Endre Ady
Endre Ady | |
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Nascimento | diósadi Ady András Endre 22 de novembro de 1877 Ady Endre |
Morte | 27 de janeiro de 1919 (41 anos) Budapeste |
Sepultamento | Cemitério de Kerepesi |
Cidadania | Hungria |
Cônjuge | Berta Boncza |
Irmão(ã)(s) | Lajos Ady |
Alma mater |
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Ocupação | poeta, jornalista, escritor |
Empregador(a) | Nyugat |
Movimento estético | simbolismo |
Causa da morte | gripe espanhola, sífilis |
Endre Ady (Érmindszent, Szatmár megye, 22 de novembro de 1877 — Budapeste, 27 de janeiro de 1919) foi um poeta, contista e jornalista húngaro da viragem do século XIX.[1] Considerado por muitos como o maior poeta húngaro do século XX, inaugurou a era do lirismo moderno na Hungria.[1] Ficou conhecido pelas firmes convicções no progresso e no desenvolvimento social e pela exploração poética de questões fundamentais da experiência europeia moderna como o amor, a temporalidade, a fé, a individualidade e o patriotismo.[2][3][4][5]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Infância e juventude
[editar | editar código-fonte]Nascido no seio de uma família da pequena nobreza, já depauperada, na pequena aldeia de Érmindszent, hoje em dia conhecida como Endre Ady, em sua homenagem, situando-se presentemente na comuna romena de Căuaș.[6]
Nasceu com polidactilia, contando originalmente com seis dedos em cada mão, de sorte que, por ordem dos pais, a parteira lhe amputou os dedos excedentes, marcando-o com cicatrizes que conservou para o resto da vida.[6]
Até aos nove anos, frequentou a escola calvinista de Érmindszent, por inclinação da mãe, oriunda de uma família conservadora calvinista.[1] No entanto, concluiu o ensino primário numa escola de confissão católica, tendo de seguida ingressado para um liceu igualmente católico, na cidade de Nagykároly.[6]
Por causa da sua incontrolável tendência para o álcool e para os relacionamentos clandestinos com mulheres, os pais viram-se na contingência de o transferir novamente para um ambiente conservador calvinista, de modo que, ainda antes de acabar o ensino secundário, foi recambiado para o liceu calvinista da cidade de Zilah[6], actualmente chamada Zalău e também integrada em território romeno.[1]
Durante estes anos, Ady transformou-se num alcoólico inveterado, tendo começado, também, a dedicar-se à escrita.[6] Uma vez concluídos os estudos secundários, ainda chegou a principiar os estudos universitários na Faculdade de Direito, mas rapidamente os abandonou, assim que arranjou trabalho como jornalista, na cidade de Debrecen.[6]
Vida adulta
[editar | editar código-fonte]Manteve a profissão de jornalista, para o resto da sua vida, perambulando entre os mais variegados jornais de província.[6]
Em 1899, com 22 anos, publicou a primeira coletânea de poemas, de nome «Versek» («Versos» em húngaro[7]).[6] Passou os próximos quatro anos, em Nagyvárad (actual Oradea, capital do distrito romeno de Bihor), findo os quais publicou outra coletânea, a qual veio a cativar o interesse dos críticos húngaros.[6]
Nesse mesmo ano de 1903, principiou uma relação adúltera com Adél Brüll, a qual viria a assumir o papel de musa inspiradora de grande parte das suas obras.[8] Viveu com ela em Paris de 1904 a 1914. Uma vez em Paris, conseguiu trabalho como correspondente para alguns jornais de Budapeste, fazendo viagens habituais à Hungria e à Itália.[6][8] Em Paris, confrontado com o notório atraso da Hungria, no panorama europeu, Ady deu manifesto a esse sentimento não só nos artigos que escrevia para o Diário de Budapeste, para o qual redigiu cerca de meio milhar de artigos, mas também nos seus próprios poemas.[8]
Em 1906, quando publica a colectánea Új Versek (Novos Poemas) inaugura o aparecimento do movimento lírista húngaro moderno.[1] No entanto, é só com a obra Vér és arany («Sangue e ouro»), publicada no ano seguinte, que granjeia a verdadeira aclamação da crítica literária.[8]
