, Agosto de 2005, (em inglês) Acessado em 18/08/2017.
  7. The Central Bank and the Financial System. Autor: Charles Albert Eric Goodhart. MIT Press, 1995, pág. 211, (em inglês) ISBN 9780262071673 Adicionado em 18/08/2017.
  8. ZIEGLER, Jean A Suíça Lava Mais Branco. Lisboa, Inquérito, 1990.
  9. Segredo bancário suíço por um fio
  10. Agência Estado, 13 de março de 2009.Pressionada, Suíça relaxará regras de sigilo bancário
  11. Swissinfo.ch 6 de Março de 2009. Suíça quer discutir mas não renunciar ao sigilo bancário
  12. AFP, 3 de Abril de 2009.Suíça critica inclusão em lista cinza de paraísos fiscais. Arquivado em 8 de abril de 2009, no Wayback Machine.
  13. International Monetary Fund
  14. a b c d e Desenvolvimento do PIB da Suíça [http://www.bfs.admin.ch/bfs/portal/en/index/themen/04/02/01.html Portal do Bfai (em inglês)
  15. Les sept grandes régions de la Suisse (OFS) Visitado: Outubro 2010