Kh-31
Kh-31 (OTAN: AS-17 'Krypton') | |
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Kh-31A | |
Tipo | míssil ar-superfície de médio alcance |
Local de origem | União Soviética |
História operacional | |
Em serviço | 1988–presente |
Utilizadores | Rússia China Índia Argélia Venezuela |
Histórico de produção | |
Data de criação | 1982 |
Fabricante | KTRV (Тактическое ракетное вооружение), Zvezda-Strela antes de 2002 |
Custo unitário | $550 000 (2010)[1] |
Especificações | |
Peso | Kh-31A: 610 kg (1 340 lb)[2] Kh-31P: 600 kg (1 320 lb)[2] |
Comprimento | 2,93 metros (9 ft 7 in) |
Ogiva | carga de HE[2] |
Peso da ogiva | Kh-31A: 94 kg (207 lb)[2] Kh-31P: 87 kg (192 lb) [2] |
Detonador | impacto |
Motor | Foguete de combustível sólido inicialmente, ramjet para resto da trajetória |
Envergadura | 914 mm (36 in)[2] |
Propelente | querosene |
Alcance operacional (veículo) |
Kh-31A: 25 km–103 km (13.5–55.6 nmi;[2] Kh-31P: até 110 quilômetros (68 mi)[2] |
Velocidade | Kh-31A/P: 2 160–2 520 km/h (1 300–1 600 mph)[2] MA-31: Mach 2.7 (baixa), Mach 3.5 (alta)[3] |
Sistema de direção |
Kh-31A: inercial com sistema ativo de radar[2] Kh-31P: inercial com radar passivo |
Plataforma de lançamento |
Su-27SM, Su-30MKI, Su-34, Su-35, MiG-29M, HAL Tejas Mk1 e Mk2, MiG-29K Kh-31A apenas : Su-33 Su-24M[4] |
O Kh-31 (em russo: Х-31; OTAN: AS-17 'Krypton[5] é um míssil russo ar-superfície que pode ser carregado em aeronaves como o MiG-29 e Su-27. É capaz de alcançar mach 3.5 e foi o primeiro míssil antinavio supersônico que pode ser lançado de uma aeronave tática.[4]
Possui diversas variantes, como a mais conhecida versão anti-radiação (ARM) mas há também versões antinavio e para target drone. Há boatos que existe uma versão adaptada para "ataques a AWACS", sendo utilizado como míssil ar-ar de longo alcance.[5]
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]A proliferação de mísseis terra-ar (SAM) fez com o que a SEAD torna-se prioridade para todas as forças aéreas modernas em prevenção de ações ofensivas. Derrubar radares de busca aérea e de controle de disparo tornou-se parte essencial de tal missão. ARMs necessitavam de alcance suficiente para ser lançado de uma plataforma fora de alcance dos SAMs, alta velocidade para reduzir o risco de ser abatido e localizado pelos sistema de detecção de radares; não tendo necessidade de uma ogiva grande.
O primeiro ARM desenvolvido na União Soviética teve iniciação pelo grupo de engenharia Raduga OKB, que era responsável pelos mísseis dos bombardeiros pesados soviéticos. O Kh-22P foi desenvolvido do míssil de seis toneladas Raduga Kh-22 (AS-4 'Kitchen'). A experiência adquirida possibilitou desenvolver o Kh-28 (AS-9 'Kyle'), o qual era carregado por aeronaves táticas como o Su-7B, Su-17 e Su-24; podendo chegar a Mach 3 e alcance de 120 km (60 nmi), maior que o seu contemporâneo AGM-78 Standard. O Kh-28 sucedeu o Kh-58 em 1978, o qual possuía similares velocidades e alcance, mas tinha motores duplos de foguete substituídos por mais seguros de RDTT sólidos.