Em 1912, Adél rompeu o relacionamento com Endre, na sequência de ter conhecido outra pessoa.[6] A ruptura amorosa destroçou Ady ao ponto de ter consultado Sándor Ferenczi, psiquiatra discípulo de Sigmund Freud, que o internou numa clínica.[6]
Em 1915, já recuperado, Ady enceta uma revoada de relacionamentos e aventuras amorosas, culminando com o matrimónio apressado com uma mulher mais nova, Berta Boncza.[6]
Activismo político e fim de vida
[editar | editar código-fonte]No decurso da Primeira Guerra Mundial, Endre Ady perfilou-se como uma voz incondicional da luta contra o radicalismo. Devido ao seu activismo político afanoso, acabou por sofrer uma apoplexia, que o deixou permanentemente afetado na sua capacidade de falar. Preservando as suas faculdades de escritor, passou a servir-se da escrita para promover os seus ideários pacifistas.[6]
Profundamente debilitado de saúde, mercê do alcoolismo inveterado, Endre Ady faleceu de pneumonia a 27 de Janeiro de 1919, já em Budapeste.[6]
Obra e trabalhos
[editar | editar código-fonte]Endre Ady foi um poeta prolígero, tendo produzido mais de mil de poemas, compilados na totalidade em 1930, sob o título «Összes Versei».[6] A sua obra caracteriza-se pela celebração do amor sensual (inspirado por Adél, amiúde alcunhada nas suas obras pelo anagrama Leda[8]), a reflexão sobre a arte poética, a paisagem das charnecas húngaras; a procura de Deus; a luta pela existência; a morte, poemas de teor revolucionário; discursos políticos anti-radicalistas e a imagética apocalíptica.[9]
Deixou também alguns contos e um número considerável de artigos.
- Versek ("Versos", 1899)
- Még egyszer ("Once Again", 1903)
- Új Versek (Novos Poemas, 1906) [1][10]
- Vér és arany (Sangue e Ouro, 1907)[10]
- Az Illés szekéren (No Carro de Elias, 1908)[10]
- Szeretném, ha szeretnének (Gostaria Que Me Amassem, 1909)[10]
- A minden-titkot versei (Poemas de Todos os Mistérios, 1910)[10]
- A menekülő Élet (A Vida Fugaz, 1912)[10]
- Margita élni akar ("Margita Wants to Live", 1912)
- A magunk szerelem (O Nosso Próprio Amor, 1913)[10]
- Ki látott engem? (Quem Me Viu?, 1914)[10]
- A halottak élén (À Cabeça dos Mortos, 1918)[10]
- Az utolsó hajók (Os Últimos Navios, 1923).[10]
- Összes Versei («Todos os poemas», 1930)[6]
Referências
- ↑ a b c d e f Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 108. 314 páginas. ISBN 972-42-1477-X. OCLC 959016748
- ↑ Basil Blackwell: The Oxford Hungarian Review: Editado para a Oxford League for Hungarian Self-Determination, Volumes 1-2 -PAGE 135 Publicado: Basil Blackwell, 1922
- ↑ Judit Frigyesi, Béla Bartók and Turn-of-the-century Budapest, University of California Press, 2000, p. 47
- ↑ «Ady Endre Összes Prózai Műve». www.mek.iif.hu. Consultado em 29 de janeiro de 2022
- ↑ «Ady Endre WESSELENYI». web.archive.org. 26 de abril de 2012. Consultado em 29 de janeiro de 2022
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q Infopédia. «Endre Ady - Infopédia». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 26 de novembro de 2022
- ↑ «versek - translation into English - dict.com dictionary | Lingea». www.dict.com. Consultado em 26 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e Ferenc, Pál (11 de dezembro de 2020). «Ady Endre (1877-1919) - Segunda Parte». LusoMagyar News. Consultado em 26 de novembro de 2022
- ↑ Ferenc, Pál (13 de dezembro de 2020). «Ady Endre (1877-1919) – Terceira Parte». LusoMagyar News. Consultado em 26 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e f g h i j Ferenc, Pál (6 de dezembro de 2020). «Ady Endre – Poeta Húngaro (1877-1919)». LusoMagyar News. Consultado em 26 de novembro de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Obras de Endre Ady (em inglês) no Projeto Gutenberg
- Obras de ou sobre Endre Ady no Internet Archive
- Ady: áudios online realizados por Latinovits
- Alguns poemas em tradução húngara e inglesa
- Outra página com poemas e traduções
- Tradução do poema de Endre Ady
- Endre Ady (em inglês) no Find a Grave [fonte confiável?]