Com o desenvolvimento de mais sofisticados SAMs como o MIM-104 Patriot e o sistema de combate Aegis da Marinha dos Estados Unidos, houve aumento de pressão sobre os soviéticos para o desenvolvimento de melhores ARMs.[6][7] Zvezda apresentou o problema de um diferente ângulo para a Raduga, já que possuía experiência em desenvolvimento de mísseis ar-ar leves. Contudo, no meio dos anos de 1970, a Raduga tive êxito nos mísseis Kh-25 de custo alcance ar-superfície, incluindo o Kh-25MP (AS-12 'Kegler') para uso anti-radar. A Zvezda começou a trabalhar em um ARM de longo alcance, o que resultou no lançando o primeiro Kh-31 em 1982.[4] Sua entrada em serviço ocorreu em 1988, a primeira aparição publica recorreu em 1991, com o Kh-31P em Dubai e o Kh-31A em Minsk.[4]
Em dezembro de 1997, foi relatado que um pequeno número de Kh-31 foram entregues para a China, mas que a "produção ainda não havia começado".[8] Foi nesse mesmo período que a Rússia havia vendido aeronaves Su-30MKK 'Flanker-G' para a China. Há indícios que as entregas originárias do modelo russo foram designadas de X-31, o que possibilitaria que os testes do modelo KR-1 fossem desenvolvidos sobre licença de produção.[9] A produção de mísseis locais decorreram a partir de julho de 2005.
O desenvolvimento Russo acelerou desde que a Zvezda foi submetida na Tactical Missiles Corporation em 2002, com o anúncio que a versão "D" seria estendida e modelos "M" seriam atualizados.
Design
[editar | editar código-fonte]Em muitos aspectos o Kh-31 pode ser considerado uma versão em miniatura do P-270 Moskit (SS-N-22 'Sunburn') já que foi desenhado pelo mesmo homem.[4] O míssil possui forma convencional, com asas cruciformes e superfícies de controle de titânio.[3] Possui propulsão em dois estágios. No lançamento, o empuxo ocorre pela cauda, com combustível sólido, acelerando-o até a velocidade de Mach 1.8,[4] estágio o qual o propulsor é descartado. Com o descarte, quatro entradas de ar são abertas no ANS/ANF e o foguete torna-se impulsionado pela camada de combustão com querosene ramjet, chegando a velocidade acima de Mach 4.[5]
O localizador L-111E da versão anti-radar possui uma antena exclusiva, com raios de interferometria em sete antenas espirais em uma plataforma móvel.[5] Localizadores entregues a China entre 2001 e 2002 eram 106,5 cm (41,9 in) mais longos, 36 cm (14 in) em diâmetro, e 23 kg (51 lb) em peso/massa.[10]
História operacional
[editar | editar código-fonte]O Kh-31P ARM entrou em serviço na União Soviética em 1988 e o Kh-31A, versão antinavio, em 1989. Diferentemente de seus predecessores, ele possuía compatibilidade com quase todas as aeronaves táticas de matriz russa, do Su-17 ao MiG-31. Alguns Kh-31P/KR-1 foram entregues à China em 1997, contudo aparentemente foram utilizados para testes e trabalho de desenvolvimento sobre sua plataforma. Mais mísseis foram solicitados pelos chineses entre o final de 2002 e início de 2003, sendo estocados mais de 200 KR-1 em seu inventario em 2005.[4] A imprensa chinesa informou que em julho de 2005 os Su-30MKK da 3ª Divisão Aérea foram equipados com tais mísseis.[10] Em 2001, a Índia comprou Kh-31 para seus Su-30MKI, sendo 60 Kh-31A e 90 Kh-31P.[4]
A Marinha dos Estados Unidos comprou mísseis MA-31 target drones, que é uma versão do Kh-31.[3] Houve um pedido no valor de $18.468 milhões de dólares para trinta e quatro MA-31 em 1999,[11] mas tal solicitação foi bloqueada pelos russos.[12] O MA-31 foi disparado de um F-4 Phantom, e funcionou para ser utilizado em um kit de compatibilidade para o F-16.[3]
De acordo com alguns relatórios, o míssil foi usado pela Força Aérea Russa durante a Guerra na Ossétia do Sul em 2008. Em particular, o relatório informa que em 10 de Agosto de 2008, um caça Su-34 com mísseis anti-radar Kh-31P foram disparados em radares de defesa aérea na Georgia perto da cidade de Gori, desabilitando as defesas aéreas georgianas para impossibilitar outras perdas aéreas pelos russos.[13]
Variantes
[editar | editar código-fonte]- Kh-31A - Com localizador ativo para uso como míssil antinavio em embarcações com tamanho até de destroyer, tem alcance de 25 km–103 km.[2]
- Kh-31P (Type 77P)[4] - Com localizador passivo para uso uso como míssil anti-radiation. Mantém alta altitude ao longo de seu voo, possibilitando alta velocidade e aumento de alcance até 110 km. O localizador tem três módulos intercambiáveis para encobrir diferentes frequências de radar.
- Kh-31AD/Kh-31PD ("Kh-31 Mod 2") - aumenta o alcance devido ao aumento da fuselagem de 4,70 m (15 ft 5 in) para 5,3 m (17 ft 5 in).[14] Em 2012, o Kh-31P começou a ser produzido em série, enquanto o Kh-31AD foi em 2013.[15][16]
- Kh-31AM/Kh-31PM - Possui atualização substancial na eletrônica e sistemas de propulsão, com testes marcados para 2005-2006. Atualizado para resistir a contramedidas, melhores fusíveis, e sistema de propulsão 31DP, o que aumentou consideravelmente o alcance e pequena diminuição no peso. O Kh-31AM possuía um localizador melhor, o RGS-31, com o Kh-31PM substituindo os L-111, L-112 e L-113 com uma unidade de localizador de banda múltipla, o L-130[17]
- MA-31 - com sistema de telemetria e outros instalados pela McDonnell Douglas/Boeing, foi utilizado pela Marinha Americana para target drone. Foi testado entre 1996 e 2007,[18] tendo uma versão atualizada com GPS, a MA-31PG, que foi oferecida para a Marinha para substituir o MQM-8 Vandal. Contudo, foi comprado o GQM-163 Coyote em detrimento deste. Mesmo com equipamento adicional, o MA-31 era capaz de alcançar velocidade de Mach 2.7 e 15G de manobras em seu funcionamento antinavio, e Mach 3.5 em modo ARM a 48 000 pé (15 000 m).[3]
- KR-1 - Versão do Kh-31P exportado para a China em 1997.[8] Há indicações que a Zvezda queria vender um pacote inicial de KR-1 para a China antes que ele entrasse em produção no país.[8] Em vez dos três módulos de localização originais, o KR-1 possuía um único K-112E "de exportação" para busca de alvos de bandas D, F e S em micro ondas, o que foi otimizado especificamente para radares de Taiwan.[4]
- YJ-91 Ying Ji 91 - Míssil chinês baseado no Kh-31P, com velocidade elevada, pequeno aumento no alcance, e maior facilidade em mudança nos localizadores. Eles também estiveram desenvolvimento em uma versão antinavio com localizador próprio, e há busca para desenvolvimento de seu uso em submarinos. O nome YJ-91 está em uso desde 1997, e pode ser o nome chinês de vários mísseis de origem russa.[8] Em 2005, o nome YJ-93 foi aplicado para mísseis de origem chinesa,[10] mas relatórios ocidentais geralmente não distinguem o YJ-91 e o YJ-93.
A versão ativa/passiva ar-ar para uso contra aeronaves lentas de suporte, também conhecida como "matador de AWACS", foi anunciada em 1992 no MAKS (show aéreo) com alcance de 200 km (120 mi).[4] Pode ser menos que os 300–400 quilômetros (190–250 mi) propostos pelos mísseis Vympel R-37 (AA-13 'Arrow') e Novator R-172, mas a derivação do Kh-31 pode ser carregado por uma vasta gama de aeronaves. De qualquer forma, tais informações demonstraram ser apenas propaganda; em 2004 a Tactical Missiles Corporation negou qualquer tipo de trabalho sobre uma versão ar-ar do Kh-31.[19] Em 2005 rumores persistiam sobre a versão ar-ar seria baseada no Kh-31A, a versão antinavio, e o Chinês adaptado do YJ-91, derivado do Kh-31P, para o mesmo propósito.[5]
Operatores
[editar | editar código-fonte]Operadores atuais
[editar | editar código-fonte]- Rússia: foram entregues 147 em 2009, 75 em 2010. Possui 222 unidades.[1]
- Argélia: Possui 125 unidades.[20] entregues entre 2007 e 2009.[1]
- Síria: Possui 87 entregues entre 2008 e 2010[1][21]
- China
- Índia
- Indonésia
- Malásia
- Peru
- Venezuela
- Vietname
- Potenciais operadores
Ex-operadores
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]- YJ-91 - Míssil chinês baseado no Kh-31
- P-270 Moskit (SS-N-22 'Sunburn')
- AGM-88 HARM - principal míssil norte-americano anti-radiação
- MAR-1 - Projeto de míssil ARM Brasileiro
- AGM-136 Tacit Rainbow - Projeto dos EUA para míssil ARM cancelado em 1991
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d annual report Tactical Missiles Corporation 2010.p. 92
- ↑ a b c d e f g h i j k Rosoboronexport Air Force Department and Media & PR Service, AEROSPACE SYSTEMS export catalogue (PDF), Rosoboronexport State Corporation, consultado em 1 de maio de 2016, cópia arquivada (PDF) em 13 de agosto de 2011
- ↑ a b c d e Braucksick, Ken (17 de novembro de 2004), MA-31 Target Vehicle OVERVIEW, NDIA, consultado em 1 de maio de 2016, arquivado do original em 22 de maio de 2011. Sales pitch from Boeing, has useful diagrams of flight profiles etc
- ↑ a b c d e f g h i j k Friedman, Norman (2006), The Naval Institute Guide to World Naval Weapon Systems, ISBN 978-1-55750-262-9 5th ed. , Naval Institute Press, pp. 534–5
- ↑ a b c d e «Missiles in the Asia Pacific» (PDF), Amberley, Queensland: Strike Publications, Defence Today: 67, Maio de 2005, consultado em 1 de maio de 2016, cópia arquivada (PDF) em 26 de janeiro de 2009
- ↑ «China's Military Strategy Toward the U.S.» (PDF). www.uscc.gov. Consultado em 1 de maio de 2016. Arquivado do original (PDF) em 14 de novembro de 2006
- ↑ «CRS Report for Congress, China: Ballistic and Cruise Missiles» (PDF). www.carnegieendowment.org. 10 de agosto de 2000. Consultado em 26 de Janeiro de 2007
- ↑ a b c d Barrie, Douglas (10 de dezembro de 1997), «China and Russia combine on KR-1», Flight International, p. 17
- ↑ «Russia: - AS-17 Krypton (Kh-31)», Jane's Defence Weekly, 9 de setembro de 1998, consultado em 27 de Janeiro de 2009
- ↑ a b c «China may be producing Kh-31P ARM», Jane's Missiles and Rockets, 11 de julho de 2005, arquivado do original em 2 de Fevereiro de 2009
- ↑ Contracts for Thursday, Departamento de Defesa dos Eua, 16 de janeiro de 1999
- ↑ Buckley 2007
- ↑ «- -34». Vedomosti.ru. Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ «ОАО "Корпорация Тактическое Ракетное Вооружение"». Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ «Корпорация "Тактическое ракетное вооружение" начала серийное производство ПРР X-31ПД». Consultado em 18 de outubro de 2015
- ↑ «: -». Consultado em 23 de dezembro de 2014
- ↑ Letunovsky, Yevgeniy (1 de novembro de 2004), «Improved Kh-31 to begin state trials in 2005/6», Jane's Missiles and Rockets
- ↑ Buckley, Capt. Pat (31 de outubro de 2007), U.S. Navy Aerial Target Systems (Presented to 45th Annual NDIA Symposium) (PDF), US Navy, consultado em 1 de maio de 2016, arquivado do original (PDF) em 22 de maio de 2011
- ↑ «Kh-31 (AS-17) (Russian Federation), Air-to-air Missiles - Beyond Visual Range», Jane's Air-Launched Weapons, 18 de novembro de 2004, consultado em 27 de janeiro de 2009
- ↑ http://armstrade.sipri.org/armstrade/page/trade_register.php
- ↑ annual report Tactical Missiles Corporation 2009.p. 77
Referências
[editar | editar código-fonte]- Gordon, Yefim (2004), Soviet/Russian Aircraft Weapons Since World War Two, ISBN 1-85780-188-1, Hinckley, England: Midland Publishing